The Host Pilgrim escrita por Vlayk
-Ela não vai reconhecer o nome – o Curandeiro informou.
Mas eu não dei atenção a suas palavras, procurei encarar minha Buscadora, ela era mais alta do que eu poderia imaginar, os cabelos negros cacheados presos a um rabo de cavalo no alto de sua cabeça, a pele era mais pálida do que a do Curandeiro, e os olhos estavam me analisando como se eu fosse fazer alguma loucura.
-Consegue nos entender? – ela perguntou rapidamente, agitando-se e inclinando-se em minha direção.
-Não a pressione. – o Curandeiro insistiu e gentilmente a afastou, como se ela fosse causar-me algum dano.
-Fui colocada em uma hospedeira danificada para que pudesse obter informações Buscadora? – arqueio a sobrancelha e sento-me no catre.
-Claro que não, Hospedeira – o Curandeiro murmurou de modo triste como se minhas palavras o machucassem, como se já tivesse ocorrido antes.
-Esta hospedeira é parte de uma resistência dos humanos, aqueles que estão cientes de nossa inserção são mais difíceis de dominar. – a Buscadora replicou. – deixamos à tarefa para as Almas mais experientes e mesmo elas às vezes não podem dominar completamente e sucumbem ao seu hospedeiro
-Então eu fui posta em um Hospedeiro por ser “experiente”? – a pergunta em tom brusco saiu antes que eu pudesse me deter. Havia muitas emoções para controlar - eu estou ligada direito Curandeiro?
-Todos os 827 pontos, Hospedeira. – ele murmurou preocupado – talvez devesse descansar um pouco mais...
-Quero saber sobre Peregrina – ignorei e ajeitei-me no catre. – O que quis dizer com desencaminhar? – o sorriso presunçoso surgiu no rosto da Buscadora.
-Peregrina você deve ter conhecido ela, ela também foi urso... - a Buscadora começou. – Vida nas Estrelas era seu nome, mas ela adotou o nome de Peregrina aqui.
-Cavaleira da Besta – eu me lembrava dela, afinal, Peregrina havia sido uma de minhas almas amigas lá. – conte-me mais. – pedi a Buscadora.
-Bem, ao que tudo indica, ou, o que sua Buscadora nos indicou, ela havia sucumbido a sua Hospedeira Melanie Stryder e em pouco tempo, Pelegrina sumiu.
-Só isso? – perguntei quando o Curador parou de falar e ele acenou, aquela informação era menos que nada, não havia muito do que eu me aproveitar, Peregrina era forte, ela nunca sucumbiria ao seu Hospedeiro.
Mas você vai! A voz aguda ecoou novamente e eu fechei os olhos com força, aquilo não estava certo. Minha mão voou para minha cabeça e eu pude esfregá-la.
-O nome dela é Marry Nathallie Schuvinder, nasceu na França, tem dezessete anos, estava em Los Angeles quando começou a invasão, estava viajando com a mãe, mas ela morreu... – parei, havia um paredão negro, eu não podia contornar, era como buscar o vazio, e eu ofeguei. – talvez melhor mais tarde... eu não consigo....
-Tudo bem querida, deite-se, você poderá continuar depois – o Curandeiro e a Buscadora sorriram para mim e eu sorri deitando-me.
-Talvez seja melhor, muitas informações.... – murmurei.
-Hospedeira, já pensou em um nome? – a Buscadora perguntou, inclinando-se ansiosa sobre mim.
-Talvez, eu devesse pegar o meu Chamado, Arthemía parece bom para mim. Como uma artesã, como eu fui, quando eu era do mundo das aranhas. – murmuro e me encolho em meu próprio silêncio.
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