Never Let Me Go escrita por Line Martins


Capítulo 59
Capítulo 58


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeee, voltei :D
Demorei pra caramba né? Eu sei, me perdoem.
Pra compensar, o capítulo de hoje é GIGANTE! O maior que já escrevi. Eu tive que escrever/digitar em quatro ou cinco dias, perdi as contas.
Deixa eu falar primeiro que os comentários dos dois últimos capítulos foram lindos, vocês são incríveis. Só queria agradecer por vocês serem os melhores leitores ever! Eu realmente fiquei muito emocionada com os reviews dos capítulos 56 e 57, vocês são demais e eu adoro vocês, de verdade ♥ ♥ ♥
Só vou responder os comentários do capítulo 57 depois que postar esse aqui, mas já li logo quando voltei de viagem, e amei! Me deu motivação pra escrever esse capítulo enorme que vocês já vão ler.
É só isso gente, boa leitura ♥
Ps: o capítulo ficou muito grande, e eu troquei bastante de pontos de vista nele. Então prestem atenção nisso pra não acabar ficando confuso, ok? E também prestem atenção na mudança de datas durante o capítulo ;)
Ps²: Ah, e tem links pra fotos nesse capítulo (eu amo colocar, mesmo que sejam desnecessários hfjkdgh)



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POV – Hermione

Era uma segunda feira quando acordei de madrugada sentindo enjôos. Corri até o banheiro e vomitei por alguns minutos, lavei o rosto, escovei os dentes e voltei para a cama nas pontas dos pés para que ninguém acordasse.

Eu havia me sentido mal o fim de semana inteiro. Por sorte Gina havia passado os últimos dois dias no loft com Harry, e Luna e Cho nunca estavam em casa nos momentos em que eu ficava enjoada – eu não queria preocupá-las.

Pensei em ir ao médico, mas não podia. Eu não havia seguido os conselhos da minha médica para repousar, e ao contrário disso, treinei arduamente para o campeonato nas últimas semanas. A doutora provavelmente me daria um sermão.

Eu só precisaria aguentar mais dois dias, pois na quarta feira aconteceria o campeonato, e aí eu poderia repousar e me curar de vez dessa virose.

Acordei no horário de sempre para ir à faculdade, as meninas já estavam acordadas.

– Bom dia, Mione – Luna disse – estamos fazendo torradas.

– Bom dia – respondi , e me voltei para Gina – Não sabia que estava aqui, pensei que tinha dormido no loft

– Quando cheguei você já estava dormindo – ela respondeu – Fomos ao St. Mungus ontem

– Sério? Por que não nos chamaram? – Luna reclamou

– Foi mais uma visita de emergência. Precisamos levar o Rony lá pra ver se ele melhorava aquele astral. De qualquer forma, não acho que a Mione ia querer ir se o Rony fosse.

– Não, não ia – falei, me sentando à mesa

– Bem, acho que nossa missão foi cumprida

– E o que exatamente vocês queriam fazer com o Rony? – perguntei, e todas viraram pra mim – Não que eu me importe – acrescentei rapidamente

– Ah, claro – Cho falou, dando risinhos. Eu a ignorei.

– Depois que vocês terminaram ele mudou, não era mais ele mesmo. Começou a beber muito e sair com garotas diferentes a cada dois dias – Gina explicou

– Bem, então ele apenas voltou a ser quem ele sempre foi. Um idiota, galinha, que só pensa nele mesmo... – falei, ficando irritada

– Não Mione, não é bem assim. Ele não voltou a ser aquela pessoa que ele era antes de te conhecer, não completamente. Ele não é aquele idiota que falava mal de todo mundo e saia colocando medo nos impopulares do colégio. Ele só estava muito triste e precisava de distração, pois não queria pensar em você. Eu preciso defender o meu irmão nesse ponto, pois eu sei o quanto ele está sofrendo.

– Ok, tudo bem, podemos mudar de assunto? – perguntei, elevando o tom de voz

– Sem estresse, gente. E é melhor mudarmos o assunto mesmo. – Cho afirmou – Vamos falar sobre o seu campeonato, Mione. Como estão os preparativos?

– Ótimos, a academia inteira está ensaiando sem parar. Acho que vamos levar alguns prêmios, as coreografias são muito boas.

– Espero que você ganhe. É verdade que vai ter gente importante lá? – Luna perguntou

– Sim, é. A Minerva disse que irão dois representantes da faculdade de Julliard para assistir o campeonato, e de outras escolas e faculdades famosas do mundo todo.

– Uau, imagina se você ganha uma bolsa? Você se mudaria para os Estados Unidos para estudar em Julliard?

– Não sei. Quer dizer, é uma oportunidade incrível, mas o ballet pra mim é mais uma diversão do que uma carreira a se seguir. Eu gosto de dançar, de competir e de ganhar prêmios, mas não sei se iria querer focar apenas nisso. Mas seria meio difícil dizer não à Julliard, se eles me oferecessem uma bolsa, não seria? – eu disse

– Bem, é uma oportunidade maravilhosa, mas eu sentiria sua falta – Gina falou, afagando meu ombro

– Eu também sentiria falta de vocês. Mas gente, por favor, isso ainda é um sonho distante, não pensem nisso – eu ri

– Tudo bem. – Cho disse, indo até a geladeira – Ei, olhem o que eu achei. – ela tirou da geladeira uma barra de chocolate enorme. – De quem é?

– Ah, é minha. Harry achou em uma loja e comprou. Mas podem comer, é muito grande pra mim. – Gina falou

– Um pedaço pra cada então – Cho foi partindo a barra em pequenos pedaços e deu um pra cada uma, depois guardou o restante da barra na geladeira novamente

Peguei o meu pedaço e o levantei para pôr na boca, mas antes que pudesse fazer isso, inspirei profundamente e senti o cheiro do chocolate.

Era tão doce, doce demais. O cheiro me envolveu enquanto meu estômago embrulhava e eu soltava o chocolate para pôr as mãos na boca.

Corri até o banheiro e ajoelhei ao lado do vaso sanitário me preparando para vomitar mais uma vez. Meu estômago sofreu espasmos, mas não pus nada pra fora, afinal, eu não tinha comido nada desde que havia vomitado de madrugada.

As meninas vieram atrás de mim.

– Mione, você está bem? Vai vomitar? – Luna perguntou

– Não, não tenho nada no estômago para vomitar – falei, ofegante, e me sentei.

Gina pôs a mão na minha testa

– Você não está com febre, mas está suando frio.

– Vem, levanta – Cho me puxou pelo braço

Levantei e fui lavar o meu rosto.

– O que aconteceu? – a oriental perguntou

– Esse... chocolate. Tão doce, me deixou enjoada. A propósito, tire isto de perto de mim – pedi, apontando para o pedaço de chocolate que ainda estava na mão de Cho.

Ela o colocou na boca e comeu rapidamente.

– Mione, será que a virose voltou? – perguntou Luna

– Acho que sim. Estou sentindo enjôos desde sábado, mas não quis contar pra vocês não se preocuparem.

– Mas que besteira! Você tinha que ter contado. Eu pensei que você estivesse curada desde que foi ao médico, mas se está se sentindo mal novamente, tem que ir ao médico mais uma vez. Tomar outros remédios, fazer novos exames, não sei... – Gina explicou

– Não, não é nada demais. Eu não repousei como a médica pediu e não tomei os remédios da forma que devia, esse foi o problema. Mas quando o campeonato passar eu vou tirar alguns dias de descanso e vou novamente ao consultório.

– Não sei não, Mione...

– Está tudo sob controle, não se preocupem. Eu só preciso pegar leve nos ensaios e, aparentemente, evitar doces. E faltam só dois dias, depois vou me cuidar direitinho.

– Promete? – Luna pediu

– Prometo

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POV - Narrador

Depois da faculdade, Gina foi para o loft com Harry, Rony, Neville, Draco e Astória. Uma empregada da mansão dos Weasley estava lá, e ela estava preparando o almoço quando eles chegaram.

Ficaram na sala conversando enquanto o almoço não era servido.

– O loft está brilhando de tão limpo – Gina comentou

– Já fazia algum tempo desde que uma empregada da sua casa havia vindo aqui. Pensei que não viriam mais. – Harry disse

– Mamãe não estava deixando as empregadas virem aqui, ela disse que eu deveria pagar por uma só minha. Mas eu acho que o papai deve ter mandado essa vir aqui, ele provavelmente acha que estou com raiva dele desde que saí no meio do almoço sábado. Então, está querendo me comprar. – Rony explicou

– Bem, uma empregada é muito pouco para que ele consiga te comprar – Neville falou

– Não quero que ele me compre. Aliás, provavelmente não vou vê-lo por um bom tempo. Não sabemos quando ele volta de viagem.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo, então Harry se voltou para Gina:

– Amor, a Hermione conseguiu o meu ingresso?

– Conseguiu sim, mas foi por pouco.

– Que ingresso? A Hermione conseguiu? Como assim? – Rony perguntou rapidamente

– Quarta feira é o campeonato de ballet da Mione, ela ficou de conseguir ingresso para todos nós – Gina explicou

– É, eu vou. Ela pegou meu ingresso e o da Luna – Neville disse

– Nossa, vocês todos são convidados só por que namoram com as melhores amigas dela. Eu deveria ter ficado com a Cho. – Draco falou, rindo

Astória deu um tapa nele

– Foi brincadeira! – ele reclamou

– Bem, eu também não fui convidado. – Rony disse

– Por que será? – Draco riu

– Eu sei que ela não tem a obrigação de me convidar, afinal, não nos falamos mais. Mas eu queria muito vê-la competindo.

– Bem, infelizmente os ingressos acabaram. Se você tivesse ouvido falar da competição antes, poderia ter comprado. – Gina falou

– Se eu tivesse ouvido falar da competição?! Eu já sabia que ia acontecer, mas não sabia a data. Vocês deveriam ter me dito! Sabem muito bem que não tenho mais contato com a Hermione pra ficar sabendo dessas coisas.

– Desculpe, mas agora é tarde.

– Eu vou dar um jeito de ir, vocês vão ver. Onde vai ser? E que horas?

– No Lyceum Theatre, às 21hrs. Mas duvido que você vá conseguir entrar.

– Não duvide do que a menção ao nosso sobrenome pode fazer, maninha. – ele riu

– Tudo bem, então.

– Hum, falando em Hermione... eu queria dizer que fico muito triste pelo término de vocês, Rony – Astória falou – E, sinceramente, não entendo por que vocês não voltaram. Foi uma armação, todos nós sabemos. Eu fui até a casa de Lilá há algumas semanas e a confrontei. Ela confessou para mim que armou tudo. Se eu pudesse falar com Hermione e explicar...

– Muito obrigada por sua preocupação, Astória. Eu realmente aprecio isso, mas não há nada que possa ser feito. Hermione deixou claro que não vamos voltar, e o que me resta é seguir em frente. E quanto à Lilá, eu até pensei em enfrentá-la e dizer umas poucas e boas a ela, mas não vale à pena. Não vai trazer Hermione de volta pra mim. E só vai me deixar irritado, pra falar a verdade.

Nesse momento, a empregada foi até a sala e anunciou:

– O almoço está na mesa. A casa já está limpa e agora que vocês estão aqui, eu tenho que voltar para a mansão.

– Obrigado – todos disseram

Ela já estava com uma bolsa no ombro e já ia saindo quando Rony a chamou.

– Ei, antes de ir, pode fazer um favor pra mim? – ele pegou um bloquinho de papel e uma caneta na estante e escreveu na folha “Lyceum Theatre, quarta-feira, 21hrs, campeonato de ballet” e entregou à mulher – Entregue isto a Papoula pra mim, peça pra ela comprar um ingresso e me ligar assim que conseguir.

– Tudo bem – a empregada disse

– Obrigado. Eu te levo até a porta – ele a acompanhou e então foi para a cozinha, onde todos estavam sentados à mesa.

– Você não vai conseguir, Rony. A Mione teve um trabalhão pra conseguir ingressos pros pais dela, pra mim, pro Harry, pra Luna, pro Nev, pra Cho e pro Cormac. – Gina disse

– Eu vou conseguir, Gina.

– Mesmo que você consiga, não é uma boa ideia. Você estando lá só vai deixar a Mione nervosa, e este deve ser um dia especial pra ela.

– Olha só, para de implicar, ta? A Hermione não precisa nem saber que eu vou estar lá. Eu só quero entrar, vê-la dançando, e então posso ir embora feliz.

– Humpf, tudo bem então.

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Pela tarde, todos se separaram. Neville saiu para encontrar Luna, Draco e Astória foram ao cinema e Harry e Gina haviam se trancado no quarto. Rony estava na biblioteca, pela primeira vez examinando os livros que ali estavam, quando seu celular tocou no bolso. Viu que o número era o da mansão e atendeu rapidamente.

– Alô?

– Rony, é a Papoula.

– Oi, a empregada te deu o bilhete?

– Sim, sim. Eu tentei conseguir entradas, mas está tudo esgotado, querido. Disseram que haviam apenas 600 entradas disponíveis à venda, pois todas as outras eram reservadas à membros das academias participantes, convidados dos competidores e olheiros de academias e faculdades famosas.

– É, eu sabia que os ingressos haviam esgotado.

– Então por que pediu que eu comprasse?

– Papoula, você por acaso disse pra quem era o ingresso?

– Não

– Então, este é o problema. Não entende que nessas situações devemos utilizar as vantagens de ser um Weasley? Diga que Ronald Weasley, filho do multimilionário Arthur Weasley quer um ingresso pra já! Ofereça o dobro do preço, não sei, mas quero estar lá.

– Tudo bem, então. Me deseje sorte.

– Você não vai precisar. Beijos. – ele desligou

Cerca de 20 minutos depois, Rony voltou a receber uma ligação da mansão, ele atendeu novamente.

– Rony, sou eu, Papoula, de novo. Consegui uma entrada, mas é em uma das últimas fileiras.

– Não tem problema. Muito obrigado, você é um anjo!

– Hum, tudo bem.

Ele desligou e desceu as escadas correndo até chegar à porta do quarto de Harry.

– Gina! – ele chamou, batendo na porta. Silêncio. – GINA! – ele chamou mais uma vez

– AH, O QUE É RONY? – ouviu a irmã gritar do lado de dentro do quarto

– NÃO QUERO SABER O QUE VOCÊ E O HARRY ESTÃO FAZENDO AÍ, MAS ME DESCULPE INTERROMPER. SÓ QUERIA TE DIZER QUE EU TE AVISEI!

Houve uma breve pausa, e então Gina voltou a gritar:

– CONSEGUIU O INGRESSO?

– CLARO QUE SIM. AGORA VOU SAIR DAQUI. Hum... APROVEITEM O SEXO! – ele disse, e voltou para a biblioteca, saltitando como uma criança

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POV – Hermione

Na terça feira, fui para a faculdade com as meninas, como sempre. Passei o dia inquieta, nervosa pelo campeonato que aconteceria no dia seguinte. Senti dor de cabeça na maior parte do dia, mas não me importei, era mais um sintoma da virose e eu não poderia lidar com a doença até o campeonato passar.

Após a última aula, estava indo embora sozinha, pois iria direto para a academia, quando uma garota me parou na saída da faculdade.

– Oi, como vai? – ela estendeu a mão pra mim

– Hum... oi – segurei a mão dela

– Eu sou a Astória, ainda não fomos apresentadas. Mas você é a Hermione, certo?

– Sim, eu sou. Você não é namorada do Draco? Eu sempre vejo vocês juntos.

– Sim, estamos namorando. Bem, eu posso conversar com você por um instante?

– Bem, se for rápido...

– Cinco minutos, pode ser?

– Pode. Sobre o quê quer conversar?

– Primeiro, quero pedir desculpas por me intrometer em sua vida particular, eu sei que não tenho nada a ver com ela e que não deveria vir conversar com você sobre isso, mas eu não pude evitar.

– Do que está falando?

– Sobre o seu término com o Rony

Precisei de um segundo para digerir as palavras, e então voltei a falar:

– Olhe Astória, não sei qual o seu interesse nisso mas eu não quero conversar sobre esse assunto. E já são águas passadas, não importa mais.

– Importa se você não souber a verdade.

– O que quer dizer?

– Quero dizer que você tem que acreditar no Rony. Foi uma armação da Lilá, ela confessou pra mim. Nós éramos amigas, e eu percebi enquanto ela e as outras garotas se afastavam de mim, pois estavam planejando esse “ataque” ao Rony. As meninas são cachorrinhos da Lilá e fazem tudo o que ela manda, mas não são más pessoas. Tenho certeza de que se pressionássemos elas, elas também confessariam e diriam que agarraram o Rony sem ele querer. Você chegou no momento em que ele estava muito surpreso para reagir, foi tudo um mal entendido.

– Eu não... eu não sei o que dizer.

– Só diga que acredita em mim e que tem certeza de que seu namoro acabou por armação da Lilá e não por infidelidade do Rony. Eu estive na casa da Lilá, eu a enfrentei e ela disse pra mim que tinha armado tudo sim, que queria se vingar do Rony por ter terminado com ela. A Lilá não presta. E eu não teria interesse algum nessa história, a não ser te fazer ver uma verdade que eu vejo, então você pode acreditar em mim. Eu só quero que as coisas fiquem justas e que pelo menos saiba que o Rony é um bom rapaz e que não te traiu.

Eu a encarei por alguns segundos, suspirei, e então comecei a falar:

– Eu aprecio a sua preocupação e entendo o que quer fazer aqui. Obrigada, eu acredito em você. É um alívio saber que o Rony não me traiu, isso é verdade, mas não vamos voltar. Eu me magoei muito e percebi que esse namoro não devia ter começado. Somos completamente diferentes e nunca daria certo, de qualquer forma.

– Será que vocês não poderiam pelo menos ser amigos?

– Eu não conseguiria ser só amiga do Rony. – falei – Bem, agora eu tenho que ir. Você é muito gentil, Astória. Muito obrigada. – sorri pra ela e saí andando

Fui até o ponto de ônibus mais próximo para ir até a academia. No caminho, pensei em tudo o que Astória disse. Eu realmente acreditava nela, e acreditava em Rony. Mas eu não poderia me permitir passar por tudo aquilo de novo, toda aquela pressão de namorar alguém tão diferente. Nem sempre os opostos se atraem, e esse era o caso em que não voltariam a se atrair. Ronald Weasley ficaria para sempre fora da minha vida.

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Era quarta feira, dia da competição. Essa seria, de longe, minha apresentação mais importante, e por isso, eu estava mais nervosa que o normal. Porém, eu não podia me dar esse luxo. Com a virose se abatendo sobre mim e os enjôos e dores de cabeça se tornando mais frequentes, o nervosismo só pioraria as coisas.

Relaxe, Hermione. Aguente só mais um pouco – era só o que eu conseguia pensar.

Fizemos um ensaio geral no Lyceum Theatre, local da apresentação, onde cada academia recebeu um horário para ensaiar suas performances.

No campeonato, competiriam jovens de 12 a 25 anos. A nossa academia competiria nas categorias junior e sênior, com 15 bailarinos competindo em solo, dueto e/ou conjunto. Eu era a única bailarina da academia que faria apenas uma apresentação, e a última a se apresentar, pois os solistas encerram a competição.

No fim do ensaio no Teatro, por volta das 16hrs, eu estava sentada no fundo palco assistindo dois colegas meus ensaiando um dueto, quando Minerva veio até mim.

– Querida, você está bem? – ela se sentou ao meu lado – Eu percebi que você estava meio tensa. Não preciso te lembrar que uma das exigências do ballet é a suavidade dos movimentos, preciso?

– Não. Eu só estou um pouco nervosa, e não estou me sentindo muito bem. Acho que a virose voltou e...

– Espere. Hermione, você disse que já estava curada dessa tal virose depois de ir ao médico e tomar os remédios. Inclusive foi por isso que deixei você ensaiar tão arduamente nos últimos dias.

– Eu sei, mas eu precisava ensaiar. Acabei não repousando o suficiente e não tomando os remédios do modo que devia.

– Hermione... – Minerva falou, em tom de reprovação

– Eu sei, me perdoe. Mas agora falta pouco, eu vou me apresentar, vou dar tudo de mim, e depois posso me preocupar com minha saúde.

– Hermione, você tem certeza absoluta de que consegue se apresentar hoje? – ela me olhou nos olhos

– Tenho – disse, mesmo que não fosse verdade – eu consigo.

– Eu nem deveria deixar você competir hoje, pra falar a verdade. Mas já que estamos tão perto e já que você me garante que pode se apresentar, eu vou permitir. Mas essa foi a última vez que você menosprezou sua saúde, está me ouvindo?

– Sim, estou. Muito obrigada.

– Por nada. Agora quero que descanse, você já ensaiou o suficiente. O nosso horário aqui no teatro está acabando, devemos todos voltar para a academia para nos arrumarmos. Vou encerrar o ensaio aqui e recomeçar pela última vez lá. Pode ir avisando aos bailarinos que estão na coxia que já é hora de ir? – ela pediu, se levantando

– Sim, é claro – também me levantei, e ia andando até a coxia, quando ela me segurou pelo braço:

– Espere um instante, querida

– Sim? – me voltei para Minerva, que se aproximou de mim

– Você é a minha bailarina mais talentosa. Sabe disso, não sabe? – ela disse, baixinho

– É uma honra ouvir isso de você

– E é uma honra te ter como aluna. Quero que brilhe esta noite, que mostre a estrela que você é. Eu te amo, e você é a filha que eu nunca tive. Me deixe orgulhosa hoje, ok? – ela tinha lágrimas nos olhos

– Ah, eu também te amo – a abracei

Ficamos ali por um instante, até que ela se afastou, enxugando as lágrimas que tinham caído.

– Muito bem, vamos terminar logo isso aqui. Vá fazer o que eu pedi.

Saí andando, me segurando para não chorar. Nada mais importaria naquela noite a não ser levar o prêmio para a academia, deixar Minerva orgulhosa e também me deixar orgulhosa de mim mesma. Nenhuma doença me faria desistir.

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POV – Rony

Às 20hrs da noite de quarta feira, estávamos todos reunidos no loft para irmos ao teatro ver a competição de Hermione. Eu, Harry, Neville, Gina, Luna, Cho e até Draco e Astória, que não iam, estávamos na sala de estar conversando.

– Cho, por que o seu namorado não veio? Ele não tem ingressos para ir? – Draco perguntou

– Tem sim, mas ele não quis vir pra cá. Ele e Rony não se dão muito bem, e ele não ia se sentir confortável vindo até sua casa. Então ele vai sozinho. Na verdade, já está no caminho. – Cho respondeu

– Ele podia muito bem ter vindo. Eu sei que ele não gosta de mim, e com motivos. E sei que eu já o atormentei bastante com piadinhas estúpidas, mas não faria isso novamente. Não sou mais aquela pessoa. E mesmo que eu fosse, não faria isso com ele aqui, por respeito a você, que é minha amiga. – eu expliquei

– Bem, eu tentei dizer a ele que você não o trataria mal, mas mesmo assim ele preferiu ir sozinho, acho que vocês tem que resolver isso depois. – a oriental disse

– É, também acho. Vou fazer isso – sorri para ela

– Mudando de assunto, ainda não entendi por que todos vocês estão super produzidos para irem ver algumas bailarinas dançando. – Draco falou – há mesmo necessidade de usar esses vestidos chiques e smokings?

– Fala sério, Draco. Eu fico lindo de black tie – falei, ajeitando meu smoking

– Draco, primeiro: é uma festa de gala, há necessidade de usar essas roupas, sim; e segundo: não são só algumas bailarinas dançando, é uma competição internacional, academias de vários países vão competir – Gina disse – E, aliás, já devíamos ir. Falta menos de uma hora para o começo da competição e ainda estamos em casa.

– Fala sério, se tantas academias vão se apresentar, essa competição deve durar uma eternidade. Você disse antes que a categoria da Hermione é a última, deve demorar. Então vocês podem se atrasar a vontade.

– Ai Draco, cala a boca – Astória o repreendeu – Você só está reclamando assim por que queria ir e não ganhou convite.

Todos riram

– Eu não queria ir não. E perder a oportunidade de ficar sozinho com você aqui no loft? – ele deu um beijo na bochecha da namorada

– Bem, façam o que quiserem fazer, mas só no quarto do Draco, por favor – Harry disse

– Gente, está na hora de ir. – Luna falou

– Ok, vocês vão todos no meu carro? – Neville perguntou

– Luna, Harry e Gina vão com você. Eu vou no meu, logo atrás de vocês. Tenho que ir de carro, pois assim que a Hermione se apresentar eu vou embora, e vocês ficarão lá para prestigiá-la. Não esqueçam de não comentarem nada sobre mim, ela não pode saber que eu fui vê-la – avisei

– Sim, tudo bem. Então vamos?

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Chegamos ao teatro às 20h45, faltando 15 minutos para o início da competição. Ficamos na fila para entrar por alguns segundos, e quando entramos, nos separamos. O meu assento ficava na penúltima fileira do lugar, e a deles ficava na frente.

Era um local enorme, um auditório de 2000 lugares, e fiquei um pouco preocupado com a minha distância do palco, pois queria ver Hermione muito bem.

Às 21hrs em ponto, um apresentador subiu ao palco para dar início as atividades. Explicou sobre o funcionamento do concurso e disse a ordem em que cada categoria se apresentaria. Anunciou a primeira categoria e o primeiro competidor, e foi se sentar na mesa dos jurados, que ficava em frente ao palco.

O primeiro conjunto de bailarinos entrou, e a partir daí, a noite se arrastou.

Eu nunca havia gostado muito de ballet, sempre achei estupidez, e até tentei prestar atenção em algumas coreografias, mas não conseguia achar nada mais que chato. Lá pelas 22hrs, meu celular vibrou com uma mensagem do Harry, ele também não era muito fã de ballet. Ficamos trocando mensagens durante o resto da competição. Às 23h10, Harry me mandou uma mensagem, dizendo:

“Gina disse que agora é a categoria de Hermione. Melhor prestar atenção.”

Guardei o celular para olhar para o palco, e uma garota loira entrou e começou a dançar. A apresentação dela pareceu durar horas, eu estava muito ansioso para ver Hermione. Quando ela finalmente saiu do palco, a voz apresentador anunciou:

– E agora, também na categoria sênior, como solista: Hermione Granger, da academia McGonagall.

Palmas irromperam de todo o auditório, mas eu mal pude ouvi-las. Olhei fixamente para o palco à espera de algum sinal de Hermione.

E então ela entrou, ao mesmo tempo em que a música começou. Eu reconheci a canção assim que ouvi, era Clair de Lune, de Debussy. Hermione havia me feito ouvir quando estávamos namorando.

Ela começou a dançar, tão suavemente, delicadamente e lindamente. Seguindo o ritmo da música como se ela e a melodia fossem um só.

Esqueci que estava na penúltima fileira e mal reparei na distância, pois conseguia enxergar cada detalhe dela. As delicadas mãos se movendo, a cintura fina que eu tanto gostava de segurar, a nuca exposta que há muito tempo eu não beijava. Ela era tão linda, e meu coração se apertou de saudade quando lembrei que não era mais minha. Que eu não podia mais tocar ou beijar.

Ela dançava de forma tão mágica e era tão bonito que me fazia esquecer de tudo o que eu achava do ballet. Esqueci que estávamos em um teatro, esqueci das mais de 2000 pessoas ali presentes e, por um momento, éramos só eu e Hermione. Mesmo que ela não soubesse que eu estava ali.

A coreografia acabou com um movimento simples, e ela parou de dançar, ofegando levemente.

Fui o primeiro a levantar e começar a bater palmas, sendo seguido pelo resto do auditório, que a ovacionou ferozmente. Ela permaneceu na pose final por vários segundos, e então se curvou de agradecimento e foi saindo do palco. Ela estava quase entrando na coxia quando, em um movimento brusco, caiu no chão com um baque.

Um momento de choque se passou pela multidão, e as palmas cessaram imediatamente. Ela havia desmaiado. Estava ali, inerte, no palco, e estavam todos muito chocados para expressar qualquer reação.

Em um segundo, algo tomou conta de mim e saí correndo de onde eu estava, esbarrando nas pessoas e as derrubando de seus acentos. Um burburinho alto começou a ecoar pelo lugar, as pessoas começaram a se agitar.

– Hermione! – gritei, e corri ainda mais rápido. Atravessando o enorme auditório em direção a ela.

Quando eu estava quase no palco, os juízes se levantaram e foram até ela rapidamente. Ouvi a voz de Gina atrás de mim, me chamando, mas fingi não ouvir e comecei a subir no palco.

– Rony! – ela me puxou pelo braço

– O que está fazendo? Eu tenho que ir vê-la! – reclamei, me soltando da mão de minha irmã

– Rony, vá embora. Nós vamos cuidar dela, ok? Ela não pode te ver, lembra? – Gina disse, e em um instante estavam Harry, Luna, Neville, Cho e Cormac passando por mim em direção a Hermione

– Olhe só, nesse momento eu não estou me importando com nada. E você não pode me dizer o que fazer! – virei as costas para Gina e subi no palco. Agora Hermione estava cercada por um grupo de cerca de 15 pessoas.

– Querida, acorde, por favor – era Minerva McGonagall, a dona da academia de ballet de Hermione, que batia de leve no rosto dela.

– Saiam da frente, saiam da frente! – um casal passou empurrando as pessoas para chegar até ela

– É a minha filha – a mulher disse, se sentando ao lado de Hermione – Ah meu Deus, o que está acontecendo? ALGUÉM CHAME UMA AMBULÂNCIA!

– É, alguém chame uma ambulância, com urgência! – Minerva falou

Um dos juízes pegou o celular do bolso e começou a discar

– Não! – falei, por cima das vozes desesperadas do grupo que estava ali. E todos se calaram, me encarando – Uma ambulância vai demorar pra chegar, eu a levo para o hospital mais próximo no meu carro.

– Mas quem é você? – o senhor que veio com a mãe de Hermione me perguntou

– Você deve ser o sr. Granger. Eu sou Ronald Weasley, namorado da... ex namorado da Hermione. – estendi a mão pra ele

– Não é hora pra formalidades! Rony, pegue a chave do carro e a leve pro hospital! – Luna disse, estridente

– Espere um instante. Eu não tenho muita certeza disso – a sra. Granger disse

– Olhem, eu posso leva-la para o hospital mais próximo e vocês vão se organizando para irem depois, eu não sei. Mas é melhor a levarmos logo! – falei

– Tudo bem, tudo bem.

– Rony, vá para o carro, deixe pronto para sair. Eu e Harry vamos carregar Hermione até a saída do teatro – Neville disse, se agachando ao lado de Hermione

Saí correndo, passei por todo o auditório, que estava de pé olhando com curiosidade para o palco, e cheguei até a saída do prédio. Tirei a chave do bolso e corri para onde o carro estava.

Estacionei em frente à porta de entrada/saída e abri a porta traseira do carro, enquanto Harry e Neville traziam Hermione e a colocavam deitada no banco de trás. Neville colocou, desajeitadamente, o cinto de segurança nela e fechou a porta.

– Pronto, já pode ir – ele avisou

Entrei novamente no carro e dei partida.

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POV – Gina

Havia passado 10 minutos desde que Rony havia saído do teatro com Hermione, e os juízes ainda estavam tentando acalmar a plateia para continuar com a competição.

Estávamos com o sr. e a sra. Weasley, tentando decidir o que fazer.

– Não posso ficar aqui parada sem saber o que está acontecendo com a minha menininha – a sra. Granger se lamentava – Precisamos ir até o hospital!

– Querida, você precisa se acalmar primeiro. Não vou deixar que você vá para o hospital assim, nossa menina ficará em boas mãos. – o sr. Granger tentava acalmá-la

– E vamos ficar aqui sem fazer nada?!

– Olhe só, sra. Granger, sei que a senhora está muito apreensiva, mas não precisa ficar desse jeito. – falei - A Hermione deve ter tido uma recaída, a virose deve ter voltado. Mas agora que o campeonato passou, ela pode se concentrar em cuidar da saúde.

– Sim, sra. Granger – Luna disse – Ela vai ficar bem. E você assim, toda nervosa, não vai ajudar a Hermione a melhorar. Vocês não acham melhor irem pra casa, descansarem e se acalmarem? Nós iremos ao hospital e te mandaremos notícias.

– Não sei não...

– Fique tranquila, vai dar tudo certo. – Cho afirmou - A Hermione não tem nada demais, ela só estava muito fraca pelo esforço físico. Mas agora vai ficar tudo bem e vocês podem ir pra casa tranquilos, por que nós não os deixaremos sem notícias.

– O que acha, querido? – a sra. Granger se voltou ao marido, ainda parecendo relutante

– Acho que eles estão certos. É melhor irmos pra casa, você precisa se acalmar.

– Está bem, então. Iremos agora?

–Sim – o sr. Granger se virou para nós – Muito obrigado, crianças. Vocês são bons amigos, fico feliz que a minha filha tenha vocês – ele sorriu, segurou a mão da mulher e saiu andando para fora do auditório

Agora a plateia estava se silenciando, a competição iria recomeçar. Estávamos todos indo embora logo atrás dos pais da Mione, quando meu celular tocou com uma mensagem do meu irmão:

“Levaram a Mione para ser atendida, mas ela ainda estava desacordada. Venham logo pra cá!”

– Acho que devemos ir logo, gente – falei para meus amigos

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POV – Rony

Quando cheguei ao hospital carregando Hermione nos braços, dois enfermeiros logo trataram de coloca-la em uma maca. Um médico entrou com eles dois na área restrita, depois de pedir para que eu fosse até a recepção preencher uma ficha com os dados dela e aguardasse na sala de espera.

Mandei uma mensagem para Gina, pedindo para que ela e meus amigos viessem, e em 10 minutos eles chegaram.

– Como ela está?

– Está tudo bem?

– Ela já acordou?

Eles me bombardearam com perguntas quando entraram na sala de espera.

– Eu não sei, não me disseram nada, só a levaram lá pra dentro. – respondi

Eles se sentaram

– Meninas, vocês sabem o que ela tem? Não é muito grave, é? – perguntei

– Não, ela está com virose. E parece que piorou por que ela não estava se cuidando direito – Cho explicou

Começamos a conversar para aliviar a tensão, mas eu não conseguia não me preocupar.

Em alguns minutos, o médico que havia levado Hermione com os enfermeiros entrou na sala e foi até mim.

– Você é Ronald Weasley, acompanhante de Hermione Granger, certo?

– Sim, sou eu mesmo – me levantei

– Sou o Dr. Moody – ele disse, estendendo a mão

– Muito prazer. Como está a Hermione? Ela está bem?

– Sim, colocamos uma compressa de água fria na cabeça dela e ela despertou. Reclamou de dor de cabeça, então demos a ela uma medicação.

– Mas fora isso, ela está bem? – Luna se levantou e veio até nós, os outros a seguiram – É porque ela está com uma virose, doutor, e ela não se cuidou como a médica disse para ela fazer. Não repousou, não tomou os remédios direito...

– Bem, não acho que essa seja a questão – o médico disse, dando uma risadinha que eu não entendi muito bem – Tive uma breve conversa com ela sobre o que ela vem sentindo e posso garantir que ela está perfeitamente bem. Ainda preciso concluir nossa conversa, mas Hermione está muito confusa sobre o que aconteceu. Acho que você deve ir até lá e explicar a ela – ele falou para mim

– Sim, eu vou – eu disse

– Rony, você tem certeza? – Gina perguntou

– Não sei se será bom pra ela te ver – Cho falou

– Olhem, eu quero ir. Eu a trouxe até aqui, então eu tenho que explicar a ela o que aconteceu, ok? – protestei

– Bem, então me siga, senhor – o Dr. Moody falou, e fez sinal para eu ir atrás dele

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POV – Hermione

Eu estava em uma sala grande, sentada em uma maca. Haviam mais dois pacientes ali, mas estavam nas macas mais distantes de mim. O Dr. Moody conversou comigo e então saiu para buscar o meu acompanhante. Perguntei a ele quem era o meu acompanhante, mas ele já havia saído da sala. Imaginei que fosse um dos meus pais.

Esperei por pouco tempo até ele voltar. Logo atrás dele, vestindo um smoking impecável e me encarando com olhos azuis preocupados, estava...

– Rony? – falei, surpresa

– Como você está? – ele veio até mim

– Eu estou... bem, eu acho. Ainda com um pouco de dor de cabeça, mas... o que você está fazendo aqui? E o que aconteceu?

– Você estava se apresentando... lindamente, por sinal. E quando sua apresentação terminou, você foi sair do palco e desmaiou. Fomos correndo até você e...

– Espere um pouco. Você estava lá? Você viu minha apresentação?

– Eu não queria perder – ele disse, dando de ombros

– Como conseguiu ingressos?

– Isso não é importante. Acontece que eu te trouxe aqui, e eu estava muito preocupado. As meninas disseram que você não está cuidando da sua saúde muito bem.

– Isso vai mudar. Rony, só você está aqui? Meus pais não vieram?

– Não, seus pais foram pra casa, mas as meninas ficaram de dar notícias.

– Elas estão aí?

– Sim, todos estão.

– Se incomodaria de sair e pedir para uma delas vir? – pedi, e me arrependi no momento seguinte, ao ver a expressão dele mudar

– Eu... eu queria muito te ver. – ele enrubesceu - Me desculpe se minha presença a incomoda, eu vou sair. Eu vou embora. – ele levantou bruscamente e foi saindo da sala

– Rony! – eu o chamei, com o coração apertando

Ele se virou

– Volte aqui – falei, mais como um sussurro

Ele voltou, e se sentou ao meu lado.

– O que foi? – perguntou.

Fiquei em silêncio por um segundo. Ele me olhava com olhos esperançosos, suas mãos estavam tremendo e eu quase conseguia ouvir seu coração batendo rapidamente.

– Sabe... – comecei – Astória, a namorada do Draco, veio falar comigo.

– V-verdade? Eu disse a ela que não se incomodasse...

– Ela me disse que Lilá confessou a ela que armou toda aquela cena no dia da festa. E eu acreditei nela. Só queria dizer que eu o perdoo e me desculpar por ter duvidado de você. Mas, infelizmente, isso não muda nada. – falei, a tristeza tomando conta de mim

Rony abriu a boca pra falar, mas nesse momento o Dr. Moody entrou novamente na sala - eu nem tinha percebido que ele havia saído – e parou ao nosso lado.

– Bem Hermione, precisamos terminar a nossa conversa. Acho que não há problemas em conversar em frente ao Sr. Weasley, então vamos lá... você disse que vinha sentido náusea, dores de cabeça, fadiga e cansaço, vomitou algumas vezes também, certo?

– Sim – me senti desconfortável por Rony ainda estar ali, mas o ignorei – Isso mesmo

– Nada mais? – o doutor perguntou, fazendo anotações em um papel que deveria ser minha ficha

– Hum... hoje foi a segunda vez que desmaiei. A primeira foi há pouco mais de um mês.

– Olhe, vou citar alguns outros sintomas e você me diz se você, por ventura, os sentiu. Tudo bem?

– Sim.

– Vem sentindo-se tonta?

– Antes dos desmaios, sempre vem a tontura. Algumas vezes eu ficava tonta e pensava que ia desmaiar, mas eu respirava fundo por algum tempo e tudo voltava ao normal.

– Ok... – ele continuou anotando – Sentiu alguma cólica?

– Não

– Aumento da frequência urinária?

– Não

– Inchaço ou dores nos seios?

– Nã... – comecei a dizer, mas pensei bem – Pra falar a verdade, reparei em um inchaço nos seios sim. Mas não pensei muito nisso. – falei, e então olhei pra Rony e lembrei que ele estava ali e senti minhas bochechas enrubescendo.

– Os seus mamilos escureceram?

– Não! - respondi, indignada. Aquilo não me parecia sintoma de virose.

– Teve algum sangramento?

– Nasal?

– Não, vaginal – o doutor disse

Enrubesci ainda mais, Rony olhou para os pés.

– Não! Por que diabos uma virose me causaria sangramento vagi...?

– A sua menstruação está em dia? – ele perguntou, me interrompendo

Abri a boca para reclamar com ele, mas então pensei sobre a pergunta.

– Hum... não. Realmente, eu reparei num atraso menstrual, mas eu sei que a menstruação também é influenciada pelo nosso psicológico. E como eu tenho estado muito tensa e nervosa o tempo todo, é óbvio que essa é a razão. – expliquei

O doutor abriu um sorriso enorme

– Acho que não resta mais dúvidas. Tudo bem que você precisará de um exame específico só para confirmar, mas... Srta. Granger, você está grávida!

– O QUÊ? – eu e Rony berramos


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Notas finais do capítulo

Fimmm do capítulo hfjkdhsjkgh
Não sei se vocês vão amar ou odiar, mas sla né. Vejo vocês nos comentários, estou mt ansiosa kkkk
Bjssss ;*