My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 10
Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo fiz com carinho. Espero que agrade. Às vezes, quando posto um capítulo ele acaba indo duas vezes, então se ocorrer isso é só me avisar, pois não consigo ver o erro daqui. Não sei o porquê :(



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―Kelsey, você ainda não contou o que conversou com o Ren no pátio! – Tifany gritou no meio da rua enquanto voltavam para casa.

―Ele pediu desculpas por ter apertado meu braço - a amiga foi breve, não queria estender o assunto.

―Só isso? E a história do pingente?

―Falou que era um presente de desculpas. Ele parece não ser tão mau como pensei.

―Mau? Onde você viu maldade naquele corpo, olhos e conjunto de... – Tifany parou de falar quando percebeu que Kelsey havia parado de andar repentinamente. – O que aconteceu?

―Nada. Só lembrei do papel rosa que deixou na minha carteira. Dizia que ele terminou com a Ambre.

―Ah! Isso é verdade, é muito engraçado o motivo. Quer saber? – perguntou Tifany e riu com desdenho.

―Se for uma história sem pé e sem cabeça e estranha, não precisa - Kelsey brincou.

―É engraçada. Ela disse que queria dar um passo a mais na relação dos dois e ele negou, se desculpou pelo que estava fazendo e depois falou que não a amava. Com certeza vai ficar para história dos barracos do colégio.

―Isso não é assim tão engraçado – Kelsey comentou pensando no constrangimento de Ambre de agora todo mundo saber sobre sua vida.

―Para você - Fany repreendeu-a. - Sabe o que até agora não entendi?

―O quê?

―Quais são suas intenções para com o Ren. Sério, até hoje não entendi, tudo começou porque ele sentou na mesa que você estava no recreio, começou os boatos e depois vocês brigaram, porque a Manu pediu para você tirar uma foto dele e ele viu, depois veio o celular o pingente... Isso é realmente “intendivel”.

―In-intenções? - Gaguejou pela desconfiança exagerada da amiga. - Eu não tenho intenções. Ele é...

―Ele é uma pessoa legal. – Tifany falou baixo e continuou a andar – Nos despedimos aqui, amanhã a gente se vê e trate de pensar sobre o que eu te falei e tente descobrir o que seu coração acha de tudo isso. Tchau.

Tifany virou a esquina e Kelsey seguiu sozinha para casa. O que a sua amiga falou não tinha fundamento, tudo passava de coincidências. Ela não tinha intenções ou pretensões para o rapaz. Eles não eram amigos, colegas de classe era a única coisa que talvez os ligasse e o pingente que antes a fizera ter um frio na barriga mostrava o quão fina e liquida a relação conduzia. Só de pensar que ele poderia querer alguma coisa sentia os pés levantarem do chão a cabeça girar. Estava tudo claro e confuso ao mesmo tempo.

―Kelsey? – ela olhou para trás e viu um ruivo – Nossa, você sumiu! Não te vi na escola!

―Oi – respondeu hesitando, pois não se lembrava muito bem quem era.

―Lembra de mim? O vendedor, Castiel.

―Ah! – falou quando se lembrou da piada sem graça que escutou durante a compra – Lembro sim! Como vai?

―Bem, obrigado. Mora por aqui?

―Sim – pronunciou e assentiu.

―Posso te acompanhar? Podemos ir conversando. – ele sorriu e aproximou.

―Pode – Kelsey falou quando percebeu que ele estava ao seu lado.

―Como está o celular? Agradando?

―Sim, até demais. É bom para conversar, mandar mensagem e e-mail.

―Você viu que tem furinhos para colocar algum enfeite. Eu te mostrei esse modelo, porque achei que gostaria da cor e desse detalhe.

Será que todo mundo pensa em pingentes de celular? Pensou, Kelsey. Castiel parecia ser legal, usava uma jaqueta por cima do uniforme e tinha o cabelo jogado para o lado, pois era um pouco grande. Sua voz era suave e ao mesmo tempo grave, deixava Kelsey com vergonha de falar um pouco mais alto, pois deduzia que pareceria mal educada na presença de uma voz tão calma.

―Vejo que já colocou uma estrelinha – ele olhou para a mão dela que segurava o celular – é muito bonita.

―Obrigada, foi o Ren quem me deu.

Kelsey não acreditou no que havia falado. As palavras soaram com naturalidade, porém no final da frase despertou-se da gafe que cometera ao exibir que lhe presenteou.

―Ren? Vocês são ...

―Na-não – tropeçou na negativa quando viu a expressão facial do ruivo. – Ele me deu como pedido de desculpas.

―Desculpas? Ren brigou com você? – Castiel perguntou curioso.

―Tivemos um desentendimento, coisa boba. Tenho que virar aqui e você?

―Eu vou seguir em frente. Foi bom conversar com você.

Castiel sorriu, mostrando os dentes brancos e acenou para Kelsey quando a garota se afastou. Estava confuso com o que escutou. No clube de basquete convivia com Ren o bastante para julgar que o rapaz não era o tipo de pessoa que presenteava alguém quando se desculpava. Em uma das reuniões para definir quem ficaria como reserva no primeiro jogo, Dhiren brigou com Kishan e para se desculpar quase quebrou o braço do irmão. Ficou com tanta raiva das objeções do time que apertou a bola de basquete que estava em suas mãos, deixando-a murcha.

―Vai saber! – disse para si mesmo.

*******

―Kelsey! Você chegou? – perguntou a senhora Hayes quando escutou o barulho da porta se fechando.

― Sim, mãe.

―Já fiz o almoço. Venha comer.

Kelsey colocou os materiais escolares no sofá e foi para a cozinha, onde sua mãe já estava comendo. As duas comeram juntas e aproveitaram para conversar, pois havia um tempo que isso não acontecia.

―O que aconteceu hoje na escola?

―Hoje? – perguntou Kelsey para ter tempo o suficiente para pensar no que dizer. – Nada de interessante. Tive aula de educação física, corri sem me machucar e recitei um poema na frente toda a classe.

―Nossa, isso é legal! Ainda continua escrevendo poemas? – Sua mãe interrogou curiosa, pois sabia que a filha gostava de escrever.

―Não. Há tempo que não escrevo. Falta inspiração. – Kelsey brincou, mas a verdade era que não conseguia mais escrever mesmo tendo inspiração, tomara o trauma de colocar seus sentimentos no papel.

―Não pare de escrever - senhora Hayes disse enquanto se levantava. - Tenho que ir para o serviço, vou deixar algum dinheiro em cima do balcão caso você queira sair com a Tifany.

―Obrigada. – Kelsey disse, colocou o prato para lavar e subiu para o quarto.

Iria enviar uma mensagem para Manu contanto sobre o que aconteceu. Estava decida a falar que Tifany acreditava que ela tem segundas intenções com o Ren, o que seria impossível.

Olá! Acabei de voltar da escola, hoje aconteceu algumas coisas estranhas e acho que você vai gostar de saber o que é. Na aula de educação física meu par de corrida foi o Ren e... Imagine só! Ele me abraçou e falou parabéns quando cheguei em primeiro, depois saiu andando sem falar nada e foi direto para o vestiário. No recreio ele me chamou para conversar e pediu desculpa por ter apertado meu braço e falou que o pingente era um presente de desculpas”

”Kelsey, sua vida está mais animada que a minha. Rsrsrs. Acho que o Ren sente alguma coisa por você. Talvez ele queira ser seu amigo ou algo mais. Não perca a chance de ficar com alguém. Pelo que você me falou da última vez que conversamos ele estava namorando, espere ele terminar o namoro e tente conversar” – Manu disse na mensagem de resposta.

“Ele terminou. Será que se estou tão preocupada com vida dele é por que sinto algo?”

“Nem eu ou Tifany que podemos dizer. A única pessoa que sabe disso é você. Lembro que você falou que sentiu um frio na barriga quando pensou que o pingente fosse dele. E agora que sabe, o que está sentindo?”

"Não sei" – Kelsey respondeu com dois monossílabos e jogou o celular na cama.

Talvez Kelsey até soubesse, sentiu uma felicidade que nunca pensou que pudesse existir quando ele a abraçou e sentiu ainda mais feliz quando ouviu Ren dizer que havia sido ele a pessoa quem colocou a estrelinha em seu celular. Dhiren mostrava-se interessado pelo seu bem estar e pareceu extremamente ingênuo quando a encarou e disse que podia entrar na escola antes dele.

―Eu acho que... Gosto dele. – disse baixinho para si mesma e deitou na cama. Olhou para o teto e inúmeras borboletas preencheu o seu estômago.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Ficou bom?



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