Final Fantasy X-3 - Os Hinos escrita por Mirytie


Capítulo 8
Capítulo 8 - Soldados


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de ter aceitado o pedido de Tidus, Yuna voltou com um sorriso brilhante e o seu novo noivo ao seu lado. Tinham decidido não contar a ninguém, por enquanto.

– Onde é que foram. – Paine foi a primeira a falar.

– Antes de…ser preso, o Tidus e eu passamos por algumas coisas neste lugar. – explicou Yuna – Estávamos a reviver.

– Não temos tempo para “reviver”. – disse Rikku, aproximando-se da prima – Alguns oficiais de Bevelle passaram por aqui à tua procura. Felizmente, não nos reconheceram como teus antigos guardiões.

– Sim. – disse Wakka – Perguntaram onde estavam, mas nós dissemos que não sabíamos. Yuna, o que é que se passa.

– Provavelmente já foram a Besaid. – murmurou Yuna, para si mesma.

– O que é que se passa Yuna? – perguntou Tidus, assustando-a – É por causa dos Templos? Basta dizer que não sabes de nada, certo?

– Certo? – Yuna olhou para Tidus – Isso resultou da última vez que tivemos uma “reunião” com os superiores da Ordem de Yu Yevon?

– Resultou em sermos presos e considerados traidores. – respondeu Wakka, cruzando os braços – Alguém devia descobrir o que é que se passa. Alguém que não seja detectado.

– O Brother! – exclamou Rikku – O Brother pode fazer isso sem que nenhum deles saiba.

– Falas com ele? – pediu Yuna.

Rikku anuiu com a cabeça, pegou no intercomunicador e afastou-se para falar com Brother.

– Depois disto, temos de nos esconder até o Brother descobrir alguma coisa. – disse Wakka – Tenho o pressentimento que os oficiais não querem SÓ “falar” com a Yuna. Provavelmente querem levar-te para Bevelle.

– Ela não vai a lado nenhum. – disse Tidus, com determinação – O Kimahri pode esconder-nos nas montanhas até as coisas acalmarem.

– Não sei se é boa ideia. – disse Wakka – Estes oficiais não sabiam quem nós eramos, mas tenho a certeza de que alguém na Nova Ordem de Yu Yevon sabe quem foram os guardiões da Yuna e vêm falar connosco.

– Então? – perguntou Tidus – O que é que sugeres?

– Bevelle. – quando Paine falou, olharam os três para ela como se estivesse maluca – Eles devem saber que a Yuna tem conhecimento que eles andam atrás dela. O último sítio onde vão procurar é em Bevelle.

Tidus olhou para ela. – Mesmo assim, Bevelle está coberta de oficiais. Não seria fácil passarmos despercebidos.

– Ele tem razão. – concordou Wakka – També há guardas mais do que dispostos a prender qualquer pessoa que possa ser suspeita.

– Então não somos suspeitos. – disse Paine – Yuna…

– …vamos…acabar a viagem sem que ninguém nos veja. – decidiu Yuna – A nossa última paragem é Bevelle de qualquer maneira. Por essa altura, o Brother já deve ter algumas respostas. Depois disso, décimos se voltamos para Besaid ou ficamos em Bevelle.

– Entretanto, fiquem alerta para guardas ou oficiais de Bevelle. – avisou Tidus – Vamos fazer o que fizemos há dois anos atrás. Proteger a Yuna. Paine, a partir de agora, és uma guardiã temporária. Concordas, Yuna?

Yuna anuiu com a cabeça e suspirou. Não devia ser ela a ser protegida.

– Ele vai pesquisar. – disse Rikku, quando voltou para o grupo – Não vai demorar muito. Foi o que ele disse.

– Vamos continuar a andar, então. – disse Wakka – Se ficarmos muito tempo no mesmo sítio, eles vão encontrar-nos.

– Têm a certeza de que é melhor continuar a pé? – perguntou Paine.

– Nós vamos a pé. – respondeu Yuna – Começamos a viagem com essa intenção e vamos acabar dessa maneira.

Paine encolheu os ombros e continuou a caminhar com eles. Enquanto subiam os ramos das árvores, Tidus ia à frente, com a mão na espada e passos cautelosos. Wakka ia atrás dele, seguido por Yuna, que ia no meio do grupo.

Quando saíram da floresta, passaram por Bevelle sem pararem e entraram nas Calm Lands. Tidus parou um pouco para olhar para a vista mas não demorou muito tempo até começar a andar outra vez. Tinham de atravessa-las rapidamente, uma vez que era um espaço aberto, aonde não havia muitos sítios onde se pudessem esconder.

Eventualmente, Paine, que ia no final da fila, ultrapassou-os e chegou até Tidus. Apesar de ir à frente do grupo, ia afastado para poder avistar algum perigo e avisar os outros rapidamente. Quando olhou para Paine, sorriu.

– O que é que são assobios? – perguntou Paine, surpreendendo Tidus – A Yuna disse que ouviu o teu assobio e por isso soube que estavas em Besaid. No entanto, não existe isso em Bevelle.

Tidus riu-se.

– Um assobio. – Tidus levou dois dedos à boca e assobiou, assustando Paine e Yuna – Em Zanarkand, nós usávamos assobios para chamar pessoas ou para dar forças a equipas ou cantores que gostamos.

– Zanarkand. – disse Paine – A Zanarkand destruída.

– Eu e a Yuna combinamos assobiar sempre que um de nós estivesse separado ou em perigo. – disse Tidus, ignorando a pergunta de Paine – Fui eu que a ensinei a assobiar.

– O que é que se passa? – perguntou Yuna, aparecendo ao lado de Paine – Assobiaste?

– A Paine estava a perguntar o que era um assobio. – respondeu Tidus – Por isso estava a explicar-lhe.

– Ela… - Yuna olhou para Paine – Porquê tanto interesse num assobio?

– Porque assobios não existem em Spira. – respondeu Paine – Mas ele disse que existiam em Zanarkand e que vocês tinham combinado alguma coisa do género.

– Ele não queria dizer Zanarkand. – improvisou Yuna – Ele veio de uma aldeia pequena. Só lá é que existem “assobios”.

– A sério? – perguntou Paine – Porque vocês tinham dito que ele tinha vindo de Luca.

– Ele…mudou-se para Luca quando era pequeno. – gaguejou Yuna.

– O que é que se passa aí à frente? – perguntou Wakka, aproximando-se um pouco mais – Algum soldado?

– A Paine está a fazer perguntas ao Tidus. – disse Yuna. Wakka percebeu imediatamente.

– Porque é que ela está a fazer perguntas ao Tidus? – perguntou Wakka, olhando de seguida para Paine – Gostas dele?

– O quê!? – Paine olhou para Wakka – Claro que não!

– Se não gostas dele, porque é que queres saber tanto sobre ele? – perguntou Wakka.

– Porque…ele foi um dos guardiões da Yuna. – mentiu Paine – Só isso.

– Nós conhecemo-lo. – disse Wakka – Não há razão para te preocupares com ele.

– Vamos continuar a andar ou não? – perguntou Rikku, cruzando os braços – Temos de atravessar as Calm Lands depressa. Há aqui muita gente disposta a falar com os guardas de Bevelle se forem “persuadidos”.

– Ela tem razão. – concordou Yuna – Vamos despacharmo-nos.

Demoraram cerca de trinta minutos a atravessar as Calm Lands, enquanto tentavam evitar os olhares das pessoas que faziam negócio naquelas terras.

Quando entraram nas montanhas de Gagazet, Rikku foi a primeira a queixar-se do frio. No entanto, os outros continuaram a andar, ignorando-a. Kimahri devia estar perto por isso, não se podia dar ao luxo de parar agora por causa do frio.

Quando avistaram a tribo, Yuna levantou o braço e sorriu mas, antes de poder chamar Kimahri, Tidus tapou a boca dela e puxou-a até estarem os dois escondidos numa cavidade da montanha.

Tidus deu sinal para eles prosseguirem quando Wakka olhou para Tidus, confuso. Só percebeu quando olhou para cima e viu soldados de Bevelle a falarem com a tribo dos Ronso. Tal como pedido, Wakka, Paine e Rikku continuaram o seu caminho até chegarem ao lugar onde os Ronso estavam a ser questionados.

Tidus largou Yuna e fez sinal para ela ficar em silêncio. Com cuidado, Tidus olhou para cima e viu os guardas a falarem com Wakka.

– Já devem ter descoberto quem foram os teus guardiões. – murmurou Tidus, enquanto via Wakka a encolher os ombros violentamente e Rikku a chegar-se à frente – Talvez tenhamos de voltar para trás.

– Sem eles? – murmurou Yuna, preocupada.

– Provavelm… - quando viu Paine a olhar para trás e a apontar para onde eles estavam, abriu a boca – O que é que ela está a fazer!?

Tidus encostou Yuna aos rochedos e bateu com o cabo num deles, fazendo com que uma grande quantidade de neve caísse sobre Yuna, tapando-a completamente. Ao sentir uma mão no seu ombro, Tidus virou-se e sorriu para o soldado.

– O que é que se passa? – perguntou Tidus.

– O que é que estava aqui a fazer? - perguntou o soldado.

– Eu estava só a descansar antes de subir a montanha. – respondeu Tidus.

– Não viu a Invocadora Suprema a passar por aqui? – perguntou o soldado.

Tidus percebeu que eles não faziam ideia de quem ele era, por isso decidiu continuar a fazer-se de ignorante.

– Quem me dera. – respondeu Tidus, sorrindo intensamente – Porquê?

– Porque os antigos guardiões dela estão ali em cima. – explicou o soldado – Acho uma coincidência rara de estarem aqui e você aqui, sem ligação nenhuma.

– Os guardiões dela estão aqui!? – perguntou Tidus, fingindo surpresa – Será que podia conhecê-los!?

O soldado suspirou.

– Neste momento estamos a meio de uma investigação. – disse o soldado, decidindo que Tidus não tinha nada a ver com a Invocadora – Quando terminarmos de falar com eles, pode ir.

Tidus continuou a sorrir até o soldado estar a uma distância considerável e depois virou-se para começar a desenterrar Yuna.

– Você disse que a Invocadora Suprema estava ali. – protestou o soldado, virando-se para Paine – Mas só lá está um rapaz loiro.

Paine olhou para trás.

– Não estava lá mais ninguém com ele? – perguntou Paine, confusa.

– Ninguém. – confirmou o soldado.

– Em todo o caso, a Yuna não está aqui. – disse Wakka, para Paine não falar mais – Porquê?

– Só queríamos falar com ela sobre uma coisa que aconteceu. – respondeu um dos soldados – Mas já que não sabem dela.

– Só falar? – perguntou Paine – Então para que é que estamos a…

Rikku deu uma cotovelada a Paine.

– Em todo o caso, se a virmos, avisamos Bevelle. – disse Rikku.

– Obrigada pela cooperação. – agradeceu um dos dois soldados.

Quando eles já iam longe, Rikku olhou para Paine.

– “Só falar”? Com Bevelle nunca é “só falar”! – exclamou Rikku – Porque é que disseste onde eles estavam escondidos!?

– Não acredito que eles queiram fazer mal à Yuna. – disse Paine – Só estamos a gastar forças, ao protege-la.

– Se é assim, podes ir embora. – Tidus juntou-se ao grupo e olhou para Paine – É como a Rikku disse. Bevelle nunca quer “só falar”. A história de Spira também conta isso. A jornada que fizemos há dois anos também…

– Como é que querem que saiba se não me querem contar nada sobre a jornada de há dois anos atrás! – interrompeu Paine.

– Não sabes a história da guerra entre Zanarkand e Bevelle!? Isso já são provas suficientes! – exclamou Rikku – A jornada de há dois anos atrás foi simples! Começamos em Besaid e acabamos ao matar o Sin! Simples!

– Simples!? – continuou Paine, forçando a conversa – Depois de tudo o que ouvi, não acho que tenha sido simples!

– Ouviste? – murmurou Yuna, depois de tirar toda a neve do cabelo.

– Sim! Sobre serem expulsos da Ordem de Yu Yevon! Sobre serem perseguidos! Sobre um tal casamento que ninguém sabe como terminou! Sobre o Aron! – disse Paine, olhando depois para Tidus – E sobre o rapaz que aparece e desaparece do nada e diz vir de Zanarkand! A digressão…não me parece que tenha sido simples nem sequer fácil!

– Não foi simples e muito menos fácil. – disse Yuna, com a cabeça baixa.

– Yuna. – murmurou Wakka, pousando uma mão no ombro dela.

– Isso não quer dizer que possas ir mexer no passado dos outros. – disse Yuna, levantando a cabeça para olhar para ela – Paguei pelos erros que fiz. Bevelle quer que eu continue a pagar. Eu não juntei-me às Gullwings só para encontra-lo. Juntei-me porque queria liberdade. Libertar-me das minhas funções como “Invocadora Suprema”. Quando estava convosco, as pessoas não olhavam para mim como se fosse algum tipo de santa. Agora, Bevelle está a perguntar outra vez pela “Invocadora Suprema”…se eu for até eles, a guerra pode começar outra vez.

– Entre os Al Bhed e Bevelle? – perguntou Tidus.

Yuna anuiu com a cabeça.

– Mais do que tudo, quero proteger aqueles de quem gosto. – disse Yuna – É tudo o que precisas de saber, por enquanto.

– Eu disse-te para não mexeres no passado. – murmurou Rikku, enquanto os outro começavam a falar com Kimahri.

– Digam-me só! – exclamou Paine, obtendo a atenção de toda a gente presente – Quem é o rapaz!?


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Notas finais do capítulo

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