The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 41
|Rapunzel| Lies


Notas iniciais do capítulo

Eu estou bem feliz que eu esteja chegando no final e agora tenho todas as respostas para vocês



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Rapunzel abriu os olhos lentamente, pois seu corpo estava todo dolorido. Estivera desmaiada? Era provável, já que não se lembrava de nada depois de sair correndo da frente de Jack, seu ex-namorado que terminara com ela de um modo horrível. Mas quando despertou e viu onde estava, Rapunzel desejou nunca ter acordado.

Era uma cela perfeitamente quadrada. Uma jaula para ser mais exato. E em volta de toda a cela ficava uma grande fossa, um precipício, no qual Rapunzel não conseguia enxergar o fundo escuro, o que apenas provava o fato de não ter fundo. Estava isolada dentro de uma jaula, zero chances de sair. Só depois notou que estava acompanhada com outras três pessoas também desmaiadas, uma em cada canto da cela. Rapunzel quase teve um ataque epilético ao notar que uma dessas pessoas era sua mãe.

– Mãe! – gritou Rapunzel sem se importar.

Gothel estava deitada de costas, seus cabelos espalhafatosos ocultando seu rosto. Rapunzel ajoelhou ao lado da mãe, ignorando os outros dois ao canto da cela. Ela apenas queria entender o que sua mãe fazia presa.

Gothel levantou a cabeça lentamente e ao ver Rapunzel, abraçou-a fortemente. Com a boca abafada pelos cabelos de Rapunzel, ela perguntou:

– Filha, como você veio parar aqui? Está tudo bem? Pela Terra, eu achei que tinha te perdido para sempre.

Rapunzel soltou-se do abraço e se sentou ao lado da mãe. Ela respondeu:

– É estranho. Do nada eu fui apagada e... – Rapunzel queria contar para a mãe tudo das profecias, dos amigos, de sua missão. Mas ela conhecia sua mãe o suficiente para saber que ela nunca entenderia. Decidiu pular essa parte. – Acordei aqui.

– Eu pensei que nunca mais te veria, minha filha. Estava trabalhando no castelo, como sempre, cuidando da rainha que a cada dia está mais doente. Porém no meio da noite eu ouvi seus gritos! Você parecia apavorada! Eu saí correndo a sua procura, mas algo me atingiu e eu desmaiei. Ah, minha filha, como é bom te ver viva. Mesmo que eu odeie saber que nós estamos presas.

– Mãe, eu não entendo. Onde estamos?

O olhar de Gothel endureceu. Ela nem parecia estudar o lugar, algo que Rapunzel fizera com muita precisão por curiosidade e medo. Gothel suspirou e disse:

– Filha, eu não queria te contar algo tão perigoso por sua segurança, mas o que adianta? Estamos aqui.

– O que você quer dizer, mãe?

– Você conhece Breu, o deus renegado, não é? A quantidade de vítimas da Epidemia do Breu aumentou demais nesses últimos meses. Ele está voltando. Ou melhor: ele voltou.

Então agora tudo fazia sentido. Rapunzel fora raptada por Breu. Mas, por que só ela? Onde estaria Merida? Soluço?

Onde estaria Jack?

Pensar em Jack doeu em seu coração, que começou a fervilhar de saudade misturada com raiva. Ela deveria esquecê-lo e rápido, mesmo que doesse.

Lentamente o homem que estava do outro lado parecia despertar. Ele deu um grande pulo ao notar que estava em um lugar diferente. Rapunzel reconheceria aquela barba ruiva em qualquer lugar: Ali estava Stoico, o pai de Soluço.

– Sr. Stoico! – Rapunzel gritou, correndo até ele.

– Rapunzel? – sua mãe disse surpresa, provavelmente pensando de onde sua filha conhecia aquele homem da Legião do... Ar? Era impossível.

– Onde estou? – perguntou Stoico, tocando em seu corpo como se nunca o tivesse visto. – Preciso sair daqui! Meu filho, esta cela. Estamos isolados? Santo Ar que passa pelos meus pulmões...

Rapunzel queria reconforta-lo, mas ela mesma não entendia nada. Ela se virou para ver quem era a quarta pessoa que não fazia muito tempo que acordava. Estava de armadura brilhante de guerra, o cabelo escuro parecia ter sido queimado nas pontas e seu Soul-Patronus brilhava em chamas ao lado, um corvo.

Rapunzel não teve dúvidas de que era aquele garoto, o amigo de Merida, o que beijara Merida na festa de noivado, o Elliot.

Elliot olhou para os três como se tivesse visto monstros. Ele tateou a armadura, tentando achar a bainha de sua espada, mas haviam confiscado antes. Ele se levantou e disse, tentando mostrar calma:

– Quem são vocês e que lugar é esse?

– Estamos todos presos, garoto, relaxa. Ninguém aqui é inimigo agora. – disse Stoico que também se levantou e tentava se aproximar de Elliot paternalmente.

– Ninguém é inimigo? Eu vi os cavalheiros de sua Legião matando meus companheiros! Francamente, eu estava no meio de uma guerra e então achei que estava sendo atingido por algum legionário da Água e então apaguei! Como vim parar aqui?

– Eu estou fazendo essa mesma pergunta, garoto. Qual é seu nome? - perguntou Gothel com a voz azeda.

– Elliot. – respondeu Rapunzel no lugar.

– Como sabe meu nome? – perguntou Elliot perplexo.

– Eu sou amiga de Merida.

– Amiga de... Como? Você é uma legionária da Terra, é impossível, eu... Claro! – Os olhos dele brilharam. – Merida ultimamente estava estranha, nervosa. Ela fugia com o cavalo dela. Ela ia te ver?

Rapunzel achou estranha toda a euforia do garoto. Ele pensava rápido demais e na mesma velocidade mudava o que falava.

– Na verdade há mais coisas acontecendo do que uma guerra. Os deuses estão presos e – Rapunzel olhou para a mãe, imaginando qual seria a reação dela ao ouvir toda a verdade. Não podia mais esconder. – quatro jovens, um de cada legião, foram selecionados para salvar todos de Breu. Ele quer se erguer ou algo do tipo. Ele mantém os deuses presos.

– Rapunzel, desde quando sabe disso? – Gothel perguntou dura.

– Desde o dia de meu aniversário.

– Eu sabia que era um erro te deixar sair! Olha onde estamos agora! Rapunzel, isso é maluquice, nós vamos morrer por conta de... – sua voz falhou. – por conta de Breu.

– Não é maluquice, mãe! Maluquice foi você me deixar a vida toda presa naquela torre sem eu poder conhecer a minha própria legião! Eu não sei de nada, não conheço nada, é horrível ser sempre a última a entender entre meus amigos! – Rapunzel meio que gritava nessa hora. Mas não de raiva, de melancolia. Tudo era injusto.

– Eu tentei te ajudar!

– Se quisesse ter me ajudado, teria me criado como qualquer outra garota.

– Você sempre foi frágil demais.

– Não mãe. Você sempre soube de minha profecia. Eu sei que sim, a deusa me falou. Você realmente achava que estava me protegendo mantendo-me presa? A profecia me atingiria de um modo ou outro, acho que não adiantou nada.

– Eu não queria te perder... – começou Gothel, mas uma porta estranha abriu vinte metros de distancia deles.

Não era bem uma porta, mas sim um tipo de portal. De dentro saiu um homem altíssimo e magro, com um capuz negro na cabeça. Quando pisou no vazio da grande foça, uma passarela escura surgiu em seus pés, no qual lentamente ele caminhou até chegar na terra isolada que ficava a cela que mais parecia uma jaula de seus quatro prisioneiros.

Rapunzel olhou para a mãe em desespero. Para sua surpresa, Gothel sorria.

– Vejo que devo algumas explicações. – Pronunciou o homem com uma voz grave, e cuidadosa. Ele olhava diretamente para Rapunzel. – Antes de mata-los, é claro. Gosto primeiro de brincar com a comida para depois comer.

Rapunzel ignorou o medo e a vontade de desviar o olhar e ficou encarando. Os quatro pareciam ratinhos em uma ratoeira. O homem sorria com prazer doentio.

– Preciso me apresentar? Mesmo assim eu o farei: sou Breu. E vejo que nossa jovem Rapunzel não conseguiu ser salva por seu principezinho, hein? Jack Frost já foi mais inteligente.

O que ele queria dizer?, a mente de Rapunzel parecia ter feito um nó.

– Vejamos o que temos aqui: um pai desesperado, um amiguinho idiota, uma namoradinha iludida e uma espiã. As pessoas escolhem outras pessoas erradas para amar mesmo.

Uma espiã?, por que sua mãe seria uma espiã?

Breu soltou uma gargalhada.

– Me dá tanto prazer em ver seus rostinhos confusos! Ainda não entenderam o que está acontecendo aqui? Bem, eu deixo vocês culparem Jack Frost, aquele garoto fraco que preferiu dar a vida das pessoas que ele e seus companheiros de missão amavam ao invés de vir comigo de bom grado.

“Pessoas que ele e seus companheiros de missão amavam”? Rapunzel começou a conectar as coisas tão rapidamente que odiava o que via. Queria fugir.

– Jack quis terminar comigo... – Rapunzel sussurrou.

– Ele pensou que te salvaria, um tolo. Mas sinceramente, Rapunzel, como pode amar essa mulher? – ele apontou para Gothel.

– Ela é minha mãe. Claro que a amo. – Rapunzel procurou a mão da mãe e a apertou forte.

– Tem certeza que ela é sua mãe? Porque, afinal, vocês são parecidíssimas.

– Claro que é! – Rapunzel afirmou, achando estranha a pergunta.

–Gothelia, não pensei que fosse tão boa atriz! Pode parar de atuar, já está ficando estranho. Por favor, venha até a mim.

Gothel, ou melhor, Gothelia, se levantou do lado de Rapunzel e nem olhou para a garota. Em frente a Breu, a jaula abriu e ela saiu, ficando ao lado de Breu com um sorriso perverso.

Rapunzel estava horrorizada e se sentindo tão abandonada como nunca. Aquela mulher não era sua mãe? Quem era então? Por que mentira? Quem ela era?

– Você mentiu para mim a vida toda! – Rapunzel pronunciou com a boca cerrada. Suas mãos tremiam.

– Eu não poderia deixar que a profecia se concretizasse. Gothelia tomou conta de você até chegar a hora certa do sacrifício. – disse Breu no lugar de Gothel. A expressão de Gothel era algo misturado a arrogância e desprezo.

– Quem é minha mãe?

– Não importa quem é sua mãe, garota estúpida! Apenas cale a boca e deixe o deus falar! – falou Gothel duramente.

– Acho que não tem muito mais o que explicar para vocês. Tenho coisas mais importantes para fazer. Foi ótimo usá-los como isca, mas sinto que chegou a hora do abate. Gothelia, chame Elijah para ajuda-la a jogá-los no precipício.

– Sim, milorde. – disse Gothel toda risonha com Breu.

Breu então se dissolveu em areia negra imediatamente, deixando os quatro sozinhos novamente.

Gothel olhou uma última vez para eles e andou pela passarela até a porta. Rapunzel não aguentou e desabou em choro.

Stoico aproximou-se dela e envolveu seu ombro. Rapunzel começou a murmurar:

– Minha mãe... eu quero sair daqui, eu quero que nada disso tenha acontecido...

Stoico passava suas mãos grades nos ombros de Rapunzel para consola-la.

– Você quer que eu fale a verdade para você? Ela te ama.

Rapunzel limpou as lágrimas do rosto e encarou Stoico.

– É impossível, você viu a expressão dela.

– Era falsa. Ela te ama muito, como uma filha.

– Eu não entendo...

– Ninguém entende. Mas ela conviveu tanto com você como sua mãe que era inevitável que ela não se apaixonasse. Ela pode ter tentado não mostrar, mas ela te ama.

Rapunzel abraçou Stoico mais forte, abafando suas lágrimas na blusa esfarrapada dele.

A porta abriu novamente, revelando Gothel, mas desta vez ela não estava sozinha.

Estava presa com Elijah ao lado. Quem segurava-os era Jack, Soluço e Merida.


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Notas finais do capítulo

Momento: Como eles chegaram até aí? O que aconteceu? O que acontecerá agora? Como assim Elijah?! Como assim Gothel era espiã do lado de Breu? Como eles saíram da jaula? E a fossa embaixo deles sem fim? Que perigo, minha gente! Altas emoções no próximo capítulo, explicando tudinho como eles foram parar ali e claro, cadê Griflet? Mereço Reviews, né? Tô pobre de reviews :(