Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 18
Capítulo 17




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O encontro de Henry e Carolina estampou a capa de todos os jornais e revistas do reino, manchetes do tipo " O casal do ano" ou "Henry Caldwell como o príncipe que ele deve ser" intitulavam as longuíssimas matérias. A foto de Carolina e Henry se beijando era a mais clicada nos sites de fofocas e entretenimento enquanto vídeos amadores da Kiss Cam eram os mais assistidos de todo o Youtube.

Albert, sem dúvidas, fora a pessoa à ficar mais entusiasmada com o resultado daquele encontro. "Jajá vamos poder anunciar o noivado deles!" exclamava animado pelos corredores de South Whintchersbarg. "Calma, querido, ainda é cedo demais!" Luzia afirmava enquanto tentava alcançar o marido.

Ao ligar a televisão tudo o que Carolina se deparava eram com notícias sobre o seu encontro de sexta à noite. Em um desses programas femininos que misturavam culinária com fofocas Carolina topou com um vídeo dela e Henry se beijando, em um ato de impulso ela clicou no botão de pausa e com as batidas apertadas de seu coração e seu olhar atento ela analisava aquela imagem congelada. Era estranho se ver assim nos braços de outro homem que não fosse Edward. Era como se ela estivesse em um lugar ao qual não pertencesse, e na realidade estava... Outra coisa, porém, que a perturbava bastante era o porquê de na hora do beijo com Henry ela desejou que ele não parasse? Por que tanta faísca surgiu em seu estômago? Carolina só conseguia pensar em uma razão: carência.

Conforme os dias foram passando a imprensa foi dando menos atenção ao encontro de Henry e Carolina. Embora algumas revistas, atentas à um bom escândalo, ainda publicassem algumas matérias de intriga anunciando a volta de Ivy Butler "a prima desonrada de Henry Caldwell" ao país.

– Ótimo, Llyoal já sabe da volta de Ivy! - Victória exclamou nervosa ao folhear uma revista.

– Você não pensou que esses jornalistasinhos sensacionalistas fossem deixar isso passar em branco, pensou? - Henry indagou em forma de deboche.

– Confesso, que eu tinha esperanças... - A rainha afirmou com desanimo.

– Para uma rainha às vezes você é muito inocente, Victória! - Ele falou ao pegar uma gravata preta estilo borboleta de dentro de uma elegante caixa laranja com o nome Hermès estampado em preto.

– Henry, me prometa que você ficará longe de Ivy esta noite! - Victória aproximou-se do filho, que já estava de frente ao espelho dando o nó em sua gravata.

– Eu não sabia que Ivy viria! - O jovem comentou surpreso.

– É claro que ela vem, querido. Seus pais são da família e ela também! - Victória fez questão de enfatizar a última parte para que ficasse bem claro ao filho que Ivy não era uma garota acessível. - Além do mais agora você é um homem comprometido, não tem porque correr atrás dela. Certo?

– Convenhamos, Victória, que Carolina não me oferece, digamos, tudo que um homem precisa! Para ser sincero, ela apenas me da dor de cabeça. - Henry arqueou as sobrancelhas e girou os olhos azuis. O beijo que ele e Carolina haviam compartilhado ainda cruzava-lhe os pensamentos, mesmo que isso tivesse acontecido há exatos 11 dias.

– Com o tempo vocês irão aprender à se gostar e essas coisas que Carolina não lhe oferece vão acontecer de uma forma muito natural... - A rainha explicou sorridente.

– Deus me livre! - Henry tremeu o corpo, como se mostrasse que estava com nojo.

– Estou dizendo a verdade, querido. - Victória alegou. - Veja o exemplo do beijo que vocês dois compartilharam naquele encontro, tenho certeza de que a princípio ele lhe pareceu estranho mas depois você percebeu que era algo natural da relação e situação de vocês...

– Foi nojento. - Henry limitou-se à essas palavras. - Não quero falar sobre isso. - Completou. Ele continuava tentando dar um nó em sua gravata, o rapaz tinha certa dificuldade em fazer isso, assim como o pai.

– Certo, vamos voltar ao assunto anterior, então! - Victória pousou sua mão envelhecida no ombro do filho. - Me prometa que ficará longe de Ivy esta noite.

– Não preciso prometer! - Ele afirmou para o desespero da mãe. Seus olhos azuis continuavam fixados no seu reflexo do espelho e os de Victória também. - Eu sei quais são os meus deveres...

– Henry, eu preciso da sua palavra, apenas para me sentir mais segura. - Victória afirmou rigidamente, quase em tom de ordem.

– Certo! Eu lhe dou minha palavra! - Henry falou impaciente ao virar-se para a mãe. - Está feliz agora?

– Muito! - Respondeu sorridente.

Era 4 de Outubro e como todos da realeza sabiam era o dia em que Victória fazia um jantar e leilão beneficentes em sua residência. Membros reais e figurões importantes do mundo inteiro eram chamados para aquele grande evento. Há dois anos atrás a Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, louvou Victória com sua ilustre presença e no leilão arrematou um belíssimo anel de brilhantes de quase duzentos anos.

Como todos eventos daquele porte era importante, e essencial, um traje Black Tie. Henry vestia um smoking todo preto e bem alinhado, uma discreta gravata borboleta, uma camisa branca e elegantíssimos sapatos Aubercy. Já Victória trajava um vestido longo de brocados de um tom nude quase off white, o colo do vestido e a cintura tinham aplicações em brilhantes e rendas o que deixava a rainha mais elegante, magra e alta - ou com uma altura razoável, uma vez que a ela era dona de incríveis 1,56.

Aos poucos as pessoas iam chegando ao Grande Salão de North Whintchersbarg.Victória recepcionava à todos com um belo sorriso, enquanto Henry forçava uma pequena simpatia. Os primeiros à chegar foram Gerard Humminsh, o ex primeiro ministro do antigo reino de Llyoal do Sul, e sua esposa Melina Humminsh, 25 anos mais nova e famosa por ter um desses blogs de "Look do Dia". Em seguida Luige Celico, um famoso e super bem conceituado pianista italiano, chegou acompanhado de seu mais novo namorado Giulianno de La Fontanna. Depois outros membros reais e parentes dos Caldwell chegaram juntamente com alguns parentes do Lamont, como a prima de Carolina, Denise. Duas princesas árabes, um famoso fotógrafo inglês, amigo íntimo de Victória, condes, duques e suas esposas e até jogadores de futebol da antiga seleção de Llyoal do Norte e do Sul compareceram ao evento.

Luzia, Albert e Carolina apareceram não muito depois. Henry pode observar a jovem princesa do fundo do salão. Ela estava maravilhosa trajando um vestido Emilio Pucci inteiramente dourado com um decote em V que acentuava seu colo e o colar de pérolas que ornava seu fino pescoço alvo. O vestido era sustentado por duas finas e delicadas alças bordadas à fio de ouro, sua cintura fechava de forma a deixar a saia longa do vestido mais aberta com um movimento único e delicado. Carolina tinha os cabelos castanho-arruivados presos em um coque desfiado simples, porém muito elegante de forma à mostrar os brincos de pérolas que eram conjunto do colar.

Henry pigarreou, constrangido por encarar Carolina de forma tão descarada, pegou uma taça de Champagne Chandon da bandeja de um garçom que passava ali por perto e se aproximou de Phillip Wilson, filho de um importante empresário llyonense e grande amigo do príncipe.

– Meu amigo, tenho que admitir que de todas as suas namoradas, que não foram poucas, Carolina é de longe a mais bonita! - Phillip declarou devorando a princesa com seus olhos.

Phillip era um homem tão, ou mais, mulherengo que Henry. Ele, porém, não era um homem muito atrativo embora fosse charmoso e tivesse muita lábia com as mulheres. Era dono de incríveis 1,92 e de um corpo magro e musculoso, resultado de anos de academia. Phillip mantinha seu cabelo, loiro acastanhado, bem curto em um estilo mais "batido". Seus olhos esverdeados pareciam estar sempre analisando e avaliando algo, que normalmente eram seios e bundas. 3 anos mais velho que Henry, Phillip talvez fosse um dos maiores responsáveis pelo comportamento do amigo. Victória era declaradamente contra tal amizade porém era inevitável que ela cortasse relações com a família Wilson uma vez que ela era muito influente dentro e fora de Llyoal.

– É a mais teimosa também! - Henry clamou brincando, embora falasse a verdade.

– Melhor ainda! - Phillip disse de forma maliciosa.

– Você não sabe o que está falando... - O príncipe continuou com os comentários "brincalhões" e casuais.

– O que quis dizer com isso? - Phillip ficou mais sério.

– Nada, Phil, estou apenas brincando. - Henry deu de ombros. - Achei que um homem pudesse reclamar da namorada para um amigo. - Completou então arrancando uma gargalhada de Phillip.

– Eu não vejo motivos para você reclamar dela! Ela me parece perfeita. - Ele afirmou enquanto encarava Carolina que, sorrindo de forma graciosa, cumprimentava alguns familiares.

– Sempre acharei motivos para reclamar de minhas namoradas. - Henry zombou. Em seguida ficou sério ao observar que Carolina caminhava em sua direção.

– Henry, querido! - A jovem afirmou sorridente embora tímida. Ela ainda se lembrava do beijo que compartilharam em seu último encontro. - Como vai?

– Oi, Carolizinha! - Henry falou surpreso com tanta simpatia. - Eu senti tanto sua falta nesses últimos dias. - Disse irônico. Phillip sorriu e Carolina também.

– Olá, Vossa Alteza. - Ele disse então. - É um prazer finalmente conhecê-la, sou Phillip Wilson, amigo do príncipe. - Beijou a mão delicada e alva de Carolina.

– Prazer, Phillip. - A jovem sorriu. - Pode me chamar de Carolina.

– Certamente irei... - Ele respondeu de forma galanteadora. - E você, por favor, me chame apenas de Phil e chame quando quiser. - O rapaz brincou fazendo Carolina corar. Henry tentava manter um sorriso falso no rosto quando na verdade tinha vontade de mandar Phillip à um lugar que o amigo certamente não gostaria de ir...

– Phil, você é meu melhor amigo, segundo suas próprias palavras. - Henry afirmou desviando a atenção do amigo para si. - Não vamos mudar isso, certo? - Phillip ficou sério entendendo a indireta, ou "direta", que Henry lhe dava.

– Como quiser, meu chapa. - Phillip deu um tapinha no ombro de Henry, querendo descontrair o clima.

– Priminho lindo! - A voz estridente de Ivy vibrou dentro dos ouvidos de Henry antes que ele pudesse dizer algo. "Isso era tudo o que eu precisava agora" o rapaz pensou nervoso ao se virar e deparar-se com os olhos verdes e misteriosos de Ivy o analisando.

– Olá, Ivy! - Henry falou sem muita animação. Ao seu lado os olhos de Phillip cresceram sobre o decote marcante da audaciosa jovem. Ela trajava um vestido preto longo e sexy modelo exclusivo da Versace. A parte de cima, tomara que caia, era inteiramente bordada com pedras pretas e brilhantes enquanto a parte de baixo, feita a partir de um cetim relusente, tinha um caimento leve e uma pequena, porém reveladora, fenda que destacava ainda mais as coxas grossas de Ivy.

– Não vai me apresentar à sua namoradinha? - Ela perguntou com certo desdém. Carolina segurou-se para não torcer a cara. Contudo não pode conter um olhar fulminante que brotou em seus olhos celestiais.

– Ivy, está é Carolina, minha namorada. - Henry disse, depois virou-se para Carolina e completou: - E Carolina, está é Ivy, minha prima.

– Muito prazer! - Carolina alargou seu sorriso.

– O prazer é todo meu, Vossa Alteza! - Ivy tinha um tom sombrio, provavelmente porque além do ciúmes que sentia de Henry ela também estava se sentindo ofuscada pela beleza da princesa. - Ah, oi Phil, eu não tinha te visto ai! - Ela completou ao observar que Phillip não havia tirado os olhos de seu decote.

– Olá, Ivy, como anda? - Ele indagou tentando mostrar interesse.

– Melhor agora que estou de volta! - A jovem afirmou e então encarou Henry de forma suspeita.

– Por onde andou? - Carolina questionou curiosa ao notar o ar abafado que Henry soltava pelo nariz.

– Pela Espanha, meus pais me obrigaram à ficar lá por um tempo. - Ivy sentia-se no controle da situação.

– E porque fizeram isso? - A princesa mostrava-se bastante interessada.

– Isso não é assunto para hoje! - Henry afirmou com a voz entrecortada e o rosto fechado.

– Mas agora eu fiquei curiosa! - Carolina podia sentir que havia algo de errado com aquela história, ela queria descobrir o que Henry parecia esconder e o que Ivy queria tanto revelar.

– Carolina, não insista! - Henry falou rigidamente ao fechar seus dedos grossos e quentes no braço da princesa, a puxando para mais perto de si.

– Henry, eu não entendo? - Carolina afirmou ao soltar seu braço.

Naquele exato momento a banda começou à tocar um belo e contagiante soneto, fazendo com que alguns casais começassem à se reunir na pista de dança para desfrutar daquele incrível e harmônico som.

– Carolina, Ivy andou tendo algumas atitudes que levaram seus pais à tomarem essa decisão! - Phillip sentiu-se na obrigação de interferir. - Digamos que ela se envolveu com algumas pessoas erradas... - Ele acrescentou, então.

– Entendo... - A princesa disse desconfiada, como se estivesse encaixando as peças daquele quebra-cabeças. - Ivy, me diga uma coisa, quando foi que você chegou?

– No domingo depois da festa de abertura da temporada de caça! - Ivy respondeu ainda carregando provocação em seu tom.

– Ah, já faz um tempo então... Estranho Henry não ter comentado nada. - Carolina afirmou para provocar Ivy, mas a jovem loira nem sequer ligou.

– Não tenho que comentar tudo com você! - O príncipe afirmou ao aproximar seus lábios dos ouvidos de Carolina. Em seguida cochichou de forma que somente ela pudesse ouvir o que ele falava: - Pare já com essa investigação, lembre-se de que eu também sei de podres à seu respeito… - Carolina sorriu, como se assentisse, e então virou-se para Phillip:

– Phil, porque não leva Ivy para dançar? - Ela sugeriu provocando Henry.

– Ótima idéia! - Phillip disse animado. - Vamos, Ivy? - Ele estendeu o braço para a jovem e ela, contrariada o aceitou.

– Não fique com ciúmes, priminho! - Ivy disse já se afastado de Henry e Carolina.

Phillip sorria como se tivesse ganhado na loteria. Em um evento importante com aquele ele deixava para escolher sua "vítima" mais para o final da noite quando todas as mulheres solteiras já estivessem bêbadas e deprimidas o suficiente para querer transar com o primeiro homem que aparecesse. Ivy, por outro lado, caminhava à contra gosto até a pista de dança, sabia que a única forma de atingir Henry naquele momento seria se ela dormisse com Phillip... e era isso que ela iria fazer.

– Então, você está com ciúmes! - Henry afirmou sorrindo vitorioso, assim que Phillip e Ivy começaram a dançar.

– Eu? - Carolina riu debochada.

– Está na cara, Carolzinha, você está com ciúmes do seu namoradinho aqui! - Ele falava por entre um enorme sorriso. - Eu sabia que esse dia ia chegar, ainda não nasceu a mulher que consiga resistir ao meu charme...


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