Dois Mundos escrita por debs


Capítulo 23
Capítulo 23




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Abri meus olhos bem devagar, tentando barrar a luz do sol que batia nos meles agora, me revirei e percebi que estava deitada sobre os braços de Evandro, que ainda dormia. Me levantei devagar para produzir menos barulho possível, me vesti novamente e prendi os cabelos, esfreguei os olhos e fui até a frente da cabana, quanto tempo dormi? Onde estava Beth e Hans uma hora dessas?

Voltei até Evandro novamente e o cutuquei:

“psiu, Evandro, acorda”- disse eu

Não ajudou muito, ele apenas fez um barulho irreconhecível com a boca e virou para o outro lado, cutuquei-o novamente só que mais forte.

“o que foi?” – disse ele, voltando-se pra mim novamente, irritado

“já não era tempo deles dois terem voltado?”- disse eu

Evandro esfregou os olhos e vestiu a camiseta.

“não chegaram ainda”-disse ele, se levantando e olhando pelo buraco da caverna

““não, já procurei por tudo aqui e nenhum sinal deles”- disse eu- “ acha que é melhor procurar eles?”

Evandro confirmou com a cabeça e se levantou rapidamente, colocou a faca dentro da bainha e foi em direção á entrada da caverna. Olhou para trás e disse “vamos”.

Lá estávamos nós de novo, os amantes da floresta, o casal proibido, andando sozinhos pela mata á procura dos amigos.

O brilho da lua lá em cima era tanto que ofuscava o brilho das estrelas e iluminava o nosso caminho, o silencio predominava e era apenas interrompido pelo uivo dos animais e o barulho dos nossos pés que pisavam sobre as folhas secas e os gravetos, era como se até o riacho parasse de fluir, pois nem o seu barulho era possível ouvir agora. Quinze minutos, meia hora e nada, eu havia pedido que não se afastassem mais que o necessário para não nos perdermos, mas pelo jeito não tinham me escutado.

“para onde será que eles foram?”- disse Evandro, parando perto de um pinheiro alto.

“não sei, também não faço a mínima ideia”- disse eu

Ele ficou ali, parado, olhando ao redor em busca de alguma pista mas nada, como sempre, então primeiro ele deu um alto assovio que até fez com que os pássaros, alarmados, saíssem voando dos galhos das arvores acima, mas nenhuma resposta, então não tínhamos outra alternativa além de gritar por eles.

Primeiro Evandro e depois eu, gritávamos pelos seus nomes o mais alto e claro possível e nada, então continuamos andando e gritando ao mesmo tempo, olhei mais uma vez para trás e nosso acampamento improvisado não se passava de um mero ponto em meio á escuridão.

Evandro subiu um morro mais alto e eu continuei procurando em solo, gritando seus nomes o mais alto que podia, minha garganta já doía e minha pernas latejavam.

“DÉBORAAA”- ouvi Evandro gritando lá de cima.

Parei de gritar e comecei a correr morro acima, minhas pernas não doíam mais pois a adrenalina dominava meu corpo, será que ele os encontrou?

“vem logo, meu deus”- disse ele

“estou indo o mais rápido que posso”

Quando estava quase chegando lá em cima, Evandro começou a descer a encosta pelo outro lado e então o acompanhei. Quando cheguei no topo, antes de começar a descer, meu coração parou e fiquei sem reação, minhas pernas latejavam novamente e então cai no chão, de joelho e com as mãos sobre o me rosto, meu deus, como isso foi acontecer! Percebi que lagrimas, muitas lagrimas escorriam pela minha bochecha e caiam sobre minha blusa agora, mas eu tinha que ser forte e ir com Evandro, então sequei as lagrimas, com raiva e desci a encosta também, atrás de Evandro.

Lá em baixo, sobre arvores derrubadas e mato pegando fogo, havia dois corpos estendidos, sem reação, e esse eram Hans e Beth.


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