My Angel escrita por Maisa Cullen


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Eu nunca pensei que demoraria tanto para encerrar uma fic e choraria tanto por isso, mas aqui estou eu.
Não sei quantos de vocês ainda estão esperando esse capítulo e nem me importo se ninguém comentar, porque eu mereço.
Não importa quantas justificativas eu dê, quantas vezes tenha recomeçado esse capítulo, eu precisava ter terminado isso antes.
Estou tentando me redimir agora...



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PDV BELLA

Despertei com a claridade da manhã que se infiltrava por entre as vidraças da janela. Eu estava deitada em algo macio e sentia braços em volta da minha cintura. Então eu lembrei da noite anterior e soltei um leve suspiro antes de abrir os olhos.

__Bom dia.__ Ouvi Carlisle sussurrar próximo ao meu ouvido.

__Bom dia.__ Disse com a voz um pouco sonolenta.

Ao perceber que eu estava com a cabeça apoiada em seu peito não pude evitar o rubor. Tentei me afastar, mas ele manteve seus braços enlaçando a minha cintura e me impedindo. Sem conseguir me afastar tentei ao menos encobrir o meu rosto com algumas mechas de cabelo que pendiam por cima do meu ombro. Porém, novamente ele pareceu prever minha reação e retirando uma das mãos da minha cintura, levou-a até o meu rosto colocando as mechas atrás da minha orelha e me fez erguer o rosto para olha-lo.

Ele tinha um sorriso calmo e compreensivo, o que me fez sentir um pouco boba por estar envergonhada. Retribui seu sorriso e ele depositou um beijo cálido em minha testa. Senti-me imediatamente reconfortada por seu toque e fechei os olhos enquanto tentava gravar essa sensação.

__Eu te amo.__ Ele sussurrou com a voz carregada, o que fez meu coração se apertar.

__Eu também.__ Respondi por impulso, sem nem pensar duas vezes.

Meus olhos arderam com uma súbita vontade de colocar os meus receios para fora, mas eu não queria estragar o momento, então apenas mudei de assunto:

__Que horas são?__ Minha voz saiu surpreendentemente tranquila.

__Isso importa?__ Ele rebateu sem me responder.

__Se vamos ficar aqui o dia todo, então sim.__ Tentei soar divertida.

__Não seria má ideia.__ Seus braços me apertaram um pouco mais.

__Carlisle Cullen.__ O repreendi corando absurdamente.

Seu riso preencheu o ar com leveza e eu suspirei de contentamento.

[...]

Quando afinal desci as escadas para o andar de baixo, Carlisle estava ao meu lado, com nossas mãos entrelaçadas e um sorrisinho que eu desconfiava ter relação com sua travessura de poucos minutos atrás: Ao tentar me levantar, ele havia me pegado desprevenida e me carregado até o banheiro sob todos os meus protestos de que podia andar perfeitamente, o que resultou em nada mais nada menos do que muitos risos enquanto tomávamos banho juntos.

__Pode ir tirando esse sorrisinho do rosto.__ Resmunguei para ele.

__Com prazer.__ Ele disse e me puxou para um beijo rápido.

Desistindo de tentar parecer ranzinza diante de seu bom humor incontestável, eu deixei que me guiasse até a cozinha. Ergui uma sobrancelha para ele que deu de ombros.

__Vai cozinhar?__ Perguntei em tom de desafio.

__Nós vamos.__ Ele corrigiu.

Ele foi até um pequeno gancho da parede e pegou dois aventais, oferecendo um deles para mim, mas antes que eu pudesse vestir o meu observei sua tentativa de entender como aquilo era usado. Com uma expressão de divertimento, eu o ajudei a colocar o avental.

__Tente não colocar fogo na cozinha.__ Não pude evitar o comentário.

__Ei, eu nunca fiz isso.__ Ele objetou.

__Porque nunca precisou cozinhar.__ Revidei.__ Vamos lá, meu Subchefe.

Ri abertamente de sua falsa indignação, porque era impossível não rir. E assim que prendi seu avental o puxei para a cozinha e tratei de lhe apresentar os utensílios.

Fizemos o café juntos e foi uma pena que ele não pudesse comer comigo, o que não diminuiu o carinho com que me observou durante a refeição.

[...]

[...]

Após uma semana em Paris, eu tinha a impressão de que já conhecia praticamente toda a cidade. O empenho com que Carlisle fazia tudo isso e seu sorriso satisfeito a cada vez que eu ficava embasbacada com os lugares que visitávamos eram os únicos motivos pelos quais eu tentava não parecer cansada, mas meu corpo parecia mais pesado a cada dia.

Eu não queria preocupá-lo, pois via o quanto estava feliz ao nos proporcionar esses momentos, porém meu coração pesava por lhe esconder isso e sentia-me egoísta. A culpa me corroía toda vez que eu via seu afinco em me agradar.

Hoje à noite ele me faria mais uma surpresa. Eu não tinha ideia de onde iríamos, mas tentei convencê-lo a caçar durante o dia, o que ele não fazia a algum tempo devido à sua insistente recusa em me deixar sozinha. Assim, foi preciso repetir muitas vezes que eu não me importaria com isso antes dele finalmente ceder ao meu pedido.

E agora eu estava sentada na cama, sozinha na casa pela primeira vez em uma semana, deixando a culpa me corroer. Permaneci assim por mais alguns minutos antes de enfim me levantar e ir até o banheiro.

Soltei um suspiro ao me encarar no espelho do banheiro: Estava mais pálida do que nunca. Já ia dando meia volta quando minhas pernas fraquejaram e uma tontura súbita me invadiu, o que me obrigou a agarrar a borda da pia para não cair. Até minha respiração ficou pesada.

Eu não posso desmaiar, não posso...

Fechei os olhos e inspirei profundamente, tentando ignorar os alertas de minha mente. Era a primeira vez que aquilo acontecia e eu fiquei agradecida por Carlisle não estar ali para me ver naquele momento ou ficaria transtornado.

Levou minutos incontáveis para que a tontura diminuísse e só depois que isso aconteceu eu abri os olhos e suspirei aliviada. Então abri a torneira com mãos trêmulas e lavei o rosto, tratando logo em seguida de voltar para a cama e me deitar.

Acabei dormindo até sentir mãos afagarem a minha face. Lábios frios tocaram os meus brevemente e eu abri os olhos para me deparar com um Carlisle de olhar terno.

__Boa noite, dorminhoca.__ Ele sussurrou.

Eu me sentei na cama e olhei através da janela do quarto. Já estava escuro lá fora e nuvens densas ocultavam as estrelas e a lua. Após constatar isso, voltei minha atenção para Carlisle, que se sentara ao meu lado.

__Oi.__ Disse ainda um pouco sonolenta.

__Você está bem?__ Ele perguntou, já que não era normal eu dormir durante o dia.

__Estou, só fiquei entediada.__ A mentira pesou mais do que chumbo em meu coração.

__Podemos ficar em casa hoje.__ Ele disse com uma expressão preocupada.

__Não é necessário...__Eu insisti.

__Bella.__ Carlisle me encarou com a expressão mais séria que eu já vi e precisei me controlar para não me encolher sob seu olhar.

Para tranquilizá-lo, eu me inclinei e o beijei. Seus braços imediatamente rodearam a minha cintura e ele me fez sentar em seu colo. Recostei minha cabeça em seu peito, sem dizer nada, escutando apenas o som de nossas respirações. Eu sabia que aquilo o acalmava, então esperei até senti-lo relaxar.

__Aonde vai me levar hoje?__ Perguntei para quebrar o silêncio.

__Não sei nem se ainda é uma boa ideia.__ Ele sussurrou e eu precisei engolir o nó na minha garganta.

__Você me deixou curiosa o dia todo.__ Tentei argumentar.

__Eu sei.__ Ele concordou meio à contra gosto.

Antes que ele retomasse a conversa anterior, eu me levantei e me encaminhei até o closet com a desculpa de que precisava escolher uma roupa, mas de repente eu me dei conta de que não sabia o que vestir.

Notando minha confusão, Carlisle veio até mim e indicou um vestido dentro de uma capa protetora, que eu não tinha visto até então. Ao retirá-lo da capa deparei-me com um vestido não muito longo, mas formal, azul escuro, com mangas de detalhes feitos em tule e justo até a cintura. Era lindo.

Depois de tomar um banho relaxante, me vesti e admirei o caimento perfeito do vestido no espelho, resolvi fazer uma maquiagem leve e deixar os cabelos soltos. Escolhi um salto de um azul quase preto.

Quando estava me sentindo pronta, desci as escadas e encontrei Carlisle me esperando. Ele estava lindo em seu terno feito sob medida e abriu um sorriso estonteante quando me viu, esquecendo completamente as preocupações anteriores. Eu retribuí seu sorriso e aceitei seu braço quando ele o ofereceu.

__Está deslumbrante.__ Ele disse com os olhos brilhando.

__E não sou a única.__ Tenho certeza de que se fosse humano, ele teria corado com isso, porque sorriu sem jeito.

Nos encaminhamos para fora de casa, onde o carro já estava esperando. Ele abriu minha porta para que eu entrasse e logo já estávamos partindo. Sua ansiedade tornou-se palpável durante todo o trajeto, o que também me deixou inquieta.

A noite estava um pouco fria e o céu nublado indicava que não demoraria muito para chover. Deixei-me perder em meus próprios pensamentos tempestuosos e só quando notei um tráfico mais movimentado eu deixei meus devaneios de lado.

Não demorou para que a fachada da Ópera de Paris se erguesse diante dos meus olhos em toda a sua imponência, fazendo-me soltar o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

__Carlisle...__ Eu nem sabia o que dizer.

Senti quando sua mão segurou a minha por um instante e o observei seguir a fila que havia se formado. Assim que paramos, Carlisle se apressou em abrir a minha porta e entregar as chaves ao manobrista.

Eu saí para o ar noturno de Paris sentindo a expectativa daquela noite de gala, mas logo toda a agitação sumiu e um torpor me atingiu como um soco quando eu escutei uma vozinha assustada.

Mamãe...

Uma sensação horrível de dejavú se apoderou de mim e eu me senti em uma espécie de sonho quando me virei na direção da voz. Minhas pernas dispararam em uma corrida frenética sem o meu comando e de repente eu estava na entrada de um beco.

Havia sangue, um corpo estendido em uma posição estranha, enquanto uma criança assustada era acuada por uma sombra curvada...

PDV CARLISLE

Eu fiquei em choque quando Bella simplesmente saiu correndo, mas foi sua expressão perdida segundos antes disso acontecer o que me paralisou. Mesmo sem conseguir entender o que estava acontecendo com ela, eu também corri enquanto meu coração congelado se apertava. A caixinha com o anel em meu bolso de repente pesou uma tonelada.

Então tudo pareceu acontecer em câmera lenta...

Em um beco mal iluminado Bella estava frente a frente com um vampiro de olhos vermelhos, ele a analisava atentamente, mas assim que percebeu minha presença, atacou e eu me lancei contra ele, interceptando o ataque.

Eu ataquei por instinto assim como o vampiro, mas minha preocupação era Bella.

__Vai ficar tudo bem...__ Ouvi sua voz sussurrar.

Não pude evitar olhar na direção dela, que estava agachada diante de uma criança que eu nem havia percebido até o momento.

Eu só senti o impacto contra o chão e mãos me imobilizando, obrigando-me a apenas observar enquanto Bella se erguia e encarava por sobre meu ombro o vampiro, então seus olhos encontraram os meus por um segundo que pareceu interminável.

Seus olhos estavam cheios de amor e me pediam desculpas. Eu perdi o ar e senti que gritava seu nome, mas não ouvi minha própria voz...

Suas asas se abriram lindas como nunca e inundaram de luz a noite escura, aquilo me cegou por alguns segundos e então o aperto de ferro sumiu. Eu ouvi o barulho de cinzas contra o chão e vi seu corpo pequeno despencar.

Não lembro de ter corrido para ampará-la, mas eu logo a tinha em meus braços. Ela tinha a pele febril e seus olhos procuraram os meus, seu olhar transbordava tanto sentimento que chegava a doer, porém, eu não conseguia desviar os olhos.

__Por que, Bella?__ Eu sussurrei desolado.

Uma gota de chuva caiu em seu rosto, depois outra e mais outra...

__Eu não podia perder você.__ Ela respondeu como se fosse a verdade mais óbvia do mundo.

__Não. Por quê saiu correndo daquele jeito?__ Eu precisava saber.

__Não podia deixar que acontecesse de novo.__ Ela disse.

__O que não podia acontecer de novo?__ Mesmo a chuva ao nosso redor não abafou a minha voz.

__Agora eu me lembro.__ Ela sorriu tristemente.__ Eu era como a criança... Eu...

Seus olhos foram ficando embaçados e suas lágrimas se misturavam com a chuva.

Eu a apertei contra mim tentando mantê-la comigo e comecei a embalar a nós dois.

__Desculpe...__ Ela sussurrou.

__Shhh...__ Eu sabia que iria desmoronar se ela continuasse.

__Eu te amo...__ Ela disse e senti seu corpo amolecer.

__Bella!__ Eu fiquei desesperado.

Mas ela não respondeu. Eu a apartei contra mim implorando para que ela não me deixasse e senti como se ela escorregasse por entre os meus dedos. Então percebi que era porque ela estava ficando translúcida e que eu a estava perdendo para algo contra o qual eu não podia lutar.

__Bella...__ Sussurrei para o nada quando senti o vazio em meus braços e em meu coração.

Então deixei que a noite chorasse por mim...


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Notas finais do capítulo

Bem... É isso. Eu realmente não mereço a menor compreensão e sei que me redimir matando um personagem tão querido é horrível, mas era infelizmente necessário.
Tentei fazer isso da forma mais digna possível... A Bella morreu por seu Carl, usou suas últimas energias (literalmente) para incinerar o outro vampiro.
Desculpem por tudo.
E obrigada por terem me acompanhado nessa fic.
Beijos.



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