Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 30
Capítulo trinta – As preocupações da vida


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, sei que não tenho o direito de aparecer aqui do nada com um capítulo a vocês, queridas leitoras... mas posso me explicar, por favor??
Bom, 2015 para mim foi um ano turbulento, instável e muito traumático... já comecei ele com o pé esquerdo quando prometi que Soba ni Iru né ganharia capítulos novos, mas fiquei tão centrada nas ones que estava escrevendo para contar como era o relacionamento do nosso casal, que acabei perdendo o foco. E depois veio o cursinho pré-vestibular, apesar de estar no segundo ano resolvi encarar mais algumas horas de estudos, pois pretendo prestar para medicina, kkkkkk', e para completar embarquei num namoro que me deixou de cabeça para baixo de tão estranho que era, como ele me sufocou até eu dizer chega perdi a essência da escrita... (sério, só de lembrar que fui burra o suficiente para aceitar um pedido de namoro me dá uma vontade perder a memória...) Realmente leitoras, me perdoem do fundo do coração por ter abandonado vocês assim do nada, espero que vocês me desculpem...
E esse é foi o resumo deste meu ano desastroso, a única coisa que me alegre é que vou voltar a postar e pretendo concluir a fic ainda nessas férias, pois não tenho nenhum ser desagradável me pedindo mais do que a minha atenção, sim minha gente, terminei com ele e pretendo nunca mais namorar até terminar meus estudos...
Enfim, boa leitura... ô/



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Com as costas encostadas à parede espelhada do elevador, Sasuke aguardava seu andar chegar com a menor vontade de trabalhar naquela segunda-feira de manhã. Sua cabeça doía em regiões diferentes a cada cinco minutos, o fazendo ficar tentado a bater o crânio contra a parede para espantar a tão conhecida dor de cabeça. Naqueles momentos ele desejava muito ser igual aos seus funcionários que ao contrário dele, estariam preocupados em se livrarem da típica preguiça matinal de começo da semana de trabalho. Porém, como Sasuke possuía muita sorte, ele era obrigado a suportar algo de nível mais alto, como por exemplo, o cansaço mental ocasionado pelas centenas de pensamentos que iam e vinham em sua cabeça.

O som estridente avisando que seu andar tinha chegado soou, o despertou, e respirou fundo tentando achar algum animo para mover suas pernas em direção da sala presidencial, mas ao mesmo tempo para amenizar a pontada que atingiu a lateral de sua cabeça, coisa que o irritou, pois nunca imaginou que uma noite mal dormida o deixaria naquele estado, e olha que o moreno já ficou sem descansar por horas e nem havia sentido o cansaço, sonolência ou dores de cabeça.

–Bom dia Uchiha-san, sua reunião com...

–Cancele tudo Matsumoto. – interrompeu a competente secretária usando uma voz cansada que não era costume do moreno.

–Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada ao reparar na expressão cansada juntada ao cenho franzido em irritação que seu chefe apresentava.

–Acontece que existe muita gente desprovida de respeito. – respondeu de forma rude, mas Sasuke se arrependeu no segundo seguinte. –Desculpe. – pediu após um suspiro cansado. –Só não estou com saco para reuniões. – completou.

–Tudo bem Uchiha-san, posso remarcar a reunião de hoje para daqui dois dias e pedir para que ninguém o incomode. – disse Matsumoto ainda surpresa pelas palavras do moreno, mas ainda assim ela percebeu que naquela manhã seu chefe estava diferente.

–Obrigado. – agradeceu enquanto andava em direção a sua sala.

Após verificar se a porta estava devidamente trancada, Sasuke permitiu se jogar de qualquer jeito em sua cadeira estofada de couro, encaixando suas costas tensionadas no encosto da mesma. Enfim o silêncio confortável para organizar sua mente que desde o instante em que seu quebra-cabeça interno foi resolvido, movia as engrenagens para encontrar um ou dois erros da história absurda que Morigawa Yuri inventou para estragar seu casamento com Sakura. Estava mais que óbvio que essa história era uma armação muito bem planejada, para que até exames fossem impressos para desestruturar a mente da Haruno, mas quem queria vê-los separados?

Se não lhe falhe a memória, Morigawa nunca deu indícios que gostava dele ou demonstrava antipatia por Sakura, nas poucas vezes que ela o visitava no trabalho, e também Sasuke que tinha certeza que a secretária temporária não apresentava nenhum desequilíbrio mental, para chegar ao ponto de inventar uma história daquele nível para separá-los só porque gostava dele certo? Certo! Então por quê?

Por que Morigawa arquitetou um plano tão idiota para estragar o casamento?

Por que Sakura não procurou por ele para esclarecer aquela história absurdamente ridícula?

Suspirou pesadamente cobrindo seus olhos com o antebraço direito enquanto forçava seu corpo pender para trás para poder apoiar os pés em sua mesa. Fez questão de tirar os sapatos com os próprios pés enquanto traçava sua linha de raciocínio.

De alguma forma, o silêncio e a tranquilidade em que sempre estava sua sala, fizeram sua cabeça parar de latejar, permitindo que ele relaxasse mais um pouco sobre a cadeira. Teria que descobrir as respostas de seus porquês e começaria com uma conversa séria com Morigawa Yuri para depois conversar com Sakura, por ora, a deixaria em paz, afinal ela também precisaria de um tempo para organizar sua mente, pois Sasuke entendia que falar sobre fatos dolorosos era difícil.

Por outro lado, ele também ficaria em uma posição difícil, afinal já estava se acostumando a pegar as chaves do carro e dirigir para Konoha com ansiedade aparecendo em seu corpo em forma do típico frio na barriga. Balançou a cabeça de um lado para o outro, reprimindo aqueles pensamentos, quando resolvesse o seu mais novo pepino iria pensar se seguiria com seu plano ou não.

Justo quando estava indo bem. – lamentou-se em pensamentos.

–Sasuke-teme! – e uma batida em sua porta soou pela sala.

Respirou profundamente. O Uchiha poderia acrescentar a sua lista de lamentações o final da tranquilidade e do silêncio, porque seu amigo loiro estava ali prestes a derrubar a porta sem hesitar se ele não respondesse.

Outra batida, desta vez mais forte e, Sasuke levantou-se no segundo seguinte.

–Droga! –irritou-se.

Mais uma batida com a mesma intensidade que a anterior. Sem o mínimo de vontade, o Uchiha destrancou a porta pronto para socar o loiro. Qual foi a parte do PEDIR PARA QUE NINGUÉM O INCOMODE, Matsumoto não entendeu? Sasuke acredita que ela havia entendido mais do que os demais, afinal foi a própria que havia dito isso.

–Sasuke-teme! – exclamou ao ver o amigo após a porta ser aberta abruptamente pelo Uzumaki.

–O que quer Naruto? – questionou com uma expressão de poucos amigos.

–Só vim verificar se meu amigo está vivo. – e entrou na sala sem cerimônia.

–Eu estou falando, não?

–Vai que é uma projeção. – devolveu a gentileza enquanto se acomodava no sofá que havia no canto da sala.

–Se veio me encher o saco, vá embora. Não estou de bom humor hoje! – disse azedo apontando o lugar pelo qual Naruto havia acabado de passar.

–O pessoal está preocupado com você. Nesses dois últimos finais de semana, você não atendeu a ligação de ninguém. – começou a falar deixando a preocupação tomar conta de suas feições. –O que está acontecendo, Sasuke?

Uma bufada em desagrado foi a resposta do moreno. E assim um silêncio se instalou no cômodo. Sasuke pensava se falava sobre sua descoberta da noite passada ao amigo, pois Naruto também desejava saber o que aconteceu anos atrás. Entretanto, o moreno não estava preparado e nem sabia como iniciar aquele assunto, mesmo sabendo que o loiro o ajudaria a juntar às pontas soltas.

Por outro lado, o Uzumaki esperava por uma resposta descente. Estava preocupado com o amigo que sumia o final de semana inteiro e só dava o ar da graça na segunda de manhã. O que diabos ele estava aprontando? Naruto sabia que não podia obriga-lo a falar, e ao desviar o olhar para o amigo, percebeu que não teria uma explicação tão cedo. Sasuke parecia viajar em seus próprios pensamentos. Respirou fundo.

–Se não quiser falar tudo bem, teme. – levantou-se desanimado. –Só deixe seu celular ligado quando for sumir, assim a Akemi-chan não ficará triste por não conseguir falar com você. – deixou o aviso antes de fechar a porta.

Traduzindo: pode sumir, mas deixe seu celular ligado.

O canto esquerdo de sua boca se levantou em um sorriso de concordância.

~~*~~*~~*~~

Era o quinto prontuário que tentava ler, mas as palavras ali escritas não eram compreendidas pelo seu cérebro, sua mente estava congestionada com coisas que não eram relacionadas ao trabalho.

Suspirou pesadamente desistindo da leitura, sua mente não a deixaria pensar com clareza, principalmente ao ter desenterrado as lembranças dolorosas do canto mais remoto de seu cérebro na noite passada. Certamente ela não devia ter contado ao Uchiha o seu lado da história, pois quando aquelas momentos tensos passavam pela sua mente, seu coração doía e para piorar uma culpa imensa pesava em seus ombros.

Sem seu consentimento seus olhos voaram para o porta-retratos que mostrava sua barriga, ainda sem nenhum indício de gravidez, ali estava o motivo da culpa que a rondava sempre que se recordava que não foi forte o suficiente para manter seu amado feto vivo. Trouxe o porta-retratos para mais perto de sua visão e um sorriso melancólico moldou em seus lábios. Seu objetivo era tirar uma foto da barriga a cada semana de gestação que completava, mas acabou não dando certo e aquela foto era a única que tinha como recordação de seu filho.

–Doutora Haruno? – a porta foi aberta por uma enfermeira, que acabou despertando Sakura.

–Sim? – respondeu ao chamado com um sussurro, no momento não estava confiando em sua voz.

–Se importa se Tsukimi ficar aqui? Ela acabou de sair da quimioterapia. – pediu com um sorriso sem graça, pois aquele tipo de tratamento não era normal e se algum superior descobrir uma advertência aguardava uma das duas mulheres.

Outra vítima, querida? – questionou-se mentalmente enquanto o sorriso melancólico se transformava em um doce.

–Claro que não, mas peça para alguém vir busca-la daqui quarenta minutos.

A enfermeira apenas anuiu com a cabeça e entrou com a menina no colo.

–Essa sessão foi um pouco intensa para ela. – explicou a mulher ao depositar com cuidado a menina na cama que tinha na sala da Haruno. –Por isso ela está assim.

–Acho que metade é manha, Mori-san. – comentou em tom de brincadeira ao analisar a expressão desanimada de Tsukimi acompanhada de um bico. –Você acaba de ser a nova vítima. – completou colocando-se ao lado da menina que sorriu . –Está vendo?

As duas mulheres riram, Tsukimi era famosa entre as enfermeiras por conseguir que todas fizessem o que fosse pedido, mesmo que algumas vezes era algo arriscado à vida profissional das mesmas.

–Mas tia Sakura, eu estou cansada. – resmungou tornando a fazer bico.

–E veio para minha sala ao invés de ir para seu quarto descansar? – arqueou as sobrancelhas.

–Er, talvez eu não esteja tão cansada assim.

Sakura balançou a cabeça em negação, Tsukimi realmente era uma figura.

–Talvez seja manha. – insistiu ouvindo o riso da enfermeira. –Mori-san, pode voltar ao trabalho, eu cuido dessa manhosa aqui. – avisou indo atrás de um antitérmico.

–Ok, doutora. Com licença. – e saiu da sala.

Tsukimi sentia-se enjoada e o corpo pesado como nunca, e até pensou em voltar ao próprio quarto para descansar, porém ficaria sozinha e se ela tinha a opção de descansar ao lado de sua médica predileta, não iria deixar passar nem por decreto, afinal estava sentindo falta do carinho no topo da cabeça como um incentivo para que dormisse. Além disso, também tinha a opção de se jogar no colo da médica para então se entregar ao mundo dos sonhos.

–Tia Sakura, eu não quero remédio. – falou com a voz arrastada.

–Mesmo não querendo você tem que tomar, querida. Senão a febre pode piorar. – falou carinhosamente enquanto cortava a embalagem do antitérmico de modo que pudesse pegar apenas uma pílula.

–Então me dá um de enjoo. – pediu com a voz chorosa.

–Meu anjo, você sabe que não pode tomar remédio para enjoo, te faz muito mal.

–Mas eu quero!

Sakura respirou profundamente, estava claro como água que Tsukimi fazia manha como qualquer criança que está doente e pede o colo de mãe para se sentir melhor. Vai ver, a quimioterapia foi intensa mesmo, pois era difícil a menina agir daquela forma.

Ela está piorando. – concluiu em pensamento.

Com apenas quatro passos se aproximou da cama com um sorriso terno nos lábios.

–Já entendi, querida. – e acariciou o cabelo ralo da menina, que fechou os olhos para apreciar o carinho.

Com cuidado, Sakura sentou-se ao lado de Tsukimi e a puxou para seu colo, tinha apenas vinte minutos antes de se preparar para uma cirurgia, mas faria com que esses minutos passassem de forma mais lenta possível, pois a menina estava precisando de mimos.

O calor aconchegante que a Haruno transmitia fez a loirinha dormir em um piscar de olhos. Como de costume, Sakura fazia um leve carinho no cabelo loiro e aos poucos o sorriso foi se desfazendo.

Se as sessões de quimioterapia estavam sendo reforçadas, significava que a leucemia de Tsukimi avançava gradativamente vencendo o tratamento. Se ao menos encontrassem um doador compatível, era meio caminho andando, porém era mais fácil um raio cair no mesmo lugar do que um doador ser encontrado.

–Mamãe... – foi desperta por um resmungo infantil.

Inconscientemente, Sakura a apertou mais contra si em uma resposta para o resmungo e como um estalo em sua mente, deu-se conta do que estava fazendo durante todo esse tempo.

E novamente um sorriso melancólico tomou conta de seus lábios. Ela estava sendo uma mãe. Num impulso desviou o olhar para o porta-retratos, onde a foto de sua barriga estava, e deixou uma lágrima escorrer pela bochecha.

Vai ver, Tsukimi era um anjo, pois ao mesmo tempo em que a menina a fazia se esquecer de Sasuke e tudo que envolvesse ele, ela lhe mostrava como é ser mãe.

Certamente, a loirinha era seu consolo. E com essa conclusão embalou de forma protetora enquanto a observava a dormir. Sasuke poderia aparecer e virar sua vida de ponta cabeça, deixando-a desnorteada, mas se a menina que estava em seus braços sorrisse ou pedisse por sua atenção, era o suficiente para acalmar o seu coração.

–É pequena, talvez eu seja sua segunda mãe. – sussurrou contra a testa da menina para então depositar um casto beijo ali.

~~*~~*~~*~~

–Eu juro que vou explodir a qualquer momento. – declarou e levou mais uma colher de bolo de chocolate à boca.

–Então pare de comer. – falou o marido em tom preguiçoso.

–Não estou me referindo a comida e, sim ao seu filho. – contrapôs de boca cheia.

–Tema, come primeiro, depois você fala.

–Sou mulher, posso comer e falar ao mesmo tempo. E ainda carrego uma criança na barriga. – respondeu em falso orgulho enfiando outra colher de bolo.

–Eu sei. – e levou a mão à barriga arredonda, acariciando-a. –E aí, garotão? – falou contra a barriga e logo a resposta veio em forma de uma vibração.

–Espera que tem mais; além de carregar uma criança, eu ainda tenho que aguentar os chutes que ela me dá e deixar o meu marido fazer minha coxa de travesseiro. – continuou com o tom de falso orgulho.

Os olhos verdes que transbordavam alegria se cruzaram com os castanhos escuros e preguiçosos, que naquele momento brilharam em alegria também, e sorriram cúmplices quando mais um chute foi sentido por ambos.

–Eu sei que você é uma mulher, Temari, e como qualquer mulher tem a capacidade de fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo e que aguenta um bebê se mexendo na barriga até a dor de um parto.

Os olhos da Nara marejaram em pura emoção.

–Não faça declarações do nada, problemático! – brigou com a voz chorosa.

–Viu como sua mãe é? Banco o romântico e nem um EU TE AMO recebo de volta. – falou para a barriga.

–Idiota! – e deu um tapa no ombro do marido. –Se aproxime, não consigo me abaixar até ai.

E com uma preguiça típica de Shikamaru, o mesmo se levantou ficando na altura do rosto da esposa já sabendo o que aconteceria. Apenas esperou o momento para aprofundar o beijo que veio no segundo seguinte.

Separaram-se lentamente com as respirações misturando-se. Entretanto o barulho da televisão interrompeu o momento.

–Abaixa, Shika, a minha novela. – empurrou o marido de volta para sua coxa e animou-se mais ainda, finalmente descobriria quem matou o ator bonitão, ela só acompanhava a novela por causa deste ator.

O Nara ainda fixou o olhar na mulher com o cenho franzido, não estava acreditando que havia sido trocado por uma novela. Deixou um suspiro escapar de seus lábios.

–Problemática. – resmungou baixinho em forma de derrota, pois um beijo era a única coisa que ganharia no momento.

Por breves segundos, voltou sua atenção à esposa, porém se deu conta de que a novela estava mais interessante por ver que Temari nem piscava, então se virou de lado em direção da barriga arredondada da Nara e recomeçou o carinho que estava fazendo desde que se acomodaram no sofá.

Um chute veio assim que Shikamaru colocou a mão sobre a barriga.

Se prepare, porque você também pode ser ignorado. – falou em pensamento e um sorriso apareceu nos lábios do Nara ao sentir mais uma vibração.

Na televisão, Temari assistia uma cena emocionante para o coração de gestante da mesma, e quando um choro agudo saiu dos alto-falantes a novela encerrou mais um capítulo. Institivamente levou a mão esquerda à barriga. Não havia descoberto quem matou o ator bonitão, mas em compensação assistiu o milagre da vida acontecendo.

–Shika...

–O quê? – respondeu concentrado nas vibrações que seu filho causava a cada chute dado.

–Se eu falar que quero que nosso filho nasça, mas não quero que tire ele de mim, você vai me achar estranha? – perguntou baixando o olhar para o rosto masculino.

–Como assim? – arqueou as sobrancelhas em confusão. –Desculpe Tema, não estou te entendendo.

–Eu quero que o bebê nasça e não que tire ele de mim.

–Mas ninguém vai tirar ele de você, porque você é a mãe dele. – sentou-se rapidamente.

A Nara não aguentou segurar o riso, a expressão alarmada do marido estava impagável.

–Temari. – repreendeu, se irritando com a esposa.

–Ninguém vai tirar o bebê de nós, Shika, isso eu sei. – começou ente risos, deixando o marido mais confuso ainda. –O que eu não quero é passar por uma cesariana.

Entendimento passou pela sua cabeça, tirar o bebê da esposa não significava toma-lo dela, e sim tirar literalmente da barriga dela.

–Então diga logo que se referia a uma cesariana. – resmungou com o cenho franzido. –Não precisava me assustar com a essa história de tirar o bebê.

Mais risadas foram a resposta.

–Conversei com a médica e ela apoiou o parto normal, disse que não vai ter problema, pois o bebê está começando a virar e até novembro ele vai estar pronto. – falou após cessar a risada.

–Mas isso quer dizer que não poderemos escolher o dia que ele nascerá certo?

–Sim, será nosso garotão que decidirá quando virá ao mundo, não acha o máximo? – disse com os olhos brilhando em empolgação.

–É... – concordou incerto.

–O que quer dizer com “é”? – estranhou a resposta do Nara, pois pensava que seria apoiada no segundo seguinte que contasse a novidade. –Você não gostou da ideia?

–Não é isso, Tema. Mas você tem certeza de um parto normal? É muito dor para uma pessoa só... Acho que uma cesárea é menos traumática.

–Você ouviu o que eu falei há cinco minutos? Não quero que um médico tire o meu filho da minha barriga e sim que ele nasça naturalmente, literalmente!

–Mas Temari...

–Mas nada, Shika! Se você aguenta um chute no saco, eu aguento um parto, as pessoas falam que é quase a mesma coisa. – cruzou os braços usando a barriga como apoio, não acreditava que o marido desaprovou a ideia do parto normal. –Além do mais quem foi que falou que por eu ser mulher suporto a dor de um parto? Quem foi mesmo? – elevou a voz a uma oitava.

Sua esposa estava mais que chateada, mais que irritada, ela estava brava e quando Temari ficava brava era sinônimo de uma noite mal dormida.

Justo numa segunda. – lamentou-se.

–Fui eu. – arriscou a responder, mesmo sabendo que havia sido uma pergunta retorica. Respirou fundo esperando xingamentos e tapas, mas nem um nem o outro vieram, então o Nara viu que poderia continuar. –Olha Tema, não vou mentir quando digo que prefiro que nosso filho nasça por uma cesariana, mas se você quer o normal, não vou me opor a isso apenas apoia-la, porque eu te amo. – desabafou, a última coisa que gostaria de enfrentar era uma discussão em plena segunda-feira.

A resposta da loira não veio de imediato, observava o marido procurando algum indicio inverso do que havia acabado de ouvir, e quando viu a sinceridade misturada ao receio de deixa-la ir a adianta com a ideia apareceu nos olhos do Nara, relaxou a feição facial. Agora compreendia que ele estava preocupado com ela.

–Obrigada, Shika. Eu também te amo, ou melhor, nós te amamos. – disse acariciando a própria barriga.

Abraçou-a de maneira desajeitada por causa da barriga, o que tinha acabado de falar era a mais pura verdade mesmo Shikamaru tendo consciência de que era uma forma de acalmar a esposa. Iria apoia-la como um bom marido faz no dia que seu filho resolvesse nascer, isso era uma promessa. Beijou-a na têmpora.

–É bom mesmo que você esteja aqui em casa quando chegar a hora, porque vou tê-lo na água, como eu vi na novela hoje! – declarou de olhos fechados apreciando o beijo que recebia, mas a sensação desapareceu em um instante.

Fixou seu olhar para o marido com um sorriso nos lábios que se alargou ao vê-lo engolir em seco.

~~*~~*~~*~~

Passava as roupas penduradas nos cabides, fingindo que analisava as novas peças da coleção de outono, mas estava pouco interessada nas novidades. Naquela quinta-feira, dia das compras com Kohana, Ino havia pensado duas vezes antes de sair de casa.

–Ino, hoje você escolhe onde vamos comer. – disse Kohana com três blusas penduradas no antebraço esquerdo.

–Certo, Ko.- respondeu em fio de voz e um fraco sorriso foi dado para a amiga, tentando demonstrar uma animação inexistente. Entretanto a expressão curiosa da outra loira a fez desviar o olhar e pegar uma peça de roupa aleatória. –Vamos ao Burger King, quero comer fritas. – informou com o olhar fixo na roupa que havia pegado.

–Você sabe quantas calorias aquilo tem? E se esqueceu de que o próximo desfile está perto? – perguntou surpresa, de maneira alguma que ela comerá aquela bomba de gordura, e claro, Ino também. –Se comermos, vamos engordar. Que tal uma salda naquele novo restaurante? – propôs com um sorriso.

–Mas Ko, hoje é a minha vez de escolher. E hoje eu quero comer um hambúrguer com fritas. – sentiu-se irritada com a amiga pela primeira vez.

–Você pode escolher o que vamos comer. Por favor, Ino, o restaurante tem mais opção que o BK. – abraçou o braço livre da amiga encarando-a com uma expressão pidona.

De repente, a vontade de comer um fast-food ou algo light no novo restaurante sumiu. Era sua vez de escolher, mas como sempre Kohana discordava e recomendava o lugar que ela preferia, parecia que a Shiroki vinha com a opção de comida na cabeça e só fazia aquilo para dá a impressão de que ela ouvia os outros.

–Por que não vamos jantar lá em casa? – as palavras saíram sem a sua permissão, porém a ideia era genial na opinião da Yamanaka, pois a um bom tempo não cozinhava. Era uma ótima oportunidade para relembrar suas receitas. –Acho que você é a única amiga que ainda não provou o meu strogonoff. – animou-se com a ideia que apareceu num perfeito timing.

Além do mais, era uma ótima maneira para se redimir com Gaara, pois este era o adorador número um de sua comida.

–Hum, não estou com vontade de comer strogonoff. Desculpa loira. Se fosse no almoço... – encolheu os ombros reforçando o pedido de desculpas, e não negava que se sentiu mal pela amiga, mas a salada era menos perigosa. –Combinamos outro dia e aproveitamos para chamar as garotas, que tal? – tentou se redimir, até um sorriso a Shiroki deu, demonstrando aprovação pela ideia que havia dado.

O que acabou convencendo Ino, em partes, porque a sensação de receber duas recusas seguidas mandou embora a animação que havia sentido em só de imaginar que cozinharia depois de meses paradas.

–Tudo bem, Ko. Podemos deixar para o sábado. – se deu por vencida. –Hoje podemos ir ao novo restaurante, eu ouvi dizer que a comida de lá é deliciosa.

Depois de duas horas andando pelas lojas do shopping, Kohana carregava duas sacolas em cada braço, enquanto que Ino se contentou com apenas uma sacola de uma joalheria. Decidiram jantar após ouvir roncos das próprias barrigas.

Sentaram-se em uma mesa no meio do pequeno restaurante. O garçom já entregava o cardápio para ambas junto com copos de água.

–A gente nem teve tempo para conversar durante as compras. – a Shiroki comentou depois que o garçom se retirou com os pedidos anotados. –E você está com uma cara péssima. O que houve, loira?

Ino respirou fundo, não havia contado da briga com o namorado à Kohana ainda para não estragar o clima agradável que a rodeou nas últimas horas.

–Semana passada era você que estava sofrendo de dor de cotovelo, dessa vez sou eu. – desabafou sentindo seu peito apertar.

–Dor de cotovelo uma ova, loira. O que você tem é pior. – falou em tom risonho, mas pela tristeza que Ino demonstrava, percebeu que era sério. –Vocês terminaram?

–Eu não sei, Ko. A gente discutiu no domingo a noite e desde então o clima entre a gente está estranho.

–Ai, Ino! Isso não é dor de cotovelo coisa nenhuma, é apenas um desentendimento. – corrigiu-a. –E todo casal passa por isso.

–Eu sei, mas não nos falamos essa semana toda! – brincava com a boca do copo a sua frente.

–Que infantilidade. – disse com o cenho franzido, Gaara com certeza era um chato. –Mas por que vocês brigaram? – quis saber para confirmar mais ainda que o namorado da amiga fosse um chato.

–Porque eu estava vomitando no banheiro. Ele me viu e ficou bravo, dizendo que eu estava forçando-me a vomitar.

–E você não estava fazendo exatamente isso?

A Yamanaka se remexeu na cadeira em sinal de desconforto.

–Só achei que tinha comido demais, era apenas aquela vez e nunca mais. Eu juro! – justificou-se rapidamente, quase atropelando as próprias palavras.

–Você disse isso ao Gaara?

–Como? Se ele nem me deixou explicar direito, já foi me dando sermão. – falou irritada. –Além disso, ele me chamou de esqueleto ambulante!

–Que idiota! – exclamou. –Em invés de te apoiar ele prefere ficar bravo. Você não tem o que ficar triste, Ino. Ele é o errado na história. – falou de forma amável, dando um sorriso de apoio à amiga.

A Yamanka não respondeu, apenas suspirou em cansaço e abaixou a cabeça. Durante cinco minutos nenhum das loiras falaram nada e nesse meio tempo os pedidos chegaram, porém os pratos não foram tocados.

–Ino. – foram despertadas por uma voz feminina.

Rapidamente a loira chamada levantou a cabeça procurando com os olhos a dona da voz. Um sorriso foi se abrindo nos lábios da modelo quando visualizou a barriga arredondada da cunhada.

–Temari! – exclamou já se colocando de pé.

Com um sorriso, a grávida foi se aproximando das duas modelos com o Nara ao seu lado, entretanto não era apenas o casal.

–Como você está Ino? – perguntou enquanto abraçava da melhor maneira possível o corpo magro da cunhada.

–Bem. – falou, mas seu corpo travou ao se deparar com os olhos verdes do namorado. –Gaara. – falou baixinho, temendo que a própria voz sumisse a qualquer momento.

Em resposta, o Sabaku a cumprimentou com um simples aceno de cabeça demonstrando a calma que sempre o rodeava, porém o que a Yamanaka não sabia era que por dentro ele estava prestes a pular no pescoço da Shiroki, que assistia a tudo com um sorriso simpático.

–Por que vocês não se sentam com a gente? – convidou Kohana ainda com o sorriso simpático. –Vão demorar a achar uma mesa com tanta gente. Tudo bem, Ino?

Rapidamente se virou ao chamado da amiga, despertando-se do transe. Assentiu com a cabeça concordando.

–Sem problemas, só vamos pedir mais uma cadeira. – disse olhando novamente para o namorado. –Podem se sentar gente. – engoliu em seco sentindo que seu jantar seria longo.

E como previsto, o clima na mesa a estava sufocando. Temari e Shikamaru conversavam amigavelmente com Kohana, e vez ou outra tentavam incluir ela e Gaara a conversa, porém sem nenhum sucesso, pois ela respondia em poucas palavras enquanto sentia o olhar fixo do namorado.

Suspirou aliviada quando a gelatina light de morango foi depositada a sua frente. Em poucos minutos aquela tortura acabaria e poderia dar algumas voltas de carro para se acalmar.

–Ino, você não quer dividir essa gelatina comigo? – a Shiroki já pegava a colher que descansava ao lado do copo da gelatina.

–Por que você não pediu uma para você, Ko?

–Porque pensei que a gente podia dividir, ou você teria coragem de comer tudo isso sozinha? – arqueou as sobrancelhas em descrença.

–Poxa, Ko. – suspirou irritada. -Peça uma para você.

–Mas loira, você tem certeza que consegue comer tudo sozinha? Sabe, é light, mas não quer dizer que não prejudique seu corpo.

A Yamanaka deu um pequeno pulo pelo suto que levou. Gaara havia acabado de bater na mesa e sua expressão contorcida em raiva e irritação assustou-a ainda mais.

–Já chega Kohana! – exclamou entredentes, levantando-se em um solavanco. –Não se aproxime mais de Ino e se você o fizer, não respondo por mim! – ameaçou. –Vamos, Ino. – a pegou pelo pulso e saíram andando, chamando mais ainda a atenção das pessoas ao redor.

Kohana encarava a cadeira da amiga surpresa. O que havia feito de errado?

–Como você tem coragem de manipular a Ino desse jeito, Kohana? Você sabe muito bem que ela está passando por uma situação difícil. – explodiu Temari pondo-se em frente à Shiroki.

–Se você é amiga da Ino, por que não a apoia em vez de encher a cabeça dela com minhocas? – completou Shikamaru ao lado da esposa encarando à modelo bravo.

–Não sei do que estão falando, eu sou a única amiga dela que quer o bem dela enquanto que vocês a criticam até ela chorar.

–Então é melhor parar com isso! – a Nara espalmou as mãos na mesa lançando um olhar raivoso à Shiroki. –Acha que não percebemos que você só quer piorar a situação da Ino? Suas artimanhas não funcionam comigo, nem com o Shika e muito menos com o Gaara, então fique longe dela.

–Vocês não podem me impedir de ser amiga da Ino, trabalhamos para a mesma agência. E se você não sabe, ela prefere a mim às amigas de infância dela.

–Estou falando sério, fique longe dela, ela não precisa de uma fingida como amiga.

Um sorriso zombeteiro moldou os lábios da Shiroki.

–Vamos Shika. – virou sobre os calcanhares ajeitando a bolso no ombro. –Se eu olhar por mais um minuto para a cara dela, juro que desfiguro aquele nariz plastificado.

Observava as costas de o casal Nara desaparecer com a mão esquerda sobre o próprio nariz, quando não enxergava nem as pontas do cabelo do Nara, saiu do restaurante com o mesmo sorriso de antes.

Serei obrigada a tomar medidas drásticas! – pensou em pura satisfação, já estava cansada daquele papel pacato.

~~*~~*~~*~~

Encolhia-se no banco do passageiro do próprio carro, à medida que as mãos do ruivo passavam do tom natural para um vermelho e então para o branco. A cada esquina que o carro virava, ela tinha a sensação de que Gaara queria capotar o carro.

Não havia gostado da atitude do ruivo de minutos atrás, ele, praticamente, a arrastou até o estacionamento do shopping sem dizer nada, apenas respirava profundamente na tentativa de se acalmar. Nem lhe deu a chance de se despedir dos amigos. Cruzou os braços em insatisfação.

–Você pode ir mais devagar? A qualquer momento vamos bater num poste de luz. – disse em voz baixa soando azeda.

–E você pode parar de andar com pessoas falsas? – perguntou de volta reduzindo a velocidade.

–Pessoas falsas? A Kohana é minha amiga, e você não disse a ela que é para se afastar de mim. – de repente o medo sumiu e encarava o perfil do Sabaku com uma expressão brava.

–Eu falei sim, Ino e foi para o seu bem. Senão percebeu ela manipula você e como uma criança que você é, cai nas palavras dela, como uma marionete. Acho que já até sei quem lhe colocou na cabeça que comer com uma pessoa normal vai te deixar gorda! – desabafou Gaara após estacionar o carro no estacionamento do prédio dela.

–Cala a boca, Gaara! Você não tem o direito de falar isso da Kohana. Além do mais, ela foi a única que vem me apoiando, enquanto você fica me xingando! – apontou o dedo no rosto do namorado vermelha de raiva.

–Então fazer insinuações indiretas de que você vai engordar se comer uma gelatina, ou dizer que o errado na história é o namorado e não você por estar sendo uma cabeça dura complexada com o peso é apoiar? – questionou magoado.

–Pelo menos ela não me chamou de esqueleto ambulante, infantil ou marionete. – numerou nos dedos com os olhos cheios de água. –A única coisa que eu quero Gaara, é que você não brigue comigo quando pisar na bola.

–Quer que eu passe a mão na sua cabeça e diga para não fazer mais? Pelo amor de Deus, Ino, você não é uma criança mimada e eu não sou seus pais para fazer isso. Sou seu namorado que se preocupa com você.

–Que contraditório! Se você não é meu pai, então não brigue comigo. Como você disse, você é meu namorado e o seu papel é me apoiar em todas as minhas decisões.

–Então eu não preciso me preocupar com seu bem? É isso que você quer dizer? – a resposta não veio. –Chega, cansei dessa palhaçada. Você não é a Ino que eu amo!

Sem ter consciência, a loira voltou a encolher os ombros como forma de proteger e quando gritou em pensamento que o ruivo estava errado, sentiu-se a pessoa mais idiota do Japão.

–Pelo seu silêncio, eu não preciso mesmo. - a Sabaku disse observando a careta de choro que tomava conta do rosto feminino. –Estou cansada, Ino. Toda vez que tento ajuda-la, você se nega a aceitar. Cansei de me preocupar com uma pessoa que não tem amor próprio. – respirou fundo. –Se o que eu falei no domingo não lhe fez efeito... – abriu a porta com brusquidão. –Não tenho nada para fazer com você. – e saiu do carro.

Ino ainda conseguiu visualizar a expressão magoada no rosto de Gaara antes de se entregar ao choro que vinha segurando.

Eu o perdi... Terminamos...

~~*~~*~~*~~

A semana se encerrou e a rosada não recebeu a visita indesejada do ser mais indesejado ainda, o que acabou deixando-a aliviada e feliz por não ser submetida a sua tortura particular. Seu emocional se estabilizou ao longo da semana e isso também a alegrou, até saiu com Sai e Keita para comerem uma pizza na noite se sábado. Onde se divertiu muito com Sasaoka explicando como fazia o binômio de Newton, pois ela havia esquecido e com Sai desenhando coisas aleatórias nos guardanapos.

E novamente estava na segunda-feira. Seu dia no hospital havia sido agitado com uma cirurgia de emergência e um pequeno plantão na ala do pronto-atendimento. Resumindo, estava esgotada, e se esgotou ainda mais ao acrescentar mais uma hora e meio dentro do prédio hospitalar, pois Tsukimi resolveu fazer manha novamente.

Contudo, Sakura não culpava a loirinha por estar agindo manhosamente, quase sendo uma mimada, porque a menina está apenas pedindo o que é seu por direito; a atenção e o carinho materno, que lhe foram tirados de maneira tão brusca. E vendo que as sessões de quimioterapia foram reforçadas, Tsukimi parecia mais fragilizada, antes as sessões aconteciam de dez em dez dias, mas o novo oncologista do hospital resolveu encurtar para sete em sete dias, dizendo que era para ela aguentar mais um tempo.

Mas todos que conheciam a menina sabiam que ela resistirá por quatro meses no máximo e isso era outra preocupação da médica que estava de mãos atadas.

–Sakura. – ouviu seu nome ser chamado por uma voz muito conhecida. –Por que não vai dormir? Está obvio que está cansada.

–E deixar esse episódio de CSI para amanhã? Nem pensar! – bocejou mesmo estando determinada a assistir o tal seriado.

–Você nem está assistindo.

–Estou sim.

–De costas para televisão? – arqueou as sobrancelhas e sorriu de forma presunçosa.

–Não enche Karin! Eu assisto tevê só ouvindo o que os personagens falam. – contrapôs virando-se para a amiga ruiva.

–Por que não vai dormi? – tornou a perguntar com o rosto contorcido em preocupação, o sorriso de antes havia sumido.

–Porque minha cabeça está cheia e por isso não consigo relaxar.

–É a Tsukimi, não é?

Sim e às vezes é o meu passado. – mas não se atreveria a responder isso.

–É. – suspirou.

–Vocês já fizeram de tudo, dona Sakura. Agora só resta esperar um doador compatível. –Karin a consolou.

–Queria ter feito mais por ela. – murmurou.

–Então vomite um doador! – sorriu ao apertar a mão direito da amiga.

Iniciou uma massagem no dorso da mesma e o sorriso logo se transformou em um de alivio quando a grávida viu a Haruno dormir instantaneamente.

~~*~~*~~*~~

Fechou os olhos apreciando a afago que Sai lhe fazia em seus cabelos. Sentiu seu rosto esquentar ao lembrar-se que ele sempre fazia isso quando namoraram por um curto tempo. Deixou ser levada pelo carinho e apoiou a cabeça no ombro, como se permitisse continuar.

–Domingo retrasado, quando deixei falei “quem sabe” estava falando sério, Sakura. – pendeu sua cabeça em direção à Haruno até encostar-se na dela, continuava com o carinho nos cabelos cor de rosa. –Acho que ainda não superei meus sentimentos, e se você me der uma chance para reconquistá-la...

Ouvia cada palavra atentamente e gostou de cada uma, porém ela sabia que não corresponderia com a mesma intensidade os sentimentos do rapaz pálido. Não podia negar que adorava a companhia dele e das conversas que tinham, mas a época do ensino médio passou e a paixão que sentia por Sai também.

Apenas sentia certo carinho, pois desde que se mudou para sua rua, ele aparecia em sua casa convidando para algo e naquela noite de sábado não foi diferente. Quando Sai apareceu em sua porta com um pacote de pipoca de micro-ondas e o notebook em mãos, não teve outra opção se não deixa-lo entrar, entretanto nunca imaginou que Sai havia vindo naquele sábado para tentar uma investida.

Sim, aquilo era uma investida, porque se encontrava de frente ao rapaz pálido com os olhares cruzados.

–Não vai se arrepender. – completou a frase segurando o rosto feminino com as duas mãos.

Sakura contou até três lentamente em sua mente para se acalmar, sentia seu rosto quente e um pouco tímida também, pois fazia muito tempo desde a última vez que recebeu uma declaração. E sem pensar riu meio constrangida.

–Não vou aceitar um NÃO como resposta. – disse ao vê-la mover os lábios no intuito de falar.

Segurou outro riso e desviou o olhar para o filme que já estava em seu desfecho. Já se sentia mal pelo o que diria, mas mesmo ele não aceitando um NÃO, teria que dá-lo.

–Desculpe Sai, mas você terá que aceitar o NÃO. – soltou-se das mãos masculinas. –No momento não quero me envolver com ninguém, tenho muitas coisas para resolver no hospital e um namoro agora acabaria me desgastando. – disse encarando os olhos pretos.

–Mas, pode dar cer... – insistiu aproximando-se mais um pouco da Haruno.

–Não Sai, não vai dar certo. – o cortou e se levantou. –Porque não sinto mais nada por você, além de um carinho de amigo.

Relaxou os ombros em derrota e pôs-se de pé. O silencio que se instalou na sala era no mínimo desconfortável para ambos os lados.

–Acho que você tem que ir, está tarde. – Sakura quebrou o silencio, após dar uma rápida conferida no relógio que enfeitava a mesa de centro do cômodo.

–É. – concordou fechando a tampa do notebook.

Ambos foram andando até a porta em total silêncio.

–Boa noite, feiosa. – fez graça e acabou conseguindo uma risada de Sakura.

–Até mais. – e fechou a porta suspirando em alivio.

Por mais estranho que possa parecer, Sakura havia gostado de receber a declaração de Sai, a fez se sentir bem com a autoestima lá em cima, mas ela só o viu como um amigo, nada mais que isso e ele teria que entende-la. Apenas torcia para que quando se encontrassem novamente um clima estranho como que presenciou minutos atrás não os evolvessem.

Seu momento de alegria foi interrompido pela porta sendo aberta. Os olhos foram se arregalando aos poucos ao se deparar com o Uchiha parado a sua frente e uma mulher bem conhecida para ela, logo atrás dele com um menino dormindo no ombro. Não conseguia acreditar...

–Mas que mer... – foi interrompida e seu coração disparou pelo medo que a atingiu.

–Precisamos conversar. – a voz calma, mas firme de Sasuke preencheu sua casa.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?? Só digo que a tormenta da Sakura nem deu o ar da graça ainda, a Yuri apareceu, mas vamos ver o que ela tem a dizer sobre anos atrás... Quem acha que a Kohana é uma recalcada escreva em seu review um ''ô/'' kkkkkkkk' A Temari também não escapa das ideias mirabolantes... =P
Bem, quero agradecer à Naomi que me mandou umas MPs pedindo capítulo novo, aqui está, flor, espero que goste... E agradecer também à Ladylive pela nona recomendação da fic, muito obrigada as duas que usaram um pouco do tempo de vocês para aumentas a auto-estima de uma escritora... *--*
Sinceramente, gente, peço desculpas novamente pela demora, mas vou me esforçar para escrever, pois já superei todas essas frustrações de 2015...
Para finalizar, uma pergunta a vocês: o casamento do casal NaruHina deve ser feito em que estação? Primavera, verão ou outono...
Não esqueçam de responder e aproveitem para deixar um review!! kkkkkk' Beijos, e espero do fundo coração que me perdoem pela demora em atualizar e pelo sumiço... Até mais!! =D



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