'Cause I'm your lady
And you are my man
Whenever you reach for me
I'll do all that I can

We're heading for something
Somewhere I've never been
Sometimes I am frightened
But I'm ready to learn
Of the power of love

(Celine Dion – The Power Of Love)

No meu aniversário de cinco anos o meu desejo era ser uma princesa da disney porque queria ser tão linda quanto uma. Aos doze decidi que iria ser professora pois achei que poderia ensinar coisas bem mais interessantes aos alunos. Quando alcancei os dezasseis anos de idade, entendi que queria mais, algo que demonstrasse as minhas maiores qualidades – organização e bom gosto -, e foi assim que comecei a planejar o meu futuro, preparando festas e outros eventos importantes.

Hoje posso afirmar que estava longe de imaginar o rumo que a minha vida levaria. Não era uma princesa, mas sim uma rainha, tal como Klaus gostava de me intitular. A sua rainha, a rainha do seu reino – New Orleans. Chegar até aqui não foi um percurso fácil, mas posso garantir que nunca me arrependi das escolhas que fiz.

Sinto como se tivesse partido de Mystic Falls ainda ontem, quando na verdade já se passaram vinte anos. Os mesmos vinte incríveis anos que pude compartilhar com o homem que me deu tudo, desde memórias inesquecíveis, a momentos únicos e aventuras incomparáveis. Mas o principal, o que nunca imaginei ter dessa forma desmedida, é sem dúvida o seu amor.

Nada me preparou para o romance, companheirismo e respeito, que me esperava junto de Klaus. É claro que como todos os casais também temos as nossas discussões, se não as tivéssemos não seriamos nós próprios, mas isso não altera o que sentimos um pelo outro. Se me dissessem antigamente que seria essa mulher apaixonada que sou, não acreditaria. Nunca fui considerada a filha perfeita, nem a amiga que todos se disponibilizavam a ajudar – muito pelo contrário -, talvez por esse motivo nunca tenha tido esperança de viver uma paixão tão avassaladora como a que vivo aqui e agora.

O destino se encarregou de me devolver a alegria que fui perdendo depois que os meus pais se separaram. Tudo o que eu sempre quis foi ser valorizada, amada, e apesar de saber que a minha mãe tentou, foi convivendo com os Mikaelson que aprendi o verdadeiro significado da palavra família. Irónico não é? Precisei que quatro originais – irmãos que se traíram vezes sem conta no decorrer do último milênio - me ensinassem a ser feliz, a receber sem pedir, a viver sem me anular.

Elijah se transformou no irmão mais velho que sempre quis ter. Protetor mas sempre disposto a apoiar as minhas decisões. Já Kol… Bem, esse é outra história. O mais rebelde dos Mikaelson tem o dom de me fazer sair do sério. Tanto no bom, quanto no mau sentido! É provavelmente a pessoa que mais me diverte, assim como a que me deixa louca mais rapidamente, com todas as suas observações e perguntas impróprias. E ainda tenho Rebekah, digamos que a nossa relação é a típica relação de irmãs. Tanto nos irritamos ao ponto de nos querermos “matar”, como somos melhores amigas, prontas para ir à guerra e lutar uma pela outra. Essa é a minha família, a que ganhei ao enfrentar os meus medos e ao aceitar Klaus no meu coração.

As noticias sobre Mystic Falls são recebidas, na maioria, através da minha mãe já reformada. Mantemos contato assíduo e, pra surpresa de muita gente, a mesma até nos fez algumas visitas, alegando saudades. Satisfeita com a sua presença e sem querer atrapalhar o seu esforço de lidar com a minha nova família, tento manter a naturalidade, ainda que por dentro fervilhe de animação, toda a vez que a tenho por perto.

Matt casou e teve dois filhos, continua morando na mesma casa e trabalhando no bar local. Damon e Elena estão juntos, calando muita boca alheia – incluindo a minha, admito. Stefan e Bonnie saíram pelo mundo fora, viajando por vários lugares e mandando postais em algumas ocasiões. Não, os dois não são um casal. Apenas dois amigos solitários que uniram a sua dor, – Stefan por ver Elena com o irmão, Bonnie por perder Jeremy – e resolveram respirar outros ares. Como sei disso? Aparentemente, os dois acabaram se cruzando com Rebekah e Kol, antes dos mesmos se mudarem para New Orleans, e nada como uma noite de álcool para se desabafar com os inimigos. A vida tem dessas coisas… E mesmo com os nossos caminhos tendo seguido direções opostas, fico contente por esses cinco terem sobrevivido às adversidades do sobrenatural.

– Love, o que está fazendo? Procurei você por toda a casa – me arrepiei com a sua voz perto do meu ouvido.

– Estava admirando a beleza dessa cidade e me perdi nas minhas lembranças… - respondi, colocando a cabeça sobre o seu ombro – Vinte anos e ainda não me acostumei com essa vista maravilhosa – sorri encarando a paisagem à nossa frente.

– Nunca nos acostumamos com algumas belezas – me abraçou de lado – Você é a prova disso.

– Querendo me dizer alguma coisa Sr. Mikaelson? – brinquei.

– Somente que a amo, Srta. Forbes. – gargalhou com a formalidade - E que você é a mulher mais linda do universo. – rolei os olhos e, como se me conseguisse ver, retificou – A mulher mais linda do meu universo.

– Obrigada pelo elogio. E por me fazer sentir a mulher mais linda de todo o universo. – me voltei, procurando a sua boca e puxando-o para um beijo.

– Se quiser agradecer de outra maneira, acho que posso continuar com os elogios. – desafiou, colando os nossos corpos.

– Adoraria meu querido, porém, temos uma festa de noivado nos esperando. – suspirou derrotado, sem me largar.

– Temos mesmo que comparecer? Podemos mandar algum presente e fingir que tivemos um imprevisto. – sugeriu.

– Acho que não cairia bem você faltar ao jantar do seu amigo, principalmente quando você já sabe que será o padrinho. – pisquei, desencorajando-o.

– Não entendo como é que a Camille disse sim a Marcel, depois de todas as desavenças, e você insiste em declinar os meus pedidos. – reclamou – Descobriu que não me ama mas não sabe como fugir com vida? – provocou.

– Eu te amo Niklaus. – vi-o sorrir descaradamente – Só acho que temos uma eternidade pra casar. Não há pressa! – expliquei.

– Um dia você dirá sim e será a Senhora Mikaelson? – perguntou.

– Um dia eu direi sim. – confirmei – Mas uma Mikaelson eu já sou. – disse convicta.

– Eu te amo Caroline, obrigado por ter ficado. – agradeceu, mais uma das muitas vezes em que o fez ao longo dos anos.

– Eu te amo Klaus, obrigada por me ter recebido.

– Sempre e para sempre. – jurou.

– Sempre e para sempre.

Porque do mesmo jeito que sou a sua Sweetheart, ele é o meu eterno Hybrid.