Considerando as probabilidades matemáticas, o plano de Annabeth tinha cerca de 93% de chance de falhar. Ser inteligente não quer dizer que tudo o que você planeja irá dar certo, ser inteligente é ser capaz de planejar algo, mesmo que as estatísticas digam que não dará certo. Ela conhecia bem o povo de Atenas e também sua própria mãe, sabia que Atena temia o seu povo, mesmo nunca tendo demonstrado. Atena é inteligente demais e por isso que a princesa sabia que a mãe temia a população; qualquer um com um pingo de inteligência sabe que o governo teme seu povo. Porém, ela não poderia dizer o mesmo sobre Atlântida e seu monarca, já que não conhecia os sereianos para poder afirmar nada. Pelo que Rachel, Sally e Paul disseram, talvez o plano dela nem chegasse a surtir efeito entre o povo do mar; mas é melhor morrer tentando do que afundar sem sequer nadar.

Assim que chegou a praia, o mar começou a tornar a respiração dela pesada, o que significava que estava multando de volta. Ao colocar a cabeça para fora d’água, Annabeth viu seus tios, primos e as famílias mais ricas da cidade na areia da praia. Como havia comida, bebida e tochas ali, ela não sabia dizer, mas um mini luau estava rolando. Guido relinchou alguma coisa, mas Annabeth não tinha como entender. Ela deu um assobio e conseguiu chamar a atenção de todos, Thalia quase que ficou transparente ao vê-la com uma calda cinza de sereia. Atena só faltou pegar o facão no sinto de Ares e arrancar a cabeça da filha.

    - Boa noite, povo de Atenas. – disse Annabeth indo o mais perto possível da praia. – Tios, tias, primos. Malcom.

    - Ei! – Malcom exclamou.

Quíron parecia disfarçar um sorriso. Enquanto seus tios e primos estavam boquiabertos com a situação, os demais ainda estavam tentando entender o que estava acontecendo.

    - Annabeth... – disse Luke surpreso. – Mas o que...?

    - Quando foi que você virou A Pequena Sereia? – perguntou Piper.

    - Isso é MUITO MANEIRO! – exclamou Leo.

    - Eu quero virar sereia também! – exclamou Miranda.

    - A minha calda TEM QUE SER rosa! – disse Drew.

    - Tô nem ai pra cor da calda! – disse Silena. – Contanto que eu consiga respirar debaixo d’água!

    - Como você conseguiu fazer isso prima? – disse Will impressionado.

    - Usou alguma ferramenta? Fogo grego? Ambrósia? – perguntou Charlie.

    - Já sei! Fez um desejo a estrela azul! – disse Nico.

    - Nico, ela não é o Pinóquio. – respondeu Bianca.

    - Gente eu não tenho tempo para explicar isso agora. – Annabeth disse rastejando para a areia, já que não tinha pernas. – Vim porque precisamos conversar.

    - Eu sabia! Ela vai fugir de casa! Isso é o que dar deixar a filha solteirona até os dezoito! – disse Deméter.

    - Não tia, eu não vou fugir de casa. – Annabeth estranhou.

    - Ah não? Mas deveria! – disse Deméter.

    - Héstia, por favor, contenha sua irmã. – disse Hefesto.

    - Annabeth, o que você pretende ao se transformar em uma sereia? – perguntou Ártemis claramente preocupada.

    - Não pretendo nada titia, eu voltarei a ser humana em breve, a magia é passageira. Eu quero é que vocês, povo de Atenas, escutem o que eu e o povo do mar temos a dizer. – disse Annabeth com um nó imenso na garganta.

Atena fuzilou tanto Annabeth com o olhar, que Quíron achou que a rainha fosse pegar a adaga presa em sua cintura e decepar a filha. Como se tivessem cronometrado, os convidados do casamento de Percy e Rachel começaram a submergir, todos se espantaram ao máximo quando viram os humanos. Blackjack e Bessie também apareceram e se juntaram a Guido. Tyson estava ao lado de Sally, Paul e Grover e quando viu a harpia Ella, só faltou desmaiar com sua beleza. Percy estava ao lado de Rachel (com um vestido de algas verdes), com Poseidon e Anfitrite atrás deles. Annabeth olhou para trás por um milésimo de segundo e seus olhos se encontraram com os de Percy.

    - Povo de Atlântida, eu vos apresento os humanos. Por acaso eles se parecem os gigantes canibais que meu pai lhes falou? – disse Percy para os sereianos, múrmuros começaram. 

    - Perseu, o que tártaros você pensa que está fazendo? – Poseidon levantou seu tridente.

    - Apenas comparecendo a uma reunião de família! – ele sorriu ameaçador. – Porque somos família não é? Thalia, Bianca e Nico são meus primos! Assim como Atena, Ártemis, Hefesto, Dionísio, Hermes, Apolo e Ares.

    - Como assim? – gritou alguém da parte humana.

    - Ah, minha mãe não contou a vocês? – Annabeth fingiu estar surpresa. – Que coisa feia mamãe! A história é o seguinte, meu nada querido bisavô Cronos teve cinco filhos humanos. Héstia, Deméter, Hera, Hades e Zeus.  Só que entre meu avô Zeus e meu tio-avô Hades, há outro filho. A mãe dele era uma nereida que foi seduzida por Cronos, que utilizou-se de uma planta que pode transformar humanos em sereianos por 24 horas e foi isso que aconteceu comigo, eu comi essa planta igual meu bisavô fez.

    - NÃO ME DIGA QUE VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?!?! – Héstia quase desmaiou.

    - Não tia, eu acabei de dar o primeiro beijo da minha vida, porque eu estaria grávida? – Annabeth segurou o riso.

    - Graças aos deuses! Ela é muito nova para isso! – disse Afrodite.

    - Enfim. Cronos teve um filho com a nereida Calipso, o tritão Poseidon. Meu pai e seu rei. – disse Percy aos sereianos. – Os seis filhos de Cronos se juntaram para criar duas armas capazes de derrotar a poderosa feiticeira Gaia. Anaklusmos, a espada que só pode ser segurada por alguém que for um herdeiro direto de Cronos e o tridente de meu pai. Após banirem Gaia para Roma, a espada ficou em terra e o tridente em mar. Os filhos humanos de Cronos tinham vergonha de Poseidon e disseram ao povo da Grécia que o irmão era louco e que havia fugido rumo ao Egito, adotando o nome de Carter Kane.

    - Que, honestamente, havia nomes melhores, mas Hera sempre teve pouca criatividade. – disse Deméter.

    - Tia. – Atena censurou.

    - E Poseidon, também com vergonha dos meios-irmãos humanos, inventou a história de que seu irmão gêmeo Netuno havia sido morto pelas mãos dos humanos. Isso só para que ninguém do nosso povo fosse à superfície e notasse que há parentesco entre os seres do mar e os seres da terra. – disse Percy. – Mas a verdade é que nunca houve um príncipe chamado Netuno. Saturno e Cronos são as mesma pessoa. Saturno não fundou Atlântida, Calipso é que o fez e deixou o reino para seu único filho, Poseidon. Quando Thalia e eu matamos Gaia ano passado, a rainha Atena e meu pai tinham que arrumar um jeito de que essa história não vazasse para a população de ambos os reinos.

    - Rachel. – disse Annabeth.

    - O rei Poseidon ameaçou matar a minha família e a de Grover caso revelássemos algo. – Rachel disse tão vermelha que parecia fogo.

    - Como todos sabem, segredos de família devem permanecer em família. Por isso que minha mãe não precisou usar nada contra Thalia, Luke, Bianca, Nico e contra a mim. Pois fomos criados para obedecer a essa regra. Os segredos dos Olimpianos deve ficar entre os Olimpianos. – explicou Annabeth. – Só que essa regra nunca foi dita a Percy e a Tyson.  E o que vocês acham que o rei Poseidon fez para que os filhos nunca revelassem nada?

    - Deu muitos dracmas? – disse Michael.

    - Não. – respondeu Annabeth, achando que o primo era retardado.

    - Ah... deu a eles muita flor de lótus? – chutou Connor.

    - O que é flor de lótus? – perguntou Tyson.

    - Deu a eles uma semana de viagem ao Caribe? – disse Travis.

    - Eu conheço Caríbides, Caribe é o primo dela? – disse Percy.

Os humanos franziram o cenho estranhando o que Percy respondeu. Annabeth levou à mão a testa por causa da leseira de Percy.

    - Minha mãe deu a Poseidon uma garrafa contendo a água do rio Lete. O rei Poseidon forçou o próprio filho a beber, fazendo Percy se esquecer de tudo. E quando eu digo tudo, isso inclui até como se fazer as necessidades fisiológicas. – disse Annabeth.

    - Eu demorei vinte minutos para acertar como se fazia xixi. – disse Percy.

    - Isso é nojento. – respondeu Dionísio.

    - Meu pai disse a Tyson que se ele quisesse que Arco-Íris continuasse vivo, meu irmão deveria ficar quieto. Quanto a mim, eu fui forçando a esquecer como se falava, esquecer quem eu era esquecer meus amigos, minha famílias, toda a minha vida. E o mais importante de tudo, esquecer a mulher que amo. – ele nadou até o lado de Annabeth.  – Sereianos, se acham que isso é o comportamento digno de um rei, então sinto lhes informar, mas vocês são loucos.

    - Perseu. Casa. Agora. – Poseidon disse com tanta raiva que até Ares sentiu-se intimidado.

    - Não. Eu já sou maior de idade, não pode mandar em mim. – Percy disse sério.

    - Não estou falando como seu pai e sim como seu rei. – disse Poseidon apontando o tridente para o coração do filho. – Para Atlântida, agora. Você será preso por traição.

    - Poseidon, não. – Sally disse firme.

    - Não me diga o que fazer. Você é apenas minha ex-esposa, não tem poder nenhum sobre mim, afinal, sou seu rei. – respondeu ríspido.

    - Posso ser sua ex-esposa, mas sou mãe do seu filho mais velho. – Sally se impôs. – Honestamente, não ligo se você fez todos nós temer os humanos só porque você tem vergonha da sua família. Mas daí a excluir a memória do nosso filho só porque ele se apaixonou por uma humana... isso foi muito cruel. Nem Gaia seria capaz de fazer isso.

    - Não me venha com lição de moral Sally. – Poseidon revirou os olhos.

    - Não é lição de moral. Apenas estou dizendo a verdade. Você NÃO IRÁ prender nosso filho e manda-lo para morte como traidor. Você NÃO TEM o direito de fazer isso. Não depois de ter roubado a memória do menino. – Sally disse firme.

Poseidon olhou para Anfitrite.

    - Eu poderia esperar que você ameaçasse qualquer um de morte ou algo do gênero. Tudo bem, isso eu entenderia. Mas daí a apagar as memórias do próprio filho. Isso foi cruel. Você me lembra Saturno e eu não digo isso no bom sentido. – respondeu Anfitrite.

    - Pera, você conheceu meu avô? – Percy estranhou a posição da madrasta.

    - Claro que sim. Quando aquele idiota começou a cortejar minha irmã, mamãe mandava a mim para ficar de olho nele. Atlântida estava quase pronta para a inauguração e Calipso só pensava naquele babaca do Saturno. – Afitrite disse com rancor.

    - E eu achando que ela tivesse, no máximo, cinquenta anos. – sussurrou Clarisse para Chris.

    - Eu TENHO quarenta e nove. Eu era criança quando Saturno engravidou minha irmã. – respondeu Anfitrite.

    - Espera ai, EU é que tenho quarenta e nove. Ártemis também. – disse Apolo.

    - Ô imbecil, há várias pessoas no mundo com a mesma idade. – respondeu Ártemis.

    - Não é isso, mana. Se nós dois temos quarenta e nove e Poseidon é mais velho que nosso pai, então... pera isso tá me dando dor de cabeça. – disse Apolo.

    - O metabolismo dos sereianos é diferente dos humanos. – disse Quíron. – Eles demoram a envelhecer, assim como os centauros. Um ano para os humanos é equivalente a poucos meses para os sereianos, apesar de que eles contam os aniversários da mesma forma que os humanos. Mas seu metabolismo é diferente.

    - Pera, quantos anos você tem? – Annabeth perguntou para Percy.

    - 19. – ele respondeu dando de ombros.

    - Há quanto tempo você tem 19? – ela disse.

    - Por acaso eu me pareço com o Cedrico Digory para brilhar no sol? – ele disse ofendido. – Tem 19 anos que eu tenho 19 anos, oras!

    - Ele vive confundindo as histórias. – disse Chris.

    - Percy e Poseidon tem descendência humana, eles envelhecem da mesma forma que os humanos. Os tritões e sereias envelhecem de forma parecida com os humanos, mas as nereidas não. – explicou Quíron. – Elas é que demoram a envelhecer.

    - Por isso que a Anfitrite parece a bruxa do 71! – disse Tyson.

    - Cala essa boca projeto de ciclope. – disse Anfitrite.

Houve algumas risadinhas, mas os cidadãos estavam mais interessados na história.

    - Poseidon, Sally está certa, você não tem o direito de mandar seu próprio filho para a morte. Não depois do que fez com o guri. – disse Anfitrite.

    - Puxa Anfitrite, valeu. Nunca achei que você gostasse de mim. – disse Percy.

    - E eu não gosto. Mas isso não quer dizer que eu goste de ver sangue. – ela disse fechando a cara.

Poseidon pareceu se acalmar. Então foi a vez do povo da terra começar a falar.

    - O que você pretendia com isso, Annabeth? – disse Atena seca.

    - Apenas que os Atenienses e os sereianos vissem o tipo de monarca que está no poder. – disse Annabeth com sua voz de advogado.

    - Se acha que com isso irá conseguir me tirar do trono, está muito enganada criança. Você só subirá ao trono quando eu abdicar ou morrer. E depois de tudo isso, eu não irei abdicar nem tão cedo. – a rainha respondeu claramente furiosa.

    - Não quero a coroa, vossa majestade. Dê-la para Malcom. Não me importo com o trono.

    - Não minta Annabeth. Você QUER algo disso tudo. Eu lhe conheço bem antes de você nascer, afinal, sou sua mãe.

    - Mãe? – Annabeth riu sínica. – Você me mandou em sacrifício. Fez com que o homem que eu amo perdesse a memória só para que não pudéssemos ficar juntos. Agora sei por que papai preferiu não lutar contra aquela doença. É melhor estar moto do que estar preso a você!

Um silêncio mortal aconteceu. Percy achou que a rainha fosse voar no pescoço da filha e mata-la com uma colher. Então Annabeth começou a se contrair, urrava de dor e a garganta parecia que ia pegar fogo; de sua calda cinza, ouviu-se o barulho de ossos se quebrando, então o membro de dividiu em dois e suas pernas começaram a aparecer. Em questão de dez minutos, ela havia voltado a ser humana, com a toga branca que estava usando. Annabeth sentou-se em uma pedra dentro do mar, suas pernas estavam fracas e Percy ficou segurando lhe a mão, mas não podia fazer muita coisa já que ele estava dentro d’água e sua cabeça batia nos joelhos dela.

    - Seu pai não pegou uma doença. – disse Ártemis.

    - Mana... – Apolo advertiu.

    - Não me chame de mana. – Ártemis o fuzilou com o olhar.

    - Como assim? – disse Malcom pegando sua espada, mas Nico o conteve.

    - Frederick foi assassinado. – disse Hermes. – Envenenado.

    - Atena preferiu dizer que foi uma doença porque não queria assusta-los. – disse Afrodite.

    - Moravam crianças demais no palácio. Thalia, Luke, Bianca, Annabeth, Nico... e depois do que aconteceu com Dédalo... era melhor que todos vocês pensassem que ele havia falecido devido a uma doença. – explicou Héstia.

    - Há alguma coisa nessa família que seja real? Alguma história que não haja mentiras? – exclamou Thalia.

    - Hades realmente é meu pai? Porque eu me lembro dele brincando com Nico e comigo, mas como eu posso ter certeza de que ele é meu pai? – disse Bianca.

    - Cronos REALMENTE criou a Grécia ou o que os Romanos dizem é verdade? Éramos território dos roxos e nosso bisavô tomou as terras para si? – disse Nico.

    - Isso tudo é verdade e juramos pelo Estige. – disse Hefesto antes que começasse uma revolta.

    - Entendam crianças, há certas coisas que é melhor permanecerem em segredo. – disse Ares.

    - Estamos cansados de segredos! – exclamou Luke. – Queremos todas as verdades. Agora!

    - Filho... – disse Hermes.

    - Filho nada. Seremos os futuros reis e rainhas dos territórios Gregos. Precisamos saber das verdades. – disse Luke firme.

    - Podemos conversar isso em família? – sugeriu Dionísio.

    - Não irmão. – disse Thalia séria. – Nosso povo tem de saber da verdade, do contrário, nunca irão nos respeitar por quem realmente somos.

Os Olimpianos confirmaram a história dos meninos, jurando tudo pelo rio Estige. As verdades não foram nada surpreendentes. Todo mundo sabia que Afrodite e Ares tinham um caso e Hefesto não se importava com isso; Silena e Charlie? Até Percy sabia dessa história. De todas as declarações, a única que realmente chegou perto de ser “chocante” foi Piper dizendo que estava apaixonada por um Romano chamado Jason, que tinha algum parentesco distante com Thalia por parte da mãe dela. Anfitrite disse que Bessie foi um presente dela para sua irmã e a vaca serpente concordou, com Tyson traduzindo. Depois de uns minutos, tudo estava parecendo uma sessão de autoajuda.

    - Eu tenho uma quedinha pela Annabeth. – disse Nico.

    - Irmão, é para contar coisas que ninguém sabe. – falou Bianca.

    - Eu sou chocólatra. – disse Annabeth.

    - Eu estou apaixonado pela Katie. – disse Connor.

    - E eu pela Miranda. – disse Travis.

    - Por acaso vocês sabem que nós somos primas do pai de vocês? – disse Katie.

    - Isso é repugnante. – respondeu Miranda.

    - Papai é gay. – disse Lee.

    - Eu sou bi. E todo mundo sabe disso. – disse Apolo.

(e eu posso escrever isso porque sou filha de Apolo, então dá licença)

    - Eu tenho uma quedinha pelo Percy. – disse Bianca.

    - Eu gosto de comer corais. – disse Grover.

    - Ella é bonita. – sorriu Tyson.

    - Tyson é forte. – Ella corou.

    - Isso está ficando irritante. – disse Thalia.

    - Eu já tive uma quedinha pela Annabeth. – disse Luke.

    - Cara, cê tá ferrado. – riu Michael.

    - Como é a história Luke? – disse Thalia pegando sua lança.

    - Bianca é mais gente boa que Annabeth. – disse Malcom.

    - Eu roubei o último namorado da Piper de propósito. – disse Drew. – Só para provar que eu sou melhor que ela.

Leo e Charlie tiveram que segurar Piper para que ela não matasse a irmã mais velha.

    - Eu me sinto atraído por todas as garotas do mundo. Com exceção da Annabeth, ela me dá medo. – disse Leo.

    - Eu não sou mais virgem. – disse Clarisse.

    - É pra falar algo que ninguém saiba. – disse Rachel.

    - Achei que ninguém soubesse disso. – disse Chris.

    - Vocês tão casados tem um ano, é de se esperar né. – complementou Rachel.

    - Tá legal, chega. – disse Hermes. – Isso aqui já tá virando palhaçada!

    - E olhe que ele é o rei da trollagem. – riu Dionísio.

    - Odeio dizer isso, mas Hermes está certo. Você ainda não me disse o que pretende com isso Annabeth. – disse Atena séria.

Annabeth apertou a mão de Percy, seu coração estava agitado.

    - Quero que vocês parem e prestem atenção. Nós humanos não somos tão diferentes dos sereianos. Eles não são criaturas horrendas como as histórias contam e nós não somos os monstros que eles acham. Somos iguais gente, cada um com sua particularidade, mas no fim, somos iguais. Porque não podemos viver em harmonia? Uma grande família como, geneticamente falando, nós realmente somos. Paz entre humanos e sereianos, é tudo o que queremos. – ela ficou de pé na pedra.

Seus tios se entreolharam e olharam para Poseidon. O rei do mar parecia estar mais calmo; Deméter e Héstia entraram no mar e foram até o irmão, fazendo com que rolasse um abraço de família.

    - Annabeth está certa. Somos uma família. – sorriu Héstia.

    - Teremos que acasalar com sereias? Porque eu amei essa ideia! – exclamou Apolo.

    - Deixa de ser tarado Apolo. – disse Afrodite.

    - No dia que isso acontecer Ártemis deixa de ser virgem. – brincou Hefesto.

    - Atena? – disse Héstia.

As conversas sessaram, todos olhavam para a rainha esperando que ela dissesse algo. Annabeth notou algo no rosto da mãe, algo que fazia anos que ela não via; naquele momento, Annabeth soube que suas suspeitas de infância estavam certas. Seu coração ficou apertado. Ela se lembrou que a mãe disse que havia ido com Frederick para o jardim da família três vezes, uma ele lhe pediu em casamento e nas outras duas ela havia dito que estava grávida de Annabeth e Malcom. Mas Annabeth tinha um irmão mais velho chamado Dédalo que morreu há vários anos. Annabeth desde pequena suspeitava que Dédalo fosse seu meio irmão.

    - Vocês ainda escondem algo. – Annabeth disse fria.

    - Hein? – surpreendeu-se Percy.

    - Dédalo era filho de vocês dois não era? – Annabeth falou, ela sentia o peso do mundo em seus ombros.

    - Como é a história? – exclamou Anfitrite.

    - Eu tenho mais um irmão? Legal! – alegrou-se Tyson.

    - Atena, do que ela está falando? – perguntou Deméter.

Todos olharam para Atena e Poseidon. Percy estava perdidinho como sempre.

    - Vocês não fizeram Percy se esquecer de tudo porque estavam com medo que ele revelasse aos sereianos a verdade sobre os humanos. Quiseram que ele se esquecesse de tudo por causa do meu envolvimento com ele. Porque nós tínhamos um irmão em comum. – ela disse com raiva.

    - Deixe-me ver se eu entendi... eu tinha um irmão mais velho chamado Dédalo? Caramba pai, o senhor tem um mau gosto pra nomes hein! – disse Percy.

    - Irmã, por favor, diga que dessa vez Annabeth cometeu um equívoco? – disse Ártemis.

    - Já tô até vendo o circo pegando fogo. – Afrodite alegrou-se.

Atena desviou os olhos para seus pés. Poseidon, der repente, estava muito interessado em seu tridente.

    - Di Immortales Atena! – repreendeu Deméter.

    - Mãe, de verdade, minha única meta em revelar tudo para os sereianos e os humanos era fazer com que a senhora tomasse vergonha na cara. O mesmo vale para Poseidon. Percy e eu sabemos que não é o melhor plano do mundo, mas é o único que temos. Achei que se os humanos e os sereianos soubessem que são iguais e que a outra espécie não é perigosa, Percy e eu teríamos chance de ficar juntos. – disse Annabeth caminhando até a praia e ficando cara-a-cara com Atena. – Não estou aqui para lhe julgar. Todos cometem erros, ninguém é perfeito. Mas... porque nunca contou isso há ninguém?

    - Porque seu pai pediu que fosse segredo. Eu estava noiva do seu pai quando conheci Poseidon. Não sabíamos que erámos família naquela época, foi um caso de uma noite e... eu contei ao seu pai, ele disse que criaria o menino como se fosse seu filho se eu prometesse nunca revelar isso. Anos depois você nasceu e então Malcom e depois seu irmão morreu. Meses depois seu pai foi assassinado pelos Romanos... preferi continuar com a promessa que fiz a Frederick. – Atena respondeu séria.

    - Então você amou mesmo o papai... – disse Malcom surpreso. – Ele também te amou... uau, isso muda completamente a forma como eu vejo essa família.

    - Aquiete-se Malcom. – disse Bianca.

Um longo minuto de silêncio aconteceu. Percy demorou mais uns minutos para entender a história toda (afinal estamos falando do lesado do Percy né).

    - Bem... acho que agora, mais do que nunca, é que deveríamos nos unir. – disse Afrodite. – Isso é apenas mais uma prova de que somos uma família. Uma família doida e bastante estranha, mas ainda assim uma família.

    - Considerando as guerras contra os Romanos... creio que Afrodite esteja certa. – disse Ares. – Quanto mais pessoas do nosso lado melhor.

    - A cala a boca Ares. Não seja apenas estratégico. – resmungou Deméter. – Somos uma família e Afrodite está certa.

    - Por mais que doa no meu ego dizer isso, Afrodite está certa. – disse Ártemis com a cara emburrada.

    - Ah... pera, eu não entendi... eu ainda terei que me casar com a Rachel ou não? – disse Percy.

    -Não, Cabeça de Alga. – disse Rachel.

    - Ai, só tem uma pessoa no mundo que pode me chamar assim! – ele brincou.

    - Eu vou ter que me casar com o pesadelo ruivo ou não? – grunhiu.

Poseidon olhou para Sally, que tinha uma expressão mortífera.

    - Não filho. Lamento por todo o mal que lhe causei. Afrodite está certa, somos uma família e é isso o que importa. – disse Poseidon arrependido.

    - PARTY HARD! – gritou Tyson.

    - Por favor, digam que não temos parentesco com isso ai. – disse Zoë.

    - Você é adotada, sua demente. – disse Michael ganhando um murro na cara como resposta.

    - Família? – disse Annabeth.

    - Família. – sorriu Luke.


Ainda não acabou.