The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 39
|Merida| Between walls


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como foi o ano novo? Natal? Espero que tenham sido boas.
Bem, vou justificar minha ausência (novamente):
1. Eu escrevi uma fanfic de contos de Natal (que já terminei e está disponível para leitura) e por isso me distanciei daqui para me dedicar nela.
2. Desanimei pelo fato da quantidade de reviews diminuírem MUITO. Está tão ruim assim? (isso é uma indireta a vocês que comentavam todos e agora sumiram. Sim, dona Princess Dance e Minnie Collins/Myh, estou com saudades)
Mas eu estou de volta e aqui está um capítulo com muitas aventuras e um acontecimento que tenho certeza que vai animar vocês que esqueceram que eu amo reviews :'(



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Merida andava no corredor frio acompanhada de um legionário traidor que dizia levá-la até Breu. Merida antes ficara presa em uma sala claustrofóbica e a única coisa que pensava era como poderia sair e como salvaria seus amigos e quem quer ela amasse.

Seu Soul-Patronus (o urso que ela ainda não nomeara, pois estivera muito ocupada ultimamente com seu casamento arranjado e sua profecia assustadora) caminhava ao seu lado entre as chamas que compunham seu corpo. O corredor era demasiadamente longo. Portas ao seu redor eram possíveis de ver e isso apenas deixava-a mais eufórica. O fim do corredor não aguardava coisas boas para ela.

E então notou que estava sozinha, apenas com o legionário que caminhava em sua frente com uma espada empunhada. Pelos ombros dele Merida pôde notar sua falta de confiança e temor. Estava só os dois e não seria difícil arrebatá-lo.

Merida pensou em suas probabilidades. Matar seria impossível, pois estava sem arma. Apagá-lo não seria complicado. Um chute entre as pernas ou mesmo se pressionasse dois dedos em uma veia do pescoço dele seria o suficiente. Apenas precisava orquestrar perfeitamente o golpe e rapidamente, pois não tinha tempo a perder. Breu notaria a demora de sua presença, obviamente.

Merida respirou fundo e olhou ao seu redor. O corredor da mesma cor escura da nuvem estava frio e tinha bons vinte metros a sua frente para ainda andar. Ainda tinha cinco portas, uma em cada lado em que poderia entrar para fugir ou... É claro, encontrar seus amigos. Não havia lugar melhor para começar a procura, pois e ela estava lá, eles também deveriam estar.

Merida apressou o passo e ficou extremamente próxima da costa do legionário que era quinze centímetros mais alto. Merida puxou a bainha dele e arrancou a espada em um só movimento. Ele se virou furioso e perplexo, pronto para agir. Merida então deu um chute com toda sua força entre as pernas dele e então ele caiu se contorcendo de dor. Merida apontou a arma na cabeça dele.

– Me dê um bom motivo para não te matar agora. – Merida disse entre os dentes. Sua face estava vermelha de tensão.

– Eu posso te mostrar.

– Mostrar o quê? – Merida sabia a resposta, mas queria ouvi-lo suplicar. Ela baixou a ponta da espada para o coração dele, pressionando levemente.

– Onde está os dois jovens que vieram com você até aqui.

Merida reprimiu um sorriso de satisfação. Ela segurou a golo da camisa dele com dificuldade por ele ser mais alto, mas manteve a força do braço apontando a espada empunhada. Ela falou:

– Me mostre a porta.

– Aquela. – ele disse enquanto apontava para três portas atrás deles. – É onde está preso Jack Frost.

Merida assentiu com a cabeça e caminhou até lá para poder abrir a porta.

– Você deveria ter vergonha. – disse enquanto analisava a porta para ver como abriria. – Traiu sua Legião e agora está traindo Breu. Você é um infiel agourento. – Merida forçou a mão para não tremer. Não era comum para ela usar palavras com tanta agressividade.

– Abra. Basta quebrar a maçaneta com a espada que está em sua mão. – Disse o homem que ela segurava. Ele parecia confiante com a voz nesse momento e até um pouco debochado.

– Não tem uma chave? – Merida perguntou para ele, analisando a calça dele para ver se tinha algo pendurado.

– Tenho a chave do seu quarto. Todas são diferentes. Ora, vamos! Abra.

Merida não tinha escolha melhor, mas não queria fazer isso, pois era ideia do homem. Mesmo receosa, quebrou a maçaneta. Era apenas isso que daria para fazer, afinal.

A porta abriu. Estava escuro e impossível de enxergar qualquer coisa. Merida acreditava que, quando abrisse a porta, Jack teria alguma reação. Mas havia apenas silêncio.

– Jack? – ela sussurrou entre as paredes e o homem atrás. – Jack Frost, é a Merida.

As paredes começaram a tremer. Merida olhou para trás e notou que no corredor caíam pedaços escuros no chão, provavelmente pedaços do teto. O homem que ela segurava começou a rir diabolicamente.

– Sua idiota! Achou mesmo que te ajudaria?

Merida precisava sair da sala escura. Ainda agarrando o homem, caminhou até a porta, mas ela fechou. Um ruído saiu do fundo da sala.

– O que é isso?

– Surpresa! - o homem falou rindo. – Cada sala errada, um obstáculo. Vejo que entrou na sala do leão.

E nesse momento saiu um leão entre a escuridão. Era estranho, não parecia ser de fato um animal puro, como os de Soul-Patronus. Era completamente negro e os olhos não tinha cor. Era todo branco. A boca era composta de dentes mortais que ficavam expostos fora da boca. A ponta do rabo era dura, como se no lugar de pelo estivesse espinho. Neste momento Merida tremeu.

Não poderia mais usar o legionário traidor como isca. Uma ideia absurda passou em sua mente.

– Como faço para abrir a porta?

– Você é realmente burra! Não abre! Vamos ter que morrer aqui.

– Significa que... – significa que a porta só abre se alguém morrer? Merida quis dizer. Era fatal e Merida odiava a ideia de matar. Odiava a ideia de ter que usar o homem para seus planos. Mas é necessário. Preciso salvar os deuses e as legiões. E mesmo odiando tudo o que acontecia, empurrou com toda sua força o homem até a boca escancarada do leão demoníaco e tapou os olhos até o som da morte cessar. Então uma luz atingiu sua pálpebra. A porta havia escancarado.

Cegamente saiu da sala com a espada presa na mão e o coração apertado enquanto tentava afastar o vestígio da morte em sua mente.

Pedras que haviam caído estavam espalhados pelo corredor. Isso fora provocado por que havia quebrado a maçaneta? Tudo apontava que sim, pois pensando bem, o homem que dera a ideia. Merida andou entre as pedras para não encostar em nenhuma delas que aparentavam serem venenosas. Uma fumaça saía de cada uma daquelas pedras gigantes e escuras, como veneno.

Merida então tentou pensar onde seus amigos poderiam estar. As portas ao seu redor... Eram tantas. Merida não poderia quebrar todas as maçanetas, pois isso provocaria mais caos. Foi então que seu Soul-Patronus começou a iluminar mais forte.

Ele havia passado um estágio. Merida provara coragem.

E isso realmente era necessária muita coragem para ela. Matar... Era imperdoável a ela matar pessoas. Ela matava, mas para comer.

E então seu Soul-Patronus começou a distanciar de si, e Merida teve que segui-lo para não sair do limite entre eles. O urso em chamas parou então na frente de uma porta que estava cinco portas de distância.

Então Merida soube. Soube que seu urso estava guiando-a até seus amigos.

– Obrigada. – Merida sussurrou em agradecimento a esse milagre do poder dos Soul-Patronus.

Merida respirou fundo e deu um golpe na maçaneta. A maçaneta rolou pelos seus pés e ela empurrou. Não abriu.

Então ela notou que provavelmente a porta abria pelo outro lado e um pavor passou pelo seu corpo. Até que surgiram sons de estilhaços.

Cacos pontudos e fatais começaram a brotar do chão como armadilha. Merida soltou um grito quando um caco pontudo surgiu em menos de cinco centímetros de seus pés. Eram longos e grandes. Merida teve que se amassar apoiada na porta para não ser atingida. Ela começou a bater com o punho na porta para ver se um de seus amigos ouviria e então abrira para ela entrar. Já estava destrancada, só faltava empurrar por dentro.

– SOLUÇO! – gritou Merida enquanto batia. A ponta do caco crescia cada vez mais e não demoraria para furar seu estomago.

Merida não sabia como, mais tinha certeza que ali estava Soluço. Seu Soul-Patronus sempre a levaria para onde estivesse seu coração. Soluço tinha parte dele.

– Soluço, não sei se você está me ouvindo, mas você apenas precisa empurrar para fora a sua porta. Está destrancada, apenas... Empurre! – Merida então se afastou da porta e se apertou na parede ao lado.

Algum tempo depois a porta se abriu para fora, revelando o rosto preocupado e eufórico de Soluço. Merida se jogou em seus braços imediatamente.

– V-você está bem? – perguntou Soluço enquanto a abraçava de volta.

– Achei que nunca mais te veria.

Soluço apertou a cabeça de Merida em seu ombro ossudo para transmitir segurança.

– Como me achou?

– Não quero entrar em detalhes agora, precisamos achar Jack.

Soluço a soltou e olhou bem nos seus olhos.

– Aconteceu alguma coisa?

Merida reprimiu um choro. Ela havia matado um homem! Mas não iria chorar, não tinha tempo para isso. Ela simplesmente disse:

– Estava indo até Breu, mas consegui render o guarda. Ele mentiu para mim e... Cada vez que entro em uma sala errada surge um obstáculo e cada vez que quebro uma maçaneta o corredor é atacado. Precisamos achar Jack antes que mandem mais guardas.

Soluço fez que sim com a cabeça e juntos saíram até o corredor.

Vários cacos gigantes estavam espalhados pelo chão. Não nasceria mais nenhum, mas passar entre os cacos e as pedras venenosas para saírem ilesos seria difícil.

E então Merida seguiu novamente seu Soul-Patronus com Soluço atrás dela até uma porta duas distancia deles. Sem hesitar, cortou a maçaneta.

Jack estava preso no fundo da sala. Ele levantou a cabeça e sorriu para os dois. Soluço saiu correndo até o amigo e analisou as algemas.

– Preciso cortá-las, Merida! Jogue aqui para mim.

Merida deslizou a espada no chão até os pés de Soluço e ficou olhando o corredor para ver se algo acontecia. Nada.

Soluço quebrou a primeira algema com um golpe e Merida ouviu. As paredes se instabilizaram, movendo-se uma contra a outra.

Lentamente, ela pode notar, os corredores se fechavam.

– O que está acontecendo? – perguntou Soluço enquanto ajudava Jack a se livrar da das algemas e olhava Merida correr até eles assustada.

– As paredes vão se fechar e morreremos esmagados. Rápido, vamos, vamos!

Os três começaram a correr entre os obstáculos do chão. Os cacos próximos as paredes se estilhaçavam quando as paredes do corredor os engoliam. Merida corria na frente, tentando chegar até o fim do corredor que dava a impressão de quanto mais andavam, mais distante ficava. Jack que estava bem atrás dela gritou:

– Não vai dar tempo!

– Tem que dar, Jack Frost, não estou a fim de morrer porque te salvei.

Jack segurou o ombro dela e gritou em seu ouvido.

– Precisamos de um plano imediatamente porque tentar chegar até a saída será impossível.

Soluço que estava atrás dos dois parou com a espada ainda na mão. Jack olhou para a espada e disse:

– Soluço, nós poderíamos usar a espada!

Soluço olhou para a espada e pareceu parar de respirar. Em seus olhos dava para ver que nascia uma ideia.

– Podemos sim... Só preciso que se afastem

Merida não queria mais obedeceu. Estava cinco metros de distância de Soluço.

Soluço colocou a espada em posição horizontal e ficou esperando o corredor se fechar o suficiente para prender a espada. Soluço suspirou de alívio.

– Isso manterá a parede por pouco tempo, mas o suficiente. Vamos, corram!

E todos começaram a correr se desviando dos obstáculos. A parede não se movia tão rápido como antes, mas lentamente se mexia. Merida julgou que a força das paredes era tanta que ela entortava a espada. Faltando dois metros para saírem, a espada quebrou a o ritmo das paredes voltou ao normal. Mais dez centímetros e seria impossível passarem. Merida gritou:

– Jack, passe na minha frente, rápido.

E Jack passou rapidamente, pulando as rochas menores e girando no chão até conseguir sair do corredor. Só faltava ela e Soluço.

– Soluço, me dê sua mão!

Soluço apressou o passo e segurou. Juntos eles passaram pelos obstáculos. Soluço avisava os perigos enquanto Merida os desviava.

Menos de cinquenta centímetros para sair, Merida e Soluço tiveram que ficar de lado para não serem esmagados. Com um pulo eles pularam para fora do corredor, caindo um em cima do outro, a ponta dos pés de Soluço quase arrancados pelos corredores que se fecharam atrás.

Merida tirou os cabelos grudados do rosto e notou que estava deitada em cima de Soluço. O garoto parecia espantado. Merida não pôde se conter e quando notou estavam se beijando.

Soluço segurava as costas de Merida no ar e a pressionava em sua barriga. Merida passou suas mãos para a nuca dele, acariciando os cabelos castanhos do garoto. Eles haviam quase morrido. Eles escaparam da morte juntos. Ela o amava.

Lentamente se soltaram do beijo quando ouviram o som da voz de Jack.

– Certo, eu sei que você quase morreram e tal, e que vocês nutriam essa paixão um pelo outro e não estavam se aguentando e sentindo essa necessidade absurda de se beijar nesse momento tão inapropriado. Mas vocês bem que poderiam se perguntar se está tudo bem e tal.

Merida saiu de cima de Soluço envergonhada e arrumou seu vestido amarrotado. Ela se aproximou de Jack que estava sentando apoiado na parede segurando a perna esquerda.

Ele então tirou a mão da frente e revelou um machucado horrível na perna.

– Como você fez isso? – Merida questionou enquanto se agachava para analisar.

– Quando você me disse para passar na sua frente eu enrosquei minha calça em um pedaço de caco e ele arranhou a minha perna.

– Está doendo? –Merida perguntou, tentando achar um modo de distraí-lo enquanto pensava em um modo de cessar o sangue.

– Não, está só tendo um ardidinho agradável. É claro que está doendo! – Jack berrou na última frase. Seu rosto estava estampado de dor.

Merida rasgou a barra de seu vestido e fez um curativo para parar de sangrar. Jack soltou um grito quando Merida apertou forte o pano no ferimento para ajudar a cessar o sangue.

– Eu vou amarrar bem forte, assim ele estabiliza, tudo bem?

– Faça o que você acha melhor, curandeira.

E enquanto Merida fazia um nó entre a panturrilha de Jack, ela não pôde deixar de pensar em como Rapunzel seria útil nesse momento.

Soluço, que estava de pé ao lado deles, olhava para os lados vendo se ninguém chegava.

– Precisamos achar a saída imediatamente. - disse Soluço introspectivo.

– Eu sei. - Merida suspirou. - Mas antes precisamos arranjar armas.

– E pegar a Rapunzel, Stoico e sei lá mais quem, lembram? - disse Jack que segurava a perna por causa da dor.

– Eles não estão aqui. - disse Soluço.

– O quê? - Jack indagou.

– Não estão. Breu vai criar seu próprio reino e colocará seu castelo no topo da montanha. Aqui é só uma espécie de quartel general. É pra lá que precisamos ir e salva-los e poder dar um fim em Breu.

– Quer dizer que entramos no lugar errado? - Merida não podia acreditar.

– Não. Antes ele não havia se instalado no castelo. Sinto que é lá que ele mantém os deus aprisionados também. Precisamos pegar as armas daqui e sair fora.

– Tem algum plano? - Jack perguntou se levantando. Ele sorria maliciosamente.

– Tenho. Eu tenho sim um plano. - Soluço também sorriu.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Pleeeease, se não eu sumo mais quinze dias u.u haha
(aleluia mudei de icon, haha)