Podem procurar na lista de melhores noites da minha vida, essa está no topo. Dormir ao lado de Jack, nossas mãos entrelaçadas foi uma das melhores sensações na minha vida.
Quando ele me acordou, ainda não havia amanhecido. Ele preparou o café da manhã enquanto eu tomava banho. Nós merendemos e Jack reuniu todas as coisas que íamos precisar em uma bolsa. Eu estava muito nervosa. Eu estava tentando manter minha calma, mas era mais forte do que eu. As palavras de Paul ressoavam em minha mente o que me deixava mais nervosa ainda. Eu precisava controlar meus sentimentos, precisava me focar na batalha.
– Tif?
Nós já estávamos indo em direção a porta quando Jack chamou meu nome. Eu me sobressaltei e esperei por algo do tipo: "Tente não fazer nenhuma besteira como você sempre faz, Tiffany", mas ele não disse mais nada. Ele ficou por alguns instantes olhando em meus olhos e quando eu dei por mim eu estava em seus braços. E logo depois seus lábios estavam no meu.
Meus queridos amigos, se eu disser que eu fiquei surpresa é pouco. Meu coração deu um salto e parecia que a qualquer momento ia virar uma borboleta e sair voando ou algo do tipo. Eu enrolei meus braços ao redor de seu pescoço e o puxei para mais perto. Ele manteve um braço firme ao redor de minha cintura e com o outro afundou sua mão em meus cabelos.
Eu estava no céu. Eu podia até imaginar nuvens de algodão-doce ao nosso redor e um unicórnio voando em algum lugar perto. Gente, como é bom beijar Jack.
É MUITO BOM!!!!!
Quando nós separamos nossos lábios, eu mal conseguia respirar, mas Jack também estava sem fôlego. Eu já estava no céu e fui para um lugar além quando ele sussurrou em meu ouvido:
– Eu queria muito fazer isso.
Eu não consegui pensar em nada para responder. Eu estava muito ocupada sentindo o seu cheiro.
–Precisamos ir agora. - Ele suspirou, colocou a bolsa em um dos ombros e juntou nossas mãos de novo enquanto seguíamos para a porta.
Nós chegamos ao escritório ainda de mãos dadas. Haviam poucas pessoas já reunidas ali. Elijah logo nos avistou e apontou para que os outros saíssem.

– E então? Estão preparados? - perguntou Elijah assim que sentamos.

Eu estava, até o momento que eles disse aquilo. Suas palavras fizeram com que a ficha caísse, a batalha ia realmente acontecer e não tinha mais como fugir daquilo. E não, eu não estava preparada. Eu estou nervosa. Eu não estou pronta.

– Sim, estamos preparados. - Jack respondeu por nós dois e pressionou levemente minha mão como se soubesse o que eu estava pensando.

– Muito bom. Me desculpem por ter feito vocês acordarem tão cedo, mas eu preciso passar algumas instruções para vocês dois em individual. - disse Elijah se mexendo desconfortavelmente na cadeira. - Tiffany, eu sinto muito, mas alguns planos mudaram. Nós achamos que é muito arriscado que você atravesse a fronteira e se junte aos outros, nós podemos não ser capazes de proteger você.

– Mas como eu vou poder ajudar se eu não atravessar a fronteira? - eu perguntei cética.

– Você ainda poderá lançar seus raios mesmo que você não atravesse a fronteira. - quando eu ia começar a protestar ele me interrompeu. - Tiffany, nós não podemos arriscar e como Ares ameaçou fazê-la atravessar a fronteira a força, Jack e um grupo das pessoas mais confiáveis que eu tenho ficam com você desse lado.

Uma carranca se formou no rosto de Jack e eu lhe lancei um olhar de "eu sinto muito, gato lindo e maravilhoso", ele queria está do outro lado lutando com os outros.

– Mais uma coisa. - disse Elijah. - Eu espero que nessa altura do campeonato você já tenha aprendido sua lição e não tente nenhuma gracinha, Tiffany, mas mesmo assim eu vou lhe avisar uma coisa. Demônios que abracaram a escuridão ou que tiveram suas almas roubadas gostam de se alimentar de sangue de anjo, gostam de sugar a sua luz, isso os deixa mais forte. Isso deixa Ares mais forte. Além do que, você precisa entender que essa luta não é só por você, essa luta é por todos nós. É o primeiro passo a frente que nós damos em direção ao fim dessa guerra e nós estamos preparados. Nós vamos vencer. Por isso, não deixe ninguém chegar perto de você. Mate se for preciso. - eu quase podia ver fogo saindo de seus olhos. - Agora vão se preparar.

Eu e Jack nós levantamos e seguimos em direção a porta. Mas antes de sair, eu me virei em direção a Elijah e disse:

– Fique vivo, Elijah.

Ele apenas acenou para mim e a porta se fechou logo em seguida.

Agora o dia já estava claro e quase toda a comunidade estava aqui. Alguns estavam se armando e outros já estavam armados e caminhavam em direção a fronteira.

Ninguém preciso me dizer nada, eu sabia. Era agora. O show ia começar.

Jack tirou a bolsa e a abriu. Enquanto ele se armava até os dentes, eu procurei pelo meu prendedor de cabelo da sorte. Podem rir de mim, ele era um pompom com um laço enorme que eu comprei quando eu tinha 8 anos e desde então nunca mais me desgrudei dele. Jack me pegou de surpresa e tirou o prendedor de minha mão tão rápido como um raio.

– Eiiiiii! - eu gritei enquanto ele afastava o prendedor de mim. - Ei! Me devolva! É o meu prendedor da sorte.

– Não devolvo. - disse ele e afagou levemente meus cabelos. - Eu gosto mais dele solto.

Eu sorri para ele e senti como se meu coração fosse sair pela boca.

E foi nesse momento que Elijah passou por nós e, sem discurso ou palavras inspiradoras, fez um gesto para que todos o seguissem e andou em direção a fronteira.

E quando nós chegamos a fronteira o que nós encontramos foi caos. As outras comunidades não esperaram por nós e já estavam atacando. Ao ver isso, Elijah correu o mais rápido que pode, a multidão o seguindo, e se lançou no meio da confusão. Eu, Jack e os outros paramos a dois passos da fronteira. Eu me virei para ver que havia ficado para me proteger e encontrei com os olhos de Paul. Ele sorriu para mim e eu sorri de volta até o momento que eu senti o corpo de Jack enrijecer e me empurrar para trás dele. Eu fiquei surpresa com sua atitude e tropecei em meus pés antes de recuperar o equilíbrio e perceber por que Jack havia feito aquilo.

E quando eu levantei meus olhos e vi a cena na minha frente eu soube. Isso por que Ares, Brad e meus pais adotivos estavam olhando para nós com um sorriso assustador no rosto.