Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

gente, a cada dia mais e mais leitores estão aparecendo e estou muito feliz por isso!! Mas eu iria agradecer mesmo se vocês deixassem suas reviews :) thanks



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    - Henry, desde quando cerveja mata a fome? - Carolina parecia nervosa. 

    - Vai por mim que mata... - O rapaz riu enquanto a puxava. 

    - Não quero! - Carolina parou de imediato. Seu olhar estava sério.

    - O que foi? - Henry encarava a jovem sem entender. Carolina estava rígida, nem ao menos pensava na população que os observava.

    - Henry, eu não quero! - Ela afirmou ao se aproximar do rapaz. Apenas ele pôde ouvi-la.

    - Você está com medo? - A pergunta do príncipe soou como um desafio.

    - Lógico que não! - Carolina desmentiu. - Apenas acho que é errado. Pense no exemplo que estamos dando para as crianças... - Henry gargalhou debochadamente, irritando ainda mais Carolina.

    - Essa é a melhor piada que eu já ouvi em toda a minha vida! - Henry afirmou por entre risos. - Esqueça as crianças, o.k.? Já somos adultos e vamos tomar uma cerveja... - Carolina encarou Henry por alguns instantes e percebendo que ele não cederia, nem por um segundo, ela aceitou.

    - Vamos! - Disse contrariada.

    Os dois ainda tinham suas mãos entrelaçadas, mas por alguma razão, ainda desconhecida, eles não se importavam... era como se tudo estivesse encaixado perfeitamente...

    Ao chegar na barraca não havia muita fila , porém assim que o mais novo casal real se aproximou todos saíram abrindo passagem. Carolina sentiu-se envergonhada, mas Henry nem sequer ligou, afinal ele já estava acostumado em usar os privilégios de príncipe em coisas tão simples como "entrar em uma fila".

    - Duas Heinekens! - Henry pediu à um simpático senhor, bem grisalho, que estava no caixa.

    - Não precisa pagar, Alteza! - O homem falou assim que Henry retirou a carteira do bolso. - Considere isso como uma cortesia. - Ele sorriu então.

    - Valeu! - Henry disse indiferente. Carolina franziu o cenho, achando a atitude de Henry um pouco imatura.

    - Obrigada, senhor. - Ela disse então, como se tomasse controle da situação.

    - Meu sobrinho irá os servir, é só aguardar ao lado por favor. - O homem afirmou e assim Henry e Carolina fizeram.

    Do lado de fora da barraca era possível observar um jovem loiro debruçado sobre um enorme cooler branco e quadrado, ele provavelmente era o sobrinho do simpático senhor do caixa e estava pegando as bebidas do "casal".

Porém, assim que o homem voltou à posição normal e se virou para servir Carolina e Henry, a jovem teve uma desagradável surpresa.

    - Desculpem a demora. Eu queria pegar as cervejas do fundo para vocês. Essas são as melhores e mais geladas. - O homem piscou, meio que ironicamente.

    - Edward? - Carolina exclamou perplexa assim que o tal homem se aproximou com duas Heinekens nas mãos. Henry fitou-a sem entender nada. - O que está fazendo aqui? 

    - Ah, oi Ca! - Edward sorriu. Ele esforçava-se ao máximo para parecer simpático e indiferente, mas Carolina o conhecia muito bem e sabia quando ele estava mentindo. - Eu ouvi dizer que o casal mais "pop" de Llyoal estava na festa... eu me esqueci que você fazia parte dele. - Obviamente que ele não conseguira manter a postura por muito tempo. Carolina estava em choque, mesmo ouvindo palavras tão brutas ela encarava Edward com afeição e carinho.

    - O que está fazendo aqui? - Ela questionou novamente.

    - Bem, como sabe todo o lucro arrecadado nas barracas é doado para os hospitais, então eu e meu tio resolvemos ajudar! - Ele contou. Carolina sentiu seu coração se arrepiar dentro do peito. Edward era um homem nobre e ela jamais havia se esquecido disso, e talvez essa fosse uma das maiores razões pelas quais ela estava completamente e perdidamente apaixonada por ele.

    - Que lindo, Ed! - A princesa exclamou sorrindo. Um estranho nó havia se formado em sua garganta, por sorte ele impedia que o choro saísse.

    - Pois é!  - Edward afirmou dando de ombros. - Bom, toma ai a cerveja de vocês! - O rapaz loiro afirmou ao colocar as duas garrafas verdes de Heineken sobre o improvisado balcão de madeira. - Ah, se eu fosse você tomava cuidado, Carolina é meio fraca para bebida, principalmente cerveja e chop. - Edward alertou Henry. Carolina sentiu sua bochecha queimar de vergonha.

    - Pode deixar! - Henry respondeu após um riso sarcástico. 

Sem dizer mais nada Edward voltou para o fundo da barraca e Carolina e Henry voltaram ao seu passeio pela festa... 

    - Seus pais sabem desse cara? - Henry questionou após um tempo.

    - Do que está falando? - Carolina fingiu-se de desentendida. Bebeu um pouco de sua cerveja e continuou encarando Henry...

    - Carolina, eu não sou idiota, percebi muito bem que tinha alguma coisa entre você e aquele cara da barraca. - Henry afirmou.

    - Henry, não tenho nada com Edward, somos apenas amigos... - Ela deu de ombros, quando na verdade tudo o que pensava agora era em Edward e como ele era generoso e apaixonante... 

    - Sei... - Henry provocou. - Então não teria problema se eu perguntasse para seus pais sobre ele não é mesmo? - O príncipe indagou. Henry parecia mesmo querer desvendar aquela história.

    - Não! - Carolina mentiu preocupada, seus olhos estavam levemente avermelhados. - Eles sabem que Edward e eu somos apenas amigos. - Disse.

    - Você pode falar isso o quanto quiser, mas eu sei que é mentira! - Henry riu.

    - Chega desse assunto! - Carolina ordenou dando um enorme gole em sua cerveja. - Vamos voltar para o museu! - Disse então.

    Henry concordou que era hora de voltar, mesmo porque faltava pouco tempo para dar o tiro que abriria oficialmente a temporada de caça em Llyoal... Todos estavam esperando por aquele momento e o príncipe não poderia, de forma alguma, atrasar...

    No caminho de volta para o museu Carolina terminou sua cerveja, e pegou mais duas. Henry sabia que não era certo deixá-la beber tanto assim, contudo não ligava, estava achando mais do que divertido ver a princesa ficando descontrolada daquele jeito.

    Assim que Henry e Carolina voltaram ao museu faltavam apenas alguns minutos para que o tiro de abertura da temporada de caça fosse dado... O banquete já havia sido servido, porém na mesa ainda haviam alguns vestígios do que antes era um porco assado com batatas e salada. Carolina tinha os olhos vermelhos e a aparência cansada, ela sentou-se no lugar que antes estava e procurou não falar com ninguém pois sabia que não estava em um bom estado para isso. Henry, por outro lado, nem sequer sentou. Albert já estava posicionado, frente à sacada, esperando para que as armas chegassem, Henry foi ao seu encontro.

    O povo llyonense já estava acomodado na praça. Todos olhavam para cima esperando o grande e esperado momento em que o tiro fosse dado. As pessoas estavam sentadas no chão enquanto comiam e aguardavam...

    Henry e Albert estavam um ao lado do outro. O resto das pessoas, inclusive Luzia e Victória, estavam posicionadas logo atrás deles. Respeitando a tradição, as armas que dariam o tiro foram trazidas por dois homens fardados em duas bandejas de prata, forradas com um veludo vermelho. A primeira arma, a que Albert pegou, fora escolhida pelo próprio rei do Sul pois era um artefato de família, sendo passada de várias gerações passadas até hoje. A segunda arma, a de Henry, era a arma favorita de seu pai e o príncipe acreditava que ao dar o tiro com ela seria como se Rupert também o estivesse dando...

    Quando a contagem regressiva começou, um grande frio passou pela barriga dos dois homens que dariam o tiro. Assim que o povo chegou ao número "cinco" da contagem, Henry e Albert apontaram as armas para o céu e - "quatro, três, dois, um..." - então dispararam...

    Imediatamente o povo os ovacionou enquanto balançavam as bandeirinhas vermelhas e brancas de um lado para o outro. O céu se encheu de cores quando os fogos de artifício começaram à serem soltos. A temporada de caça no novo reino de Llyoal estava oficialmente aberta e o povo não poderia estar mais satisfeito e feliz com isso...

    A última, porém não menos importante, tradição da noite era a dança da Coroa. Isso era provavelmente um dos momentos de mais diversão de toda a festividade, pois diferente dos outros países com danças tradicionais da Coroa, em Llyoal a música era animada e a dança com bastante movimento. Todos os membros da realeza deveriam participar, ainda seguindo a tradição... Assim que os fogos de artifício sumiram pela vastidão negra do céu estrelado os casais logo se formaram, ainda na sacada do museu, e aos poucos desciam para o palco montado no centro da praça. 

    Henry depositou sua arma de volta na bandeja de prata e, mesmo contrariado, logo foi se juntar à Carolina. O único problema era que a princesa não estava sentada à mesa e em nenhum outro lugar daquela sacada. Por mais que Henry corresse seus olhos azuis pelo lugar nada de Carolina aparecer...

    - Fudeu! - O príncipe exclamou para si mesmo. Do alto ele conseguia avistar Luzia, Albert, sua mãe e o duque de Glindish caminhando na praça rumo ao palco central. Em menos de dois minutos a dança da Coroa iria começar e Henry, certamente, não estava aonde ele deveria estar e muito menos com quem ele deveria estar...

    Henry continuou parado na sacada assim que a música llyonense começou a tocar. Ele conseguia ver que Albert, Luzia e Victória ficaram tensos e preocupados assim que ele e Carolina não subiram no palco, mas como dizem por ai: o show tem que continuar...

    Os casais começaram, então, a se movimentar no palco seguindo os complexos passos da dança da Coroa. Henry sabia o peso que tinha ele não estar ali, principalmente diante de Albert. Isso porquê mais cedo o príncipe tinha comprometido consigo mesmo que provaria ao antigo rei do Sul que ele não estava apenas se divertindo com toda aquela história de casamento… Aliás, diversão era a última palavra que Henry usaria para descrever o que ele estava passando desde que começou seu relacionamento arranjado com Carolina. Ele tinha consciência de que não seria fácil mas aquilo estava mais para o lado do impossível... Em apenas três vezes que ele tinha encontrado a jovem ela já o havia tirado do sério mais vezes do que as pessoas com quem ele convivia diariamente tinham.

    Henry deu de ombros e rodou os olhos:

    - Que se dane! - Exclamou irritado. Sabia que na manhã seguinte ouviria um discurso colossal de sua mãe sobre "como ele era um filho irresponsável".

    Cansado de ficar ali observando a dança em que ele deveria estar participando, Henry resolveu que o melhor naquele instante seria ir embora. Talvez, se arrependesse disso na manhã seguinte, porém agora, tudo o que o príncipe precisava era sair dali. Mesmo porquê Carolina não estava lá para agüentar as conseqüências junto com ele, não é mesmo?!


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