Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 35
Capítulo trinta e cinco – Tentando entender


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gentem!! Por favor, leiam as notas finais, deixei uma surpresa para vocês... Boa leitura!! Até lá embaixo!! ô/
Ahh! E a partir da cena dos pais da rosada, é sábado, ok? Para vocês não se perderem no tempo da fic.



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Seis dias se passaram após os acidentes do Uchiha e da Haruno, e a notícia que um dos empresários mais bem sucedidos de Tóquio estava com um colar cervical, internado no hospital geral de Konoha logo se espalhou pelos jornais, se tornado um dos assuntos mais comentados daquela semana. Os amigos de Sasuke foram avisados e na segunda de manhã os três rapazes restantes apareceram na recepção junto do casal Uzumaki. A surpresa estampava os três rostos e apenas quando começaram a fazer piadas da situação do amigo que as expressões preocupadas deram lugar ao de alívio.

Já dentro do hospital a notícia era outra, a conhecida doutora Haruno estava em coma e todos, que ali trabalhavam, queriam saber quem foi o autor do tiro que a deixou naquele estado. Para informar sobre o ocorrido, Namie demorou vinte e quatro horas para tomar coragem e contar ao casal Hoozuki, qual foi a surpresa da mesma ao ouvir de Karin que ela tinha total consciência de que estava enorme e nem por isso precisava de um susto para pôr o filho no mundo, pois aconteceria em alguns dias. Entretanto, Karin percebeu que a amiga falava sério após cinco minutos a encarando, caiu sentada no sofá.

Entrar em contato com os pais da Haruno não foi tão difícil, porque eles ainda moravam em Tóquio. Porém informar que a única filha do casal, que mal dava sinal de vida a eles, havia sido baleada misteriosamente e entrando em coma no meio da cirurgia foi no mínimo penoso para Itachi.

~~*~~*~~*~~

Haruno Kizashi encarava a esposa com um olhar caído. Desde que recebeu o telefonema assustador de Itachi, o mundo sob seus pés parecia ter sumido ou pior, virado de cabeça para baixo. Ele não sabia dizer qual era a situação mais difícil de enfrentar; se era observar a filha apenas pela janela da UTI e esperar que ela despertasse, ou se era ver o sofrimento e a angústia de sua esposa e não poder fazer nada, pois compartilhava dos mesmos sentimentos.

—Mebuki. – a chamou em um murmúrio, que parecia ecoar por todo o corredor em que se encontrava. O silêncio da ala da unidade de tratamento intensivo era intimidante. –O horário de visita acabou há trinta minutos. – depositou as mãos sobre os ombros femininos, apertando-os.

—Eu sei. – respondeu com os olhos vidrados no corpo da filha. –Só achei que ela acordaria hoje. – completou esperançosa enquanto apoiava a cabeça no ombro do marido, que em resposta a envolveu num abraço apertado.

Mas o coração nem deu uma batida diferente. — pensou Kizashi, sentindo o corpo de a esposa tremer.

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—Por que toda vez que venho te ver, você parece estar pior? – questionou Naruto com o indicador e o polegar no queixo, fazendo uma careta.

—Obrigado, me faz sentir superbem ao saber disso.

—Se vai bancar o Zé-Sarcástico, por que não quebrou o pescoço logo de uma vez? – cruzou os braços.

—Porque eu não quis!

—Pois deveria ter quebrado, você não sabe a preocupação que nos causou.

—Não pedi para se preocuparem comigo. – contrapôs mal humorado. O quarto escandalosamente branco e o cheiro de antisséptico já estavam insuportáveis para ele.

—Não seja infantil, Sasuke! – repreendeu Itachi que até aquele momento se mantinha concentrado no notebook, Namie se remexeu ao seu lado, distraída com o tablete.

—Nem um obrigado a gente ouve por se preocupar. – o Uzumaki resmungou indignado.   

—Já disse que não...

—E nós escutamos Sasuke. – Naruto o cortou enquanto a expressão facial mudava para uma mais séria. –Não vou mais discutir sobre isso com você, porque temos que conversar.

—Fala sério, dobe! Não temos que conversar porra nenhuma, até porque eu estou internado.

—Grande merda, isso não te impossibilita de falar.

—Rapazes. – o Uchiha mais velho interviu.

—Deixei esse assunto de lado para você se recuperar e já se passou uma semana desde o acidente. – fingiu não ouvir a voz do irmão do amigo. -Então está na hora de você falar o que veio fazer em Konoha. – declarou, observando o amigo arqueando as sobrancelhas.

Era obvio que Sasuke não estava piorando a cada dia que passava, Naruto só havia dito aquilo para alfinetá-lo.

—Aposto que Itachi também quer saber.

—Por que isso agora? – perguntou franzindo o cenho. –Eu não devo explicações a ninguém. – disse irritado. 

—É claro que deve. – o loiro respirou fundo. –Sasuke, você some aos finais de semana e não atende quando a gente liga para você. E agora está internado.  

—E daí? Até onde eu sei, sou um adulto independente e não preciso dar satisfações do que venho fazendo a você, Naruto. – lançou um olhar bravo ao amigo. –Em vez de ficar se preocupando à toa, porque não dá atenção à Hinata? Não sou uma criança!

O som de algo se chocando fortemente ecoou pelo quarto, chamando a atenção dos dois.

—Quanta falta de consideração pelo seu melhor amigo Sasuke! Você pode estar irritado por ficar o dia inteiro aqui dentro, mas isso não lhe dá o direito de ser indiferente com a preocupação que o Naruto tem por você. Está sendo pior que uma criança.

—E com que direito você fala tudo isso? Se nos últimos anos se afastou de mim e quando nos encontrávamos, só sabia me acusar injustamente! – exaltou-se.

—Agora você vai querer trazer um mal entendido que já foi resolvido? Mas se isso ainda te incomoda, desculpa-me. – pôs-se de pé e começou a andar em direção do irmão caçula. –Mas eu quero que você entenda que esse acidente preocupou todos ao seu redor. O cinto de segurança te salvou então você deve sim uma explicação tanto para mim, que sou seu irmão mais velho, quanto para o Naruto, que você considera um irmão também. – fixou seu olhar nos olhos de Sasuke, dizendo através do mesmo o que sentiu ao saber sobre o acidente que ele havia se envolvido.

O moreno se esqueceu de soltar o ar por um momento, as palavras do irmão mais velho ecoavam pela sua cabeça enquanto encarava os olhos do mesmo. Ele tinha escapado da morte graças ao cinto de segurança, se não fosse por isso, agora estaria a sete palmos abaixo da terra, o que causaria mais uma perda ao irmão.

—Desculpe. - sussurrou, dando-se conta de que estava sendo mesquinho ao fazer pouco caso da preocupação de Naruto e Itachi, pois se eles se preocupavam, assim como os outros também, era um claro sinal de que eles se importavam.

~~*~~*~~*~~

A porta branca deslizou para o lado e uma enfermeira entrou no quarto após um baixo “com licença”.

O Uchiha se remexeu sobre a cama hospitalar, desejando virar o corpo para ficar de lado, mas o colar cervical impedia de o desejo se realizar e para aumentar a frustração, a enfermeira resolveu aparecer para sabe-se lá o quê.

—Uchiha-san, tem umas pessoas querendo conversar com você. – informou em um tom profissional, porém calmo.

Demonstrando um desinteresse, que mascavara o tédio em estar somente no quarto hospitalar, desviou o olhar para duas figuras vestidas de roupas sociais.

—Boa tarde, Uchiha-san. – o homem de aparência mais velha falou. –Meu nome é Kinoshita Kazuo e este é Inoue Hayase. – apontou para o homem do lado.

—Pode nos deixar a sós, Kaneko-san? – Hayase indagou gentil. –Prometemos ser rápidos.

A enfermeira concordou com a cabeça e logo em seguida se curvou levemente em respeito, e a passos apressados se retirou do quarto.

Nesse meio tempo, Sasuke levantou o tronco, se sentando sobre a cama. Algo lhe dizia que a tal conversa não traria notícias boas e isso se confirmou quando visualizou um brilho vindo por debaixo do blazer de Kazuo.

—Se vieram perguntar sobre o meu acidente, já lhes adianto que dei meu depoimento, detalhadamente, na segunda-feira.

—Sim, sabemos disso, Uchiha-san. Estamos com ele. – disse Kazuo, se aproximando do leito. –Depois dessa sua sentença, podemos deduzir que você já se deu conta que somos da polícia, certo?

O barulho da porta sendo aberta abruptamente interrompeu o policial.

—Vocês prometeram que viriam depois do almoço! – sentenciou uma voz conhecida, soando aborrecida.

—E já é depois do almoço. - Kazuo abaixou o olhar para o relógio no próprio pulso. –São meio-dia e dois.

—Não poderiam relaxar em um sábado?

—Não. Somos policiais e não podemos nos dar ao luxo de prolongar um horário de almoço, só porque é sábado. Afinal, estamos no meio de uma investigação, Itachi. – o encarou.

—Pelo menos esperar até que eu chegasse.

—Não podemos perde mais tempo. – o outro policial contrapôs. –Os superiores querem um relatório até amanhã.

Itachi e Naruto, que saíram para almoçar, entraram e um silêncio desconfortável tomou conta do quarto. Sasuke não estava conseguindo se situar, se os policiais não vieram interroga-lo sobre o acidente que havia sofrido então o que queriam conversar?

Soltou o ar devagar, conformado que aquele sábado não seria como os outros dias, calmos e entediantes, enquanto assistia o irmão parar ao seu lado da cama e, o amigo se acomodar no sofá posto embaixo da janela.

—Então, sobre o que conversaremos? – questionou, cortando o silêncio.

—Como o Inoue disse, nós estamos no meio de uma investigação e queremos saber o que o senhor estava fazendo na casa de Haruno Sakura momentos antes de ela ser baleada misteriosamente? – perguntou, lançando um duro olhar ao Uchiha menor.

Por um momento, Sasuke se questionou se em seu soro havia algum remédio dosado errado, pois era essa a explicação para ter ouvido que Sakura tomou um tiro no mesmo dia que ele se envolveu em um acidente. Aquilo era impossível, tinha que ter ouvido errado.

Sem pensar duas vezes, desviou o olhar para o irmão, e seu pescoço reclamou do movimento brusco, mas ignorou, e encontrou Itachi de cabeça baixa com uma expressão dolorosa no rosto. Desviou o olhar agora para o loiro e seu coração falhou uma batida ao perceber que ele empalideceu. Seus olhos foram se arregalando ao mesmo tempo em que a ficha caia, apesar de não conseguir acreditar.

—Como isso aconteceu? – foram as únicas palavras que conseguiu processar.

—É isso que queremos descobrir, e como você foi o último a vê-la antes de tomar um tiro, nós achamos que pode esclarecer essa dúvida.

—Ela está viva? – sua boca secou só em questionar isso.

—Sim.

—Ela entrou em coma. – ouviu a voz do irmão mais velho.

—Eu não atirei nela! – falou nervoso ao perceber que estava sendo suspeito em uma tentativa de homicídio. –Não tenho motivos para fazer isso.

—No mundo de hoje, relacionamentos fracassados é motivo suficiente para tirar a vida de uma pessoa, porque não se aceita que o que tiveram tenha chegado ao fim. – disse Hayase em um tom irritado. –No seu caso eu diria que você não aceita ou não superou o abandono em pleno altar há quase três anos.

—Você está certo, eu não a perdoei por ter me abandonado no dia do nosso casamento, mas isso não quer dizer que sou um homem obsessivo e vingativo, ou até mesmo insano em usar isso como justificativa para atirar nela. – indignou-se. –Eu não atirei nela.

—Então o que estava fazendo na casa dela?

O coração do moreno disparou. Nunca imaginaria que suas visitas o colocariam em uma cena de tentativa de homicídio.  

—Não estava fazendo nada na casa dela, até porque eu não estive lá. – mentiu com a esperança de que os presentes acreditassem.

—Não é isso que a vizinhança falou. – Kazuo contrapôs, arqueando as sobrancelhas em desafio. –Eles foram bem prestativos, dizendo que um homem de cabelo preto e alto a visitava, e que tem um sedã preto. – sorriu pretencioso, tendo a certeza que o encurralou.

—E por coincidência essas descrições batem com você. – o outro policial falou. –Se mentir novamente, vamos prendê-lo. – avisou com o cenho franzindo em irritação. –O que estava fazendo na casa dela antes do disparo? – espalmou a mão direita na espécie de mesa que era grudada à cama para as refeições.

O que causou o balançar violenta da mesma.

—Hayase! – exclamou Itachi.

—Se controle Inoue. É uma conversa, somente isso. – Kazuo advertiu, mas não negava que desejava fazer o mesmo que o colega de ofício. –Mas você está avisando, Uchiha-san, mais uma mentira e você passa de suspeito para acusado. Então, responda a pergunta com sinceridade. – exigiu.

A espécie de mesa cessou momentos depois.

—Diga logo que isso é um interrogatório passivo ou uma coleta de depoimento disfarçada. – fez uma pausa. –Mas se os vizinhos dela são intrometidos, eu confesso que passava alguns finais de semana com ela, porém não tínhamos nada sério, era apenas sexo. – sentiu quatro pares de olhos o encarando fixamente. –No mundo de hoje é normal ter uma relação desse tipo. – reprimiu a vontade de devolver o sorriso pretencioso, dizendo a última frase com arrogância.

Um clima tenso se instalou no quarto do Uchiha. Os dois policiais o fuzilaram pela provocação e ao mesmo tempo trocavam olhares. Itachi expressava seriedade, mas por dentro estava a ponto de explodir e Sasuke se encontrava recostado em dois travesseiros com uma expressão entediada. 

—Você falou que não perdoou a Haruno-san pelo relacionamento passado e agora disse que tinham uma relação desprovida de compromisso com a mesma. – o policial Inoue resolveu cortou o silêncio. –Pode nos explicar essa situação melhor?

—Eu só juntei o útil ao agradável.

—Não vejo o útil nem o agradável nessa relação.

—O útil é que tanto eu quanto ela somos solteiros e o agradável é que nós gostamos de contato físico. – ele não verbalizaria, nem sob tortura, que suas visitas à rosada, no começo, eram para aquietar ou até mesmo aceitar as fortes lembranças e com o passar do tempo gostou da relação não séria que acabaram desenvolvendo.

—Inacreditável. – murmuro Kazuo. –Como um homem se reaproxima de sua ex-noiva, que o deixou no dia do casamento e que não a perdoou por isso até o dado momento, sem uma intenção vingativa?

—Simples Kinoshita, porque ele sofreu um acidente automobilístico no mesmo período de tempo em que Sakura foi baleada. – Itachi intrometeu-se.

—Em que provas você se baseia? – disse Inoue. –Você é irmão mais velho dele, pode estar acobertando-o.

—Não sou do tipo que mistura a vida profissional com a pessoal. – o moreno sabia que havia cutucando aonde mais doía, pois Inoue Hayase só havia se tornando policial pelo desejo de impedir a violência contra a mulher, já que cresceu assistindo a mãe e as duas irmãs sofrerem nas mãos do padrasto*.

—Não provoque Itachi!

O Uchiha deu de ombros.

—De acordo com o Ono-san, o vizinho que chamou a ambulância, Sakura foi baleada as nove cinquenta e nove. No depoimento, ele contou que no dia chovia, mas isso não o impediu de ouvir o barulho do disparo e correr para ajuda-la. E o relatório da perícia diz que o acidente aconteceu às dez horas em ponto, como estava marcado no painel do carro do meu irmão. Então se calcularmos o tempo gasto entre a casa da Sakura até o local do acidente, o período de tempo não bate, e se levarmos em consideração a chuva então os horários não vão coincidir nem por um milagre. Isso é a minha base.

—Entretanto, o fato do Uchiha-san ter sido o último a vê-la antes do acontecimento, o tornou um suspeito e, essa explicação não será considerada como um álibi. – contrapôs o policial de aparência mais velha.

—Você quer questionar a Física? – o moreno explodiu. –Eu saí da casa dela as nove e quarenta e cinco, estava chovendo então tive que tomar cuidado redobrado. Além do mais, como posso ter chegado ao local do meu acidente em um minuto. Isso é praticamente estar em dois lugares ao mesmo tempo, algo impossível. – falou com a voz elevada a uma oitava. Uma fisgada nas costelas fraturadas tencionou o seu corpo.

Novamente um silêncio carregado de tensão tomou conta do ambiente.

—Se não foi você, quem atirou na Haruno-san? – questionou o policial mais velho encarando após suspirar em derrota.

—Eu não sei Kinoshita-san. – respondeu Sasuke, escondendo o incomodo que sentia na lateral do corpo.  

Kazuo e Hayase se entreolharam, seria o primeiro caso que não haveria um culpado. Suspiraram em derrota e desviaram o olhar para Sasuke se curvando, como autênticos japoneses.

—Desculpe-nos se atrapalhamos a sua recuperação. – e deram as costas, se retirando do quarto.

Os três pares de olhos acompanharam as costas da dupla de policiais até a mesma ser tampada pela porta de deslizar.

—Por que não me disse que ela estava aqui? – inquiriu nervoso, dirigindo sua atenção ao irmão mais velho.

—Por que não me contou que você se reaproximou da Sakura-chan? – o Uzumaki perguntou logo em seguida, lançando um olhar sério ao amigo.

—Porque achei que não era preciso você saber disso. – disse Sasuke, devolvendo o olhar de Naruto com um irritado.

—Faço de suas palavras as minhas, otouto.

O Uchiha mais novo bufou em descontentamento e sem pensar duas, se jogou para trás, se deitando de forma brusca na cama. Seu pescoço e suas costelas reclamaram do impacto.

—Tinha que piorar, não é mesmo? – murmurou olhando para cima.

~~*~~*~~*~~

O copo de café não lhe era mais atrativo e o conteúdo dentro dele também não. Para um começo de tarde de sábado, já havia recebido muita informação, fazendo-o sentir um pequeno incomodo na cabeça.

Era inacreditável o que havia escutado no quarto do amigo. Tanto para o assunto de que a Haruno está em coma por conta de um tiro, quanto o Uchiha que podia ser um suspeito. E, com isso, o Uzumaki se lembrava de que eles estavam se relacionando. Outra coisa inacreditável para se descobrir em um sábado, pois até onde o loiro se recordava eles demonstraram hostilidade e muito ressentimento quando se encontraram meses atrás.

—O Sasuke e a Sakura se acertaram? – questionou com espanto, fixando o olhar em Itachi a sua frente. Se realmente isso tivesse acontecido, a ausência do moreno nos finais de semana estaria explicada.

—Se você está se referindo à confusão do dia do casamento deles, sim, se acertaram. Mas se é em outro sentindo, não. – respondeu digitando freneticamente no notebook depositado sobre a mesa. –Aquele acontecimento fez muito mal aos dois.

Naruto franziu o cenho em confusão.

—No seu ponto de vista, não foi só a Sakura que sofreu, mesmo sendo ela que desistiu de casar sem motivo aparente? E que o seu irmão é o culpado?

—Pontos de vista mudam com o tempo, Naruto, e o seu também deveria mudar. – disse Itachi parando de digitar ao perceber que a conversa tomava um rumo difícil de lidar com a atenção dividida.

—O que quer dizer com isso? – desentendimento estampava a expressão facial do loiro.

O som da tampa do notebook sendo fechada foi ouvido pelos dois rapazes.

—Quero dizer que há pessoas querendo vê-los separados e infelizes.

—Seja direto Itachi. Explica isso melhor, porque eu não entendo mais nada. – falou irritado, a enrolação do Uchiha mais velho já estava deixando-o impaciente.

—Nós tomamos nossos lugares na confusão de quase três anos atrás ouvindo apenas um lado da história, sem questionar o que o outro lado sentiu ou entendeu. Agora você vai entender o porquê que Sakura sumiu e o meu afastamento. – fez uma pausa para respirar.

O moreno não via mais motivos para esconder os fatos esclarecedores do loiro, que se encontrava muito perdido com os últimos acontecimentos.

—Não sei se o Sasuke vai gostar que você ficasse sabendo disso, mas dane-se, já comecei a falar mesmo. – deu de ombros, a expressão confusão do loiro era de dar pena.

E assim contou a versão de Morinaga Yuri, detalhe por detalhe. Começando pela surpresa de encontrar o irmão caçula na casa da rosada há um mês, indo para a parte em que descobriu que as fotos eram editadas, até chegar no dia em que teve uma conversa com a própria Yuri, que confirmou tudo o que Sasuke havia contando antes.

Enquanto que na cabeça de Naruto, algumas peças iam se encaixando e, a cada fato que processava ficava abismado, sentindo-se de certo forma culpado por ter julgado a rosada.

—Vocês descobriram quem foi a mente brilhante por trás dessa palhaçada? – exaltou-se.

—Infelizmente não. Mas vontade de fazer a Morinaga falar quando conversamos não me faltou, só não bati nela por ser mulher. – suspirou cansado. –Sasuke e eu estamos tentando descobrir quem foi, mas até agora nada e acho que vai ficar por assim mesmo, porque ele está machucado e a Sakura em coma...

—É mais provável que dê prioridade em descobrir quem atirou nela. – completou a fala do moreno.

—Mas no estado em que ele se encontra, é melhor ele se concentrar na recuperação. – pegou o celular. -Eu já estou trabalhando no caso da Sakura nesses últimos dias, e só sei que ela foi baleada as nove e cinquenta e nove, e que o tiro foi de fora para dentro. A perícia já descartou a possibilidade de ter sido uma bala perdida, porque o bairro que a Sakura mora é um dos mais seguros e Konoha tem um baixo índice de criminalidade, e até onde sei, ela não tem envolvimento com coisas ilícitas.

Os olhos azuis se arregalaram com a última declaração.

—Quando acontece esse tipo de coisa, todas as possibilidades são analisadas. Não precisa se espantar Naruto, é um procedimento. - tentou suavizar o que havia acabado de dizer. –Se você não percebeu até o Sasuke passou por isso, porque ele foi a última pessoa que a viu.

—Essa parte eu entendi, mas tem uma coisa que ainda eu não consegui engolir.

—O quê?

—Na conversa com os policiais, o Sasuke disse que começou a ter uma relação sem compromisso com a Sakura, o que contradiz o que você me falou sobre eles não terem voltado.

—Uma relação sem compromisso não quer dizer que eles resolveram começar de onde pararam, como eu disse antes, eles saíram muito mal dessa confusão, duvido muito que vão conseguir retomar o que tiveram no passado. Eles só têm a opção de seguir em frente.

—Como se segue em frente se envolvendo com o passado?

Os olhos negros de Itachi encararam Naruto incrédulos.

—Naruto, desde quando você faz perguntas difíceis e complexas? – perguntou assustado.

—Só responde a minha pergunta, porque estou cansado de pensar. Minha cabeça está doendo desde que iniciamos essa conversa. – suplicou se esparramando na cadeira.

Um sorriso de canto se formou nos lábios do Uchiha.

—Eu não sei o que se passa nas mentes daqueles dois. Talvez o SEGUIR EM FRENTE deles seja esse tipo de relação. – respondeu com os pensamentos distantes.

~~*~~*~~*~~

—Você conseguiu suas respostas, e agora, o que vai fazer em relação à Sakura?

—Não sei.

—Pretende voltar com ela?

—Não sei se conseguiria. Perdi minha confiança nela. Porque toda essa bagunça poderia ter sido evitada se ela tivesse vindo me perguntar se a história da infidelidade era verdadeira.

—Sim. Mas tente entende-la que naquela situação a ideia de procura-lo nem aparecia em sua mente. Foi um choque tanto para Sakura quanto para você, Sasuke, mesmo sendo por motivos diferentes. Entretanto a confiança já é outros quinhentos, isso deve ser resolvido apenas entre vocês. Você ainda a ama?

—Eu não sei.

~~*~~*~~*~~*~~

Naquele momento, por mais que fosse pequeno Itachi havia visto um brilho nos olhos do caçula, porém não sabia qual o significado do mesmo. Só sentiu algo dentro si dizer que ficaria tudo bem, tudo estaria organizado, só precisava esperar o momento certo.

Foi despertado dos devaneios pelo sobressalto nada discreto do loiro, que fez questão de espalmar a mesa, chamando a atenção das pessoas que estavam na cafeteria do hospital.

—A cronologia não bate! – exclamou.

—Sua cabeça não estava doendo? – perguntou arqueando as sobrancelhas enquanto se recompunha do susto que tomou.

—Posso acreditar em tudo o que você me contou, né?

A confirmação veio com o assentir de cabeça.

—Eu custei a acreditar, mas depois de analisar vi que fazia muito sentido.

—Mas acho que se esqueceu de duas coisas. Um, por que Sasuke apareceria trazendo a Morinaga de uma hora para outra? E dois, os sumiços do seu irmão começaram em setembro, por isso que falei que a cronologia não bate.

—Naruto, pare de pensar! Já temos muitas coisas para se preocupar. Sua cabeça vai explodir. - exclamou bravo. –Não vou mais responder as suas perguntas. Além do mais, o que uma coisa tem a ver uma coisa com a outra?

—Só me ouça.

—O escambou que vou ouvir. Essas dúvidas, você esclareça com o meu irmão! – declarou com uma careta de irritação e se pôs de pé. –Até amanhã. – e virou sobre os calcanhares, não deixando o loiro falar mais nada.


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Notas finais do capítulo

Só para não gerar discussões ou até mesmo polêmica, sou totalmente contra qualquer tipo de violência contra a mulher, então não interpretem mal a conversa do Sasuke com os dois policiais. O motivo de Inoue Hayase é lindo. Não me xinguem, ok? Até porque o Sasuke não forçou a Sakura quando se encontravam...
=====
Enfim, espero que tenham gostado... E vou deixar mais uma pergunta a vocês: senhor Kizashi e senhora Mebuki se encontrarão com o ex-genro quando?
(a) agora.
(b)só depois que a Sakura acordar.
(c) depois que o Sasuke receber alta e voltar para ver a Sakura.
(d) o casal Haruno passará para visitar o Sasuke por consideração.
Espero as respostas.. Beijos, pessoal! Espero de coração que estejam gostando!! Até mais!! ;D



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