Love Run

–Bom dia, meninos! - oji-chan diz animadamente. Eu e Ryu descemos as escadas lado a lado em um silencio constrangedor.

–Bom dia - respondemos em uníssono. Eu mais baixo e desanimado e Ryu do modo tranquilo de sempre.

Oji-chan se dirije para a cozinha onde já estão Tohru e Haruka com o bebê no colo. Sempre que eu vejo esse bebê ele está dormindo ou comendo, parece até o...

–Ora, Chizu - Tohru me encara sorrindo estranhamente - Que desanimo logo de manha. Justamente você que sempre é tão animada. Com o Ryu já estou acostumado.

–Bom dia para você também, Tohru - Ryu responde e logo se senta. Haruka sorri para ele o saudando que devolve o sorriso calmo de sempre.

–Ótimo. Todos reunidos! - oji-chan também se senta - Se apressem, crianças. A escola não pode esperar. É o ultimo ano de vocês. Como o tempo passa...

Oji-chan entra num estanho modo de nostalgia.

–E ter filhos homens não é fácil, já deixo de aviso para você Haruka -Haruka acena positivamente sorrindo -Quando você vê já estão crescidos, se virando sozinho, indo embora e ligando avisando que vão se casar.

Nessa parte Tohru ri já sabendo de quem se trata.

–Eu liguei avisando para avisar sobre o seu neto também. Não se esqueça - cruza os braços e dá uma olhadela em direção ao bebê - Ele já comeu? - pergunta para Haruka.

–Sim, antes do Ryu e da Chizu-chan descerem. Mas logo dormiu depois. Fiquei andando com ele de um lado para o outro tentando não deixa-lo dormir.

–Esse é só o começo, Haruka - Há lagrimas em seus olhos agora. Oji-chan está muito sentimental e nostálgico esses dias. - Eu tive dois filhos homens, sempre quis ter uma filha. Meu sonho agora é ter uma neta.

–Sinto lhe informar, pai. Mas da minha parte o senhor não vai ter mais nenhum neto - Haruka olha para Tohru reprimindo-o.

–Que? Mas você disse que também não iria querer mais nenhum bebê.

–Eu disse que ia pensar. Ver como nos adaptamos ao primeiro.

–Você sabe como é difícil criar uma criança.

–Sim, mas tendo paciência e sabendo educar não é tão...

–Então - Interrompe oji-chan e eu dou graças á Deus. Não é atoa que dizem que em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher... se bem que eles não estavam brigando - Mas, eu ainda tenho o Ryu! Ele vai ser então o que me dará uma neta!

Ryu olha para o pai como se ele estivesse louco.

–Isso não é um pouco cedo demais para se falar, pai? - indaga

–Ora, isso é planejamento. É diferente. Não é, Chizu? - todos os olhares se voltam para mim agora. Poderia jurar que até o bebê estava prestando atenção agora. Se eu não soubesse que ele está dormindo. E se ele não fosse um bebê.

–Hã, mas porque? Eu não sei de nada! - Haruka tenta sorrir para mim discretamente mas infelizmente Tohru percebe e me olha desconfiado agora. Se bem que ele já me olhou desse jeito hoje.

–É só uma opinião, Chizu - ri. - Nós pais sempre pensamos em netos.

–No nosso caso ainda é cedo para pensar nisso - Haruka diz e Tohru ri.

Suspiro aliviada. Achei que iam me mencionar. Talvez ele pense em eu e Ryu dando uma netinha para ele. E pior, se ele realmente pensa isso e fala. Quero nem pensar.

Sem falar que filhos são para mais tarde, depois do trabalho e casamento. É um trabalho de tempo integral. Nunca tem fim.

Olho em direção ao Ryu e vejo seu interesse na conversa. Ele está comendo e uma vez ou outra responde alguma coisa.

Como ele consegue comer tanto?!

Se bem que pelo tamanho dele está explicado...

–Então, Chizu - levanto a cabeça em direção á Tohru que me chama - Soube que você e Ryu foram ao encontro que teve entre os jogadores de beisebol japoneses e americanos.

Meus olhos se arregalam. Até onde ele sabe?

Meu Deus.

–Foi divertido - Ryu responde sem olha-lo. Seus olhos continuam fixos no prato.

Tohru parece achar divertido o fato de que quem respondeu foi ele e não eu.

–Ontem eu ia ver como você estava assim que o bebê acordou, mas Haruka falou que ia para que eu descansasse. Como disse que você já estava melhor e que a Chizu estava cuidando bem de você achei melhor deixá-los em paz e voltei a dormir.

Haruka que estava olhando para o bebê, levanta a olhar para mim e pisca com o olho direito para mim.

Eu não mereço isso.

Balanço a cabeça positivamente lentamente tentando digerir tudo em minha mente.

–Agora foi a vez da Chizu-chan retribuir todas as vezes que você cuidou dela, Ryu - não faço a menor ideia do que oji-chan quis dizer com isso.

–Se fosse assim ela teria que cuidar de mim a vida toda - engraçadinho, ele não cuidou tanto assim de mim... espere, o que foi que ele disse?!

Olho-o abismada enquanto ele termina de comer e se levanta.

Os outros simplesmente nos observam sorrindo. E eu fico sem saber o que falar ou o que dizer.

Esse idiota me paga!

1

–Eu juro que um dia eu te... eu... ARGH! - bufo enquanto vou andando com passos fortes, até demais e entro pelo portão da escola.

Ryu simplesmente anda calmamente ao meu lado.

Viemos, ou melhor, eu vim para a escola bufando enquanto Ryu ficou como sempre. Quieto e ouvindo.

Simplesmente irritante!

Chego na sala, jogo a pasta na mesa e sento encabulada. Sei que dá muito bem para o Ryu me ver da carteira dele. É bem atrás no canto. O safado escolheu esse lugar para poder dormir, e só deixei por isso. Adoro sentar no fundo da sala e no canto, ainda com a bela vista que tem do pátio. Mas não foi possível.

Ryu como sempre.

Agora tudo na minha vida eu vou culpar o Ryu.

"Porque você não fez o trabalho?"

Culpa do Ryu.

"Porque a vida é tão difícil?"

Culpa do Ryu também! Ah, e principalmente pela minha vida ser difícil.

–Bom... -assim que vê minha expressão de 'bom dia', Ayane-chin não termina seu cumprimento - O que houve, Chizu?

Olha para trás de repente e não faço a menor ideia do porque ou do que viu mas sua expressão parasse ser bem surpresa.

Olho para onde ela está olhando e vejo Sawako, Kazehaya e ... Hyde?

Mas o que raios Hyde está fazendo aqui?!

Discretamente olho para Ryu e vejo que mesmo sendo discreta ou não ele não perceberia. Está encarando Hyde.

AH, então Ryu realmente não gosta do Hyde... Mas porque? Ryu geralmente não é assim. A menos que lhe deem motivos bem fortes para isso.

Sawako e Kazehaya vão para seus lugares e logo vem Hyde que rapidamente percebe minha presença.

E por sorte, mas nesse momento azar, os lugares deles são perto do meu, ou seja...

–Ah, olá Chizu-chan! -diz Hyde animadamente em pé em frente á minha carteira - Pena que não tem nenhum lugar perto daqui, vou ter que ficar sozinho lá na frente da sala.- Faz uma cara tristonha.

–Pois é - dou um sorriso acanhado - Mas tem o intervalo, não é?

Ah, droga! Porque eu disse isso?! Agora no intervalo ele vai...

–Verdade, mas eu não sei... talvez eu fique um pouco com vocês - esse sorriso dele é meio... animado demais. Eu não sei. Tem algo estranho nele...

Alias, o que ele está fazendo na mesma escola que eu?

–Hum, aposto que você quer saber o que eu estou fazendo aqui, certo? - ele ri da minha expressão assustada.

Ele lê mentes?

–E não, eu não leio mentes - ri - Só sou bom em conhecer as pessoas e entende-las.

Isso é assustador...

Ryu tem razão, eu sou muito fácil de se ler. Isso é uma coisa muito ruim, para mim, claro. Ainda mais nas situações atuais em que eu estou passando com o Ryu.

Por falar em Ryu...

Olho para trás e vejo e Ryu sentado olhando para nós, e com nós eu quero dizer, eu e Hyde. Sawako e Kazehaya estão conversando entre si. Ayane simplesmente está nas duas conversas, mas pelo visto já percebeu o clima e em Ryu olhando para cá pensativo.

Espero que ele não pense que eu estou flertando com ele ou...

Espere ai, e se ele achar isso? Qual é o problema?

Mas ele sabe que eu não sou assim!

Droga, mas e agora?

A porta se abre e o professor entre. Hyde vai rapidamente para sua mesa na frente da sala, logo nos levantamos e cumprimentamos o professor que acaba de entrar.

Suspiro de alivio.

–Acho que nós temos alguém com Ciúmes - Ayane cantarola ao meu lado. Viro para encara-la.

–N-Não diga uma coisa dessas, Ayane-chin!

–Calma, Chizu -ri - Foi uma brincadeira, mas se eu fosse você não andava e nem falava muito com esse Hyde.

–Eu sei - murmuro e nos sentamos.

E assim a aula começa.

2

Assim que toca o sinal da hora do intervalo, levanto-me já me espreguiçando. Ficar sentada muito tempo só ouvindo os professores falando dá nisso.

Ryu não se levanta e eu fico receosa em passar perto da sua carteira, mas se eu quiser sair da sala tenho que passar por ali...

A sala vai esvaziando, eu sei que daqui alguns minutos logo chega uns alunos para ficarem aqui papeando ou comendo.

Ayane-chin permanece sentada até Kento chama-la e assim os dois saem da sala. Kazehaya e Sawako continuam na sala, meus salvadores!

–Hey, Kazehaya -chama Hyde, que ainda está na sala - Onde é o patio? Acho que vou ficar um pouco respirando o ar lá de fora.

–Ah, claro - olha para Sawako - S-Sawako, vamos comigo levá-lo até lá?

Mesmo namorando há um tempo ele ainda ficam tímidos perto um do outro.

–S-sim - Sawako fica vermelha na hora e se levanta. Vejo-os saindo da sala.

–Ah, daqui a pouco eu volto para nós conversarmos um pouco, Chizu-chan! - Hyde diz rapidamente e sai da sala acompanhado pelos meus dois amigos.

Agora só resta eu e Ryu na sala.

Não é possível!

Eu devia ter saído quando tive chances!

–Chizu - Ryu me chama. Deus me ajuda!

Viro-me de lado da minha carteira mesmo, não tenho coragem de ir até lá. Nunca se sabe, eu posso acabar caindo no colo dele e quando eu perceber já estaremos casados.

Coisas assim acontece, sabiam?

–Não vai tirar uma soneca? - tento desviar sua atenção.

–Não, mas bem que queria. Mas agora não posso.

–Seu sobrinho te puxou todinho, sabia? - Só dorme esse garoto e o bebê não fica atrás.

–Ele é um bebê, Chizu. É normal dormir tanto - faz cara de paisagem.

–E qual é a sua desculpa? - E agora, senhor bonzão? Jubilo-me internamente. Por essa ele não esperava!

Arrasou garota!

Mostrou quem é que manda!

UHU!

–Estou em faze de crescimento - apoia os braços na mesa como se fosse dormir, mas coloca a cabeça virada em minha direção com os olhos bem abertos.

–Aham, isso é desculpa - embora eu saiba que ele tenha razão, mas não vou dar o braço a torcer. Tenho meu orgulho como mulher de que eu sempre estou certa e ele errado - Além do mais se você crescer mais não vai caber mais na sua cama.

–Não esse tipo de crescimento, Chizu - sorri - Estou falando de músculos, por causa de todo o exercício e a alimentação.

Coro ao automaticamente me lembrar de ontem. Eu percebi isso enquanto trocava sua camisa. Não sabia que eu era esse tipo de garota, mas admito que fiquei... admirada e surpresa. Ele com certeza está mais musculoso, mas não do tipo 'rato de academia' até porque ele não faz academia. Ele sempre teve músculos, mas agora obviamente está mais forte.

E também parece estar fazendo abdominais... flexões também, é com certeza também faz flexões... Espero que ele também esteja malhando as pernas. Se for para malhar direito tem que malhar as pernas também, ainda mais para o beisebol... Não percebi se ele está malhando as pernas, quem sabe numa próxima vez eu...

MAS QUE RAIOS EU ESTOU PENSANDO?!

–Chizu, você não estava me ouvindo, não é? - percebo que esse tempo todo divagando sobre o corpo do Ryu eu estava encarando-o e acenando como se tivesse prestando atenção.

Estou me tornando uma pervertida!

Culpa do Ryu.

–Claro que eu estava - sorrio e aceno freneticamente. E é Claro que Ryu sabe que isso é mentira.

–Eu estava dizendo para você tomar cuidado com ele - franzo as sobrancelhas. Ele?

Ah.

–Ryu, porque você não gosta dele? - pergunto de uma vez e espero que ele dessa vez me responda.

–Não é que eu não goste dele - suspira - Eu não confio nele.

Oras, não confia porque? Isso não faz sentido!

–E porque? Ele até parece ser legal, meio estranho, porem legal - cruzo os braços e estico os pernas no corredor enquanto permaneço sentada.

Ryu não responde.

–Vai me dizer que Ayane-chin está certa? - ele fica surpreso.

–Certa sobre o que?

–Sobre você estar com ciúmes do Hyde.

O silencio agora é mortal. Ele me olha e fica assim por um tempo.

–Pelo que eu me lembre a ciumenta aqui é você - tão irritante! Sabia que ele ia mencionar isso! Ok, não sabia, mas ele tinha que falar isso!

–Eu não estava com ciúmes! E não sou ciumenta! - quando percebo estou de pé na sala. Opa.

–Mas você se incomodou com aquela garota ter se declarado para mim - ele se endireita na carteira e fica sentado totalmente reto agora.

–Não fiquei não! - fiquei sim. - E não mude de assunto! Você está incomodado com o Hyde porque está com ciúmes!

–E porque você acha isso? Só porque Ayane disse?

–Argh! Esquece eu vou lá para fora! - vou andando rapidamente e pisando forte quando sinto a mão forte de Ryu segurando meu pulso.

Ele me vira para que eu fique de frente para ele.

–Chizu, não seja teimosa e fique longe dele. - está mortalmente serio.

–E porque eu deveria te ouvir? - respondo no mesmo tom. Ele me encara e pega meu queixo suavemente. Me assusto com seu toque repentino, mas não me afasto.

Seu polegar passa suavemente pelo meu lábio inferior. Meu rosto esquente e sinto a adrenalina correr pelo meu corpo. O tão famoso impulso para que eu o beije vem com força total agora.

PARE!

Você está na escola!

Mas não sou eu, é o Ryu!

Ele está me seduzindo!

Esse idiota do beisebol não presta!

–Opa, opa, pode parando com a pouco vergonha aqui! - ah não. Pin! - Logo vocês! Sanada eu confiava em você!

Nos afastamos enquanto vemos Pin parado á porta bebendo alguma coisa suspeita num copo plástico.

–Mas sei como é, essas mulheres são terríveis. Eu como homem entendo, mas como professor acho isso uma pouca vergonha.

–Ah, Pin. Você já está aqui - ouvimos a voz desapontada do Kazehaya - Achei que você era só na próximo tempo, ainda nem acabou o intervalo.

–Para sua sorte, cheguei mais cedo. E para o azar dos pombinhos ali - Pin entra na sala e logo Kazehaya e Sawako entram seguidos de Hyde. Kazehaya e Sawako olha um para outro como se perguntassem 'pombinhos?'. Não duvido nada que Ayane já tenha contado a história todo nos mínimos detalhes.

–Você já está implicando com o Ryu e a Chizu, Pin? - Kazehaya parece estranhamente cansado, como se lidar com Pin o cansasse, e pior que cansa mesmo.

Eu e Ryu continuamos parados um do lado do outro enquanto Kazehaya e Sawako vão para suas carteiras, mas Hyde vem em nossa direção.

Ah não.

–Já vi que ele é do tipo de professor que implica com os casais da sala - ri e Pin o encara furioso.

–Ei, moleque! Cuidado ou você é o próximo á entrar na minha lista - senta na mesa dos professores, bota os pés em cima da mesa e bebe o liquido do copo de plástico em longos goles.

Estranho demais.

Acho melhor eu ir para a minha carteira...

Vou andando até a minha carteira e sento-me. Hyde vem e se senta na carteira da Ayane. Olho de canto e vejo Ryu me encarando.

–Ai o amor jovem... me faz lembrar de quando eu era mais novo e da idade de vocês - Pin fica nostálgico, um nostálgico desvairado.

–Interessante, Pin, mas...

–Calado, Shouta! Deixa eu terminar - joga o copo vazio na lixeira e volta á antiga posição - Amores não correspondidos, os correspondidos, os ciúmes, as brigas. Saudades dessa época.

Sawako parece ser a única que está prestando atenção. Mas cadê o resto dessa turma hein?

–Eu me lembro do meu primeiro amor - lá vem - Era a mais popular da escola, a mais bonita e a mais inteligente...

–Já sabemos que esse foi um amor não-correspondido - Kazehaya diz entediado.

–Muito bem espertinho, mas uma palavrinha e eu te tiro de perto da Kuronuma! - esbraveja. Kazehaya na mesmo hora fica quieto e finge prestar atenção, além de ficar vermelho. Assim como Sawako.

Um grupo chega na sala conversando. Até que enfim esse povo resolveu aparecer!

Assim que percebem a presença de Pin se calam e vão para suas carteiras.

–Para os que estão chegando, estou contando uma história. Uma lição de vida minha sobre o amor. Todos quietos ou vou garantir para que não cheguem a ter essa experiência nunca! - todos suspiram já sabendo que a historia e o final não vão servir de nada para eles, é só para preencher o tempo de aula teoria de educação física mesmo.

–Onde eu estava mesmo? Shouta, onde eu parei?

–Seu primeiro amor era a garota mais popular e bonita da escola - diz com voz arrastada, significando que claramente que está ouvindo e repetindo só porque foi obrigado.

–Ah, sim. Lembrei. Ah quer fazer nenhum comentário? não? - Kazehaya faz não com a cabeça lentamente, ele assim como os outros estão nem ligando para essa história, mas já sabem que Pin vai faze-los ouvir. - Então, a primeira vez que ela falou comigo foi ...

–O que eu perdi? - entra Joe rapidamente e mais alguns alunos incluindo Ayane-chin. Hyde ao vê-la entrar sai e se despede de mim balançando com a cabeça e um sorriso.

–Se mais alguém me interromper vou passar um trabalho tão extenso que vão passar a semana toda fazendo! E vou deixar valendo só a metade da nota! Agora que todos se calaram eu vou continuar meu romance.

Ah ótimo, agora ele está se achando um romancista.

Ayane olha para a mesa dela surpresa e eu também ao perceber um papel escrito 'Para Chizuru'.

Ela me olha erguendo as sobrancelhas como se eu soubesse alguma coisa. Me dá o papel e eu o abro escondido para que Pin não veja enquanto continua sua narrativa que ninguém se importa.

"Quero muito ser um amigo seu, mas acho que o Sanada-kun não gosta de mim. Espero nós conhecermos melhor uma outra hora."

Hyde

Assim que termino de ler guardo o papel e para garantir olho para trás e vejo algo que preferia não ter percebido. Ryu estava olhando para mim, ele viu o papel. Até porque dali dá para ver tudo. Inclusive a minha carteira.

Olho para Hyde que está na frente, perto da mesa de Pin e ele logo me encara de volta com um sorriso amistoso dessa vez. Logo se vira e olha para Pin também fingindo estar prestando atenção.

Isso não vai terminar bem, e não preciso ser adivinha para perceber isso.