Panem, Capital - Sala de comando. 13:15hrs.

- Olha, o presidente ta acordando de novo. - diz um dos idealizadores. Nenhum dos seguranças ainda entrou na sala. Quem sabe porque espera alguma ordem de Snow ou algo do tipo. Os idealizadores injetam novamente uma agulha com sonífero em Edward Snow. - Essa é das fortes, vai fazer ele ficar caído o resto do dia.

- Gente, isso não vai durar pra sempre! - diz Jade Cavalier, uma das idealizadoras montadora da arena.

- Como assim Jade? - diz outro idealizador.

- Bom.. - começa ela - Todo mundo aqui sabe que os jogos tem que acabar alguma hora. Hoje já é o décimo terceiro dia, amanhã é o dia 14, ou seja, o tempo está acabando.

- É verdade.. - responde o idealizador-chefe preocupado - O que você sugere?

- Primeiro.. - diz ela - Temos que matar aqueles tributos. - Todos olham assustados e algumas pessoas ficam indignadas. - Calma gente, é um modo diferente de matar.

- Como assim… - retruca o idealizador - ..diferente?

- Vamos deixá-los em coma e fingir que os matamos! - diz Jade - Existem as partes certas no corpo das pessoas que as fazem entrar em coma, ou seja , os tributos não precisam mesmo morrer.

- Mas quando é que eles vão..”voltar”? - pergunta uma outra idealizadora.

- Na verdade não sabemos! - Jade fala sincera - Mesmo com toda essa tecnologia criada por Panem, ainda não somos capazes de tirar uma pessoa do coma.

- Então eles podem não voltar mais?

- Sim, eles podem não voltar mais. - Todos na sala abaixam a cabeça pra pensar. A maioria acha isso certo, é melhor do que matá-los, mas estando em coma, é como se estivessem mortos. - A gente religa toda a energia. “Matamos” os tributos na frente das câmeras, e Edward Snow vai pensar mesmo que estão mortos.

- E aí…? - pergunta outro idealizador.

- E aí a gente foge. - responde ela. Os idealizadores não tem família e quase nenhum amigo, então não precisam se preocupar tanto com isso. - A gente arruma um lugar para os tributos nos hospitais da Capital, um dos hospitais subterrâneos, que Snow nunca visita.

- Mas e se ele ficar sabendo que os tributos não morreram? Ele já vai estar com raiva da gente, com isso então ele…

- Snow é um idiota! - Jade diz olhando para o corpo desmaiado de Edward no chão - As coisas passam por debaixo do nariz dele e ele não percebe. A gente só tem que ajudar aqueles tributos, e esse é o único jeito.

- Espera.. - diz o idealizador-chefe - E o ganhador? Na verdade OS ganhadores? Kather é a úncia menina, ela já devia ter sido retirada de lá, e apenas um dos meninos pode ganhar. A gente não precisa deixar todos neste estado de coma e..

- Precisamos! - insiste Jade - Pensem como Snow: Depois de tudo o que aconteceu ele não vai nem querer saber daquele tributos, ele vai querer ele e suas famílias mortas.

Ah, as famílias! A única coisa que os idealizadores não podem ajudar.

- Vamos agora? - pergunta Jade.

- Agora!! - grita a equipe.

Arena. 14:00hrs.

- Será que os idealizadores vão nos matar ou nos salvar? - pergunta Matthew a Raphael e Kather, que receberam paraquedas a pouco com pomadas e hidratantes que os serviram um pouco.

- Sei lá! - diz Kather desanimada - Não estou tão animada com isso. Só sobrou eu de menina, eles já deviam ter mandado um aerodeslizador vim me buscar.

- Isso é verdade. - diz Matthew - E depois eu lutaria com o Raphael até a morte, e este inferno finalmente acabaria. - Matthew ri, mas Raphael não acha isso tudo tão engraçado.

Os três “amigos” tributos ainda estão conversando quando um barulho bem alto é ouço. O céu da arena parece agora mais iluminado, e o barulho das câmeras que os vigiavam antes do “apagão” agora parece voltar, e as lentes cheias de teias de aranhas parecem se mexer e observar os tributos. A energia é tanta que os tributos sentem um leve arrepio de choque, mas nada que os machuque fisicamente.

- A energia voltou! - grita Matthew com raiva - Mas que droga!

- Por que “que droga” Matthew? - pergunta Raphael - A gente não sofre nada com a energia.

- Primeira coisa: A gente sofre sim! - responde Matthew ainda com um tom de voz mais alto e sério. - Os bestantes vivem a base de energia, e mesmo que agora a energia esteja distribuída igualmente, os bestantes ainda podem nos trazer problemas! - Raphael pensa e chega a conclusão que Matthew está certo. Kather também imagina a mesma coisa.- Segunda coisa: Estas porcarias câmeras vão voltar a nos vigiar e não vamos poder fazer nada mais que preste sem que Snow e toda a Panem nos veja! Sem contar que…

Matthew é interrompido pelo barulho de cornetas altas. Logo após, a voz de Jade Cavalier, e não de Felícia aparece estrondorosamente no céu dizendo:

- Tributos do distrito 2, 8, e 12. - ela tenta imitar o jeito de Felícia - Suas práticas na arena foram um perigo para Panem. O grandissíssimo presidente Edward Snow não está nada feliz com a escolha que vocês tiveram. Este erro de conduta tem como punimento...a morte. Obrigado por participarem da Centésima Décima Sexta edição dos Jogos Vorazes, e é uma pena que esta edição não terá ganhador algum. Até nunca mais! - a voz se encerra deixando no lugar as cornetas, que logo após também somem.

- O que?! - grita Kather desesperada - Não, não e não! Isso não pode! É CONTRA A LEI DOS JOGOS!

Matthew e Raphael também andam de um lado para o outro desesperados e gritando de medo. Os gritos de súplica e perdão se espalha na arena, mas eles percebem que nada disso é eficaz quando um aerodeslizador se aproxima deles e começa a atirar. São lançadas apenas 3 balas, mas cada uma penetra geograficamente cada parte dos tributos. Eles desmaiam. O mesmo aerodeslizador se aproxima e uma corrente é abaixada, levando consigo Kather. Logo após dois aerodeslizadores aparecem e levam os dois tributos masculinos. As suas últimas visões são idealizadores tentando os ajudar. Tubos e seringas são colocados em seus corpos, e então seus sentidos começam a se perder no ar, deixando apenas a pura escuridão, o silêncio e o cheiro do nada. Agora nem os idealizadores sabem se aqueles tributos vão poder voltar.