Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 35
Iminência


Notas iniciais do capítulo

Bella esta magoando muito o xerife agindo dessa forma, tentando manter distancia e se fazendo de forte.
Lamneto, mas ela continuará assim por um tempo, então sugiro que antes de ler este capítulo, respire fundo.



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Bella

Depois que Edward saiu do quarto deixando-me sozinha, furtivamente fui até o quarto dele e peguei a revista da American Cowboy. Queria apenas ficar olhando para aquela foto que me encantou tanto pela manhã. Desejava voltar à plena ignorância, algo que não voltaria a acontecer.

Não sei quanto tempo passei assim, Edward trouxe-me o jantar e escondi a revista embaixo do travesseiro. Nem uma palavra foi dita por ele sobre o meu passado ou sobre os meus sentimentos, na verdade ele mal abriu a boca. Depois que terminei, ele apenas me deu um beijo impessoal, desejou-me bons sonhos e desapareceu.

A minha antiga inquietação tomou conta de mim mais uma vez. Andei pelo quarto, sentei à janela, deitei e tornei a andar de lá para cá.

Sentia-me cansada de várias maneiras. O meu corpo doía ainda quente, indolente e sensível por conta da tarde de amor com Edward. A minha mente estava tensa, frágil, confusa e dolorida. Mesmo assim, não conseguia dormir e isso era tudo o que mais desejava no momento. Dormir para esquecer um pouco de tudo.

Resolvi pegar a revista novamente e abri, li o artigo sobre Edward. Era um parágrafo em particular, chamou-me a atenção:

Todos reconhecem o incrível talento desse homem. Valente, destemido, determinado, dedicado, ele faz do rodeio seu mundo. Cavalos selvagens, na sela ou em pêlo, ou touros bravos nãos são obstáculos para o cowboy que não conhece a palavra “impossível”. Ele merece todos os títulos que já ganhou em sua carreira. Edward Cullen é um verdadeiro campeão.

Li o artigo mais duas vezes e tive que admitir que estava em uma bela enrascada.

Edward

Depois que Bella contou a sua história para mim, quis mais do que nunca protegê-la e guardá-la de todo o mal. A vida dela foi terrível e eu queria torná-la mais feliz. Mas havia essa grande barreira, essa proteção que ela criou para si que afastava todos.

Ela disse que nem mesmo eu poderia ocupar o lugar das pessoas que ela havia perdido, mas não era isso que eu queria. Eu queria ocupar apenas o meu lugar na vida e no coração dela. Só que no momento não poderia dizer, provavelmente não entenderia, estava muito machucada e daria um espaço para que se equilibrasse um pouco.

Ergui a mão para tocá-la, mas desisti. No fundo, sabia que o meu gesto de carinho não seria bem recebido naquele momento. Estava tentando ser forte e durona. Portanto, decidi dar-lhe a única coisa que podia: a minha ausência. Relutante, levantei e devagar caminhei até a porta, mas não a deixei antes de dizer que de alguma forma ela teria que me aceitar porque eu queria fazer parte da sua vida e não iria desistir.

Preparei o jantar e levei para ela, não disse nada. Queria que ela ficasse calma e em paz com seus pensamentos e sentimentos. Quando ela terminou, dei-lhe um beijo rápido e desejei bons sonhos para ela. Lavei a louça e fui para meu quarto.

A última vez que verifiquei as horas o relógio no criado-mudo marcava duas da madrugada. Não tinha pregado olho e não esperava dormir tão cedo em um futuro próximo. O conflito de emoções parecia não ter fim.

Tentava me conter para não ir até o quarto de Bella. Não era pela saúde dela que temia, mas pela minha própria. O que eu faria, como me sentiria se entrasse lá no quarto dela e encontrasse a cama vazia?

Temendo isso continuava esticado na cama, só de cueca, estava quente, muito quente. Meus braços estavam cruzados na nuca, estava tentando pensar mais claramente.

Eu temia que as feridas de Bella fossem profundas demais para permitirem que eu me tornasse necessário para ela. Sentia-me apreensivo de verdade quanto ao meu próximo passo.

De repente como se os meus pensamentos pudessem acordá-la, vi Bella à soleira da porta emoldurada pelas sombras e vestindo uma camisola azul celeste. Seus cabelos estavam presos numa trança e ela segurava a ovelha-lobo.

– O que está fazendo? - Ergui meu corpo um pouco na cama para vê-la melhor, assustado na verdade. Bella balançou a cabeça.

– Não me pergunte Edward, não saberia responder.

Eu sentei na cama o meu coração batia frenético. Bella entrou, o bicho de pelúcia apertado contra o peito.

– Também não sei o que fazer. Estou perdido, Bella. - Confessei.

– Tudo bem. Esta noite estaremos perdidos juntos. - Ela olhou para o bicho de pelúcia e depois para mim e sorriu. - Pegue-o, por favor. Acho que nem percebi que o estava segurando quando... Decidi que precisava vê-lo.

Com a minha cabeça girando eu o peguei.

– Precisava me ver? Por quê? - Estava ofegando, meu coração ainda batia rápido demais.

Bella despiu a camisola azul. Estava nua por baixo. Um raio de lua invadiu o quarto, deixando um brilho etéreo aos cabelos ruivos e a pele luminosa.

– Eu te amo, Edward. - Ela disse isso sem hesitar, sem desviar o olhar dos meus. Isso me encheu de esperanças, porque não havia dúvidas de que eu também a amava, mas saber isso dessa maneira, com todas as palavras ditas por ela, era muito mais do que eu podia querer.

Mas... Naquilo tudo havia mais tristeza do que sensualidade no olhar dela, e por isso o meu ânimo diminuiu. Demorei alguns segundos para recuperar a voz:

– Então, venha perder-se comigo.

Estiquei a mão para ela e ela a segurou. Seus dedos estavam gelados e trêmulos. Bella ajoelhou-se na cama e me beijou docemente e a cada toque meu sentia que ela estremecia. Ela me fez deitar e continuou me beijando, seus lábios desceram até o meu peito e continuou fazendo o caminho para baixo até o meu umbigo. Bella desceu a minha cueca e eu a ajudei a tirá-la. Não tive vergonha da minha extrema excitação, eu queria mostrar a ela o quanto ela me fazia ficar vivo, o quanto me excitava.

Sem aviso ela depositou um beijo na ponta do meu sexo. Senti-o pulsar ainda mais. Bella passou a língua por toda extensão dele. Apertei os lençóis com força e então ela fez de novo e senti que a minha razão estava escapulindo de mim. Ela o pegou com todo a sua mão e me estimulou um pouco assim, depois senti a sua boca o envolvendo. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Fizemos amor repetidas vezes até a exaustão. Np o final, Bella se jogou por cima de mim e eu abracei.

– Eu te amo, Bella.

– Eu te amo, Ed.

No dia seguinte abri os olhos e me surpreendi com a cama vazia ao meu lado. Eu já disse que em meus dias de glória que não eram tão distantes, enfrentei touros ferozes, cavalos selvagens e concorrentes valentões, mal-encarados, de rabo-de-cavalo e dedos cheios de anéis. Apesar de tudo, nunca senti tanto medo e nervosismo como nessas duas semanas e principalmente agora. Não, agora eu estava absolutamente apavorado.

Tudo porque acordei sozinho na cama. Não tinha certeza se Bella se levantou no meio da madrugada o que me preocupou mais ainda. Não sabia se voltara para o quarto dela ou se deixou a minha casa. Apesar de ter se rendido aos meus carinhos na noite anterior, não consegui afastar a sensação de que isso não foi suficiente para acabar com os seus temores. Mesmo nos doces e profundos recessos de paixão, entendia que Bella se mantinha presa ao passado.

Vesti o primeiro jeans que encontrei e reuni a coragem que me restava para sair do quarto e encarar a realidade. Da porta dava para ver o quarto dos palhaços, nada de Bella. Meu coração deu um solavanco.

Desci as escadas correndo, quase atrapalhando-me com os pés, parei de repente ao vê-la à porta da rua. Ela usava jeans e uma camisa branca curta, revelando um pouco do seu piercing que piscava para mim. Ela segurava o jornal do dia em uma mão e uma xícara de café na outra.

– Bom dia. - Cumprimentou-me, erguendo uma sobrancelha diante do meu pânico evidente. - Acho que nunca vi ninguém descer as escadas com tanta rapidez, a não ser que estivesse caindo. Você está bem? - Olha o humor negro aí.

– E você? - Respirei fundo e me senti estúpido. Acabei de descobri que o medo pode levar um homem ao ridículo.

– Lógico que estou. - Bella sorriu, mas o sorriso não se refletia nos olhos dela. Ela caminhou passando por mim e deixando o perfume do xampu de morango pairando no ar. - Vamos para a cozinha. Preparei alguma coisa para comermos. Não sei cozinhar direito, mas aprendi a torrar pão e passar manteiga nele. - Ela riu novamente. - Ousei-me a fazer panquecas também, mas já percebi que prefere torradas. - Era um momento surreal isso sim. Ela agia como se não tivesse acontecido nada.

– Bella...

– Ande, xerife, o desejum vai esfriar. Sua irmã ligou enquanto você dormia como uma pedra. Está esperando por seu retorno.

Eu a segui até a cozinha, tentando em vão pegar em sua mão. O pânico transformou-se em pura apreensão. Bella não queria ser tocada, mas essa não foi a sua atitude na véspera. Era óbvio que algo mudou.

– Bella, o que...

– Sua torrada está esfriando. - Disse sentando-se.

A mesa estava bem arrumada com xícaras azuis, torradas, panquecas, geleia, café e creme. Era para ser um agradável desejum para dois.

– Ia fazer um suco, mas você não tem mais laranjas.

– Interessante. - Continuei em pé, observando aquilo tudo. - Sinto-me como se tivesse entrado no cinema com o filme pela metade. Um filme muito complicado. Perdi algum detalhe?

– De jeito nenhum. Você é um cowboy e xerife, lembra? Não é o tipo de sujeito que perde alguma coisa. Vai comer a sua torrada? - A frieza dela me deu calafrios. Conseguia entender o porquê de Jacob ter discutido tanto com ela.

– Não, não vou comer a minha torrada! A que horas você acordou? - Irritei-me.

Bella deu uma mordida no pão de olhos baixos, os cílios escondendo a expressão deles.

– Não tenho certeza. Lá pelas cinco, creio. Sofro de insônia desde... Desde sempre. Posso comer a sua? Estou faminta.

Balancei a cabeça desolado.

– O que aconteceu com você?

Ainda evitando me encarar, Bella mastigou muito, antes de responder:

– Nervosismo do dia seguinte, acho. É difícil saber as normas de etiqueta. Não sou exatamente uma expert quando se trata de... De...

– Do quê? - Perguntei completamente de mal-humor.

– Do que fizemos. - Ela terminou num murmúrio.

– O que fizemos foi amor. Uma entrega física e emocional. É tão difícil assim para você verbalizar?

Ela continuou fugindo do meu olhar.

– Claro que não. Enfim, eu só estive assim com o Jacob.

– E com o James.

– Foi apenas um dia, uma vez. - Ela suspirou fundo. - Até os solitários às vezes acham a solidão entediante. Foi um lapso, era fim de semana e eu bebi um pouco. E apenas com ele nesses anos todos.

– Não parece isso para ele.

– O que importa é o que eu penso.

– É verdade. Então diga. Diga-me, Bella!

Ela não falou nada. Apesar do calor do ambiente ensolarado eu senti um arrepio. Algo muito sério estava acontecendo aqui, mas não consegui juntar as peças desse novo quebra-cabeça.

– Bella, voltemos um pouco no tempo. A última coisa de que me lembro da noite passada é você me dizendo “eu te amo”. E agora, nesta manhã, só quer falar em torradas. Ontem era uma pessoa, hoje é outra.

– Não. - Bella se levantou para pegar o açucareiro no armário. Estava se esquivando. - Ontem, estava confusa, hoje eu sou eu de novo, antipática e tudo o mais. Essa é a única diferença. Não se preocupe, estou bem.

– Você não é antipática e sabe disso, é obtusa como já te falei. - Ela bufou. - E não estou preocupado com você, mas comigo. Acordei sozinho está manhã e mesmo agora estando aqui ao seu lado continuo sozinho. Isso me assusta, sobretudo quando o meu coração e meus sentimentos estão envolvidos. E também...

A campainha foi tocada e interrompeu a minha frase. Pelo horário só podia ser o advogado.

– Ainda não terminei Bella. Vou me livrar da visita e depois continuaremos a nossa conversa, certo?

– Como queira.

Bella

Fiquei olhando Edward sair da cozinha e apreciei as curvas e os músculos do torso nu dele. O jeans dançava nos quadris, enfatizando seu andar felino. E os cabelos ainda se mantinham despenteados e amassados pelo travesseiro. Eu senti vontade de chorar e tudo pareceu girar.

Não podia chorar, não iria chorar, não agora. Pisquei com raiva, colocando o açucareiro na mesa. Só ficarei bem de verdade se mantiver as emoções novas e desconhecidas fechadas a sete chaves. Deixar Edward na cama sozinho foi uma das decisões mais difíceis que já tomei. Eu sabia, mas Edward não, que foi a última vez que deitei com ele.

Tentei pensar nas antigas distrações. “Para onde irei agora? Quais cidades quero conhecer? O que quero ver? Quanto tempo ficarei lá?” Não funcionou. Não havia conforto na perspectiva de deixá-lo. Só tristeza correndo-me por dentro, torturando-me. Era doloroso demais fazer planos e dizer o que precisava. Também havia a sensação de culpa por permitir que Edward acreditasse que aquela noite seria mais uma...e não a última.

Pela primeira vez em muitos anos, desejei muito alguma coisa. Feliz ou infelizmente, me permiti aquela pequena traição a meu isolamento voluntário. Queria ter recordações. O inverno estava chegando e necessitava do consolo de algumas rosas.

Como eu esperava, Emmet entrou na cozinha com Edward. O meu advogado dispensou a gravata e estava vestido para o seu dia em Hope Falls: calça cáqui e uma blusa branca listrada de mangas e sapatos italianos. Com roupa social ou esporte a postura de Emmet era sempre perfeita. Herança do pai Eliot. No guarda roupa ou no trabalho era um homem especial e era uma pena que eu não tenha dito isso a ele muitas vezes, mas ele sabia o que eu pensava, ele me conhecia muito bem.

– Bom dia, Emm. - Esforcei-me para sorrir. O que não passaria despercebido para nenhum dos dois homens altos a minha frente. - Vejo que optou por trajes descontraídos. Sem suspensórios, nem gravata. Que milagre foi esse? - Ok, os suspensórios foi demais.

– Até eu posso descontrair-me sob as circunstâncias certas. - Emmet respondeu como sempre bem-humorado. - Como você está?

Eu lancei um olhar rápido para Edward o rosto dele ainda se mostrava sombrio.

– Esplêndida! Aceita um café?

– Não, obrigado. - Ele olhou para os próprios sapatos imaculados. - Tenho um compromisso para o desejum.

Eu e Edward o encaramos com as sobrancelhas erguidas.

– Você tem um compromisso em Hope Falls? - Perguntei incrédula. Ele pigarreou.

– Isso mesmo. Para o café da manhã. - Eu o fitei com curiosidade.

– Emmet você não conhece ninguém em Hope Falls, meu querido!

– Engano seu, Bella. Conheço você, o xerife Cullen e...a irmã dele, Rosie, além dos filhos. Cinco pessoas ao todo. Por enquanto...

– E com qual dessas cinco pessoas pretende fazer a primeira refeição de seu dia? - Edward perguntou bastante sério.

– Com as três últimas, xerife.

Seguiu-se um breve silêncio, Edward estava estranho, talvez ele estivesse pensando em maneiras de acabar com a vida do pobre Emmet.

– Ela não trabalha mais não? E os meninos não vão mais para a escola, tornaram-se selvagens de uma vez? - Emmet riu.

– Ela disse que merece folga, por que vocês dois estão a deixando sob muito stress. E mais tarde ela vai levar os meninos para a escola.

– Ah sei! E quando marcou o compromisso?

– Ontem à noite. Eu liguei para a Rosie, mas não vim aqui para falar sobre isso. - Nossa! Emmet era muito rápido. - Bella, você passou bem a noite? - Eu tossi engasgada com o café.

– O quê?

– Emmet quer saber se você passou bem a noite. - Edward interveio zombeteiro. - A propósito, eu também gostaria de saber a resposta a essa pergunta. E então? - Ah Deus! Ele queria me deixar vermelha? Conseguiu. Minha pele queimava e comecei a adoçar mais o café que já estava doce.

– Passei bem. - Falei baixo.

– Apenas isso? - Edward fingia um tom inocente. - Pois eu passei a noite muitíssimo bem. Minha noite foi...

– Emmet não perguntou para você. - Interrompi bruscamente. - Não é Emmet? - Emmet nos olhava com um sorriso complacente o que me irritou mais ainda.

– Tenho certeza de Edward também teve uma boa noite. Bella, quero indagar-lhe algo. Depois que cheguei aqui percebi que venho trabalhando demais. E, uma vez que você esta bem, pensei em ficar aqui um ou dois dias descansando. Aí então, conversaremos sobre a sua volta para casa. Acho que será bom para nós dois. Concorda?

Eu fiquei hirte, por essa eu não esperava. Emmet nunca fez nada a não ser trabalhar, nunca. Desde pequeno ele queria ser igual ao pai e o pai só trabalhava. Vivia para a profissão. Por que de uma hora para outra decidiu que precisava de férias? Ainda mais quando eu contava com a insistência dele para voltarmos juntos para Los Angeles como ele sempre fazia.

– Você bateu com a cabeça, Emmet? - Ironizei.

– Evidente que não! - Exclamou indignado. - Até mesmo um camarada como eu é capaz de atitudes espontâneas! Este lugar é muito bonito. Por que eu não gostaria dela? Isto é, dele. Eu quis dizer dele. Do lugar, quero dizer. - Opa! Entendi.

– Que seja! - Edward resmungou. - O pescoço é seu, mas prepare-se: a casa de Rosie é uma selva.

– Sobreviverei. Bella, eu telefonarei à tarde para conversarmos. Tudo Bem? - Após uma breve hesitação eu respondi:

– Combinado. Aproveite seu desejum. E cumprimente Rosie, as crianças e Elizabeth por mim.

– Elizabeth?

– A avó de Rosie que mora com ela.

– Ah Sim.

Edward acompanhou Emmet até a saída. Ao retornar à cozinha eu estava lavando a louça. Eu não queria mais continuar a nossa conversa de antes. Pelo canto do olho vi que ele olhou para o relógio e suspirou, estava atrasado para o trabalho.

– Bella?

Eu olhei para ele sobre o ombro sorrindo forçado.

– Dá para acreditar? Emmet e Rosie? Se você o conhecesse como eu...

– Não quero saber de Emmet, mas de você. Preciso que me diga o que esta sentindo e planejando... Em especial planejando. - Por que ele tinha que ser tão perspicaz?

Eu me virei novamente para a louça para fujir do seu olhar descobridor.

– Até parece que pretendo roubar o Banco Nacional! - Falei demonstrando ofensa.

– Prometa-me uma coisa, Bella.

Não tinha mais louça para ser lavada e eu fui obrigada a me virar e encará-lo, enxugando as mãos no pano de prato.

– O quê?

– Que você não irá embora enquanto eu estiver trabalhando.

– Ok. - Saiu facilmente. Mas é claro que ele percebeu isso pois fez uma pequena careta.

Edward se aproximou e apoiou as mãos na pia comigo entre seus braços.

– Bella, não demorarei mais do que duas ou três horas. É tudo o que estou pedindo: duas horas. Falamos sobre muitos assuntos. Prometa que me esperará para tomar as suas decisões. - Ele me beijou. Um beijo ardente e inesperado. - Dê-me sua palavra. Jura que vai esperar até conversarmos?

– Eu prometo, Edward Cullen. Estarei aqui.

Ele estudou o meu rosto por um longo momento e eu tentei passar confiança nele. Eu era especialista em esconder o que me vinha na alma. E percebi quando ele desistiu de ver algo em meu rosto e decidiu acreditar em mim.

Beijou-me de novo com extrema doçura e eu o correspondi igualmente. E então subiu os degraus e foi se arrumar para ir ao trabalho. Seria a última vez que o veria vestido de xerife.


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