Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 22
Capítulo vinte e dois - As lembranças e as opções


Notas iniciais do capítulo

Bom dia flores do dia!! *se esconde de objetos voadores e tomates podres*
Bom, depois de quase um mês sem postar um novo capítulo aqui esta o bendito, cumprido e revisado....
Desculpe pelo atraso da atualização, mas o bloqueio que tive nesses últimos dias foi de f**** com a minha vida... (e também, tive as avaliações bimestrais e como não queria tirar abaixo de 8, tive que me esforçar mais do que quando estava no ensino fundamental... meu primeiro ano no ensino médio e já estou com medo dos próximos anos....)
enfim pessoas lindas e maravilhosas!! Boa leitura!! ô/ (e desculpe algum errinho de português...)
Até lá em baixo...



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–A Sakura esperava um filho! – elevou a voz para poder falar e quando encarou os amigos em choque por suas palavras, a morena não sabia o que fazer.

O quarto foi tomado por um silencio desconfortável, as pessoas ali presentes tentavam digerir a mais nova informação sem entrarem em um colapso nervoso. Agora, nada fazia o menor sentido.

–Hinata? – o desentendimento era notável na voz da Nara.

Engoliu em seco quando percebeu que todos a olhavam de olhos arregalados. Se começou devia terminar. Baixou o olhar para um ponto no chão e respirou fundo.

–Há dois anos e meio, Sakura estava grávida de você Sasuke. Ela me disse que só contaria no casamento, pois era o presente dela a você. – explicou. –Ela me contou quando fui fazer uma visita uns dias antes do casamento. Você iria ser pai. – completou com um sorriso amarelo.

Aquela informação foi como levar um empurrão violento. As peças do quebra-cabeça estavam todas ali, mas nenhum se encaixava nos lugares que devia. Como a rosada esperava um filho dele e, dizia que ele tinha um caso extraconjugal onde uma criança nascera? Isso não fazia o menor sentido para o Uchiha. Em um ato de frustração Sasuke bagunçou mais ainda o próprio cabelo suspirando pesadamente. Até onde ele sabia a Haruno adorava crianças e gerar uma era um de seus desejos. Então por que diabos ela inventou aquela história absurda de traição e filho?

A resposta veio em um estalar de dedos.

–Depois disso você vai negar que a Sakura é uma interesseira, Shikamaru? – indagou com um sorriso debochado.

–O que quer dize Sasuke? – o Nara questionou já irritado com aquela história da rosada ser uma interesseira. Tenten e Temari lançavam olhares bravos a Sasuke de um canto do quarto.

–Ela não queria aquela criança, pois não queria que o dinheiro que deixaria quando morresse, fosse divido. Por isso que ela inventou toda a história de traição e filho.

Em um movimento rápido, o Uzumaki e o Nara pegaram o Uchiha pelo colarinho da blusa e o encaravam com uma fúria contida a cada palavra que o moreno dizia. Tenten, Temari e Hinata não ficaram para trás, pois ouvir uma coisa tão absurda como aquela era o cumulo da idiotice.

–O que pensa que está dizendo Sasuke? – Shikamaru elevou a voz a uma oitava.

–Eu já falei para você tirar essa ideia escrota de que a Sakura-chan é uma interesseira da cabeça! – exclamou fechando a sua mão livre em um punho, pronto para desferir o soco merecido no rosto do amigo.

–Sasuke, nós entendemos que você está magoado e guarda um rancor pelo o que aconteceu, mas condená-la dessa maneira é imbecil. – indagou Hinata decepcionada com aquela situação.

–Olha o que aconteceu por causa de suposições. Não vou mentir que a minha vontade é de bater em você até seus ossos estiverem quebrados. – a morena de coques falou.

–O que você acabou de falar não tem cabimento. – completou a gestante se segurando para não chorar.

O Uchiha piscou os olhos, surpreso pelas palavras dos amigos. Até agora não havia se dado conta de que suas palavras carregadas de rancor afetavam todos a sua volta como se ele desse facadas.

–Ela me abandonou sem dizer nada. Sumiu do mapa como se fosse pó. E nisso ela levou meu irmão. Depois de um tempo a encontro, e ela aparece na minha frente magoada, me odiando, e eu não sei o motivo. – desabafou, deixando que as palavras entaladas em sua garganta saíssem carregadas de sofrimento. –Porra! Eu só quero respostas. – exclamou com os olhos embaçados. Seria possível que choraria na frente dos amigos?

Um silêncio se instalou no cômodo, os soluços das três mulheres ecoavam. Aos poucos o agarre no colarinho do moreno foi se desfazendo.

–Mesmo depois de todos esses acontecimentos, eu ainda considero a Sakura, minha amiga. – comentou Shikamru, rompendo o silêncio.

Passou o olhar pelos amigos e viu-os sorrindo em meios a lágrimas enquanto concordavam com a cabeça com a fala do Nara.

–Magoado? Todo mundo está pelo o quê ela fez, mas vamos pensar com calma. De nada adiantará se sairmos condenando Deus e o mundo. – a morena de coques aconselhou, passando o dorso da mão na bochecha.

–Comece tirando a ideia escroto da cabeça, teme. Sakura-chan pode ser retardada, mas interesseira não. – e abraçou o amigo tentando transmitir energia positiva a ele.

–Por ora vamos deixar esses assuntos de lado. Quando todos estiverem calmos de verdade voltamos a discutir sobre isso. – Shikamru deu o assunto por encerrado.

–Viemos para descansar! – exclamou Tenten com um sorriso, contagiando a todos.

Uma sensação de leveza tomou conta do moreno. De que adiantaria supor coisas? Só deixaria seus amigos bravos e acabaria brigando, literalmente, então com um sorriso de canto relaxou os ombros e isolou aquela confusão relacionada à Sakura em um canto escuro de sua mente. Sasuke sabia que doía quando falavam algo que incluía a Haruno, porém ignoraria a todo custo.

O que ninguém percebia era que a Yamanaka assistia a tudo isolada em um canto do quarto.

~~*~~*~~*~~

As pálpebras foram se abrindo lentamente, o cenho torcido dizia claramente que não pretendia acordar a àquela hora da manhã, poderia estar tendo o sono dos anjos mais uma vez. Todavia seu relógio biológico não permitia tal coisa, levantou-se bufando em insatisfação e segui direto para o banheiro.

Dentro do box, Sesuke deixou que um suspiro aliviado escapasse de seus lábios, desde que despertou seus músculos se encontravam rígidos e de certa forma isso o incomodava, pois isso só acontecia quando sonhava com algo desagradável ou dormia de mal jeito. Fechou os olhos desejando que sua cabeça não pensasse em nada, ficasse absolutamente vazia.

Alguns flashes começavam a povoar sua mente de repente, o fazendo tencionar seus ombros ao se dar conta do que se tratavam os tais flashes. Agora estava claro como água, ele havia acordado daquele jeito, porque suas lembras simplesmente resolveram atormentá-lo. Mas por que sua mente tinha que fazê-lo lembrá-lo justamente do dia em que a gravidez da Haruno foi confirmada e, por não ter segurado a língua quase levou uma surra? Sem nenhuma resposta, o Uchiha suspirou profundamente e encostou a testa no azulejo gelado.

–E até quando estou dormindo você aparece é? – murmurou cansado.

~~*~~*~~*~~

–É só por algumas horas Sasuke-kun! – falava a namorada enquanto o puxava pelo braço, fazendo de tudo para que ele andasse mais rápido.

–Mas eu não tenho paciência com crianças. Elas não vão gostar de mim. – argumentou Sasuke em uma última tentativa de tirar a ideia de ajudar a mãe da rosada no jardim de infância onde trabalha.

A Haruno estacou no lugar e virou sobre os calcanhares lançando um olhar reprovador ao Uchiha que arqueava a sobrancelha.

–Se você brincar com elas, até uma criança que vive sozinha gostará de você. – falou.

–Ainda prefiro a ideia de irmos a minha casa. – contrapôs com um sorriso sapeca enquanto a envolvia pela cintura trazendo para mais perto de si.

Com um sorriso sem graça, Sakura passou os braços por cima dos ombros dele, o abraçando também. Em um instante os lábios do moreno cobriam os seus, em uma carícia terna, porém ao mesmo tempo sensual. Os braços em volta de sua cintura se apertaram mais, fazendo a mente da Haruno esvaziar-se por culpa dos beijos deliciosos que seu namorado sabia dar.

Certo momento a necessidade de oxigênio falou mais alto e a contra gosto de ambos se separaram apenas o suficiente para poderem se encarar e se perderem no brilho que seus olhos possuíam. De repente os risos de Sakura preencheram seus ouvidos.

–Se pensa que vai me convencer com beijos está muito enganado. – falou para logo em seguida cutucá-lo com o indicador a região das costelas. –Vamos logo antes que minha mãe ligue brava.

Com um suspiro, o moreno desfez o abraço e pegou na mão da rosada, entrelaçando seus dedos.

–Como você quiser mandona. – respondeu e começaram a andar.

~~*~~*~~*~~

Desligou o chuveiro em uma tentativa de espantar as lembranças. Os flashes que invadiam sua mente nas horas menos esperadas o deixavam tão irritado que só não arrancava os cabelos por saber que não deveria descontar sua irritação nos fios negros.

Soltou o ar pesadamente e alcançou a toalha branca fora do box enquanto se colocava para fora do mesmo, totalmente molhado.

~~*~~*~~*~~

–Quando um de nossos filhos escorregarem por causa das poças d’águas que você deixa no piso, perceberá que é melhor se enxugar dentro do box!

~~*~~*~~*~~

O olhar desaprovador que a rosada fazia quando o vi molhar todo o chão do banheiro tomou conta de sua mente. Fechou as mãos em punhos e tratou de dissipar tal lembrança enquanto enrolava a tolha em volta de sua cintura. Desviou o olhar para o chão onde havia as pequenas poças d’água. Sua empregada com certeza torceria o cenho ao ver o chão molhado, mesmo assim, o Uchiha deu de ombros e saiu do banheiro.

No mesmo momento em que Sasuke vestia uma cueca, o toque de seu celular ecoou por todo o cômodo, o fazendo franzir o cenho. Pegou o aparelho que repousava sobre a cama bagunçada e aceitou a ligação sem verificar quem era.

–Alô.

–Tio Sasuke vem brincar com Akemi! – as palavras saíram enroladas.

Um sorriso de canto se formou em sua expressão, apesar de Gaara ser o tio preferido da pequena Hyuuga, a menina sabia que Sasuke era o tio que levava um brinquedo novo, toda vez que o chamava para ir a sua casa.

–Não está muito cedo para você estar acordada?

–Mamãe disse que já são oito horas.

Os olhos do moreno se arregalaram, será possível que ficou quase três horas debaixo do chuveiro?

–Tio Sasuke vai vir ou não? – a voz infantil de Akemi soava impaciente. –Tio Naruto falou que se você não vir brincar com Akemi, ele vai aí te pegar pela orelha!

E um ‘’click’’ soou pela sua mente.

~~*~~*~~*~~

–Se você brincar com elas, até uma criança que vive sozinha gostará de você.

~~*~~*~~*~~

Se toda criança simpatiza por simplesmente brincar com ela. Então ele faria o mesmo com os irritantes flashes backs. Mas quem pagaria o pato seria a rosada. Sasuke não poderia esquecer a época em que realmente foi feliz, e muito menos evitar as lembranças e a dor que inconsequentemente sentia quando elas invadiam sua mente. Porém, ele poderia aceitar tudo isso, mas em troca se aproveitaria da situação da melhor maneira possível.

Você brincou comigo durante dez anos. Agora está na hora de eu brincar com você. Caso não se lembre Sakura, quem brinca com fogo, sempre sai queimado. – concluiu em pensamentos enquanto o canto esquerdo de sua boca se levantava em um meio sorriso matreiro.

–Desculpe Akemi, hoje não vai dar. Tio Sasuke está ocupado. – falou e logo a ouviu soltar o ar em claro despontamento. –Deixe para a próxima.

–Tá bom. Tchau tio Sasuke. – respondeu e Sasuke desligou.

Aquelas lembranças que vinha tendo eram apenas sinais, mostrando a ele o quê deveria fazer. Com a ansiedade tomando conta de seu corpo, vestiu uma calça jeans escura e uma camisa branca, suas mãos já formigavam por apenas imaginar que naquela noite reivindicaria o que era seu.

Seu coração deu uma batida forte, o moreno descobriria tudo, desde o motivo que levou a Haruno a abandoná-lo até o filho que ela esperava.

Finalmente descobrirei tudo, e ainda me divertirei. Desculpe Shikamaru, mas não vou esperar mais. – pensou pegando a chave de seu carro.

~~*~~*~~*~~

A caneta escapou de sua mão ao sentir um frio passar pela sua espinha dorsal. Aquilo vinha acontecendo há uma semana e, Sakura sentia algo dentro de si dizendo que alguma coisa ruim iria acontecer. Porém até agora tudo estava normal, exceto o frio na espinha seguido de um arrepio que conseguiam tirar até sua concentração enquanto escrevia nos prontuários de seus pacientes.

Respirou fundo e fechou o prontuário, desistindo de escrever as informações que faltavam para guardá-lo. Levantou-se e foi andando em direção da porta, como estaria Tsukimi?

Quando parou em frente da porta branca, a puxou para o lado e entrou. Seus olhos se arregalaram ao encontrar a menina acordada com um sorriso que muito tempo ela não mostrava. Querendo saber o que havia acontecido para deixá-la radiante, se aproximou do leito sem fazer barulho.

–Tia Sakura! – vibrou Tsukimi quando percebeu a presença de sua médica favorita.

–Olá querida. – falou com um sorriso doce. –Vejo que hoje você está bem disposta. – pensou alto enquanto se sentava na beirada da cama.

Analisou a menina dos pés a cabeça e percebeu que as bochechas – pálidas – estavam levemente coradas e os olhos azuis da menina brilhavam feito cristal, mas uma coisa a chamou mais a atenção.

–De quem você ganhou esse bichinho de pelúcia? – perguntou.

–O nome dele é Kuma-san, quando acordei hoje de manhã, ele já estava aqui. – respondeu abraçando o mais novo amigo. –A Nakamura-san disse que o tio Kouichi trouxe, parece que esse ano ele não se esqueceu do meu aniversário. – abriu um sorriso de orelha a orelha, demonstrando o quanto estava feliz.

As últimas palavras da loirinha fizeram Sakura dar um pequeno pulo, não estava acreditando que havia se esquecido do aniversário de Tsukimi. Ela que todo ano se lembrava da data onde a menina ficava um ano mais velha. E agora, como diria à loirinha que o aniversário da própria havia passado longe de sua cabeça?

Surpresa pela mudança repentina na expressão da médica de cabelos róseos, Tsukimi se aproximou da mesma com um pouco de dificuldade.

–Você está bem tia Sakura? – pôs ambas as mãos, um de cada bochecha da rosada. O toque delicado a fez encarar os olhos da menina.

–Estou sim querida. – respondeu com um sorriso amarelo. –Mas espero que você me desculpe, porque eu não comprei nenhum presente. Desculpe Tsukimi, esqueci do seu aniversário.

–Não tem nada tia Sakura. Eu sei o quanto você é ocupada e para fazer uma festa de aniversário tem que ter tempo. – falou abraçando a médica.

–Desculpe mesmo. – correspondeu ao abraço. –Se você quiser, amanhã podemos fazer uma festa aqui no quarto. Pode chamar quem você quiser. – propôs já fazendo uma nota mental: depois do trabalho, passaria em uma loja de brinquedo e compraria algo.

–Pode ser, mas agora estou com sono. Quero dormir tia Sakura. – disse Tsukimi se aconchegando melhor no colo da médica.

O calor que o corpo da Haruno transmitia a ela foi o suficiente para a menina fechar os olhos e se entregar ao mundo dos sonhos.

–Feliz aniversário pequena! – sussurrou apertando a loirinha em seus braços.

~~*~~*~~*~~

Parou o carro rente ao meio fio e olhou interrogativamente a outro que nunca tinha visto em sua vida parado do outro lado da rua. Uma nova família em mudança para o seu bairro? Ficou ali parada encarando o sedã preto por alguns segundos e deu de ombros. Quando encontrar um tempo, iria dar as boas vindas, mas agora, a vontade de pregar os olhos era mais tentadora, quantos bocejos já haviam soltado naquele começo de noite? Pressionou o botão para o portão se abrir, e logo colocou o carro na garagem.

Sakura deixou um suspiro cansado escapar quando desviou seu olhar para o banco de trás, onde um embrulho de tamanho considerado estava. Depois de ter saído do hospital, tinha passado na loja de brinquedo preferida de Akemi e comprado o presente prometido, para logo em seguida, ir até a confeitaria, já que tinha prometido uma festinha de aniversário a menina, tinha que correr atrás das coisas.

E quando finalmente pagou pelo bolo, a lua mostrava o seu brilho aos poucos. A única coisa que veio em seu pensamento era descansar, e com todo certeza dormiria até não querer mais, pois seria domingo. Com o presente da loirinha em mãos, pegou sua bolsa e fez o caminho até a entrada.

De repente o frio que passou pela sua espinha dorsal a fez estacar no lugar. E como veio, o frio se foi. Com o cenho torcido em irritação, encaixou a chave e abriu a porta, a sensação de que algo ruim iria acontecer já estava a tirando do sério.

Depositou o embrulho no sofá junto com a bolsa e foi levantando os interruptores de luzes por onde passava. Sua casa se encontrava desprovida de luz, dando uma impressão de solidão, uma coisa que não era mentira. Após deixar a sala, a cozinha e o corredor claro, foi andando em direção das escadas com a ideia de tomar um banho morno pairando em sua mente. Porém, quando colocou a mão na maçaneta de seu quarto, um arrepio passou por todo o seu corpo, deixando-a confusa.

Se isso não parar, a minha próxima parada será a ala psiquiatra do hospital ou algum templo. – pensou enquanto abria a porta. A luz do corredor iluminou pouca parte do cômodo, mas mesmo assim a rosada conseguiu enxergar uma silhueta deitada confortavelmente em sua cama. Abismada com aquilo, tateou a parede e acendeu a lâmpada, torcendo para que aquela silhueta desaparecesse quando a luz tomasse conta de seu quarto.

Não duvido nada em ter alucinações, já está esquecida das coisas mesmo!

–Você demorou Sakura. – a voz masculina e muito familiar para a Haruno, ecoou pelo cômodo, deixando-a com a expressão de incredulidade no rosto. –Se me lembro bem, você não gosta de trabalhar aos finais de semana. – comentou depois de seus olhos passarem minuciosamente pelo corpo da rosada, reparando que a cor branca era evidente.

Só pode ser coisa da minha cabeça!

Ignorando o olhar intenso do moreno, a rosada fechou seus olhos e respirou fundo, para em seguida abri-los, repetindo o processo mais duas vezes.

Com um sorriso de canto e um brilho divertido nos olhos negros, Sasuke assistia Sakura, era tão irreal vê-lo ali? Sim, claro que era, pela expressão facial dela, o moreno sabia que era.

Quando focou seu olhar para o canto onde havia se deparado com o Uchiha, tinha esperanças de que ele não estaria mais ali e que tudo era uma alucinação sem pé nem cabeça, mas sua boca se escancarou ao perceber que Uchiha Sasuke estava na sua frente a encarando com um olhar divertido.

–O que pensa que está fazendo aqui? – as palavras pularam de sua boca, enquanto sentia seu coração falhar uma batida quando seus olhares se cruzaram.

Como resposta, o silêncio pairou pelo quarto, deixando Sakura nervosa. Ela não queria mais vê-lo e muito menos ficar no mesmo ambiente que ele, respirando o mesmo ar que o dele depois de ouvir da própria boca dele que era uma interesseira.

–Estou esperando uma resposta, o que está fazendo aqui? Ou melhor, como entrou?

Deixou o sorriso de canto se transformar em um matreiro e começou a andar em direção da rosada sem desviar o olhar dos olhos dela. Por outro lado, a Haruno ordenava para suas pernas pararem de tremer, não queria demonstrar fraqueza, mas o olhar e o sorriso do moreno estavam dando-lhe medo. O que se passava na mente de Sasuke?

–Responda Sasuke! – exigiu, fazendo com que o moreno sorrisse mais ainda. –Vou processá-lo por invasão domiciliar. – o ameaçou, mas a Haruno percebeu que o Uchiha não estava dando muita importância as suas falas.

Com o coração disparado em puro medo, Sakura deixou ser levada por suas pernas trêmulas que a cada um passo de Sasuke, ela afastava dois. Até que suas costas se chocaram contra a parede do corredor. Fechou os olhos no intuito de quebrar o contato visual e lamentou-se mentalmente por ser uma fraca, pois o moreno não deveria abalá-la tanto.

Não poderia simplesmente fazer o que bem entender com a rosada, na pior das hipóteses poderia ser preso por crimes que na opinião do Uchiha eram as piores vergonhas a um homem, como por exemplo, estupro. Então com o sorriso matreiro moldando em seu rosto, e uma ideia já formulada em sua cabeça Sasuke apenas a envolveu em seus braços em um abraço um tanto sentimental e respirou o aroma dos fios róseos.

–Se invadiu a minha casa para simplesmente me chamar de interesseira, é melhor ir embora! – falou Sakura se debatendo para se livrar dos braços do moreno. Em resposta, o Uchiha apertou mais ainda o abraço, surpreendendo-a. –Me solta! – rugiu com um misto de irritação e medo na voz.

–Quieta Sakura! – mandou sussurrando perto demais no ouvido da Haruno. –E não se preocupe, porque não vou chamá-la de interesseira, só vim aqui para passar o tempo. – complementou ainda aos sussurros. E mordeu a cartilagem da orelha eriçando todos os pelos da rosada.

Que a nossa brincadeira comece... – falou em pensamento enquanto um sorriso malicioso se formava em seus lábios.

–Solta! – protestou Sakura, depois de recobrar a consciência.

Não deveria estar daquela forma, com o coração acelerado, a linha de raciocínio perdida e muito menos sentindo o frio na barriga, porém quando sentiu os lábios familiares em contato com sua pele, sua mente ficou nublada. E Sakura se condenou por ter tido esses tipos de reações.

–Mas que droga, estou dizendo que é para me soltar! – reunindo a pouca força, pois o corpo pedia um descanso, a rosada desferiu socos no peitoral do Uchiha, o deixando surpreso, ele pensava que a tinha impedido de mover os braços daquela maneira.

Sem nenhum aviso, Sasuke a levantou e a jogou em seus ombros, carregando a Haruno como se fosse um saco de batata e começou a andar em direção do quarto da mesma. Os protestos em forma de palavras, grunhidos e tapas em suas costas divertia mais e mais o moreno.

Afinal, se não pode evitar algumas coisas, a única opção é aceitá-las.

Depositou a rosada na cama e logo em seguida se colocou em cima dela em uma forma de prendê-la entre si e o colchão, a expressão assustada da Haruno apenas fez o Uchiha se deliciar internamente.

–E ver que com apenas algumas investidas você fica tão indefesa. – comentou maldoso enquanto um dos cantos de sua boca se elevava. –Esse ódio todo que você demonstra é apenas fachada, pois querendo ou não você ainda me ama Sakura. – falou encarando os olhos verdes.

–Não diga asneiras. Eu te odeio. – revidou confiante, mas desviou o olhar para algum ponto onde os olhos penetrantes do moreno não a deixassem desconcertada. Por um momento, a Haruno deve a vaga ideia de estar com falta de ar.

–O engraçado é que, o que você fala contradiz totalmente o que faz. Tudo é isso medo de mostrar o que sente por sim? – cutucou mais uma vez confiante de suas palavras.

Sakura estava se segurando, ignorando tudo o que Sasuke falava, entretanto aquilo era a gota d’água. Ela o odiava, ela o esqueceu, ela finalmente conseguiu construir uma barreira para impedir tudo que se relacionava ao moreno a abalasse, mas a rosada percebeu que não era o suficiente. Pois ele aparecia com o ar de sabe-tudo e a desafiava, e no meio da luta, o moreno encontrava uma maneira de irritá-la e deixá-la indignada ao mesmo tempo.

Foi desperta de seus devaneios pelos lábios finos do moreno cobrindo os seus. Sasuke começou a movimentar os lábios em uma tentativa de entreabrir os da rosada, mas mesmo com o orgulho ferido, a Haruno não estava deixando o Uchiha ter algum progresso com o beijo inesperado. Um grunhido foi solto por ele, depois de se afastar e encarar os olhos verdes.

–Isso é mais divertido do que imaginei. – disse com os olhos brilhando. Quebrando o contado, foi descendo pelo corpo da rosada, relembrando cada curva que ele possuía. Mais um sorriso de canto moldou em seus lábios quando a vontade de sentir a textura da pele alva invadiu sua mente.

Não sabia o que se passava na mente do moreno e muito menos poderia deduzir qual seria sua próxima investida, já que diversão e malícia faziam uma mistura em sua expressão. Estava com medo e confusa, o que aconteceria dali em diante e o que ela deveria fazer?

–Não precisa ficar com medo Sakura, afinal é a nossa mais nova brincadeira. – a voz propositalmente rouca sussurrou em seu ouvido. Seus olhos se arregalaram quando sentiu uma das mãos do moreno no cós de sua calça.


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Notas finais do capítulo

Se não conseguiram acompanhar a linha de raciocínio do Sasuke-kun me desculpem flores... Até eu fiquei confusa quando revisei o capítulo, mas a ideia que queria passar é a seguinte: se o nosso moreno não pode esquecer ou evitar as lembranças, o único jeito é aceitá-las, e como o Sakura é a raiz dos problemas, ele a usaria em um forma de dizer que aceita as lembranças... (espero que não fiquem muito confusas, escrevi isso quando a minha mente estava pensando demais --')
E agora?? O que Sasuke pretende fazer?? E a Sakura?? (digam as possibilidades...)
Tradução de Kuma-sa é Urso... xD
Meninas, muito obrigada pelos comentários do capítulo passado... fiquei muito feliz em ver que vocês estão expondo suas opiniões... Espero que nesse também acontece o mesmo.... ;)
Até os reviews!! Beijos! ;D
E mais uma vez, desculpe o atraso da atualização...