A escuridão escrita por Catwoman


Capítulo 6
O depois


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo e um pouco grande.
Desculpem pela demora.
Boa leitura. Beijos



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Sua boca descia meu pescoço e encontrou meu colo, e em seguida, meus seios. Sua boca em conjunto com suas mãos, me fazia arfar de prazer. E eram elas, suas mãos, que passeavam e percorriam em um quase frenesi pela minha pele recente molhada, buscando cada pedaço ainda desconhecido de meu corpo.

Nossos corpos, e peles, se encontravam em contraste com o momento, eles se conectavam, e se aproximavam cada vez mais. Mais uma vez, suas mãos percorriam pelo meu corpo, porém, agora em companhia de seus lábios, que exploravam toda minha pele úmida. Descendo incansavelmente, até parar em um lugar especifico, que quase me fizera chamar pelo seu nome. Em segundos, e sem cerimonia a conexão entre nossos corpos se encontrava completa. Seus movimentos iniciaram em meio a alguma hesitação, mas que logo foi extinguida pelos meus movimentos. Bruce havia me levado a um mundo no qual somente nós existíamos, e lá - somente lá - eu me sentia segura. E creio que com ele também não foi diferente. Durante nossa noite, nada mais importava, somente aquilo, e o agora. Este agora, o qual, me fez, discretamente, chamar pelo seu nome.

**

Um vento frio tocava minha pele nua, o que me fez acordar.

Continuei na cama, de olhos fechados, passando em minha mente as lembranças da noite passada em lentos flashs. Cada toque. Cada caricia. Cada beijo. Tudo. Até me lembrar que, supostamente, não estaria sozinha na cama. Mas estava. Tudo bem, disse a mim mesma, tudo bem. Concentrei-me em procurar de onde vinha o frio vento. Havia uma janela entreaberta, e lá fora nevava. Assim que me sentei na cama, com o principio de ir fechar a janela, ouço o som de batidas na porta. Rapidamente alinhei-me ao edredom, me cobrindo.

–Entre! - disse, e enganando minhas convicções de quem havia batido na porta do quarto, Bruce entrava no quarto com uma bandeja, e vestindo apenas uma calça casual.

–Não acho que precise se cobrir, já vi tudo! - Disse ele, aparentemente, bem humorado.

–Estava ponderando se havia saído de fininho de madrugada.

–De fato. Eu saí, sim. E espero que não se importe. - disse ele, sincero, sentando-se ao meu lado, e colocando a bandeja em meu colo.

–Bem, pelo menos me trouxe café.

–Isso é bom? - disse ele, fazendo uma expressão de espanto. - Tudo bem, sinto dizer que não fui um completo canalha. Recebi uma ligação de trabalho, e tive que ir, mas voltei a tempo de voltar a dormir ao seu lado.

–Trabalho? De madrugada? - disse, pegando uma fruta da bandeja e a mordiscando.

–Bem, quase isso. Algo sobre uma entrega, nada importante... me passa aquela xícara? -

–Nada de importante? E então por que ligariam para o presidente das empresas no meio da madrugada? Ou você está sendo modesto, ou teve algo haver com as informações que, eventualmente, dou a você. - Bruce me encarava de modo estranho, como se estivesse hipnotizado, e não estivesse prestando a menor atenção no que eu falava - Mas, como prometido, nada de perguntas.

–Você não tem ideia... - disse ele, nem reparando no que eu havia acabado de falar

–Do que? - me espantei

–Você não tem ideia do quanto é linda. - ele disse, levando sua mão ao meu rosto e tirando uma fina mecha de cabelo e a colocando de lado, no seu devido lugar.

–Mentiras a essa hora da manhã, Sr Wayne? E neste estágio do relacionamento? - retruquei, ainda mordiscando a fruta

–Você não sabe o quão foi difícil levantar de madrugada e sair de seu lado, sabendo que se eu continuasse ali, você estaria preenchendo não só o vazio de minha cama, mas também o vazio de minha vida. Ter te tirado do topo daquele prédio foi a melhor coisa que eu fiz há muito tempo... Na verdade, não me lembro de ter feito algo tão bom quanto colocar você em meus braços. - ele disse, agora, colocando sua xícara já vazia longe, e me aninhando em seu peito. Sua boca estava agora roçando, suavemente, a lateral de meu rosto. Rosto o qual, estava em chamas. Rubra, e quase que mudamente, consegui dizer:

–Só sua cama e sua vida? Porque pra mim, você preencheu isso, e algo mais. - Sua mão agora repousava sobre a minha, e como que sussurrando em meu ouvido, ele disse:

–Você preencheu cada lacuna vazia dentro de mim, acredite. - sua voz, baixa e intensa, me fez arrepiar. Alguns segundos de silêncio percorreram enquanto aproveitávamos o calor um do outro, até ele seguir:

–Esse quarto está um pouco frio. O que acha de fazermos algo sobre isso? - ele disse, colocando seus lábios sobre a lateral de meu pescoço.

–Adoraria. Mas quem sabe você deva começar pelo termostato? - eu disse, reprimindo um sorriso, o que eu não esperava era que ele fosse me jogar na cama.

–Então, eu estava pensando em começar por aqui - disse ele, descobrindo meu corpo com o edredom.

***

A tarde seguia fria. Resolvi caminhar sobre a neve no jardim.

O jardim, como qualquer lugar daquela mansão, era enorme. Havia andado uma vez somente ali, mas a neve o deixava diferente, bonito. Caminhava sobre a passarela, a qual, era de pequeno tamanho, mas o suficiente. Não andaria muito por ali. Havia parado, e encarava o horizonte nevado. E de relance vi dois pontos negros sobre a branquidão da neve. Seriam os túmulos dos pais de Bruce? Sim, eram eles. Não me aproximei. De fato, dei meia volta, e iniciei o trajeto de volta a mansão. Fui direto a cozinha.

–Alfred? - chamei

–Sim, Srta Selina?

–Queria saber se precisa de ajuda em algo. Bruce me falou algo sobre um jantar hoje a noite, e creio que deve estar bastante atarefado.

–Sim Srta, estou sim, e agradeço pela gentileza, mas creio que os cozinheiros dão conta.

–Cozinheiros? Curioso! Pensei que era só você.

–Bom, digamos que quando há jantares, não sou somente eu. - Ele parou um instante e rapidamente concluiu - Tenho algo para a Srta. Mestre Bruce acabou de mandar.

–Pra mim? Mas... É algo sobre o jantar não é? Falei para ele que não queria ir. Provavelmente será um jantar de negócios, eu não o quero atrapalhar.

–Tenho absoluta certeza de que assim não fará. A Srta é bela, inteligente, e... espero que sirva! - disse ele, me entregando uma enorme caixa. A abri, e nossa!, ele tinha muito bom gosto.

Subi, coloquei a caixa sobre a cama, e repentinamente, resolvi fazer algo.

–Alfred, você pode chamar o motorista para mim? - disse, descendo as escadas, e o encontrando no meio do salão falando com algumas pessoas. Ele assentiu, e em minutos, estava sentada no banco traseiro do carro de luxo do Sr. Wayne, o bilionário playboy. Indiquei o endereço para o motorista, e em seguida, lá estava eu; Na frente de meu antigo casebre, o lugar onde costumava chamar de lar.

Um filhote de gato se encontrava na soleira da porta de minha casa. Ele tremia. Tadinho, não merecia ficar naquele frio. O peguei, gentilmente, e o pus no banco no carro, onde estaria mais quente, mais tarde cuidaria dele. Agora tentava acumular coragem de entrar naquela casa e buscar a unica coisa valiosa que eu tinha.

A coragem chegou, e sem hesitar, entrei. Apenas alguns meses fora, e parecia como se fosse a eternidade. Sentia dentro de mim que aquela casa não retratava mais minha vida, e nunca mais retrataria. Ali não mais parecia meu lar.

Cheguei em meu antigo quarto e busquei uma pequena caixa, debaixo de minha cama. Meu tesouro, pensei.

O caminho de volta para a mansão parecia maior. O pequeno gatinho agora encontrara aconchego em meu colo. Era o inicio que uma pequenina amizade.

Ao sair do carro, percebi que havia passado algumas horas, pois a neve caia de um céu negro. Adentrei a casa, e logo fui abortada por Alfred.

–Sr Bruce está a sua espera, ele desejaria que a Srta se aprontasse no quarto dele. - Bem, isso é novo

–Tudo bem. Mas tenho um pequeno probleminha para resolver primeiro. Pequeno mesmo. Olhe. - Apontei para o gato

–Eu cuido dele, não se preocupe, agora vá. Os convidados estão para chegar.

Subi a escada rapidamente, e ao invés de virar a esquerda, na direção de meu quarto, virei na direção oposta, onde se encontrava o quarto principal da casa. Bati duas vezes, ele rapidamente abriu.

–Entre! - disse ele, e mais algumas palavras, mas não consegui acompanhar, seu quarto era majestoso, sem comparações ao meu, o que eu já achava um luxo extremo.

–...e eu gostaria que ficasse aqui a partir de hoje. -

–Como? -me espantei - Desculpe-me, mas o que?

–Gostaria que ficasse aqui, neste quarto comigo. Se quiser, é claro.

–Você tem certeza..? Digo, posso pensar a respeito?

–Ah sim, claro. E em quanto pensa, que tal se arrumar, você está atrasada Selina. E... não querendo ser intruso, mas onde esteve?

–Fui a minh... Em um lugar não importante. Depois digo. E então, onde está aquele vestido que sua secretária comprou pra mim. - Bruce riu, e caminhou até mim e pegou minha mão vazia. o que me fez lembrar da minha caixinha, que ainda jazia comigo.

– Escolhi esse pessoalmente, agora vista-se. Não temos muito tempo.

Deixei a caixinha em cima da cama e comecei a me vestir, aquele vestido, ao mesmo tempo de majestoso, ele era simples. Tecido negro, poucos detalhes, e muitas curvas, o que fazia realçar cada detalhe de meu corpo. Bruce me ajudou no zíper, e eu o ajudei na gravata.

–Você está, definitivamente, divina. - disse ele, colocando sua mão em minha cintura e me puxando mais para perto.

–Poderia dizer o mesmo, mas você ainda está me incentivando a ir neste jantar. Afinal, o que terá de tão importante nele?

–Bom, negócios, mas principalmente, quero te apresentar aos meus colegas.

–Colegas? Isso não é muito repentino?

–Não. Sabendo que mesmo que não tivéssemos um relacionamento, esse jantar estaria acontecendo de mesmo modo.

–Mas, espera ai, o que você estava planejando que eu faça? - tentei me afastar, mas ele mantia sua mão em minha cintura.

–Não se preocupe, não é nada de mais. Prometo.

–Se você diz, tudo bem então. Vamos descer! -

–Mas primeiro, tenho que te responder uma pergunta.

–Pergunta?

–Sim, você perguntou se me fazia feliz.

–Mas você já respondeu.

–Então, eu te pergunto: Selina, eu te faço feliz?

–Você me faz feliz, e me fará até que me troque por outra. - eu disse, sorrindo

–Não te trocarei. - ele disse, sério

–Como tem tanta certeza?

–Eu não preciso ter certeza do que sinto, preciso? Eu apenas sei.

Minha mente se inebriou com suas palavras e ficou fora de órbita, até perceber que nossas bocas estavam coladas, e seu gosto preenchia por completo meu paladar. Invadi sua boca com minha língua, fazendo com que ele acompanhasse. Aprofundamos o beijo, mas durou pouco. Batidas na porta nos interromperam -malditas batidas-

Mestre Bruce, seus convidados o espera. -Alfred falou, sob a porta.

–Estamos indo. Só um instante. Pronta?

–Acho que sim.

–Então vamos!


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo: O Jantar.
Haverá bastante surpresas, e provavelmente sairá neste fim de semana.
Até lá. Beijos.
Se gostou, dê sua opinião abaixo. E se não gostou, também.

PS: Ainda não revisei o cap, se houver algum erro espero arrumar amanhã. :)



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