The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 26
|Merida| "I do"


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei pra postar, hehe, sorry.
Gostaria de agradecer aos comentários do capítulo passado que foram mais que demais! Todos me emocionaram e me deixaram extremamente feliz em ver tanto carinho ♥ obrigada.
Eu confesso que nesse capítulo eu não dei o melhor de mim, deve ser porque o "BOOM" ainda não pode ser revelado e assim foi difícil contornar o assunto... Enfim, enjoy!



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O frescor da brisa que batia no rosto de Merida enquanto ela corria fazia com que ela se relaxasse diante de tanta tensão.

Havia passado três dias. Apenas três dias em que sua vida mudara para sempre.

Tantas perguntas, tantos mistérios.

Tantos problemas que apenas o tempo poderá responder.

Poderia ter passado apenas três dias, mas as respostas pareciam que iam demorar uma eternidade.

Quando sua mãe contara a ela que casaria com Griflet, Merida desistiu imediatamente de protestar para ver Elliot ferido. Nada mais importa quando seus sonhos são destruídos.

Griflet Protestatem havia dormido naquela noite em sua casa, no quarto de visitas pois na hora do almoço o anuncio seria dado oficialmente.

Merida não conseguia dormir. Ela tinha a sensação de fragilidade em que estava sozinha nessa, sem ninguém para poder se apoiar. Ela também tinha a sensação de que se dormisse, Griflet poderia a qualquer momento entrar em seu quarto às escondidas. A ideia de já a enojava.

Era incrível como Merida poderia ter nojo dele, já que ele era, definitivamente, o mais belo cavaleiro da Legião.

Seus cabelos eram tão sedosos quanto de Merida. Seus olhos azulados pareciam um pedaço de céu favorito dos anjos e sua voz era densa, de modo que qualquer garota que ele dirigisse a palavra ficasse completamente apaixonada.

Mas sua postura arrogante, seu andar dominante e seu olhar demoníaco dizia algo dele: ele não tinha boas intenções.

E Merida não podia aceitar que esse homem era seu futuro esposo.

Silenciosamente, Merida guardou Angus no celeiro e entrou lentamente no castelo pelas portas de emergência.

Pelo sol e quietude do castelo, deveria ser seis horas da manhã. Merida conseguiria ir até seu quarto e esperar até o momento que finalmente teria que acordar.

Ela abriu a porta de seu quarto, que Merida sempre considerou exageradamente grande para uma só pessoa e deitou-se em sua cama, fechando os olhos, que arderam imediatamente.

Na maioria das vezes em que Merida estava com tempo, ela tentava desvendar a profecia. Mas neste momento, Merida não conseguia se dedicar a isso. Griflet a atormentava demasiadamente.

***

Suas empregadas entraram silenciosamente em seu quarto e a acordaram. Era hora de se arrumar.

Elas trabalhavam rapidamente e sem falar, tirando a roupa suja de Merida e a jogando na banheira para se lavar.

– Está ansiosa, princesa? – perguntou uma das empregadas que lavavam seu cabelo.

Merida não respondeu. Pensar doía.

E Merida não pode deixar de notar em como só se valoriza a alegria quando se está com dor.

Quando as empregadas terminaram de lavá-la, elas trouxeram um belo vestido para que Merida vestisse, por mais que ao olhar, Merida já odiasse.

A começar pela cor: roxo. A partir deste momento, roxo seria definitivamente cor de velório.

O velório de sua felicidade, de sua liberdade.

Era um vestido extremamente enfeitado com rendas e um pano brilhante roxo escuro.

As empregadas arrumaram o espartilho, apertando-a demasiadamente para ficar cinturada. Seus cachos foram penteados e presos no alto da cabeça, caindo como cascatas pelos ombros.

E por insistência de Merida, a maquiagem não ficou tão pesada.

Ela estava linda. Linda para o padrão de todos que a olhassem.

Mas genérica para quem a conhecesse de verdade. Essa não era ela. Esse era quem eles gostariam que ela fosse.

Caminhar com os saltos nunca fora algo que Merida tivera talento em fazer, mas ela fez. Ela demorara tanto para se arrumar que a hora de almoço já chegara. Merida desceu.

Na mesa estavam seu pai e Griflet conversando enquanto bebiam vinho. Eles pareciam felizes e festeiros. Isso a preocupou.

Antes que Merida entrasse na sala de jantar, sua mãe segurou seu ombro, virando-a para olhá-la.

– Merida, você está... Deslumbrante! – disse Elinor, orgulhosa.

Merida queria responder, mas sentia que se falasse, poderia vomitar. Porém, o espartilho estava tão apertado que seria impossível.

– Vamos, está na hora de almoçarmos.

Enquanto esperavam para entrar, Caius, o lacaio ficou ao lado da porta da sala de jantar e anunciou aos presentes:

– Por favor, recebam a bela princesa Merida, futura rainha da Legião.

As empregadas que passavam pela sala pararam para aplaudir. Griflet se levantou e fez uma leve reverência a Merida, mantendo seu olhar fixado nela, maliciosamente.

– Minha bela futura rainha. – disse Griflet, estendendo a mão para que Merida tocasse.

Merida não tocou. E diante dessa recusa, Griflet estendeu sua mão para Elinor, beijando-a. Elinor sorriu e agradeceu, depois encarou Merida e a repreendendo de sua falha.

Enquanto comiam, Merida não conseguia mastigar direito por conta do espartilho que apertava. Foi então que Griflet começou a conversar:

– Majestade? – perguntou Griflet, olhando diretamente a Fergus.

– Sim, meu filho? E por favor, me chame de Fergus.

Griflet riu um pouco e sorriu novamente de modo malicioso. Ele continuou.

– Sim, claro, Fergus. Bem, Fergus, o senhor deve saber que tenho planos para minha carreira.

– Absolutamente. Prossiga.

– Bem, como eu tenho um imenso conhecimento em guerra e uma inteligência incomparável, eu senti que estaria a altura de pedir sua bela filha em casamento.

Fergus olhou interessado a ele e confirmou com a cabeça.

– E eu aceitei a proposta.

– Sim, eu sei. Mas antes eu gostaria de saber – Griflet virou-se para encarar Merida, que estava sentada na sua frente, tentando comer as ervilhas. – se a bela princesa gostaria de se casar.

Merida levantou o olhar, encarando sua mãe, depois seu pai e por fim Griflet.

Griflet sorriu com seus dentes perfeitamente brancos e disse:

– Aceita, princesa? Se casar comigo?

A pressão era tanta. A palavras que precisava dizer era apenas uma: Aceito. Mas parecia impossível.

Griflet estendeu sua mão por cima da mesa, tocando na mão direita dela. Ele a olhou.

Ela não queria encara-lo, mas quando foi responder, ela ouviu uma gritaria de briga vindo da cozinha que tirou toda a atenção da família.

Era Elliot.

Ela queria se levantar, mas a mão de Griflet a prendia persistente à mesa. Elliot entrou na sala de jantar arfando e com o ombro enfaixado.

Seu olhar desmoronou.

Elliot não podia acreditar no que via. Eram Merida e Griflet de mãos dadas. Então era verdade, ele pensou. Ela iria se casar.

Ele saiu bruscamente da sala com os braços tampando o rosto, sem mesmo se lembrar de que deveria ter a permissão do rei para fazer isso.

Merida queria imediatamente seguir Elliot e consolá-lo, mas não pôde.

– Merida? – sussurrou Elinor, depois que todos se acalmaram. Seu olhar dizia: “responda logo”

Merida fechou os olhos, segurando as lágrimas e com um som quase inaudível, respondeu:

– Aceito.

E Griflet sorriu, tirando de seu bolso uma caixinha com um anel extravagante, colocando-o no dedo de Merida.

***

Ela não tocou mais na comida. Griflet parecia radiante enquanto comentava com Fergus as ideias para o casamento e as maravilhas que faria para ajudar na ascensão da Legião. Tudo parecia perfeito para eles.

– Eu não vejo a hora de ter netos. – disse Elinor, maravilhada.

– Digo o mesmo, senhora. Não vejo a hora de ter filhos loiros como eu. Quero vários cavaleiros! Belos meninos loiros para o orgulho da família.

Merida queria vomitar.

– Mas antes de tudo, precisamos começar os preparativos para o casamento. Quanto mais cedo melhor. – disse Elinor, enquanto limpava sua mão no guardanapo.

– Quanto mais cedo melhor. – repetiu Griflet, encarando Merida. – Estive pensando, rainha, em uma bela festa de noivado. Uma festa memorável para que os artistas reais pintarem para enquadrar em nosso quarto.

– Seria maravilhoso, Griflet! Ótima ideia. – respondeu Elinor, entusiasmada. – Que tema você gostaria, Merida?

Merida olhou para ela, como se despertasse de um sono e respondeu com um impulso maluco, após ter uma ideia.

– Baile de máscaras! Quanto mais cedo, melhor. - ela disse, tentando não demosntrar nojo.

Griflet sorriu para ela e concordou com a cabeça.

– Uma ótima ideia, minha princesa. Não vejo a hora de vê-la numa bela fantasia e máscara.

Você se surpreenderá.

E por um momento, Merida viu uma aura negra entre os cabelos de Griflet, que imediatamente sumiu.

Ela quis acreditar que isso vinha de sua cabeça.

Mas algo dizia que não. Ela deveria tomar cuidado.

***

Ao terminar o almoço, Merida insistiu que gostaria de se deitar tranquilamente em seu quarto. Mas ao invés de ir ao seu quarto, ela correu para o quarto de Elliot.

Ele estava sentado em sua cama, lendo algum livro que Merida não conseguia ler o título. Ela sentou ao seu lado com dificuldade, por conta da roupa espalhafatosa.

– Elliot? – ela o chamou, fazendo que ele olhasse para ela. Seus olhos estavam vermelhos e seu Soul-Patronus sem energia ao seu lado.

– Você estava chorando? Você está bem? Pelo fogo, o que aconteceu?

Ele suspirou, sem querer encará-la por muito tempo.

– Isso aconteceu. – ele disse, apontando para o dedo de Merida que estava o anel de noivado.

– Eu não quero casar com esse almofadinha, você não percebe isso? - Ela disso, arrancando o anel do dedo e jogando ao lado da cama de Elliot.

– Eu percebi isso, mas eu acho que você não percebeu. Você nunca percebeu.

Merida olhou para ele perplexa.

– O quê?

Elliot riu amargamente, deixando uma lágrima tímida derramar em sua bochecha.

– Você é tão inteligente, Merida, mas parece que não nota o que está na sua frente. Merida, eu não queria virar cavaleiro por nenhuma garota. Eu queria virar por você! Para poder ficar com você e poder estar a sua altura!

Mas percebo que você nunca notou que sou apaixonado por você há mais de dez anos. Que faço tudo pensando em você, que de todas as garotas que eu já gostei nunca se comparou ao sentimento que sempre tive em você! Eu te amo, Merida. Eu te amo e simplesmente gostaria de saber se esse sentimento era recíproco. Mas eu percebo que não.

– Mas eu te amo! – disse Merida, como se acabasse de levar um tapa na cara.

– Não do mesmo modo que eu te amo. Eu não quero ser eternamente seu irmão mais velho, Merida. Será que você não percebe?

Merida estava perplexa. Nada que ela dissesse ou fizesse poderia ajudar.

– Desculpe. – ela sussurrou depois de um tempo.

– Desculpe por quê? – ele questionou, voltando lentamente ao normal após a adrenalina.

– Por não conseguir ver. Por nunca tentar te amar.

– Eu não quero que você tente. Eu quero que você seja feliz. E mesmo que eu saiba que Griflet não é o que te deixa feliz, eu quero que você seja.

Não tenha pena de mim, Merida. Só espero que isso não mude em nada na nossa amizade.

– Só me prometa que será feliz. – ela pediu, limpando a lágrima que descia do rosto de Elliot.

– Não sei se consigo.

– Então tente. Tente por mim.

– Tentar por você é algo que sempre fiz.

Elliot levantou a mão e desfez o penteado de Merida, voltando ao normal.

– Essa é a Merida que eu conheço. Não se torne essa que você não é.

Merida queria consolá-lo, falar a ele tudo que sentia, mas parecia uma missão impossível. Ela se levantou da cama e deu um último olhar para ele.

Elliot que sempre fora o garoto magrelo e alto demais para a idade, inteligente e inseguro não parecia mais ser o mesmo.

Agora ele estava ferido e derrotado, tanto por dentro, quanto por fora.

Mas algo nele dizia que da dor renasceria uma força.

Uma força que Merida tinha medo de transformá-lo e medo de que nunca mais teria o Elliot que ela amara.

Merida não viu ou notou, mas no momento em que ela saiu, o Soul-Patronus de Elliot, o corvo, cresceu uma fase.

Pois seu primeiro ato de coragem foi revelar a Merida que sempre a amara.

E depois aceitar que nunca a teria, por mais que tentasse.


Ps: Se você não tem mais ou menos uma ideia como o Griflet se assemelha, imagine-o assim


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Notas finais do capítulo

É muito complicado escrever isso do meu bebê Elliot :'(
De todos os OCs que já criei, com toda a certeza o Elliot é o que eu mais amo ♥ nem me lembro como escolhi o nome dele, só sei que o sobrenome (Lucan) tem um motivo especial.
Você, fantasma leitor, por favor, apareça! Eu fiquei muito feliz quando vi duas leitoras fofíssimas que eram fantasmas comentarem! Não tenham medo/vergonha, ok? Não mordo, rsrs
Dedico esse cap para a Theo, que ficou tristinha por não ter colocado o nome dela no cap anterios. Bjs