Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 22
21 - Let The Mess Begin


Notas iniciais do capítulo

Eu estabeleci a meta de postar uma vez por semana, quer o nº de comentários fosse grande ou não... Mas não vai cair a mão se os fantasmas deixarem um comentário, sabe...
Enfim, espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/401223/chapter/22

P. O. V Valentina:

Depois da discussão com Thalia, Nico sumiu, e só voltou pela manhã. Todos nós dormimos no quarto que ele e John dividem, e acordamos com o último chorando.

– Shh, ela foi para um lugar melhor! – Aria o abraçava.

– O que aconteceu? – Connor pergunta, levantando a cabeça. Agatha estava abraçada a ele.

– Cevada se foi! – Catarina disse, com os olhos vermelhos – Eu tive a visão da morte dela uns poucos minutos antes de ela morrer! – minha irmã parecia envergonhada. Lorenzzo a colocou no colo, abraçando-a

Steph e Will estão na sacada, conversando sobre algo. Maite e Sam já tinham saído, ido para o escritório da diretora. Eleazar estava ao meu lado, meio sonolento e com certeza com uma ressaca daquelas. Thalia havia dormido enquanto jogávamos na noite passada, e a colocamos na cama de Nico, já que Cevada ocupava a de John naquele momento.

Péssima idéia!

– Bom dia! – Nico chega no quarto, e da de cara com Thalia dormindo em sua cama. Ele dá de ombros, e se deita ao lado dela, que acorda imediatamente.

Eu levo pelo menos meia-hora para acordá-la, e com a simples chegada dele ela desperta: vou usá-lo como despertador.

– Você ta cheirando a drogas! – ela diz, fazendo todos, inclusive John, encará-los.

– E? – ele tem um sorriso sacana no rosto

– Você dormiu com a Diamond! – não era uma pergunta

– Sim! – ele não nega.

– E você usou drogas com ela ontem?! – eu e minha grande boca participamos da discussão.

– Valentina, é uma ótima hora pra ficar de boca fechada! – Eleazar sussurra, sóbrio de repente.

– Nico di Angelo, você ta querendo morar permanentemente com seu pai? – Thalia pergunta, notas de raiva, frustação, e preocupação contida a força, eram presentes em sua voz.

– A vida é minha, faço o que bem entender dela! – ele responde, quase dormindo

– A porra da vida pode ser sua, mas várias pessoas lutaram para que ela continuasse sendo e uma pessoa morreu por você, então cuide bem da sua vida! – ela sai do quarto, como o furacão que é.

– Nico, acorda! – Cathy levanta – Olha pra mim!

– Oi, Cathy! – ele a encara.

– Não é nada belo! – ela sussurra, segurando seu queixo – Faça o que fizer, mas não a deixe.

– O que quer dizer?

– Não cometa erros! – ela vai atrás de Thalia, deixando um clima estranho no ar.

P. O. V Nico:

Nunca, em minha vida inteira, usaria drogas. Ela deveria saber disso. Todos ali deveriam saber... Mas eu não escapei de um exame de sangue, do kit portátil de Will.

– Ele ta limpo! – ele diz, parecendo surpreso

– Não sei porque tão surpresos: até parece que eu faria isso! Sei que drogas podem levar a morte, e se for pra voltar pro mundo inferior, prefiro ir com meu corpo.

– Mas, por que elas disseram que sentiram cheiro de drogas em você, e que você usou drogas ontem? – Connor questiona – O que você aprontou, di Angelo?

– O de sempre, Stoll: dormi com uma garota! A diferença é que ela se droga, e, querendo ou não, fui um usuário passivo ontem!

– Hm.. Passivo! – um ruivo bêbado, mais conhecido como Eleazar, murmura

– Cala a boca, Eleazar! – todos os garotos murmuram.

As garotas tinham corrido para tomar as dores de Thalia, enquanto John e Aria procuravam um lugar para enterrar a pobre Cevada.

– Agora que todos já sabem que não me droguei, será que podem me deixar sozinho? – peço, impaciente.

– Tudo bem! Eu tenho que levar meu concunhado para curar sua ressaca!! Ou melhor, seu estado bêbado! – Lorenzzo diz, arrastando Eleazar pelo quarto

– Você vai me levar pra minha mãe?

– Não vou te levar pra sua namorada, que provavelmente vai te bater!

– Pensando bem, já to melhorando....

– O que os dois estão esperando para sair? – viro-me para Will e Connor.

– Garoto estressado, eu hein... – senhor “sou o irmão mais velho e mais bonito”, também conhecido como Will, sai reclamando.

E eu fico em paz..... Pelo menos por algumas horas.

À noite, por volta de umas 18 horas, resolvo me arrumar para ir a tal festa. Tomo um banho, e visto uma camisa preta do Ramones, um jeans escuro e meus tradicionais Converse. E fui para o ginásio, onde tudo ocorreria.

Realmente, tudo ocorreria, incluindo ver Thalia dançando um mashup de Walking On Air e Neon Lights com Catarina e Agatha, como se as três fossem aquelas amigas de toda a vida. E ela estava sorrindo.

– Nicoo! – Cathy cantarolou quando me viu. – Você chegou na hora certa!!

– Hora certa pra quê? – pergunto, e começa a tocar Just For Tonight, do One Night Only – Pensei que ficaria no tédio nessa festa. Eu não ia conseguir ficar bem se só tocassem eletrônica e pop.

– Valentina é um gênio! – Thalia murmura, fazendo sinal positivo para a garota, que estava nas pick ups. – As festas têm salvação!

– Realmente! – concordei com ela, e recebi um olhar de frustração.

– Se acha que só por estarmos em uma festa, onde toca uma música que nós dois gostamos, isso significa que voltei a falar com você, bom... Reveja seus conceitos! – Thalia diz, mordaz

– Você acabou de falar comigo, Thalia! – sorri convicto

– Eu... eu.. Argh! – e ela se afasta, batendo o pé.

O que perdeu a graça, já que ela não estava de coturnos, e sim de saltos. Não que não ficasse legal, mas Thalia com coturnos era muito melhor...

– Começo a achar que música nem sempre é a saída para as coisas! – Cathy suspira, e vai se jogar num sofá ali perto, onde nossos amigos estão. Não era o dia de humor daquele grupo.

John estava ali, com Aria sentada no braço do sofá ao seu lado. Will e Steph estavam na outra ponta, se pegando. Connor foi para pista, pegar Agatha. Os únicos que estavam sós naquela noite eram Cathy e eu.

– Cadê seu namorado? – pergunto

– Descobri que ele ta organizando os eventos da escola! É meio que o estágio de segundo período! – ela responde. – Pensei que ele vinha para passar a noite comigo, não para trabalhar.

– Já pensou em ir falar com ele? Pelo que vejo, ele ta fazendo uma pausa! – apontei para o bar, onde o italiano estava.

– Volto logo! E infelizmente, isso é verdade! – ela se levantou, e praticamente correu até ele.

E eu fiquei como vela do grupo por muito tempo. Tanto tempo, que meu cérebro começou a devanear e a pensar em como era horrível estar sozinho aquela noite.

Eu poderia ficar com a Diamond, ou com a Lena – pensei

Sabe muito bem que não é com elas que quer estar! – minha consciência, cuja voz era feminina (por quê? Boa pergunta), respondeu

Consciência, você deveria me apoiar, ou me mostrar o caminho certo, não me confundir mais!

Você ta se confundindo porque quer. A verdade ta bem na sua cara! – senti a consciência me dando língua

Escute aqui, sua consciência vadia....

Auto lá, não me chama de va...

– Ei, aquela ali não é a Thalia? – John pergunta, saindo de seu topor e me tirando do meu. – CARA, É A THALIA! – e ele sai correndo, fazendo Aria cair e me deixando atônito

Até que vejo a cena.

Um cara enorme – pra todos os lados. Acho que é do time de futebol, porque... – arrastava Thalia para dentro do vestiário.

– Merda! – Cathy, que havia voltado para seu lugar há pouco tempo, e eu levantamos ao mesmo tempo.

– Você pega a Thalia, eu ajudo o John! – digo, correndo ao seu lado.

– Não! Você pega a Thalia! Você mataria o cara! – ela corrige – Não se preocupe: sei o que estou fazendo! – ela me encara, e uma mensagem em seus olhos (prateados nessa noite) era clara: faça o que eu digo, vai ser o melhor. – Valentina ta na troca de turnos, e está indo pro quarto; você só tem que levar a Thalia pra lá, viajando pelas sombras. – e entra no vestiário.

Eu a sigo, e a cena que vejo me deixa mais enraivecido ainda: Thalia, com a blusa completamente rasgada, encolhida em um dos reservados, chorando. Eu escutava John brigando com o cara, mas tudo o que eu via era o sofrimento de Thalia.

Catarina estava certa: eu queria matar aquele cara!

– Esse filho da puta vai pagar pelo que fez! – e ela também parecia querer, considerando o chute que deu na cabeça dele. – Tire-a daqui! – ela grita pra mim.

Aproximo-me de Thalia com cuidado, para não assustá-la. Era a primeira vez que via medo queimando naqueles olhos azuis elétricos.

– Shh, ele não vai te machucar! Ninguém vai te machucar! – me agachei na sua frente, e ela me encarou: seus olhos banhados por lágrimas – Vem, vou te tirar daqui! – estendo minha mão, e a olha por um longo momento, até se jogar em meus braços, tremendo. – Vai ficar tudo bem, Lia! – viajei com ela pelas sombras, indo direto para seu quarto.

– Ele... ele.. te-te.. – ela arquejava, enquanto tentava falar, quando aparecemos na mesma posição

– Não! Não fale nada! – peço, levantando-nos.

Valentina já estava ali, e nos encarava, com o semblante preocupado.

– Vem, Lia! Você precisa de um banho! – ela leva Thalia

– Vou ver o que aconteceu lá! – aviso, voltando pelas sombras. Geralmente, aquilo me cansaria, mas a raiva parecia impedir isso

Chegando ao vestiário, vejo Cathy despenteada, seu vestido manchado; John estava ao seu lado, e eles encaravam o ser nocauteado no chão.

Antes que eu pudesse me aproximar, Cathy apontou uma espada para mim.

– O que está acontecendo aqui? – sra. Beckett, a diretora, abre a porta de repente – O que fizeram com ele?

– Defendemos nossa amiga! – John responde, e cospe sangue.

– Ele tentou estuprar Thalia! – Catarina a encara, gritando – Como deixa uma criatura como ela estudar aqui?

– Todos têm direito a redenção! – a diretora diz

– Não os monstros! – grito

– O que você ta fazendo aqui? – ela me pergunta

– Eu o chamei! Ele levou Thalia para o quarto, e agora minha irmã está tomando conta dela. Ele ta limpo! – segunda vez que ouvia essa expressão no mesmo dia.

– Certo! Vocês dois, venham comigo! Vamos esclarecer as coisas, e dependendo do rumo que tomar, chamaremos seus pais. – a diretora avisa

– Tudo bem! Meu pai vai entender! – Catarina dá de ombros, e me encara, uma última mensagem: cuide dela!

Como se eu precisasse de algum aviso/ameaça para isso.

Imediatamente voltei para o dormitório das garotas, onde Valentina penteava os cabelos molhados de Thalia, que vestia moletons. Val ainda usava seu vestido, que estragara graças a água.

– Vá se trocar, eu cuido dela! – digo, tomando a escova de suas mãos.

– Ok! – ela sussurra, abrindo seu closet

Thalia ainda tremia levemente enquanto terminava de pentear seus cabelos, que chegavam até a cintura.

– Ele... Elogiou meu cabelo! – ela murmurou de repente

– Eles são realmente bonitos, e estavam mais ainda hoje! – digo baixinho

– Uma palavra meiga, um bom elogio, e eu caio facilmente! – ela continua murmurando – Cara, como pude ser tão idiota?

– Não se menospreze! – peço – Pessoas bonitas podem se dar ao luxo de acreditar em todos os elogios recebidos. – a pego no colo, e coloco na cama – Durma um pouco: vou estar aqui, tomando conta de você! – beijo sua têmpora, e antes que eu percebesse, estava cantarolando minha canção de ninar para ela, que dormiu rapidamente.

P. O. V Autora:

Assim que Thalia adormeceu, e Valentina voltou, Nico foi até seu quarto. Ele tomou banho, colocou seu pijama, pegou seu livro, e voltou para o quarto das garotas.

– Eu... vou ficar com o Eleazar! Volto pela manhã! – Valentina avisa – Se quiser, pode dormir na minha cama.

– Obrigado! – ele agradeceu, e não foi pela oferta

– Toda garota um dia já passou, ou vai passar por isso! – ela suspirou – Mas eu já presenciei piores, já vi um consumado, e um sendo! Graças aos deuses vocês chegaram cedo!

– Vamos agradecer a Deméter e Apolo na próxima vez! – ele sorri

– E a Hades, por seu filho atencioso e bom amigo! – ela sorri também, e vai para a sacada, onde seu namorado já a esperava.

Os dois voam noite a fora, deixando nosso Rei Espectral e nossa Cara de Pinheiro sozinhos.

Nico recusa a oferta de Valentina, e se senta ao lado de Thalia, que se mexia enquanto dormia.

– Tá tudo bem, Lia! Você está a salvo! – ele sussurra, acariciando seu cabelo.

Mas de nada adiantou, pois na escuridão de seus sonhos, Thalia via seu agressor repetidas vezes, até que, no pior dos pesadelos, o ato era consumado. E ela acorda gritando.

– Shh, ta tudo bem!! – ele a abraça, deixando seu livro cair.

– Nico... – ela parecia surpresa e aliviada por vê-lo ali.

– Não aconteceu nada, eu juro! – ele tenta tranqüilizá-la – Volte a dormir! Nunca deixaria ninguém te machucar.

– Jura?

– Pelo Estige! – o trovão ribomba no céu, e no coração da Cara de Pinheiro – Antes que alguém te machuque, vai ter que enfrentar a fúria que despertará em mim! – ele sustenta o olhar dela.

– Você devia ver sua cara agora! Está fofestranhamente intrigante! – ela sorri, e adormece de novo, escondendo o rosto no peito dele.

No domingo de manhã, todos já sabiam do ocorrido, inclusive os deuses.

Apolo, Zeus, Deméter e Hades discutiam em alto e bom som no corredor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!