Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 8
Acidente


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior tivemos a aparição de Rosie, que deu uma bela ideia ao seu irmão.
Vamos ver se desta vez Edward Cullen, terá mais tato ao lidar com Bella.



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Edward

Tinha acordado bem cedo para executar o meu plano de desculpas. Resolvi o mais rápido que pude a licença provisória de direção de moto para ela. Depois voltei para casa e preparei o melhor café da manhã que pude. Olhei para o relógio e ainda estava cedo, corri para o hotel para esperá-la.

- Bom dia Mike. - Cumprimentei-o.

- Bom dia, xerife. Em que posso ajudá-lo? - Mike me olhou desconfiado, nunca nos batemos muito e era raro, não, impossível entrar no seu hotel.

- Bem, estou a procura de uma pessoa.

- E quem seria? - Ele perguntou ainda mais desconfiado.

- Uma jovem de cabelos flamejantes. Seu nome é Bella Swan.

- Ela esta hospedada aqui sim. - Mike confirmou.

- Sabe se está no quarto?

- Sim, ainda esta. Ela fez algo de errado?

- Sim... - Comecei e ele ficou um pouco surpreso. -... Mas nada fora da lei. - Falei pensando na retirada dela da noite passada.

- Oh sim! Por um momento fiquei apreensivo.

- Não fique ela é uma rebelde, mas não uma criminosa. Se não se importa ficarei esperando por ela.

- Tudo bem.

Sentei em uma poltrona que ficava na recepção e cruzei os dedos sob o meu queixo e esperei. Não demorou muito e ela desceu linda com seus cabelos soltos, jeans colado, camiseta preta e a jaqueta, nas costas a sua mochila.

- Bom dia, senhorita! - Mike a cumprimentou com um sorriso muito largo para meu gosto.

- Bom dia.

- O xerife Cullen está a sua espera. - Mike fez um gesto com a cabeça e ela olhou em minha direção. Seus olhos estreitaram na mesma hora. Levantei e lentamente me aproximei dela.

- Bom dia, Problema!

- Bom dia xerife. Acredito que tenha vindo entregar a minha carta de alforria.

- Sim e não. - Admiti.

- Explique. - Ela exigiu ficando com expressão raivosa novamente.

- Por favor, não fique assim. - Pedi. - Eu vim te fazer uma proposta. - Falei encostando-me ao balcão. Mike parecia muito interessado na nossa conversa.

- Outra proposta absurda? Não obrigada, apenas quero a minha licença para seguir em paz.

- Terá a licença, isso eu posso garantir. Mas terá que permitir que eu me desculpe por ontem. - Ela pareceu ser pega de guarda-baixa. - Por favor, Problema, eu só quero me redimir. - Falei sincero.

- Poderia fazer isso me entregando a licença. - Ela era boa nisso, mas eu poderia ser mais.

- Esqueça a licença por um momento e apenas se concentre no que direi. - Ela piscou algumas vezes e olhou em meus olhos esperando. Respirei fundo para ganhar fôlego. - Estou aqui para te pedir perdão por deixá-la tão irritada ontem e para convidá-la para tomar um café comigo, em gesto de paz.

- Café?

- Sim, é uma maneira de pedir desculpas, não?

- Não obrigada. - Ela nem vacilou.

- Bella, te darei a licença se for comigo.

- Mas uma chantagem? Esta me pedindo desculpas com outra chantagem?

- Não exatamente. Eu pedi que me desse uma chance de me desculpar.

- Você é impossível, xerife. - Ela riu sem humor.

- Eu sei, me perdoe por isso também. - Ela me olhou parecendo pensar em algo sério.

- Onde seria o café, naquela lanchonete com aquela garçonete intriguenta?

- Com certeza não. - Afirmei sorrindo, percebendo a vitória. Ela suspirou.

- Depois você me dá a licença e me deixa em paz?

- Prometo te dar a licença, mas não garanto te deixar em paz. - Ela rolou os olhos e virou-se para Mike.

- Por favor Mike, a minha conta. Quero sair dessa cidade nem que seja a pé.

- Não ficará para a festa que teremos? É o aniversário da cidade. - Eu já falei isso pra ela, babaca.

- Não Mike, tenho mesmo que ir.

- Isso é mesmo uma pena. - Ele queria apanhar?

- Bella, por favor... - Reclamei atenção a ela.

- Xerife, eu...

- Olha me desculpe, vamos tomar o café, certo? - Ela me olhou por uns momentos e assentiu. Eu queria pular de felicidade, mas me contive.

Me debrucei sobre o balcão e os meus olhos não cansavam de mirá-la enquanto ela fazia o check-out, Bella virou para mim com um sorriso resignado.

- Podemos ir. - Ela disse.

- Sim, claro.

- Muito obrigada Mike. - Ela sorriu. Espera aí? Ele merecia um sorriso verdadeiro e eu não? Olhei para o Newton e novamente o sorriso tolo apareceu naquela cara ensebada.

- Muito obrigado você por hospedar-se aqui. Foi um prazer conhecê-la, senhorita.

- O prazer foi meu.

Como assim, foi um prazer conhecê-la? Que olhar foi esse que ele lançou para ela? Se eu pudesse fuzilava-o com um simples olhar, mas ele nem me notava, estava vidrado nela. Ele não era o todo apaixonado pela Jéssica? Não era por isso que ele não gostava nada de mim?

Quando nos aproximamos do carro, ouvi o seu suspiro angustiado. Ela não deveria ter boas lembranças da minha viatura. Abri-lhe a porta do passageiro e ela entrou, acomodando-se no banco com a mochila sobre as pernas.

- Parece que você tem um fã. - Comecei, tentando manter um clima leve quando liguei o carro e sai com o carro.

- Como? - Ela parecia não entender.

- O Newton. Parece que gostou de você.

- Ah... Ele é uma boa pessoa. - Eu ri sem humor. Essa simples frase dela me dizia muito.

- Então, não gosta de mim porquê sou uma má pessoa? - Ela virou-se completamente em minha direção.

- Não teremos essa conversa, teremos? - Falou severa.

- Eu só quero entender. - Ela voltou-se novamente para frente.

- Como posso gostar de alguém que desde o primeiro momento tudo o que fez foi me atormentar?

- Ok, entendi. Eu te mostrarei o quanto posso ser amável. Te mostrarei o quanto sou um bom rapaz. - Estacionei em frente a minha casa.

- O quê? É aqui que tomaremos café? - Perguntou desconfiada.

- Sim.

- Em sua casa? - Ela perguntou ainda mais desconfiada.

- Sim.

- Não mesmo. O que acha que eu sou? É assim que me provará o quanto é bom moço? Você está com febre? Porque acho que esteja delirando.

- Ei, ei, Problema, eu não vou tentar nada com você. Sou um homem honrado e respeito as mulheres. Por favor, eu preparei um delicioso café, especialmente para você. Apenas entre, em qualquer momento poderá sair. - Tentei passar segurança para ela.

- Você preparou? - Assenti. - Tudo bem, xerife.

- Obrigado. - Disse aliviado.

Ao entrar na minha casa, Bella pareceu prestar atenção em todos os detalhes. Vi seus olhos percorrerem as fotos que eu tinha dos meus familiares e vi que demorou ao observar as fotos dos meus sobrinhos.

- Gosta de fotos? - Ela pareceu acordar de um transe.

- Não muito... - Bom, isso não era tão ruim.

- Dê-me a mochila. - Bella entregou a mochila, mas ainda olhava em volta. Coloquei a mochila em cima do sofá. - Vamos. - A conduzi até a sala de jantar onde eu tinha preparado um café com variadas opções. Ela pareceu surpresa.

Bella

Foi mesmo loucura ter concordado em vir, era óbvio. E tudo piorou quando ele me levou até a sua casa e lá vi as fotos de sua família e os gêmeos rindo, me fazendo relembrar de coisas que eu deveria esquecer.

Fiquei bastante surpresa ao ver a mesa que ele tinha preparado. Tinha de tudo, frutas, suco, café, panquecas, rosquinhas, frios, torradas e geléia.

- Uau! Acho que está querendo me matar.

- Não gostou? - Ele pareceu decepcionado.

- Não é isso, é só que você exagerou um pouco. A não ser que sua irmã, sua avó e seus sobrinhos venham tomar o café conosco.

- Na verdade, apenas nós dois. E-eu não sabia do que gostava, então... - O xerife gaguejou? Isso não estava nada bom. Ele estava tentando me impressionar? Era óbvio, sua tonta! Aquilo não era um simples pedido de desculpas. Aquele esforço todo era para me deixar encantada por ele. Ele não irá conseguir. Tentei agi naturalmente fingindo não perceber o verdadeiro significado do café da manhã.

- Tudo bem, como eu já disse: fui ensinada a me alimentar bem

- Que bom. Sente-se. - Puxou uma cadeira para mim e depois sentou-se a minha frente.

Comemos inicialmente em silêncio, estava tudo muito gostoso. O xerife tinha uma qualidade: sabia preparar um delicioso café da manhã. Eu comia, evitando encará-lo mais do que o necessário. Se tudo corresse bem, em alguns minutos ele iria me dar à licença e sairia ilesa dessa cidade. Ele não conseguiria me fazer esquecer as minhas opiniões com relação ao relacionamento. Ela não me faria querer tentar... Ficar. O xerife Cullen, daqui a algumas horas será um a lembrança distante que as poucos também esqueceria completamente.

- Para onde está indo? Qual o seu destino final? - Perguntou de repente.

- Se eu te contar, terei que te matar. - Brinquei, bebendo o resto do suco em meu copo.

- Aí sim se tornará uma criminosa. Bom, não quero que isso aconteça, então...

- Onde está a licença?

- Guardada.

- Pode pegá-la?

- Termine pelo menos a sua refeição. - O xerife pareceu ficar um pouco aborrecido.

- Eu já terminei. Ele olhou para a mesa e viu que realmente havia terminado.

- Não pretende mesmo ficar para a festa? Teremos alguma diversão e é apenas daqui a dois dias. Não é nada de mais para uma cigana.

- Xerife, por favor, eu estou com um pouco de pressa.

- Antes de pegar a sua licença e antes que vá embora corrida da cidade, quero tentar explicar o meu comportamento de ontem.

- Tentar explicar o seu comportamento de ontem? Pensei que você fosse odioso todos os dias com todos os inocentes visitantes da sua cidade. - Falei sarcástica.

- Não, nem todos os dias e nem com todos os visitantes. - Ele riu.

- Comece.

- Bella... - Inclinou-se em minha direção por cima da mesa. Ele não faria isso. Faria? - Existe um sentimento muito forte que estou descobrindo. Sinto que esperei por... - Sim, ele faria.

- Xerife, por favor, não faça isso. - Implorei e senti que afundava na cadeira.

- Bella, só me dê a chance de dizer o quanto significa para mim. - Eu levantei exasperada. Não! Ele tinha que se calar. Não poderia escutar o que viria.

- Dê-me a licença! - Estiquei a mão com a palma para cima.

- Não saia da minha vida assim. - Ele implorou eu recolhi a minha mão.

- Pare de falar essas coisas! Você... Você nem me conhece, xerife.

- Conheço o suficiente para não querer que vá.

- Pelo amor de Deus!

- Eu só peço que me dê então a oportunidade de conhecê-la mais um pouco.

- Não me venha com essa. Você me odeia!

- Não! De forma alguma! - Ele disse desesperado.

- Prefiro que me odeie xerife. Eu prefiro isso!

- Isso é impossível. - Ele se aproximou de mim e eu me senti sem ar.

- Chega! Chega! - Saí feito uma louca de dentro de sua casa. Não conseguia respirar direito. Ouvi sua voz me gritar, então tentei correr mais rápido.

Não me lembro de ter visto o carro. Num minuto corria furiosa por ter ouvido palavras que não queria ouvir. Cheguei a planejar rapidamente sair da cidade pedindo carona, não seria tão difícil, via isso sempre nos filmes. Talvez fosse perigoso, mas eu já não me importava com esse tipo de perigo. No outro minuto eu tinha ficado paralisada no meio do caminho, como um animal tentando atravessar a rua.

Fez-se um bramido assustador. Não sei bem ao certo se fui eu quem gritou ou o xerife, depois ouvi o som agudo dos freios. Na mesma hora vi uma luz branca e forte em meus olhos, ela envolveu toda a minha visão, depois tudo ficou escuro e silencioso, e isso era agradável. Foi algo abrupto ouvir aquele som e depois a inconsciência.

Apenas o som e depois... Nada.


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