Final Fantasy X-3 - Os Hinos escrita por Mirytie


Capítulo 1
Capítulo 1 - Pilot


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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Depois de Tidus ter voltado, relutantemente, Yuna deixou-o para ir numa viagem com as duas amigas mas, quando chegou, as noticias não foram tão boas. Ela queria descansar, voltar a conectar-se com as pessoas da sua aldeia, estar com Tidus e contar-lhe tudo o que tinha acontecido.

– Ele tem de ir ao torneio! – disse Wakka, quando Yuna voltou acompanhada por Riku e Paine – Não esperavas que ele ficasse aqui quieto, pois não?

– As pessoas também querem que passes pelos Templos. – disse Lulu – Para confirmar que não há maneira de as Fés terem voltado depois daquela confusão toda ter desaparecido. Alguns agentes de Luca também querem discutir um novo concerto, já que tiveste tantas a pessoas a assistirem no teu antigo concerto.

Yuna rangeu os dentes e olhou para Tidus, que encolheu os ombros, como se já tivesse tentado dissuadi-los.

– Eu já não sou uma Invocadora. Já não consigo trazer aenos! – exclamou Yuna – E também não quero discutir nem dar mais nenhum concerto. A verdadeira cantora não era eu. Nem da primeira vez nem da segunda.

– Acalma-te Yuna. – pediu Riku. – Vamos na nave. Vais ver que acaba rápido.

Yuna fez cara feia mas passou pelo grupo e foi em direcção ao Templo da aldeia. – Tenho dormido aqui todos os dias e não ouvi nenhum Hino das Fés. Também não vi ou consigo invocar o meu aeon!

Ela virou costas antes que os outros ripostassem. – Eu vou fazer as malas.

O grupo que foi deixado para trás olharam uns para os outros. – Ela só está cansada. – disse Rikku – Afinal, acabou de chegar e já tem de partir outra vez.

– Teve muito mais trabalho há alguns dias atrás. – disse Paine, referindo-se à luta contra Shuyin – E agora ainda querem que ela vá outra vez. Para mais, ela ainda não passou muito tempo com a pessoa que pessoa que passou anos a procurar.

Apesar de estar a falar de Tidus, não olhava para ele. Paine tinha as suas dúvidas quanto a ele. Como é que ele tinha voltado, afinal? Haveria alguma maneira de que ele pudesse desaparecer outra vez? Se houvesse, queria a amiga o mais longe possível dele, porque a vira miserável durante todos os dias que procurara por ele. Aliás, queria que todos os que o tinham conhecido antes de ele desaparecer se afastassem dele.

Ninguém lhe contava a história dele nem da jornada que tinham feito antes de as Fés, os aeons e ele desaparecer. Tudo o que sabia vinha de rumores que ouvia aqui e ali. Porque é que ninguém queria contar-lhe de onde é que ele tinha vindo e o que tinha acontecido?

Tidus olhou para o Templo, preocupado com a saúde de Yuna, completamente alheio aos pensamentos e preocupações de Paine. Queria fazer a jornada a pé para ver o que tinha mudado desde da sua “partida”, mas não queria forças o corpo de Yuna, que provavelmente estava bastante desgastado.

Tentaria falar com ela à noite, antes de todos irem dormir.

– Tidus. – ele ouviu Paine a chamá-lo e virou-se, dando-lhe atenção. Tinha sido ela e Rikku que tinham apoiado Yuna até então – Ainda ninguém me disse. De onde é que vens?

– De Zanarkand. – respondeu Tidus, sem hesitar, mas os restantes ficaram de boca aberta.

– Mas Zanarkand estava em ruínas há uns temos atrás e depois transformou-se num parque de diversões. Já não é uma cidade há muito, muito tempo. Como é que vieste de lá?

– Ahahah! – riu-se Waka, pondo-se em frente a Tidus – Ele só está a brincar!

– Sim. Sim. – apoiou Lulu – Ele nasceu em Luca!

– Em Luca! – exclamou Rikku, olhando para a amiga com um sorriso forçado – Sim, foi em Luca!

Paine olhou para Rikku. Até ela sabia da história dele e não queria conta-la? Sem dizer mais nada, ela puxou Rikku para um canto e começou a murmurar.

– O que é que se passa? – perguntou Paine – Porque é que estão todos a mentir pelo rapaz, quando ele claramente não se importa?

– Não tragas o passado de volta. – disse Rikku, soltando-se – E, especialmente, não faças perguntas à Yuna!

Enquanto todos discutiam e mentiam uns aos outros do lado de fora, dentro do Templo, Yuna punha as roupas que iria precisar numa mala pequena. Não precisava de muito, pensou ela olhando para o kimono que usara enquanto invocadora.

– Talvez deva levar isto. – murmurou Yuna, dobrando as roupas. As pessoas ficariam mais contentes se a vissem a usar aquilo enquanto visitava os Templos – Mas só enquanto visito os Templos.

Quando acabou, fechou a mala e colocou-a debaixo da sua cama. Levantou-se e, só para confirmar, entrou na sala aonde o aeon deveria estar mas não ouviu nenhuma voz nem sentiu nenhuma presença de qualquer Fé. No entanto, pegou no seu bastão que tinha guardado ali, saiu da sala pequena e começou a dançar.

Tinha saudades daquilo, pensou ela. Claro que não tinha saudades de mandar almas, mas tinha treinado aquela dança durante anos até estar na perfeição.

– Mas já não sou invocadora. – murmurou ela, pondo um sorriso na cara, antes de sair com o bastão na mão – Hei! Lembram-se disto!

– Podes fazê-lo? – perguntou Wakka – A Paine nunca o viu.

Quando Wakka fez o pedido, Yuna olhou para Tidus porque, da última vez que ela fizera, ele tinha desaparecido. Este deu um passo atrás e anuiu com a cabeça. Ao ver isto, Paine franziu as sobrancelhas.

– Então, vou fazê-lo. – concordou Yuna, descendo as escadas – Podem afastar-se um bocado para não levarem com o bastão?

Afastaram-se todos, mas Paine teve de ser empurrada por Rikku. Quando ela começou, os sorrisos espalharam-se pelos observantes e até outros cidadãos começaram a juntarem-se para verem algo que já não presenciavam há anos.

Paine não sorriu mas ficou surpreendida com a dança precisa e sublime que Yuna conseguia fazer mas que nunca lhe tinha mostrado.

Quando ela terminou, aproximaram-se todos para congratula-la.

– Ficava melhor com o kimono. – comentou Wakka.

– O que é que estás a dizer? – perguntou Lulu.

– Pensei em levá-los amanhã para visitar os Templos. – Yuna furou pela multidão e foi ter com Tidus para se certificar de que ele estava bem – Tens a certeza? Ainda não sabemos bem como é que voltaste mas certamente tem a ver com as Fés. Não quero acidentalmente mandar-te para…

– Não vai acontecer. – garantiu Tidus, colocando uma mão na face dela – Se eu sentir alguma coisa, digo-te imediatamente.

Quando Yuna o abraçou o sol já se punha. – Não quero perder-te outra vez.

Durante a festa nocturna que Yuna achava desnecessária, porque não era uma Invocadora que ia partir, mas sim uma pessoa normal, todos pareciam divertir-se, menos Paine.

– Sempre que sais da aldeia acabas por salvar o mundo. – disse Wakka, erguendo um copo, enquanto se sentava à volta da fogueira – Por isso é que estamos a fazer isto.

Foi a resposta de Wakka, quando Yuna perguntou por que é que se estavam a dar a todo aquele trabalho.

– Bem, ele tem alguma razão. – concordou Tidus – Yuna, quero falar contigo sobre uma coisa.

Depois de dizer que queria fazer a mesma digressão que tinham feito anteriormente em vez de irem de nave, Yuna ficou a olhar para ele durante algum tempo, mas depois sorriu.

– Claro, porque não? – decidiu ela – Ir de barco vai dar-me tempo para descansar enquanto que, se fossemos de nave, seria mais depressa e não teria tempo nenhum.

– Tens a certeza? – perguntou Tidus – Não quero pressionar-te. Eu sei que estás cansada.

– Não estás a pressionar-me. – garantiu Yuna, deitando a cabeça no ombro dele – Vai ser divertido.

Enquanto os aldeões e os seus amigos divertiam-se, Paine olhava constantemente para Tidus. Queria fazer-lhe mais perguntas porque, claramente, ele não tinha intenções de mentir, mas ele estava colado a Yuna e Paine não sabia como separá-los.

Apesar de Rikku ter dito para não trazer o passado de volta, se assim era, era porque o passado era perturbador e, no pior dos casos, perigoso.

Yuna parecia contente com a volta de Tidus mas estava constantemente a olhar para ele, a falar com ele, a tocar-lhe, como se tivesse medo que ele fosse desaparecer outra vez. Como poeira. Como as Fés tinham desaparecido há alguns anos. Há quase tantos anos quanto ele.

Tinha sido Yuna que derrotara Sin e trouxera a Calma Eterna naquela altura. Paine estava no meio das milhares de pessoas que ouviram o discurso dela, depois de ter tudo acabado.

– Ela andava com um rapaz. – ouvira dizer – Mas eu não o vejo ali.

– Provavelmente não conseguiu escapar ao Sin. – dissera outra mulher, enquanto Yuna acabava o discurso – A Invocadora realmente parece um bocado perturbada.

Toda a gente perde chegados nas lutas como aquelas, pensara Paine, quando viu Yuna virar costas e tapar a cara para que ninguém a visse chorar. Os amigos ajudaram-na a sair e as restantes pessoas deixaram o pavilhão em alguns minutos.

No entanto, quando Paine encontrara a Invocadora juntamente com Rikku, a procurar uma pessoa que devia estar morta, ficara confusa.

– Ele não está morto. – disse Yuna, mostrando a esfera a Paine quando esta lhe perguntara – Alguém prendeu-o em algum sitio. Nós só temos de encontra-lo!

Rikku era a prima dela, era natural que ela quisesse ajudar a Invocadora, mas porque é que ela devia ajudá-la. Eram completamente estranhas uma à outra. No entanto, quando viu o sorriso brilhante na cara de Yuna, Paine concordara em ajudar.

Não houve um segundo discurso depois de derrotar o Shuyin e salvar o mundo pela segunda vez, porque Yuna tinha descoberto que as esferas não mostravam aquele que ela queria encontrar.

Em vez disso, passeavam pelos céus sem destino quando Yuna dissera que tinha ouvido um assobio. Em pânico, pedira a Brother para ir em direcção a Kilika e correra para dentro da nave quando viu uma silhueta. Apenas uma silhueta, que podia pertencer a qualquer um, pensou Paine, um bocado confusa quando Rikku também correu para dentro da nave. Com um encolher de ombros, Paine seguiu-as.

Depois de a nave derrapar mesmo em frente ao rapaz, Brother abriu a porta do porão e, mesmo antes de estar completamente aberto, mesmo antes de a nave parar completamente, Yuna saltou e correu para os braços do tal homem chamado Tidus, que também a recebeu de braços abertos.

Paine viu Rikku sorrir, por isso fez o mesmo, mas não conhecia o homem de todo e o facto de ele ter aparecido  numa altura tão conveniente fazia-a desconfiar dele.

No entanto, quando viu a aldeia inteira à espera deles na costa, abriu a boca e apercebeu-se da importância daquele homem.

Agora, sentada à beira do fogo, Paine estava decidida a descobrir porque é que aquele homem era assim tão importante e se ele podia desaparecer outra vez. Como é que ele tinha desaparecido da primeira vez?

Como é que Yuna o tinha encontrado apenas por ter ouvido um assobio?


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Notas finais do capítulo

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