“Quanto mais perto estiver, menos você verá”.

Conhecida pelos arredores da cidade onde morava como A Jovem Bruxa, Thalia Grace podia facilmente ser alvo de baderna.

Por ser órfã, a jovem menina de cabelos negros e olhos azuis misteriosos e penetrantes morava em um orfanato desde os 6 anos de idade. Seus longos e finos dedos escondiam grande capacidade e ela sempre andava acompanhada de um velho baralho remendado com fitas adesivas já amareladas e moedas de 10 centavos aparentemente comuns.

Mas não eram.

Pelo menos não nas mãos de Thalia Grace.

Em todo lugar, sendo este uma escola, uma praça, um prédio, uma rua ou um orfanato, algumas ingênuas, mal amadas e infelizes crianças/adolescentes /adultos acreditam ser melhores que os outros. A denominação usada para esses fedelhos é “popular” (ou como eu gosto particularmente de falar: seres com um cérebro reduzido a uma noz que acreditam que o Mundo gira em volta deles. Uma surpresinha para vocês, pessoas populares: vocês definitivamente não são melhores que os outros). Já Thalia não era um deles, mas sim invejada e irritada por estes.

Seu ilustre talento fora apresentado ao mundo por meio de Evangellen Rose e sua aposta provocante e de mau gosto.

Evangellen tinha 15 anos de idade nesta época, sendo dois anos mais velha que Thalia. Seus cabelos vermelhos ondulados caiam-lhe até o meio das costas e sempre lhe tapavam o olho direito. A cada mais ou menos dois minutos a ruiva fazia um truque de mágica com algumas cartas que carregava consigo, sendo estes considerados ridículos e falsos até para uma criança de dois anos de idade. Infelizmente, por alguma razão desconhecida e irrelevante Evangellen fazia questão de se considerar uma ilusionista de primeira categoria.

Certo dia, ao ver Thalia mexendo com suas próprias cartas velhas e remendadas, Evangellen desafiou-a em um duelo de mágica, perdendo feio para a morena.

Thalia fizera a carta escolhida por Margareth, uma criança de nove anos, aparecer no prato de comida de sua desafiante, provando para todos e para si mesma do que era capaz.

A expressão de indignação de raiva de Evangellen Rose era quase uma declaração de guerra contra Thalia, e ela não conseguia parar de olhar abismada para o Rei de Espadas boiando em meio a sua sopa. Da parte de Thalia, apenas um sorriso irônico e uma frase (dita pela primeira de muitas vezes): “Quanto mais perto estiver, menos você verá”.

Com Nico Di Angelo tudo ocorreu diferente.

Possuindo uma pele pálida, cabelos negros como a noite e olhos escuros, Nico poderia ser facilmente confundido com um Emo... Mas um Emo enganador.

Sua capacidade de mentir era algo impressionante e muitas vezes irritante. Ele era alvo de duvida, pois nunca sabiam quando a verdade seria dita pelo menino e quando a mentira seria considerada verdade. Sempre que alguém pensava que estava se “dando bem” às custas dele era um mau sinal. Nico sempre conseguia virar o jogo, sendo este difícil, complicado, simples ou banal.

Odiado pelos professores e seus superiores, sua capacidade de inventar historias, omitir e esconder fatos e objetos levava qualquer um à plena loucura.

Foi usando estas capacidades e sua agilidade que quando Nico se formou no colégio, logo realizou seu primeiro show de ilusionismo e hipnose, impressionando a plateia inteira e ainda muitas outras pessoas que estariam por vir.

Apesar de ambos os jovens ilusionistas já mencionados serem inteligentes, talentosos e brilhantes, nenhum deles me chamou tanta a atenção como Perseus ‘Percy’ Jackson.

Nos quesitos que se tratam do caráter de Percy, devo logo lhes afirmar que ele era (e ainda é apesar da melhora brusca de comportamento) um arrogante descomunal, cobiçado pelas meninas de toda a cidade e bajulado por seus (falsos) amigos. Não preciso mencionar que ele era um mulherengo nato e não tinha a menor ideia de como tratar uma menina.

Mas a popularidade e fama de Don Juan (pegador) não eram o bastante para Percy Jackson, e ele acreditou que precisava de algo mais para ser o melhor.

Aos 12 anos de idade, Percy começou a estudar a linguagem corporal e a observação da pupila. Rapidamente ele aprendeu como a usar esta linguagem para ler a mente das pessoas e descobrir verdades e mentiras de seus colegas de classe, tornando isto mais um fator importantíssimo para o seu currículo.

Nos anos todos que Percy exerceu de leitura de mentes nas pessoas, tudo indica que sua arrogância e orgulho absurdos conseguiram torná-lo famoso e intimidador, e pelo incrível que pareça ainda mais desejado pelas mulheres.

Imagino eu que a curiosidade de saber o porquê destes três jovens serem tão importantes seja imensa, por isso digo-lhes que o talento de Thalia, Percy e Nico podem render mais que apenas alguns truques de ilusão... Muito mais.

Minha brilhante e pessoal ideia foi que os três juntos seriam capazes de mudar a historia dos ilusionistas. Claro que tive segundas intenções ao juntá-los, segundas intenções bem claras se olharem nas entrelinhas.

Mas o que importa foi que em um dia chuvoso, por “obra do destino” os três ficaram presos em uma cafeteria, sem poder sair de lá devido ao temporal, e para distrair as crianças que estavam apavoradas, começaram a realizar truques de mágica.

Vendo o talento de seus companheiros, Thalia propôs que eles fizessem um show em um teatro comum e não muito populoso, porém quando a historia que jovens ilusionistas realizariam um espetáculo estourou nas ruas da cidade a população foi à loucura e os ingressos esgotaram em menos de duas horas. Assim nasceram os Três Grandes.

E agora, imagino que você, caro leitor esteja confuso e tentando imaginar quem está narrando a historia... Pois bem, eu sou A Mente por trás de toda a historia, mas me chame apenas de A.M. E sobre meu nome verdadeiro? Já isto devo lhes dizer que é uma informação muito importante para o agora, porém serei eu quem escreverá a historia dos Três Grandes, os ilusionistas mais aptos para o cargo.

Para não deixá-los sem nenhuma informação, dir-lhe-ei que posso ser qualquer pessoa da historia, sendo este bom ou mal, homem ou mulher. Eu posso estar em todo lugar, e quando você pensa que sabe quem eu sou lá estarei eu escondido (a) em meio às sombras.

Cabe a você ser inteligente e não cair em um truque de pura e doce ilusão.