Vira Tempo escrita por amelia_cullen


Capítulo 6
~* O começo do Fim. parte II *~


Notas iniciais do capítulo

Bom, está ai!
Desculpem a demora!
E não me espanquem até a morte.. :s

;*



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(...)

 

-Pontas acabou de ligar. – Severo parecia prender o riso.

-Algum problema?

-Não. Ele queria saber se os Longbottom estavam aqui. E se íamos demorar pra ir pra la.

-Hum... Você disse que eu só estou terminando de arrumar a Kate e estamos indo, não é?

-É... eu tentei. Ele não sabe mesmo usar o telefone, não é? – Severo dizia sarcasticamente

[n/a sorriso sarcástico como só o morcegão sabe sorrir. XD]

-Ah, a Susana cansou de tentar explicar... – ela ria.

-Ele fica berrando como se eu estivesse longe demais para escutar... fora que ele as vezes usa o telefone ao contrário... – ele completava não contendo a vontade de rir.

-Tudo pronto! Vamos? – Lilian dizia, apontando a varinha para uma enorme bolsa que se fechava.

Eles então foram até a lareira e um de cada vez sumiu pela rede de flu após as chamas esverdeadas; Lilian com Kate e Severo com Draco e a bolsa. Foram parar na sala da casa dos Potter.

Todos estavam la, estáticos e brancos como farinha. Alguma coisa havia acontecido, Severo tinha certeza disso. Dito e feito.

[n/a não me matem por isso, pleease.. :x]

-Lilly, senta. – Lupin acomodava a ruiva na cadeira. Susana soluçava alto la da cozinha. Thiago andava de um lado para outro com as mãos no rosto. Pettigrew parecia ter comido algo estragado. Marlene parecia desconcertada, seus olhos vermelhos e inchados, fitando o teto.

-O-oque ho-houve? – ela já estava aflita.

-É... dificil dizer... A Alice e o Frank, eles...

-Oh Merlin, não me diga o que eu estou pensando que é!- pesadas lágrimas já escorriam pelo rosto da ruiva.

-Bem, eles estão vivos, mas... Eles foram torturados até a loucura. – ele baixava a acabeça.

Lilian deixava escapar um murmúrio estridente de choro.

-E Neville? – ela arregalava os olhos de repente.

-Estava com Augusta quando aconteceu.

Lilian assentiu com a cabeça.

-M-mas isso tem cura? – ela tinha o olhar implorativo por uma esperança em que se agarrar. Lupin suspirava com tristesa.

-Infelizmente não. Os médicos disseram que foi muito grave. Eles não vão voltar ao normal.

Lilian desabou em lágrimas com aquilo. Severo abraço-a forte contra seu peito.

-Quem foi? – ele disse, com a cara de alguém que acaba de levar um soco no estômago.

-Moody acha que foram os Lestrange. – Lupin abaixava a cabeça. Todos na sala ficaram em um silêncio melancólico. As coisas estavam saindo do controle.

 

(...)

 

-Sirius, tire os pés do sofá, Kate, pare de colocar tudo o que encontra na boca, Pontas a minha sala não é lugar para você ensinar o Harry a jogar quadribol, e por Merlin Draco deixe o Mac em paz. – Lilian se irritava, já cansada, sentando-se no sofá.

-Calma Ruiva, você ta muito estressada. Quer um sapo de chocolate? – Sirius recolocava os pés no sofá, e os braços atrás da cabeça.

-Não, mas ajudaria se você colaborasse. – ele fazia biquinho.

-Ta bom, ta bom. O que seria dessa casa se não fosse eu? – ele tinha um sorriso torto.

-Humpf! Muito mais limpa e harmoniosa...

-É. E melancolicamente chata. Silêncio, limpeza, organização. A qual é, não é um ambiente saudável pra minha princesa. Mas... eu vou ser compreensivo. Você anda mesmo muito estressada.

-Porque será? – Lilian girava os olhos.

-Hey, Pontas. Me ajuda a levar as crianças pro jardim. Vamos dar um pouco de sol pra elas. – Sirius agarrava Kate com um braço e Draco com o outro.

-Ta. – Thiago pegava Harry e Mac e o seguia.

Lilian finalmente estava sozinha com seus pensamentos. Dava graças por Thiago e Sirius estarem ali. Cuidar sozinha de quatro crianças não estava sendo nada fácil. Mas, ela não reclamava. Ao menos parara de pensar tanto em Alice e Frank.

As coisas estavam indo de mal a pior no mundo bruxo, o que obrigava Severo, Susana, Samuel e Rosana a fazerem turnos extras no ministério. Lilian tinha se proposto a ficar com as crianças todas juntas ali durante aquela semana, ao menos até as coisas se acalmarem no ministério. Agora, além dos seus pimpolhos, tinha mais o afilhado e o filho dos vizinhos para ficar de olho, e como era sábado, Thiago e Sirius ocuparam sua folga para ajudá-la. Estavam se revezando nas casas dos amigos, para ficarem todos juntos, uma estratégia de segurança, segundo Dumbledore. O dia seguinte seria na casa dos Potter e finalmente eles poderiam almoçar todos juntos.

-Vai uma ajudinha ai, Lilly? – Rosana entrava pela porta, deixando a capa no sofá.

-Ah, oi Rose. Não, tudo bem, já esta tudo encaminhado para o almoço. – ela sorria fracamente.

-E eu nem sei como vou fazer pra agradecer tudo isso. – ela abraçava a amiga.

-Você sabe que não precisa. Faço isso com gosto. – Lilian pausou. – Então... novidades?

-Bem, o de sempre. Desaparecimentos, ataques aos trouxas.. mas ninguém conhecido. – ela adquirira um tom mais sério.

-Quando é que isso vai acabar... – Lilian suspirava triste.

-Ah, não se preocupe querida. As coisas vão melhorar. Estamos tendo muitos progressos na captura de comensais. Uma hora agente esbarra nele.

-E é isso que me preocupa, sabe. Eu fico com o coração apertado toda vez que Severo sai para o trabalho.

Nesse instante, chegam os outros. Severo vinha com Kate no colo conversava com Samuel. Susana vinha com Draco no colo, sorrindo. Mais atrás, vieram Sirius e Thiago com as outras duas crianças.

Severo beijou carinhosamente a esposa ao passar e todos sentaram-se ao redor da mesa, que agora estava esticada por magia ocupando quase todo o hall que dividia a cozinha e a sala.

-Quais são as novidades? – Thiago perguntava a Severo enquanto Roinck servia o almoço.

-Em geral, o de sempre. Mas o Ministro ressaltou mais uma vez a importância do feitiço Fidelius para os funcionários ministeriais, é uma prioridade de segurança. Eu espero que já tenha pensado nisso, caro Pontas.

-Ah sim, já cuidei disso, não se preocupe.

-Sério? – Sirius o olhava incrédulo. - Eu jurava que eu seria o fiel do segredo.

-Ér.. bem é que teve que ser ás pressas e você já é o fiel do segredo dos Snape.

-E quem é? – Severo perguntou.

-Pedro. – ele colocava uma grande quantidade de sopa na boca. -AAAAAIIIIIII CAR*** ISSO TA QUENTE! – ele tomava um golão de suco.

Draco ria gostosamente e Roinck agitava as mãozinhas, sem saber o que fazer.

-Tudo bem Roinck, a culpa não é sua. – Susana o reconfortava.

-Isso, ria do seu padrinho, seu ingratinho. – ele dava a língua para Draco.

Severo girava os olhos.

-Quando agente pensa que ele não pode ser mais infantil, se surpreende. – Severo dizia sarcástico, provocando risadas histéricas de Sirius.

-Ah, antes que eu me esqueça, Susana. Nós vamos passar o Domingo na casa da minha mãe. Iremos para a sua casa mais a noite. – Rosana limpava a boca de Mac, que estava toda emporcalhada.

-Ah, sim, sim. Sem problemas. Mande lembranças para a sua mãe. – Susana sorria.

-Alguém aqui tem falado com Augusta? Estou começando a me preocupar com Neville... – Lilian dizia, dando mingau para Kate.

-Não. E acho que mal vamos ter noticias dela. Ela se isolou completamente, e não tiro sua razão. Está cuidando da segurança do neto. – Severo parar de sorrir.

Nem bem acabaram de comer e Draco, Mac e Harry já tinham pego no sono. Apenas Kate ainda resistia, rindo das palhaçadas do padrinho.

-Boa noite Sevinho! – Sirius era o último a subir as escadas, trazendo uma Kate sorridente.

-Boa noite Almofadinhas. E, graças a Merlin, amanhã é Domingo. – Severo pegava Kate do colo de Sirius, que entrava para o seu quarto - Vou matar as minhas saudades de vocês. – ele beijava os cabelos dourados da filha. Ele se espantava com o fato da filha ter crescido tanto  sem ele nem ter reparado. Estava com mais de um ano agora. Ele colocou Kate para dormir e foi se deitar. Lilian já estava na cama, lendo um grosso livro sobre magia defensiva.

-Cansada, amor? – ele a beijava intensamente.

-Bastante.

-Eu imagino. – ele sorria. -Eu estou exausto.

-Mas amanhã é um novo dia, e você não tem que ir trabalhar. – ela o abraçava.

Ele sorria, trazendo-a mais para perto e apagando as luzes.

 

(...)

 

-Bom dia, hoje é um lindo dia, e eu quero ver todo mundo de pé! – Thiago saia batendo em todas as portas, acordando todo mundo.

-PONTAS, SÃO SETE DA MANHÃ! – Sirius berrava. – EU TÔ COM SONO, PÔ!

-Azar o seu... Kate e Harry já estão de pé e querem brincar.

-Então leva eles pra brincar e deixa em paz quem quer dormir! – ouvia-se Severo do outro quarto. - A não ser que você não tenha capacidade para cuidar de duas crianças de um ano de idade por algumas horas..

-ALGUMAS HORAS!? NEEEM PENSAR! ALMOFADINHAAS!

-Ta, ta, ta, já tô de pé, projeto de megafone. – Sirius saia com a cara amassada.

-Eu sabia que você não ia me decepcionar, como fez A INGRATA DA SUSU! – Thiago berrava sarcasticamente para provocar a esposa que ainda dormia, sorrindo infantilmente.

-Eu até ia, mas acontece que VOCÊ ACABOU COM O MEU SONO!

Nesse instante, Draco acorda, com cara de poucos amigos e vai arrastando seu travesseiro pelo corredor. O loirinho parou bem de frente para o padrinho e ficou encarando-o cinicamente.

-EU TÔ COM SONO! – ele fez cara feia e mostrou a língua para Thiago, marchando de volta para o quarto e batendo a porta.

-Você... Viu isso? O.O – Thiago olhava incrédulo para Sirius, que ria compulsivamente.

 

Já estavam todos juntos na sala, prontos para ir até a casa dos Potter. Rosana e Lilian se despediram e logo depois os Mackenzie se foram.

-Temos que nos dividir em grupos para poder aparatar. Onde está o Pedro que já deveria estar aqui? Ele é o fiel do segredo, sem ele vocês não tem permissão de desaparatar la.. – Thiago perguntava, olhando em volta.

-Não faz mal. – disse Susana. – Nós aparatamos para algum lugar perto e entramos la do jeito convencional. Se estiverem conosco, não terão problema pra entrar. Eu tenho certeza de que o Pedro não vem. Ele não costuma se atrasar...

-Mas é seguro? – Lilian a olhava, apreensiva.

-Sim, sim. É um lugar deserto, basta sermos cautelosos e não seremos vistos.

Então eles foram, primeiro Lilian, com Sirius, Susana, Kate e Harry e depois Thiago, Roinck e Severo com Draco. Pararam em uma espécie de praça, muito arborizada em frente a casa dos Potter.

Como Susana previra, não tiveram muitas dificuldades para entrar em casa, só que Thiago e Susana tiveram que se revezar para trazer uma pessoa por vez para dentro.

Severo ficou por último e virou-se para trás antes de entrar.

-Que... sensação estranha. – ele parecia preocupado.

-Roinck, você já conhece a casa. Sinta-se à vontade. Se precisar é só chamar. – Susana dizia para o elfo, que antes estava com cara de cão perdido na chuva.

-O que você disse hoje mesmo sobre ser um lindo dia? – Severo se dirigia a Thiago, que agora fechava a pesada porta.

-Ah, bem. Estava mesmo hoje de manhã. Só aqui que está... desse jeito. – Thiago disse, olhando para fora.

O céu estava cor-de-chumbo e pesadas nuvens pairavam no ar. Um prenúncio de tempestade.

-O céu está mesmo horrível. – Lilian disse, colocando Kate para brincar com Harry e Draco no tapete da sala.

-Ah, eu tô morrendo de fome. – Sirius dizia, sentado ao lado das crianças no tapete.

-Vamos lá para a cozinha, ai agente come uns petiscos antes do almoço. – Thiago já ia indo na frente, acompanhado pelos outros. Apenas Severo ficou na sala. Queria passar o pouco tempo que tinha perto dos filhos.

O vento forçava as janelas, produzindo um som seco e desagradável.

Foi então que Severo começou a sentir uma sensação esquisita, como se seu peito estivesse latejando. Imediatamente ele retirou para fora das vestes o medalhão com o espelho que ele havia ganhado ha tantos anos atrás. Sabia que alguma coisa ruim estava para acontecer, estava sentindo. Ele então sentou-se ao lado dos filhos e beijou a testa dos dois loirinhos e do afilhado. Pelo menos ele sabia que estavam à salvo, debaixo de sua proteção.

 

-Sev, quer vir até aqui um instante? –Susana o chamava la da cozinha.

-Eu.. Já vou Su. – ele levantava olhando para os lados antes de sair. Estava pressentindo alguma coisa, iria ficar com os ouvidos atentos a qualquer movimento estranho. Não costumava falhar nessa coisa de intuição.

Embora tudo tenha passado em uma fração de segundos, foi como se o tempo tivesse desacelerado naquele momento.

Severo ouviu um estrondo na porta da frente e no momento em que ele corria de volta para a sala, com Susana em seus calcanhares, a porta vinha a baixo com uma explosão.

O bruxo de capa preta e mãos muito alvas vinha avançando como se flutuasse. O ar estava gélido e pesado, embora não houvessem dementadores ali. Era muito pior que isso. Voldemort se aproximou friamente até onde as crianças estavam. Uma risada cínica cortava o ar.

Voldemort erguia bruscamente a sua varinha, e sem esperar um segundo movimento de Severo, apontou-a para Harry e Kate. Estava com sorte, seria um único movimento, um único feitiço. Claro que ele teria que se desfazer de Severo e Susana depois, e provavelmente de Lilian também, mas aquilo seria um prazer, depois que o serviço estivesse feito. Aquelas duas insignificantes crianças estavam sendo a pior ameaça que ele já tinha enfrentado até agora. Mas em segundos estaria tudo acabado. Tão fácil.

- Avada Kedavra! – ele murmurava. Só que o lampejo de luz verde não teve o destino desejado. Snape se adiantara de alguma forma, atirando-se na frente do feitiço, e levando-o em cheio no peito. O moreno caiu com um baque seco no chão. Voldemort tornou a repetir o gesto. Não sabia como o moreno poderia ter se deslocado tão rápido, mas ele já não atrapalharia mais. Antes que o fizesse, Susana já se colocava na frente do filho.

-Estupefaça! – e a morena desabava longe dali.

Thiago e Sirius vinham correndo com as varinhas em punho. Ele se apressou e tornou a mirar em Kate e Harry. Ainda estavam bem próximos. Um único feitiço.

-Avada Kedavra!

No instante seguinte, uma grande explosão dizimou parte da sala, levando consigo o lorde das trevas. Talvez não para sempre, mas com certeza muito mais destruído do que já ousara imaginar em estar.

Thiago era o primeiro a chegar ao corpo inerte de Severo. Seu olhar estava vidrado. E o de Thiago, parecia destruído. Ele vira tudo acontecer e não pudera fazer nada. Nada. E agora o seu amigo, seu melhor amigo, jazia no chão e Thiago se torturava com a certeza de que ele não voltaria mais. Os segundos pareciam longas décadas agora. Ele imediatamente correu até Susana, que já estava acordando. Sirius mantinha uma expressão amarga, triste. Mas nada, nada era comparado à dor de Lilian que se podia ver em sua expressão. A dor era quase tocável, seu pesar tão inexplicavelmente grande. Eram inúteis os esforços de Thiago para consolá-la. Entre soluços e grossas lágrimas, Lilian estava sem chão. Sentia que não tinha forças sequer para continuar viva, doía o simples fato de existir em um mundo em que Severo não existisse. Ela perdera seu melhor amigo e companheiro, o grande amor de sua vida e sabia que nem um feitiço o traria de volta. Thiago deixou Susana recostada em uma almofada e trouxe Harry até ela. O garotinho agora tinha uma cicatriz em forma de raio no centro da testa. E estava vivo, inexplicavelmente bem e sequer chorava. Kate chorava bastante e foi amparada no colo pelo padrinho, mas não parecia ter mais arranhões do que a cicatriz, como a de Harry, no pulso esquerdo. Ninguém sabia o que havia acontecido ali, ou como. Tudo o que sabiam é que estavam salvos, ao menos por um tempo. E que certamente não voltariam a ver Severo Snape.

A cena que se via era desoladora. Lilian, amparada pelo pequeno Draco chorava compulsivamente agarrada às vestes do marido. Embora não parecesse ter tamanho e maturidade para entender, o pequeno Draco já chorava bastante, agarrado no braço da mãe. Sirius embalava Kate, que agora parara de chorar. Susana mal conseguia levantar e chorava muito também, abraçada ao marido e ao filho. E tudo ao seu redor destruído. O céu negro agora desabava em uma tempestade sem fim. A chuva não parecia incomodá-los, em um momento que todos pareciam não querer estar ali.

 

Estavam todos na sala de espera do St. Mungus agora. Lilian e Susana estavam aos cuidados médicos e eles esperavam por noticias. Dumbledore e Hagrid também estavam ali agora.

Thiago tinha o rosto inchado, era evidente que chorara por horas, a mesma coisa com Sirius.

-Alguma notícia? – Thiago praticamente pulara na enfermeira quando ela passou.

-Ahhh.. é o senhor, Senhor Potter. – ela dizia com tristeza.

-Sim, eu trago boas e más noticias. – ela inspirava profundamente.

-Mais más noticias? – Thiago sentava e colocava as mãos no rosto.

-Está tudo bem com as crianças, elas devem ter alta amanhã. – ela dizia para todos agora. – A senhora Snape está muito abalada, mas está sedada, e ficará bem.

-Graças a Merlin. – Sirius exibia um meio sorriso, um tanto quanto forçado.

-Mas e a ruim? – Thiago já encarava suplicante para a mulher de longos cabelos loiros.

-Eu sinto muito, senhor Potter. A sua esposa perdeu o bebê. – ela o encarava com compaixão.

-Ela... estava... – ele olhava confuso.

-Sim, estava grávida de três meses. Sinto muito, senhor Potter.

-Está tudo bem com a Su, não é? – Sirius segurava Thiago pelos braços, para que o moreno não caísse no chão.

-Oh, sim, ela ficará bem. Ela está dormindo agora, mas mais tarde poderá receber visitas. E precisara muito do apoio de vocês.

-Eu realmente sinto muito, Pontas. – Sirius o abraçava forte. Thiago ainda parecia não acreditar. Estava muito calado, com olhos arregalados e pesadas lágrimas escorrendo do seu rosto. Era incrivel que ele ainda tivesse lágrimas para chorar.

-Todas as providências já foram tomadas. Vocês ficarão todos no Largo Grimmauld, sob proteção do ministério. – Dumbledore os avisava, após algum tempo de silêncio. Todos já haviam tentado de alguma forma consolar Thiago, sem muito sucesso.

-Oh, sim, há mais uma questão que preciso tratar com o senhor, senhor Black. É sobre isto. - Dumbledore entregava o medalhão de Severo nas mãos de Sirius.

-O que é isso?

-É o medalhão de Holliswett, senhor Black. – Dumbledore pigarreou. – há alguns meses, Severo me procurou para me pedir ajuda. Ele sabia que estava correndo perigo e naturalmente achou melhor deixar alguém sabendo do seu segredo. Ele precisava que entregássemos isso à Kate assim que ele morresse, de modo que ela fosse a primeira a ver seu reflexo nele. E é muito importante que eu cumpra seu pedido. Para isso, eu confio que você entregue isso à pequena Kate, quando for vê-la e para que cuide dele para ela até que tenha crecsido o suficiente para entender.

-E para quê isso serve? E porque ele não deixou direto pra mim? – ele dizia indignado.

-Bem, os motivos do senhor Snape são incertos, até mesmo para mim. Eu estou apenas cumprindo um favor que lhe prometi. Contudo, acho que devo lhe dizer por que penso que o senhor Snape deixou a tarefa para mim, ao invés do senhor, ou do senhor Potter. – ele esperou a reação de Sirius. – Depois de tudo isso que vocês passaram hoje, da para perceber o tamanho da preocupação do Senhor Snape com a segurança de vocês. Ele sabia que por mais que se cercassem de tudo o que era possivel para se proteger, no fim vocês ainda corriam grande perigo. E Voldemort sabia do medalhão, Senhor Black, e por isso ele escolheu o deixar com alguém que não fosse ser prejudicado por estar com ele. Voldemort jamais me procuraria por este motivo e penso que o Senhor Snape pensou na sua segurança. Ele sabia o tempo todo que ia ter que contar com você para criar seus filhos.

-Sirius suspirou fundo. É, eu acho que concordo com o senhor.

-Quanto a serventia do medalhão, ele é um objeto mágico muito antigo. É um dos únicos meios que se conhece de manter a comunicação com alguém do outro lado. – ele sorria.

-Falar com os mortos?

-Basicamente.

-Ah, sério?

-Eu creio que sim. Não é tão simples, mas ele tem esse poder. Só que ele funcionará apenas para o ultimo dono do medalhão. E apenas se o dono morrer com ele e a primeira pessoa a refletir-se nele for o seu herdeiro.

-Uau... Mas e... porque ele não deixou para o Draco?

Dumbledore deu de ombros.

-Mas... como isso funciona?

-Bom, ele funciona como um transportador, apenas para pessoas que estiverem com o portador do medalhão, no caso a senhorita Katherine.

-Ele leva as pessoas para o além? – Sirius arregalou os olhos.

-Não, Senhor Back. Ele leva o antigo dono e as pessoas autorizadas pelo novo dono até uma realidade paralela, em que poderão se comunicar por algum tempo.

-Nossa...

-Agora, senhor Black, tenho assuntos importantes da ordem para retomar. Tenho certeza de que poderá cuidar dos procedimentos com o medalhão. Depois disso, você mesmo poderá pedir a Severo o que fazer. – Dumbledore piscou, fechando a mão de Sirius com o medalhão dentro dela.

-Lilian já sabe disso? – ele abriu a mão em seguida, olhando para o medalhão, que estava com a parte de trás virada para cima. Mas Dumbledore já havia partido.

 

-É realmente muito importante. Por favor.

-Está bem Senhor Black, se isso o faz feliz e o mantiver longe de mim.. Nós vamos levar a pequena Kate e o senhor até o quarto da senhora Snape.

-Obrigada. – Sirius tinha um sorriso infantil.

Assim que Kate foi colocada ao lado de Lilian, Sirius acordou delicadamente a ruiva.

-Lilly. – ele sussurava.

-Ahn.. Oi Sirius. – Lilian dizia um pouco triste.

-Bem eu.. desculpe incomodar você. Trago boas noticias. Quer dizer.. acho que você vai gostar.

Lilian tentava sorrir.

-Kate está aqui... Obrigada Sirius. Por tudo – ela dizia um pouco fraca.

-Eu só preciso te pedir uma coisa antes.

-Diga. – ela acariciava os cachos dourados da filha.

-Você já ouviu falar do medalhão de Holliswett?

-Oh, sim. Susana já mencionou sobre ele. Estava entre os dez artefatos mais procurados do mundo bruxo.

-Eu posso imaginar porque. Bem, você sabe para que serve?

-Sim, mas o que isso importa agora?

-Severo era o último dono do medalhão, Lilly. – ela arregalara os olhos encarando-o – e ele o deixou para Kate. – Sirius abria a mão e mostrava o verso do medalhão. Lilian fez menção de vira-lo, mas Sirius a conteve antes disso. – Kate precisa ser a primeira a refletir no espelho, para que a mágica funcione. – Lilian fez que sim com a cabeça, mordendo os lábios.

-Você acha que... vai dar certo? – os olhos da ruiva faiscavam de esperança.

-Só há um jeito de sabermos. – Sirius pegava Kate no colo, posicionando o espelho para a menina. No instante em que sua imagem foi refletida pelo espelho no centro do medalhão, uma azulada muito forte perspassou por todo ele, ficando mais e mais forte, até se apagar em um ponto. Sirius, Lilian e Kate, por estarem de mãos dadas, foram transportados como em uma aparatação até um lugar vazio, que parecia mais como uma floresta deserta. Severo os esperava, sorrindo bastante e correu até eles.

-Sev! – Lilian correu e pulou no colo do moreno. – Eu tive tanto medo de perder você!

-Está tudo bem agora, querida. Nós daremos um jeito em tudo. – ele a abraçava forte.

-Você está ótimo para alguém que morreu! – Sirius ria sarcasticamente.

-É bom ver que você não perdeu o bom humor. – ele ria também, abraçando o amigo.

-Er.. bem isso ta muito gay. Vamos parar com a melação. – ele ria divertido. – E você me deve muitas explicações.

-Tudo ao seu tempo, Almofadinhas. Teremos tempo para tudo.

 

(...)

 

 

Fim da Primeira Fase!

Espero que tenham gostado!

Na próxima fase entrarão os novos personagens.

Espero que gostem!

Enjoy!


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Notas finais do capítulo

Quero reviews, hein?

Ah, e perdoem meus erros de digitação.. :/
Esse teclado ta osso, ta mais que na hora de trocar... ¬¬

Beeejos! :*

Cah



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