Capitulo 6: Better Off

Observo Shouta e Sawako descerem a rua rumo á suas casa, e logo entro em casa e vou direto para meu quarto.

Hoje foi estranho, Ryu não veio junto comigo, já que a sua casa era perto da minha nós sempre viemos juntos.

Ele pediu para Shouta e Sawako me acompanharem, como um pedido de amigo para amigo. Tento imaginar o porquê dele não querer vir comigo.

Ah não, será que foi por causa do que aconteceu no corredor? Ai meu deus, porque foi que eu fiz aquilo?!

Quer dizer, logo depois daquela confusão toda e todo mundo da sala me olhar como se eu fosse uma ladra de inocências ou coisa do tipo, eu resolvi escapar e esperar por Ryu fora da sala antes que o professor chegasse. Sei que foi algo não muito correto, mas tive que fazer isso. Senti-me muito mal, não iria conseguir assistir a aula daquele jeito mesmo.

Imaginei mil coisas em minha mente enquanto esperava, ainda mais que foi Pin com que Ryu foi falar. Eu esperava de tudo, menos que as coisas seriam resolvidas tão facilmente.

Quando Ryu disse aquelas doces palavras, senti como se a muralha da China tivesse sido retirada de minhas costas. E foi quando a culpa reapareceu, Ryu não deveria ter passado por isso, não por uma estupidez minha.

Quando ele me sorri e diz que sabia que eu não faria algo assim de proposito foi quando eu perdi totalmente o controle das coisas. O sinal nos alertando sobre o segundo tempo é o que me acorda a tempo de perceber o que estávamos prestes a fazer.

ELE DEVE ESTAR PENSANDO O QUE DE MIM AGORA?!

Jogo-me na cama com esse pensamento desesperador e começo a rolar de um lado para outro tentando pensar no que fazer.

Para e olho para o teto de meu quarto ao me relembrar da cena. Ryu não parecia nem um pouco assustado, muito pelo contrario e quase como se ele estivesse esperando ...

Volto a me revirar na cama e dessa vez com o rosto em chamas.

Graças á Deus amanha não tem aula, significa que eu terei tempo o suficiente para pensar nisso.

Espere, semana que vem é o dia dos namorados! E eu disse para Ayane e Sawako que daria algo para o Ryu. Mas como vou dar algo para ele agora?!

Só de pensar nisso sinto meu coração acelerar desesperadamente, se eu continuar desse jeito eu acho que vou enfartar.

Tento desviar meus pensamentos de Ryu, só assim vou conseguir pensar direito.

Isso!

Olho para meus cadernos jogados ao meu lado na cama e me lembro dos deveres de contabilidade que eu tenho que fazer. Lembro das palavras de Pin sobre meu futuro, se eu persistir e for algo realmente para mim eu vou conseguir. Eu tenho que conseguir.

Pego meus cadernos e sento-me na cabeceira da cama e começo a pensar em como resolver as contas. E sem que eu perceba já estava no final.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

É eu sou boa, modestamente falando. Logo depois de todos os problemas resolvidos que á proposito foram muito fácies, resolvo tomar um banho relaxante e percebo que ate agora não pensei mais no Ryu, isso é ... Não espera, isso já é pensar nele!

Ah que droga, pena que eu não tenha mais nenhum calculo para resolver. Tenho que esvaziar minha mente, quem sabe meditação? Não, eu não sirvo para isso. Na verdade isso seria traumatizante, não para mim, mas para os outros.

Suspiro e começo a me vestir mais desconsolada que nunca e percebo que meu telefone está apitando.

Quando termino de me arrumar pego meu celular e vejo que tem uma mensagem da Ayane –Chin.

Estaremos em sua casa em 15 minutos esteja pronta.

Mas o que? Para que? Por quê? São perguntas que eu gostaria que fossem respondidas, mas acho que serão só daqui á ... Olho para o relógio digital em minha mesa de cabeceira ao lado da cama, daqui á 10 minutos agora. No instante seguinte chega outra mensagem da Ayane-chin. Nem acredito que ela está me pedindo isso, mas ela não me pediria isso se não fosse necessário. Estremeço internamente.

Melhor avisar logo a minha mãe.

Desço a escada e ouço minha mãe falando no telefone com alguém, não que eu estivesse bisbilhotando, mas quando ouço as palavras Ryu e Chizuru na mesma frase eu me agacho no chão e espero ela continuar.

– ... Sim, Tohru. Pode deixar que eu dou o recado para ela. Tchau – Minha mãe desliga e parece alegre com alguma noticia.

Resolvo fingir que não ouvi nada e entro na cozinha onde está minha ela está sentada olhando algo na bancada.

–Mãe, daqui a pouco as meninas viram aqui para me buscar, mas não me pergunte para onde vamos por que nem eu ...

–Ah sim, não se preocupe Chizuru – Minha mãe diz com os olhos ainda grudados na revista, jornal, seja lá o que for – Elas me ligaram e pediram a minha permissão e eu clara que dei, adoro elas e parecem ser boas amigas para você.

–Sim, elas são – Sorrio e sento na cadeira ao lado de minha mãe.

Minha mãe fecha a revista onde está escrito ‘comportamento adolescente, entenda como seus filhos estão se sentindo’. Hã? Porque minha mãe estaria lendo uma revista dessa? Sou uma ótima filha, não dou trabalho em nada! Reviro os olhos mentalmente.

Ela me olha com um sorriso sinistro nos lábios, ela parece feliz, muito feliz, feliz até demais.

Meu sexto sentido está em alerta agora.

FOGE, CHIZURU. ISSO É UMA ARMADILHA!

–Então Chizuru – Ela começa e pelo jeito é melhor eu correr, me levanto lentamente com a intenção de sair dali o mais rápido possível, mas minha mãe me segura pela ponta do vestido. Sim estou usando um vestido por ordens da Ayane-chin. Logo após ela me intimar a sair de casa, manda outra mensagem me ‘ordenando’ a usar um vestido.

O tal vestido é um que eu ganhei da própria mas nunca tive coragem de usar, ele é ... Chamativo demais. Ao menos para mim. Quer dizer, minhas pernas ficam á mostra demais.

Mas Ayane disse para eu usar uma bota de cano curto que diminuiria esse efeito, tenho minha duvidas.

–Você está tão bonita! Adorei esse vestido foi a Ayane que te deu ele não foi? – Minha mãe agora fica em pé ao meu lado mexendo no meu cabelo e a minha vontade de fugir só aumenta – E essas botas combinaram com o vestido, boa escolha. O melhor é que suas pernas ficam bem amostra, mas as botas dão um efeito não tão chamativo para seu vestido. Você saindo desse jeito não duvido nada que logo, logo eu terei um genro.

Eu simplesmente aceno positivamente para tudo que minha mãe diz, com o rosto petrificado de pânico. E ela simplesmente continua sorridente e mexendo em meu cabelo. Acho que está fazendo um penteado.

–Quando as meninas me disseram onde vocês iriam não pude deixar de concordar. Foi de fato uma ótima ideia. Ainda mais agora que o dia dos namorados está chegando. Falando nisso Chizuru, você já sabe o que vai dar para o Ryu?

Eu automaticamente quase que caio da cadeira, aminha sorte é a minha mãe que está em pé ao meu lado e segurou a cadeira.

–Hã? Quem foi que disse para a senhora ? E quem disse que eu vou dar algo para ele? Para falar a verdade não faço a mínima ideia do que a senhora está falando!

Fico exasperada, não sei o porquê dessa assunto agora. Não sei como ela soube disso, mas acho que eu minha mãe está criando muitas coisas nessa cabecinha maternal dela.

Seu bom humor não se altera, para falar a verdade ela ultimamente sempre está de bom humor. Muito suspeito isso ...

Antes que ela diga alguma coisa ouvimos alguém tocar a campainha e dou graça á Deus mentalmente.

Saio andando rapidamente pela casa e nem espero elas entrarem, não sei mais o que minha mãe pode falar, e todo cuidado é pouco.

Noite passada eu sonhei que estávamos numa festa e todos da vizinhança estavam e minha mãe conversava animadamente com uns vizinhos sobre como os netos delas seriam lindos. Demorou para eu perceber que o pai de Ryu estava ao lado dela concordando e que ela tinha dito ‘nossos’.

Só de pensar nesse sonho minha vontade é de me afogar no mar e morar junto com os peixes.

Quando saio dou um rápido até mais tarde mãe o mais rápido possível. Quando chego na calçada vejo Sawako e Ayane vestidas como se fossem a uma festa. Ainda bem que eu a ouvi, ufa.

Sawako me olha espantada, com seus olhos brilhantes e eu coro.

–Chizu-Chan você está tão ... Linda.

Olho em confusão para Sawako, não esperava isso. Esperava um ‘nossa, que estranho você usando um vestido Chizuru’.

–Mas é claro que está – Ayane concorda e sorri para mim – E vejo que seguiu meus conselhos inclusive os de maquiagem.

Dou de ombros como se não me importasse mas estou sem jeito com esses elogios todos. Resolvo desviar do assunto antes que eu desista e me esconda em casa.

–então, para onde vamos? –Pergunto

–A uma festa! – Ayane diz sorrindo mais ainda. E eu fico petrificada.

–Festa?! Que tipo de festa?! – Por isso que ela não queria me dizer por mensagem!

–Relaxa é uma festa escolar, só os estudantes são convidados. A festa inclusive foi dada por um grupo deles. E o lugar é um pouco longe, por isso vamos ter que rachar um taxi.

Suspiro em derrota, como foi que a minha mãe pode concordar com isso? Ela de fato não é uma mãe convencional.

Sawako parece estar animada ao jeito dela claro. Resolvo saber mais enquanto esperamos na esquina o taxi chegar.

–Então, quem são os generosos anfitriões dessa festa? – Pergunto enquanto observo o Sol se pôr. E percebo como o tempo está confortável e agradável para uma festa. Talvez eu não devesse estar de tão mal humor. Resolvo ser uma companhia melhor e espero me divertir afinal será uma festa entre conhecidos. Meu humor melhora com esse pensamento.

Dessa vez Sawako responde animadamente.

–Ah 2 alunos alugaram um clube para dar essa festa, eles são do 3º ano e como vão terminar esse ano decidiram fazer essa festa. Alguns amigos deles do time de beisebol resolveu ajudar também, mesmo não sendo do mesmo ano.

–Ah sim – Respondo e logo vejo nossa condução chegando.

–Vamos senhoritas – Ayane abre a porta para nos enquanto fala com o motorista ajustando o valor para a nossa volta – As 23:30 você pode nos esperar que estaremos prontas para ir.

–23:30, não é muito tarde? – Pergunto preocupada, afinal nunca fiz isso.

–Mas é claro que já falei com a sua mãe, a minha e a da Sawako. Estamos liberadas. Agora sem mais delongas – Ayane acena para o motorista, já sentada junto conosco no banco de trás do carro e ele acena de volta e a carro acelera lentamente.

Calculo mentalmente o tempo que vai levar a nossa viagem e percebo que chegaremos exatamente ao escurecer. E com os vidros fechados e o ar condicionado do carro ligado percebo como estamos arrumadas e entendo o porquê da escolha desse horário imposto pelo Ayane.

Meu vestido é vermelho, mas quando a iluminação é escassa parece que ele fica mais intenso, ou melhor, mais vermelho. Ele é tomara que caia, mas eu torço que ele continue bem firme em meu corpo. Na frente é curto, até demais para o meu gosto, mas na parte de tras é longo e chega a encostar a ponta no chão. A bota é preta e curta de exatos 4 dedos abaixo do joelho com detalhes metálicos assim como o vestido na cor dourada.

Olho para meu reflexo no espelho e percebo o trabalho que fiz com a maquiagem, foi simples mas que seguindo os concelhos da Ayane-Chin fizeram um efeito impressionante.

Meus olhos foram destacados, com lápis e rímel pretos que foi usado para delinear em cima da minha pálpebra. Meus lábios estão cobertos por um gloss rosa, eu admito que achei que ficaria horrível, mas o rosa suave combinou e contrastou perfeitamente com minha roupa.

Meus cabelos eu tinha resolvido deixa-los soltos mas minha mãe ao saber cuidou dele e fez um trabalho impressionante tenho que admitir. Uma trança de lado e curta por causa do meu cabelo. Mas não tinha percebido quando ela colocou fitas vermelhas em cada volta feita pela trança. Estou impressionada.

Suspiro enchendo minha cabeça de pensamentos positivos.

Que tudo de certo hoje!