Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 10
Atena dá seu intimado


Notas iniciais do capítulo

Só avisando: está do meio pro fim da fic.



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Pra quem ainda não entendeu: eu estou separando os deuses Romanos e Gregos como se fossem pessoas diferentes.

 

    - Entre. – respondeu Atena quando Percy bateu na porta de seu quarto.

Percy, tremendo de medo, entrou sem saber muito bem o que a rainha queria. O quarto era em forma de O e sustentado por colunas (em estilo grego é claro) e não havia paredes. Excerto é claro pelo banheiro. Tudo naquele quarto parecia chique demais, caro, glamoroso demais e também lindo; o quarto de Poseidon era grande e bem decorado, mas não chegava aos pés do quarto da rainha Atena, ao menos aos olhos de Percy. Em cima da bela cama estava uma espada de bronze celestial, com cabo de couro e dizeres escritos em grego na parte afiada, ele andou lentamente até a cama e pegou Anaklusmos, com um sorriso de felicidade no rosto.

    - Eu não faria isso se fosse você. – disse Atena aparecendo.

Percy se virou depressa e quase atingiu a rainha com a espada. Atena usava o cabelo negro solto e uma túnica rosa forte, com uma cinta de couro, pulseiras de ouro, brincos de bronze e um colar que não parecia ter valor nenhum feito de ferro com um pingente de coruja. Provavelmente deveria ter algum significado sentimental, porque o colar estava quase todo enferrujado, apesar de que Atena não parecia ser o tipo de pessoa sentimental. Apesar de não estar amada, ela tinha uma expressão de poder no rosto, como quem dissesse: “posso te derrotar mais rápido com palavras do que com uma espada em mão”.

    - Coloque a espada na cama, tritão. – disse ela imperativa.

Percy obedeceu, apesar de segurar o medo e o impulso de correr dali.

    - Você parece muito com seu pai quando mais novo. Imagino que deve ter herdado poucos traços de Sally. – disse Atena séria.

Percy franziu a testa. Aquela rainha conhecia sua mãe? Como?

    - Pelo visto seu querido pai não lhe contou nada sobre como Atlântida foi construída. – ela deu um sorriso matreiro.

Percy tentou fazer uma cara de fúria. A única coisa que seu pai disse foi que seu nada querido avô Saturno construiu a cidade após ganhar dos deuses do mar o direito a um pedaço de terra debaixo d’água e então surgiu o reino. Saturno teve somente dois filhos Netuno e Poseidon, o mais velho morreu nas mãos de pescadores e seu pai subiu ao trono. Percy não se lembrava muito do avô, na verdade a única lembrança que tinha dele, o velho estava em seu leito de morte e dizia que o bebê Percy seria a ruina da cidade. Mas Poseidon havia convencido o filho mais velho de que o avô estava caducando e que ele disse aquilo por causa da velhice. Mas Percy sabia que o nada querido vovô foi alguém muito ruim e matou muitos tritões e sereias durante a guerra contra os deuses do mar.

    - Aposto que Poseidon contou sobre Saturno ganhando a guerra sobre os deuses antigos do mar e com isso, conseguindo um pedaço de terra que virou Atlântida, vindo a ser um reino de paz entre os animais marinhos e os sereianos. – adivinhou Atena.

Percy concordou com a cabeça, porém com uma cara séria.

    - Não é de surpreender que seu pai tenha lhe dito isso. Se bem me recordo, ele fez o possível e o impossível para proteger você e Sally alguns anos atrás. Ele trocou tantas coisas e fez tantos péssimos acordos para proteger você e sua mãe que eu achei que o velho barba de cracas estava ficando louco. Então nasceu Tyson e ele tornou a fazer o impossível para defender vocês três.

Percy, apesar da cara séria e do rosto corado de raiva, conseguiu franzir o cenho.

    - Não espero que você entenda criança, mas espero que seja mais inteligente que seu pai e faça os acordos certos. Não ligo se o coração de minha filha será partido, mas tenho que honrar o acordo que fiz com o idiota do seu pai. Enquanto você estiver em minhas terras, terei de protegê-lo, mas eu posso muito bem expulsa-lo. Se Gaia quer iniciar uma guerra entre humanos e seres do mar e eu tiver a chance de impedir, então eu farei.

Percy deu de ombros, agora sua expressão de raiva passou para dúvida.

    - Gaia está usando você para começar uma guerra entre seu pai e meu reino e isso eu não irei permitir Perseu. Você vai voltar para o mar, se esquecer da minha filha, se casar com seja lá a pobre coitada que for e viver sua vida de ilusões. – disse Atena agora mais calma.

Percy voltou ao rosto firme, ele não ia perder Annabeth.

    - Espero que eu tenha deixado claro... você vai voltar para o mar e esquecer da minha filha. – ela deu ênfase.

Ele manteve-se calado, com o rosto rígido e o coração a mil. Ninguém, nem mesmo Atena ou Gaia iria separa-lo de Annabeth. Percy podia não saber o que era essa dor brotando em seu coração ou o motivo porque ficava extremamente feliz quando estava com Annabeth, mas não ia desistir de sua Sabidinha. Nunca.

    - Vá! E diga ao seu pai que mantive minha parte do acordo. Você está vivo. Não deixei nenhum de meus irmãos lhe machucar, apesar de que Ares amaria quebrar o acordo para lhe dar uma boa surra. – disse Atena pegando Anaklusmos e colocando na cinta.

Percy a fuzilou com o olhar, se ao menos pudesse explicar a rainha o que sentia pela filha dela, mesmo sem que ele mesmo entendendo o que sentia... talvez... talvez ela os ajudasse. Ele não ficou no quarto para discutir, saiu e correu atrás de Annabeth. Alguns dos primos dela lhe lançaram olhares engraçados, outros (como a tal Zoë) parecia m que queriam mata-lo, então no jardim ele encontrou Luke no gazebo, parecia que ele passou as últimas horas chorando porque seu rosto parecia um maracujá.

    - Percy, certo? – ele perguntou e Percy respondeu com a cabeça. – Annabeth comentou sobre você. Obrigado por ter salvado a vida dela.

Apesar de que Percy estar furioso com Atena, ele cumprimentou Luke e forçou um sorriso. Estava acostumado a fingir estar feliz quando por dentro se sentia morto. Percy deu de ombros querendo dizer “não foi nada cara”.

    - Você viu Thalia? Dessa altura, cabelos pretos, olhos azuis lindos como o céu e um temperamento igual a uma tempestade? – ele disse parecendo desesperado.

Percy fez que não com a cabeça. Luke parecia mais arrasado que ele. Percy se lembrou de que Atena forçou Annabeth a noivar com o loiro e que a tal Thalia ficou extremamente estressada com o anuncio. Luke sentou-se no banco, deu um suspiro de derrota e passou as mãos no rosto, parecia que não havia dormido.

    - Deve ser horrível ser mudo né não? Querer expressar seus sentimentos e não poder. – Luke disse com um leve sorriso.

Percy pegou o bloco que Quíron lhe deu e começou a escrever.

“Pior ainda é poder falar e não ter coragem de dizer o que sente”

    - Verdade. – disse Luke sentindo-se culpado. – Mas quer saber Percy, às vezes a gente polpa as palavras porque sabe que elas irão ferir muito se forem ditas.

“Às vezes elas ferem mais se forem escondidas”

    - Você é filosofo? – riu Luke.

“Não. Mas acredite, quando escrevemos, nos expressamos melhor do que quando falamos.”

    - Não acredito nisso. Eu mesmo sou uma droga escrevendo. Falar, mesmo que seja algo na impulsividade e algo que provavelmente fará com que nos arrependemos depois, é melhor que escrever.

“Quando escrevemos temos tempo para pensar, quando falamos é sempre hiperativo”

    - Faz sentido. Gostei de você Percy. Não parece ser o lesado que Annabeth falou.

Percy sentiu um aperto no coração. Bem, ele REALMENTE É lesado, mas não quer dizer que Annabeth tinha que falar isso para todo o mundo.

    - Ei, calma ai! Não falei na intenção de te ofender. – ele sorriu e ficou parecendo um surfista. – Falei no bom sentido.

Percy fez uns movimentos com os lábios fechados, como se quisesse dizer “entendi”, mas que ainda se sentia um pouco ofendido. Luke parecia ser um cara legal.

    - Tenho que ir. Meu pai quer conversar comigo sobre essa maldita união dos reinos. Acredite quando eu digo: por mim, você se casaria com Annabeth. Ela gosta de você e está na cara que você gosta dela. Eu não quero esse casamento. Eu quero Thalia. – disse Luke voltando a ficar sério.

Percy não soube o que responder, então apenas assentiu com a cabeça. Enquanto Luke caminhou em direção ao castelo, Percy ficou encarando o rio que dava no mar. Ele já tinha experimentado prender a respiração debaixo d’água de manhã cedo e demorou uma hora e quando soltou o ar, respirou normalmente enquanto estava submerso. Talvez a magia de Gaia só tivesse feito com que ele não pudesse respirar no mar no primeiro instante que ele virou humano. Só que Percy não tinha tempo para pensar, Gaia ia começar uma guerra, seu pai mentiu sobre várias coisas e Atena foi bem clara quando disse que não o queria em seu reino.

Mas Percy tinha um plano. Ia fazer o pai contar qual era esse segredo e vê se conseguia convencê-lo a matar Gaia antes que o prazo do terceiro dia terminasse. Infelizmente isso significava sacrificar o último dia como humano, ele ainda precisava pedir desculpas a Annabeth e queria tanto beija-la... mas ele precisava primeiro salvar o mundo em que ela vivia. Mesmo não tornando a vê-la novamente e sabendo que ela seria infeliz para sempre ao lado de Luke, que também seria infeliz por estar longe de Thalia. E Percy teria que casar com Clarisse...

    - Vai a algum lugar. – disse uma voz feminina.

Percy se virou e viu os irmãos Bianca e Nico. Ela usava uma túnica branca com detalhes cinza e joias de ouro; ele usava uma túnica azul escura que dependendo da posição que o sol batia, parecia roxa. Atrás deles, perto do castelo, estava Zoë, com uma túnica e um diadema cinza, com uma expressão muito séria.

    - Sabemos o que Atena falou com você. – disse Bianca.

Percy fez sua melhor expressão de “como?”

    - Digamos que Nico, Malcom, Connor, Travis e os demais meninos, AMAM bisbilhotar as conversas sérias quando há reunião de família. – disse Bianca repreendendo o irmão. – Eu lembro que meu pai uma vez me contou sobre Gaia, ela é uma feiticeira muito poderosa.

“Não tenho medo dela. E meu pai sabe lutar muito bem” escreveu Percy.

    - Não é com você que estamos preocupados. – disse Nico claramente incomodado com ele.

    - Annabeth gosta de você. Já está sendo ruim o suficiente para ela ter que se casar com Luke e ver Thalia a odiando por isso, mas acho... acho que se alguma coisa acontecer a você, ela ficará devastada. – disse Bianca com compaixão.

Percy olhou para Zoë, ela não era a prima mais velha, deveria ser apenas alguns meses mais velha que os trigêmeos de Apolo, mas parecia ser a mais sábia. Ela levantou o queixo na medida certa, como se estivesse o examinando de cima para baixo e decidido que ele era um problema irritante.

    - Sei que não nos conhecemos, mas seja lá o que tártaros você pretenda fazer, por favor, pare e pense para pensar nela. – alertou Bianca.

    - Annabeth é uma garota super legal, ela não merece sofrer por causa de uma sereia. – disse Nico meio rabugento.

Então Percy notou o motivo de Nico não ter ido com a cara dele, Nico tinha uma queda por Annabeth. Algo que estava meio óbvio, mas parecia que todos ignoravam inclusive o próprio Nico.

 “Sei o que faço. Digam a ela que a amo e que tudo que farei, será para dar a ela um futuro melhor.” Ele escreveu.

Deu o bloquinho para Nico e antes que os irmãos ou Zoë dissessem algo, Percy pulou no rio e nadou o mais rápido que pode com suas pernas de humano até Atlântida. Ia falar com a mãe primeiro e provavelmente passaria horas levando bronca dos pais, mas não tinha outra escolha se não impedir Gaia de fazer terra e mar entrar em guerra. Annabeth tinha que ficar salva, nem que para isso Percy tivesse que se sacrificar.


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Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews por capítulo, sem capítulos novos.