Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 11
General Janine Hathaway


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpa a demora eu estava sem ideia pra esse capítulo! Basicamente tenho que encher linguiça até eles irem falar com Yeva então... Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397025/chapter/11

Janine se dirigiu até a sala do doutor Belikov assim que saiu do quarto da filha Rosemarie na intenção de averiguar de perto e a fundo sobre o histórico do médico no hospital. Durante a conversa, Janine fez questão de mostrar-se totalmente imparcial diante de todas as respostas de Dimitri as suas questões. Sentada na cadeira no lado oposto a mesa de Dimitri, a senhora Hathaway manteve a postura ereta, com as mãos sobre o colo e as feições duras de uma legitima capitã de um quartel militar. Janine estava acostumada a se comportar dessa forma de acordo com sua profissão, e sabia muito bem como ser imponente diante de qualquer que fosse a situação. Era uma mulher dura, e as vezes rude diante de algo sobre o qual desconfiava, e no caso a competência do médico era sua maior desconfiança no momento.

- Bom senhora Hathaway como eu disse minhas credenciais e minha formação são as melhores, modestamente eu sou um médico o suficientemente capaz de cuidar do caso de sua filha, e no momento não creio que nenhum outro possa fazer mais do que eu. –dizia Dimitri com os cotovelos sobre a mesa encarando a mulher.

- Eu ouvi falar de suas credenciais doutor Belikov. –respondeu Janine com o nariz empinado. – Realmente sua fama neste hospital é das boas. Mas espero que entenda, está tratando do caso da minha filha, e para ela eu não desejo nem espero menos do que cem por cento de sua atenção. Quero Rose fora daquele leito, esbanjando toda sua energia como sempre o mais breve possível.

- Eu estou dando o meu melhor para solucionar o caso de Rose senhora Hathaway.

- Espero que dê o máximo de si para descobrir o que diabos mantêm minha Rose naquela cama doutor Belikov. Caso contrário eu terei de encontrar alguém mais capacitado para o caso.

- Se em algum momento meu trabalho deixá-la descontente senhora Hathaway eu a aconselho a levar Rose para outro hospital, mas garanto que o St. Vladimir é de fato o melhor hospital desse estado. E afirmo que minha atenção está totalmente sobre o caso de sua filha. Acredite eu tenho um interesse particular neste caso. –essas palavras saíram quase por impulso.

- Pois bem. –concluiu Janine. – Então posso contar com o senhor? –disse ao se levantar.

- Este é o meu trabalho senhora Hathaway. Acredite não pretendo desistir de Rose.

- Eu conto com isso doutor Belikov. –respondeu em tom firme.

Janine estendeu sua mão como um general e recebeu o aperto firme de Belikov, que logo que se levantou a conduziu até a porta. Janine se retirou deixando o médico sozinho, e assim que o mesmo fechou a porta e se virou deu de encontro com a outra Hathaway.

- Ela te interrogou muito? –disse a garota com os braços cruzados, sentada sobre a cadeira do médico.

- Pra quem ela trabalha, pra CIA? –disse ele esfregando a testa com os dedos.

- Por aí! –Rose sorriu colocando os pés sobre a mesa. – Ela é capitã de uma equipe de soldados que ajudam em resgates de sobreviventes de guerra no Iraque e outros lugares. Também faz um serviço social para o exercito africano, levando remédios e comida para as localidades mais pobres.

- Sério? –ele franziu a testa parando diante de sua mesa e sentando-se sobre ela. – Ela parece mais um general.

- Acredite eu sei.

- Como se sente?

- Melhor. Não esperava ver minha mãe aqui.

- Por que não?

- Por que ela nunca está por perto, está sempre muito ocupada salvando o mundo. –ela revirou os olhos.

- Se ela faz o que disse que ela faz não acha que deveria se orgulhar? É um trabalho muito nobre, cansativo e árduo.

- Eu me orgulho da minha mãe, mas gostaria de tê-la por perto às vezes.

- Bom, eu convivo com a minha o tempo todo e não é assim tão vantajoso. –disse se levantando e andando rumo a uma estante.

- Posso perguntar por quê?

- Longa história. –ele apenas ergueu as sobrancelhas e olhou Rose sobre o ombro.

- Eu tenho tempo, acredite não tenho nada melhor pra fazer! –ela riu.

- Talvez um dia eu te conte, mas por hora. –ele se afastou da estante e andou até a mesa deixando uma pasta sobre a mesma. – Eu quero saber o que você tem feito por aí.

- Como assim?

- Por onde tem andado, com quem tem passado o seu tempo além de mim é claro. Não imagino você andando atrás de mim o dia inteiro. –disse se sentando na cadeira do outro lado.

- Bom, eu não tenho feito muita coisa além, disso. Mas eu costumo fazer vizitas aos outros pacientes quando não te encontro. No resto eu fiquei perambulando por estes corredores sem nada pra fazer.

- Não tentou sair?

- Não a primeira vez que sai daqui foi ontem, e foi com você.

- Comigo?

- Sim, no seu carro! Aliás. –ela sorriu e tirou os pés da mesa se inclinando sobre ela. – Parabéns!

- Pelo que exatamente? –ele franziu a testa.

- Mandou bem com sua interpretação de Neil McCormick! Sabe aquele lance com o cabelo foi chocante! –ela riu enquanto o encarava vendo-o ficar vermelho.

- Você... Tava no meu carro? –ele se inclinou para frente.

- Tava!

- O que você fez depois disso?

- Fui até sua casa! Vi você bebendo leite de uma maneira muito educadinha! Depois...

- Depois... –ele esperou.

- Voltei pra cá... –ela mentiu.

- Você não ficou lá?

- Não. –ela desviou o olhar, o que para Dimitri era sinal de fraqueza.

- Não?

- Não. –ela continuou sem olhar pra ele. – Eu só desci as escadas, e voltei pra cá.

- Eu tive a impressão de ter visto você... –ele manteve os olhos cerrados encarando-a.

- Na sua casa? –ela o encarou.

- É. Você esteve no meu quarto?

- Não. –ela desviou o olhar de novo.

- Por que você disse que desceu as escadas... –os olhos dele permaneceram fixos em Rose.

- Eu... –ela encarou o médico enquanto ele erguia as sobrancelhas com uma expressão de quem sabia a resposta. – Tá... Eu estive lá... –ela fez biquinho ao contatar que não sabia mentir nem sendo um fantasma. – Só, fiquei um pouco vendo você ler. Sei lá... Só queria ficar fora dessas paredes um tempo.

- Eu vi você.

- No seu quarto?

- Do meu lado. Foi impressão minha?

- Não. Eu estava lá... Mas se soubesse que você podia me ver eu não teria ido até lá. –ela ficou sem jeito e se levantou.

- Eu ouvi você me dizendo boa noite. –ele disse olhando a mesma a sua frente. – Achei que tava sonhando.

- Ouviu? –ela se virou e o encarou.

- Ouvi. –ele ergueu os olhos e a encarou.

- Tá bom, e o que agente faz agora?

- Não sei. –ele manteve os olhos nela. – Mas talvez a dona Yeva saiba, eu vou ligar pra ela, marcar uma visita e levar você até lá. –ele disse ao se levantar e sentar em seu lugar.

- Vamos visitar sua avó? Quer dizer, você tem que marcar horário?

- É modo de falar Rose. –ele disse franzindo a testa e unindo as sobrancelhas

- Tá. E o que eu faço enquanto isso? –ela se escorou na mesa.

- O que você fez até agora! –ela sorriu singelamente erguendo o rosto.

- Nada? Sério? Não dava pra gente arrumar alguma coisa pra fazer? Você é a única pessoa que pode me ver, e você sabe...

- O que você sugere Rose? –ele cruzou os dedos sobre a mesa.

- Hum. Uma caminhada! –ela ergueu as sobrancelhas fazendo uma cara divertida.

- Claro, agente pode levar o senhor Kyle em uma cadeira de rodas, a senhora Smith em sua maca e a pequena Suzi... –ele se referia aos inúmeros pacientes que teria de atender aquela noite.

- Droga eu esqueci que você é médico. –ela bufou e se sentou cruzando os braços.

- Se prometer ficar quietinha e não me distrair você pode ir comigo ver meus pacientes. –disse ele folhando a pasta.

- Posso bancar sua assistente invisível? –ela riu.

- Não. Você só fica de bico fechado enquanto me vê trabalhar.

- Ah que fofo, agora sim eu me sinto a pequena Roza. –ela zombou tentando imitá-lo, mas se arrependeu quando viu o olhar frio de Dimitri sobre ela.

O médico voltou a baixar os olhos sobre sua pasta, e ficou alguns segundos em silencio enquanto Rose o encarava, depois disse sem olhar para a garota:

- É russo... –ele disse mantendo a face nos papeis.

- O que é russo?

- O sotaque... –ele a encarou. – Roza!

- Roza... É meu nome não é?

- Sim.

- Hum! Eu gosto... Roza! Soa... Peculiar, mas interessante.

- É bonito. –disse voltando a baixar o rosto.

- Meu nome ou seu sotaque? –ela riu.

- Seu nome Rose. É um nome bonito. –ele continuou com seus papéis. – Por isso eu o pronunciei em russo.

- Não conhece muitas Roza’s?

- Não.

- Sei.

- Pode me fazer um favor agora Rose?

- Não posso segurar nada sólido. –foi uma piada sem duplo sentido, mas por alguma razão ela pensou besteira e ficou sem graça.

- Só fique em silencio enquanto eu tento ler isso. Não consigo me concentrar com você tagarelando! –ele disse olhando-a.

- Desculpe. –mais uma vez ela fez biquinho.

- Obrigado.

Ele vestiu novamente sua máscara séria de médico e ficou super concentrado em seus papéis enquanto Rose o encarava. Depois ela simplesmente se levantou e ficou rodando pela sala, enquanto Dimitri tentava não prestar atenção nela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rosa Adormecida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.