De Volta escrita por Porcoelho


Capítulo 9
Bola de Neve


Notas iniciais do capítulo

Olá! 51 leitores e só quatro comentaram no último capítulo... Vocês sabem mesmo como deixar uma autora triste, não é?
Faltam poucos capítulo para que a fic acabe. E eu quero muito saber a opinião de vocês! Espero que gostem do capítulo; e espero que comentem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/398874/chapter/9

CAPÍTULO 8

Bola de Neve

.

.

Se alguém dissesse para Sakura que, ao voltar para Konoha, receberia uma declaração de amor de Sasuke Uchiha, ela jamais acreditaria.

Nunca imaginaria que Sasuke gostava dela. Nunca havia imaginado que um cara como ele se declararia daquele jeito.

Mas, havia acontecido. Seus sonhos adolescentes tinham se tornado realidade. Sasuke a amava.

E apesar de achar que não o amava mais, Sakura tinha descoberto que ainda era complemente apaixonada por ele.

Parecia até que ela tinha voltado a ser aquela adolescente boba e apaixonada; e só ao lembrar de Sasuke dizendo eu te amo, já tinha vontade de sorrir.

Mas, é claro que haviam alguns detalhes que não deixavam a felicidade de Sakura ser completa…

Ela estava enganando duas pessoas que considerava muito importantes.

Não estava sendo verdadeira com Sasuke.

Estava traindo Sasori.

Por isso, não conseguia se sentir em paz. Pelo menos não, enquanto não resolvesse toda a situação.

Sakura sabia que dar um fora em alguém por telefone, não era a forma mais correta de terminar um relacionamento. Ela também sabia que havia errado ao aceitar namorar com Sasuke, enquanto ainda namorava Sasori.

Ela sabia. E sentia-se extremamente culpada por isso. Estava sendo complemente egoísta.

Ela estava sim agindo errado.

Tecnicamente, estava com dois caras ao mesmo tempo.

Mas resolveu dar um desconto para si mesma. Ela era sempre tão certinha. Provavelmente, estava com um saldo positivo para cometer um errinho, não?

Tudo bem, dois. Já que ela estava traindo Sasori, e enganando Sasuke.

Vendo as coisas desse jeito, a Haruno sentia vontade de chorar novamente. Assim como havia feito na noite anterior ao botar a cabeça no travesseiro, e lembrar como Sasori era uma ótima pessoa; e que ele a havia pedido em casamento.

Como ela estava fazendo isso com ele?

Ela era mesmo uma pessoa horrível.

Mas aí, lembrava de Sasuke, e já não sabia mais o que era certo ou errado. Apenas, queria ficar ao lado dele. Nada mais. Porque ela o amava.

Amava Sasuke; não Sasori.

Então, não era justo ficar com o ruivo, era?

Sua consciência a lembrava que também não era justo traí-lo.

Mas, fazer o quê? Na noite passada, ela não tinha conseguido dizer não a Sasuke. E agora, o estrago já estava feito.

As coisas entre ela e Sasuke haviam acontecido rápido demais.

E, agora só o que Sakura podia fazer era terminar com Sasori o mais depressa possível. E, por telefone, já que ela não podia ir até Tóquio agora.

Ia ser difícil falar com Sasori, ela sabia. Mas já tinha se decidido.

Não estava nem ligando se faria a coisa certa ao trocar seu relacionamento sério e estável com Sasori, por uma possibilidade de viver seu amor com Sasuke.

E riu ao lembrar, que há poucos dias, odiava o Uchiha – ao ponto de querer esfregar na cara dele que já estava em outra.

E agora, só pensava em quando ia vê-lo novamente…

E pensar em Sasuke, fazia com que ela se sentisse bem.

Mas logo depois, se sentia mal novamente. Porque sabia que não estava fazendo a coisa certa.

Não conseguia nem imaginar como falaria para Sasori que não só não aceitaria seu pedido de casamento, mas também queria por fim ao relacionamento dos dois. E mais, para fazer a coisa certa, Sakura deveria contar que estava apaixonada por outro. Mas, como ela conseguiria fazer isso? O que ela menos queria era magoar Sasori.

E o pior é que não estava agindo errado somente com Sasori. Também estava enganando Sasuke. Sakura sabia que deveria contar a verdade ao Uchiha; contar que tinha um namorado em Tóquio. E torcer para que Sasuke entendesse a situação.

Meu Deus! Como ela tinha se metido nisso? Como ela tinha metido os pés pelas mãos assim?

Parecia que não havia uma saída.

Droga! Será que ela não podia ser feliz sem magoar ninguém?

.

..

...

Um pouco mais calma, após respirar fundo e parar de se atormentar, a Haruno havia decidido que a primeira coisa a ser feita era terminar com Sasori. Depois, ela pensaria no resto.

Havia decidido ligar para o ruivo logo após o almoço, pois sabia que ele não gostava de acordar muito cedo; e não queria pegar o quase ex-namorado de mau humor, já que ó assunto que tinha para tratar com ele não era nada fácil…

Por isso, desceu às escadas, para ajudar a mãe com o almoço. Pelo menos assim ela manteria a cabeça ocupada. Dessa forma não pensaria em Sasori, e nem em Sasuke – se bem que era meio difícil não pensar no segundo, e na noite passada.

—Bom dia, mãe! —falou, animada, assim que entrou na cozinha. Deu um beijo no rosto de Mebuki.

—Bom dia! —respondeu à filha. —Pelo visto o jantar de ontem foi bom…

—Sim, foi – disse, e suspirou logo em seguida.

—Você ainda gosta dele, não é? —perguntou a senhora Haruno.

—Sim – respondeu, percebendo que não podia esconder nada da mãe. As mães costumam adivinhar as coisas, Sakura pensou. —Eu achei que não gostasse mais, mas eu gosto. Eu ainda amo o Sasuke, mãe – confessou. —E ele… Ele também me ama.

—Disso eu sabia, filha – falou Mebuki, surpreendendo Sakura. —Vi o jeito como ele olhava para você aquele dia, no almoço.

—E não me disse nada, Dona Mebuki?

—Ah, me desculpe, – começou – mas achei que Sasuke deveria correr um pouquinho atrás de você, para variar.

Sakura riu. De certa forma, sua mãe estava certa.

—Nós estamos namorando – contou de uma vez.

— Imaginei que sim – disse Mebuki.

—A senhora está desapontada por que não me fiz de difícil? —perguntou Sakura, divertida.

— Deveria dizer que sim, — começou – mas não estou. Deve ter sido difícil para você resistir ao Sasuke. Quer dizer, Itachi é lindo. Mas Sasuke… Sasuke é um pão

—Mãe! —falou Sakura, reprendendo a mãe, e ao mesmo tempo, rindo. —E… Um pão?

—É, um pão. Significa que ele é muito, muito lindo – explicou Mebuki, em tom de brincadeira.

—É, eu imaginei que fosse isso – disse, sorrindo para a mãe. —Deixe só o senhor Kizashi ouvir você…

.

..

Após o almoço, Sakura aproveitou que os pais haviam ido dormir para ligar para Sasori, pois percebeu que agora também teria que esconder seu relacionamento com o ruivo – que estava prestes a acabar – dos pais.

Nunca havia falado de Sasori para os pais; e não seria agora que falaria.

A situação parecia piorar cada vez mais… Sakura pensou no que seus pais diriam se soubessem o que ela tinha feito.

A bola de neve estava ficando cada vez maior.

A garota respirou fundo mais uma vez, e tomou coragem para dar o primeiro passo para fugir da tal bola, que ameaçava esmagá-la.

Mesmo sabendo que a conversa não seria nada fácil, ela sabia que quanto antes terminasse com Sasori, melhor. Desse jeito, ela não enganaria ainda mais o ruivo; e poderia consertar, pelo menos uma parte, do rolo em que havia se metido.

Oi amor – falou ele, ao atender no segundo toque.

—É…Oi! —respondeu, a voz já vacilante. Sakura já havia ficado nervosa apenas por ouvir a voz de Sasori; e por saber o que teria que dizer a seguir.

Então, como estão as coisas? —perguntou ele. —Estou com saudades.

—Está tudo bem, Sasori – respondeu, ignorando a parte do Estou com saudades. —E com você? —perguntou, educadamente. Achou que ir direto ao assunto não seria boa forma de começar.

Tudo bem também – disse ele.

—Que bom – falou Sakura. —É… Sasori… Nós precisamos conversar – começou, antes que perdesse a coragem.

É muito importante, meu amor? —perguntou, nem dando chances para ela responder. —É que agora preciso ir para a clínica. Me chamaram para ir lá hoje, para que eu já vá me adaptando ao emprego.

Assim como Sakura, Sasori havia conseguido um emprego em uma das clínicas mais respeitadas de Tóquio, e começaria a trabalhar na semana que vem.

—É… Tudo bem – falou ela, já prevendo que a conversa com Sasori precisaria ser adiada, pelo menos, até amanhã.

Então, depois nos falamos. Agora preciso mesmo ir – explicou. —Te amo, Tchau! —se despediu ele. E desligou.

E apesar de se sentir frustrada, Sakura agradeceu por Sasori ter desligado antes que ela tivesse que se despedir dele; porque dessa vez ela não poderia dizer eu também.

.

..

...

Após a tentativa frustrada de acabar o namoro com Sasori, Sakura sentou-se na varanda de casa. Apreciando a vista que tinha, dos campos verdes de Konoha, ela se sentia mais calma de alguma forma.

Até havia pensado em sair para caminhar, mas desistiu, pois poderia encontrar Sasuke. Não queria vê-lo agora; não podia evitar se sentir culpada se estivesse ao lado do Uchiha, enquanto não colocasse um ponto final no namoro com Sasori.

Mas, enquanto olhava a paisagem a sua frente, tentando não pensar em nada, ouviu passos. Passos indicando que alguém se aproximava. E, ao virar a cabeça para o lado, Sakura constatou que os passos eram de Sasuke.

Enquanto ele se aproximava, Sakura pensou se deveria contar a verdade; se deveria contar que tinha um namorado em Tóquio, e que ainda não tinha terminado com ele… Mas iria terminar.

Até na sua cabeça a conversa toda já parecia uma enrolação sem fim. O que Sasuke faria se ela falasse de Sasori para ele?

—Oi – falou o Uchiha, tirando-a de seus devaneios. Ele sorriu de canto logo em seguida, e parou na frente dela.

—Oi – disse Sakura, sem conseguir controlar o sorriso ao vê-lo ali. Parecia que quando Sasuke estava perto todos os pensamentos sumiam; todos os medos também.

—Pensei que a gente podia ir caminhar – falou ele, num convite explícito.

—Pode ser – falou ela, um pouco tímida. Sasuke a deixava assim, parecendo aquela menina de anos atrás. Sakura levantou-se e ficou de frente para ele; e achou que já estava meio velha para sentir borboletas no estômago, contudo, foi a sensação que teve quando Sasuke pegou sua mão.

De mãos dadas, os dois caminhavam em silêncio. Pareciam dois adolescentes que não sabiam o que fazer no primeiro encontro.

—Aconteceu alguma coisa? —perguntou, finalmente, Sasuke. —Você estava tão pensativa, na varanda – falou ele, fazendo com que Sakura lembrasse novamente do que queria esquecer.

Agora era a hora, ela pensou. Era o momento de contar tudo a Sasuke.

Mas, a coragem para fazer isso já havia a abandonado.

E Sakura tentou convencer a si mesma que era melhor terminar com Sasori antes de falar qualquer coisa a Sasuke.

—Não, não aconteceu nada – respondeu.

—Minha mãe te convidou para ir almoçar lá em casa – disse Sasuke, mudando de assunto.

—A é? —perguntou, agora já tinha esquecido dos problemas. Perto de Sasuke, parecia que tudo estava certo. —E você vai me apresentar como sua namorada formalmente? —perguntou, com um sorriso brincalhão.

—Eu já contei a eles que nós estamos namorando.

—Eu também – falou ela, olhando para ele. Riu, ao lembrar das coisas que a mãe tinha falado mais cedo.

—O que foi? —perguntou, curioso pelo riso dela.

—Minha mãe acha que eu deveria ter feito você correr atrás de mim um pouco mais.

—A é? E o que você acha? —perguntou ele, a encarando.

—Eu acho que você vai ter que correr atrás de mim agora – falou ela, fazendo Sasuke erguer uma sobrancelha, confuso.

Mas quando Sakura soltou sua mão e saiu correndo, ele entendeu. Logo após, saiu correndo atrás dela.

Sakura se sentia bem, com o vento em seus cabelos; tão livre; e com Sasuke, que agora corria também.

Logo o Uchiha a alcançou, a abraçando por trás. Sakura se virou, cercada pelos braços dele; estavam com os rostos tão próximos, a respiração acelerada; o vento fazia com que os cabelos voassem, fazendo com que Sasuke olhasse para a namorada intensamente, embriagado com o cheiro que vinha dos cabelos dela.

Sakura fez menção de que ia beijá-lo, mas, ao invés disso, o empurrou. Sasuke, surpreendido pela ação dela, acabou se desequilibrando e caindo; levando-a junto.

Os dois sorriram um para o outro. Estavam tão próximos…

—Acho que chega de se fazer de difícil, não é? —questionou Sasuke. E Sakura podia sentir a respiração dele contra sua boca.

—Acho que sim – falou, se aproximando ainda mais; os narizes se tocando.

—Não vai mais fugir? —perguntou ele, espirituoso, enquanto colocava uma das mãos na nuca dela.

—Eu não quero fugir – disse, para logo sentir a boca de Sasuke pressionada a sua.

Estar ali, com Sasuke, fazia com ela percebesse que mesmo com a confusão que havia arrumado para si mesma; mesmo que sua vida estivesse virando de cabeça pra baixo, valia a pena.

Tudo sumia quando ela estava nos braços de Sasuke. Enquanto o beijava, deitada por cima dele na grama, Sakura sentia que algo dentro de si explodiria. Seu coração batia acelerado, e depois, tão fraco, que doía. Estar com Sasuke era tão… Tão mágico. A sensação era tão boa; e Sakura sabia que não sentiria isso com mais ninguém.

—Então, quando você vai ir lá em casa? —perguntou ele, quando se separaram após alguns beijos, sentando-se lado a lado.

—Acho que o cara deve ir na casa da garota primeiro… Sabe, para falar com o pai dela – falou ela, brincando.

—É, você tem razão.

—Eu estava brincando, Sasuke.

—Não, eu vou falar com seus pais – falou ele, sério. —Vou fazer tudo como deve ser – continuou. E Sakura achou fofo quando ele disse isso; parecia que Sasuke estava mesmo levando o namoro a sério.

—Nossa, você está mesmo apaixonado por mim – disse Sakura o encarando, sorrindo convencida.

—Não pense que eu vou me declarar novamente – antecipou ele.

—Pois então, não espere isso de mim também – ela retrucou.

—Mas eu disse as palavras duas vezes, e você, só uma.

—Bom… Isso já é problema seu. Enquanto você não disser, eu também não vou falar – disse ela, sorrindo.

—Eu não me importo – falou ele, decidido. —Posso ver nos seus olhos.

—Convencido… - falou Sakura, enquanto Sasuke sorria de canto vendo a cara emburrada dela, que, aos olhos dele, parecia fofa.

Sakura virou a cara, mas Sasuke se aproximou mais da namorada e a beijou.

Sakura era tão linda, e ele se sentia tão feliz com ela. Mas, é claro, que Sasuke Uchiha não diria aquilo em alto e bom som. Já havia sido muito difícil dizer as três palavras. Mas, o moreno esperava, que Sakura também visse nos seus olhos tudo o que ele sentia por ela.

Enquanto o resto de tarde passava e o sol ia embora, os dois ficaram juntos, namorando, matando a saudade que sentiram um do outro; e depois de alguns beijos, Sakura já havia esquecido o porquê de estar irritada.

.

..

...

Já havia se passado uma semana, e Sakura ainda estava no mesmo dilema.

Seu namoro com Sasuke estava a mil maravilhas. O Uchiha já havia pedido sua mão em namoro – coisa que Sakura achava que não se fazia mais hoje em dia, mas ficou lisonjeada quando Sasuke o fez – ao seu pai. Ela também já tinha ido jantar na casa da família Uchiha, e tudo havia sido ótimo.

Mas, nem tudo eram flores. Sakura ainda não tinha conseguido terminar seu namoro com Sasori.

Não que não tivesse tentado, pelo contrário, havia ligado para o ruivo todos os dias. Mas ele sempre estava ocupado demais, e nunca dava tempo para que Sakura começasse o assunto. Ela já estava pensando que, da próxima vez, só ia esperar Sasori atender o telefone e despejar tudo nos ouvidos dele. Mas não podia fazer isso, seria rude demais.

O pior é que ela não podia desabafar com ninguém, e guardar isso só pra si estava deixando Sakura pior ainda.

Não podia falar sobre o assunto com a mãe, claro que não. Nunca nem mesmo tinha mencionado o nome de Sasori para Mebuki.

Havia Hinata... Sakura tinha encontrado a amiga no dia anterior, mas a Hyuuga estava tão atarefada com os preparativos para o casamento com Naruto. Além disso, Hinata talvez não entendesse a situação. A morena era tímida e certinha, só havia tido um namorado em toda vida, e agora ia se casar com ele.

Não que Sakura tivesse tido muitos namorados. Na verdade, desde que havia se mudado para Tóquio, os estudos sempre vinham em primeiro lugar.

Na época do colégio, Sakura só havia ficado com um garoto – em um dos bailes da escola —, mas depois o pegou beijando outra garota na mesma noite. Na faculdade, tinha ficado com um garoto em uma das festas de aniversário de Ino. Aliás, Ino é que havia a empurrado para esse cara, que acabou bebendo demais e a fez servir de enfermeira a festa toda.

É, ela não costumava ter muita sorte…

Conheceu Sasori quando os dois estavam quase se formando. Saíram algumas vezes, e começaram a namorar. Ela não morria de amores por ele, mas Sasori era um cara legal e ela gostava dele. Além disso, ele compartilhava com ela o mesmo sonho: a medicina.

É, para alguém que nunca havia se considerado uma namoradeira, Sakura estava saindo fora dos padrões.

Agora, ele tinha dois namorados.

Então, como se uma luz tivesse surgido em cima de sua cabeça, Sakura sabia para quem ligar.

Ino.

Sakura nem sabia quantas vezes, durante a faculdade, teve de acobertar Ino.

A loira ficava com vários garotos ao mesmo tempo. E quando algum deles ia procurá-la no dormitório – enquanto Ino já havia saído com outro – era Sakura quem tinha que inventar uma desculpa.

Isso sem falar que Ino tinha um noivo. Isso mesmo, um noivo.

Resumindo a história, a família de Ino, umas das mais tradicionais e ricas de Tóquio, queria que a garota se casasse com o filho de um dos sócios das empresas Yamanaka. Ino até mesmo teve que noivar com o cara.

Ficou noiva, mas não era fiel. O pior era que o garoto era mesmo apaixonado por Ino. Sakura ficava com muita pena do coitado…

Mas sua amiga tinha tomado jeito. Quando conheceu Sai, seu atual namorado, Ino tomou coragem e disse à família que não iria ter um casamento arranjado. Eles a deserdaram, mas Sakura nunca tinha visto a amiga tão feliz como estava agora.

Por isso, Sakura tinha certeza de que a loira seria uma boa conselheira nesse momento.

Quando terminou de lavar a louça do almoço, resolveu ligar para Ino.

Mas achou melhor sair de casa para fazer isso, caso contrário, seus pais – que estavam na sala – poderiam ouvir.

Que ótimo!

Agora também estava enganando os pais.

Saiu andando pela fazenda, tentando achar um lugar, não muito perto, que tivesse sinal para o telefone.

Enfim conseguiu sinal no celular, perto do estábulo.

Ino atendeu no terceiro toque.

Sakura! —falou, escandalosa. —Lembrou que tem uma amiga, é?

—Oi para você também, Ino – disse, sorrindo pelo comportamento da amiga.

Então como estão as coisas aí no mato? —perguntou a loira. Sakura revirou os olhos, sabia que Ino jamais suportaria viver um só dia em uma fazenda.

—É sobre isso que tenho que falar com você – disse Sakura.

Quer que eu compre uma passagem de volta para você? —questionou, espirituosa. —Cansou de ficar aí, nesse fim de mundo?

—Não Ino. Me deixe falar.

Tudo bem, o que foi?

—Lembra do Sasuke Uchiha, aquele garoto – começou, mas foi interrompida por Ino.

Aquele garoto que você gostava, mas te achava irritante? —questionou, fazendo Sakura lembrar que a amiga adorava interromper os outros.

—É, ele mesmo. —Resolveu por falar frases mais curtas, para que Ino não a cortasse.

O que tem ele? —perguntou, curiosa. Não me diga que esse idiota te chamou de irritante novamente. Se eu fosse você, esfregava na cara dele que vai se casar e

—Ino, me escuta – falou ele, dessa vez, cortando a loira. —Não é nada disso.

Então me fale de uma vez o que é! Estou ficando curiosa. —E Sakura teve que se controlar para não berrar que era isso que ela estava tentando fazer.

—Eu estou namorandocomoSasuke – falou.

Pera aí O quê? —perguntou Ino, não por não ter entendido, e sim, por estar surpresa.

—Ele se declarou para mim, Ino. Disse que sempre me amou – falou ela, bem rápido. —Eu sei que não estou fazendo a coisa certa… Quer dizer… E o Sasori? —continuou, aproveitando que Ino estava calada. —Meus Deus, Ino! O que eu faço?

Primeiro, respira, Sakura – falou, calma. Segundo, parabéns! —disse, com uma voz que aparentava estar orgulhosa.

—O quê?

É, parabéns, garota. Em todos esses anos que a gente se conhece você era sempre tão certinha – disse a loira, fazendo Sakura pensar em qual era o problema de fazer tudo certo. Você finalmente está vivendo, Sakura.

—Ino, eu estou traindo o Sasori! —falou Sakura, tentando fazer Ino compreender o que estava acontecendo.

Eu sei – começou Ino. —Mas também sei que você não o ama. E nem estou dizendo isso por causa desse Sasuke. Estou dizendo isso, porquê se você realmente amasse o Sasori teria aceitado casar com ele sem nem pensar, Sakura – falou, e Sakura sabia que Ino estava certa. Era o que eu teria feito se Sai tivesse me pedido em casamento.

—É, eu sei disso agora – confessou Sakura. —Sei que não posso amar o Sasori porque amo o Sasuke.

Então não fique se culpando, como eu sei que você deve estar fazendo – disse Ino. Ela conhecia muito bem a amiga. Sabia que Sakura devia estar se sentindo mal. —Aproveite, e agarre esse Sasuke de jeito, porquê pelo que você me falava, ele deve estar um gostoso hoje em dia…– disse Ino, fazendo a Haruno rir.

Está mesmo, Sakura pensou.

—O problema, Ino, é que enquanto eu não terminar com o Sasori não vou conseguir deixar de me sentir culpada – falou a rosada. —Só que quando ligo para o Sasori, ele está sempre ocupado e nunca pode falar comigo.

É, Sai me disse que Sasori já estava trabalhando na clínica – disse Ino. Imagino que ele deva estar praticamente morando lá. Trabalhar naquele clínica de ricaços foi o que ele sempre quis.

—É, e como vou conseguir falar com ele então? —perguntou Sakura, esperando que Ino você a luz no fim do túnel, que era o rolo que ela havia se metido.

Nossa, parece até que ele está adivinhando o que você quer falar.

—Você acha que ele está desconfiado de alguma coisa? Não teria como, não é? perguntou Sakura, começando a ficar preocupada.

É claro que não, Sakura. Só falei, por falar – disse a loira, acalmando Sakura. Mas se ele não deixa você falar por telefone, por que você não deixa para conversar com ele quando voltar para Tóquio? —sugeriu Ino. Por que mesmo que você decida ficar aí em Konoha com o Sasuke, vai ter que vir aqui resolver as coisas no hospital, não?

—Mas, enquanto isso, eu continuo traindo o Sasori? —perguntou Sakura, odiando ouvir em voz alta o que estava fazendo. —E enganando o Sasuke? Namorando os dois ao mesmo tempo?

Tecnicamente, você não está enganando o Sasuke, só está omitindo algumas coisas – disse Ino. E Sakura quis saber qual era a diferença. —E, você não está com dois caras ao mesmo tempo. Está só com Sasuke agora, não é? Você nem sequer viu o Sasori desde que começou a namorar o Sasuke – continuou Ino. A forma da loira colocar as coisas podia ser um pouco forçada, mas estava fazendo com que Sakura se sentisse menos culpada. —E a culpa não é sua, se o Sasori nem sequer tem tempo para falar com você falou ela, tentando convencer Sakura. Por isso, eu te digo, Testuda, não fique se culpando. Aproveite muito a companhia do Sasuke gostosão – Sakura sorriu – e deixe para falar com o Sasori quando vier ’pra cá.

—Será mesmo, Ino? —questionou Sakura, ainda incerta se deveria seguir o conselho da amiga.

Estou te falando, Sakura – falou Ino, convicta. —E você melhor do que ninguém sabe que eu tenho experiência no assunto – disse, rindo. —Se pelo telefone não está rolando, deixe para falar pessoalmente com ele. —Agora a voz de Ino já estava mais séria.

—É, pode ser – disse a rosada, quase convencida de que a ideia de Ino não era tão ruim.

E, não fique se martirizando, entendeu? —perguntou. —Quando se trata do amor, não temos como fugir. E se você ama o Sasuke como eu amo o meu Sai, sabe disso.

—Obrigada, Ino.

Você sabe que sempre pode contar comigo – afirmou a loira.

—Sei sim – falou a rosada, abrindo um sorriso. —Agora vou parar de tomar seu tempo.

Até parece—disse Ino. —Te ligo amanhã então, para saber como andam as coisas.

—Ok. Até amanhã!

Até! Tchau!

—Tchau!

E enquanto desligava o telefone, a rosada ouviu passos se aproximando.

—Sakura?

A Haruno gelou ao ouvir aquela voz; e virou o corpo em direção ao som, para dar de cara com… Sasuke.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Volta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.