Como deve ser descobrir que você está apaixonada pelo seu melhor amigo? Eu sempre tive medo dessa resposta, mas acho que estou começando a descobrir.

Será que esse sentimento sempre existiu e eu nunca percebi por medo de perdê-lo? Eu sempre quis que ficássemos juntos, para sempre, mas Tohru tem razão. Como eu poderia ficar junto de alguém para sempre se somos apenas amigos?

Ryu continua o mesmo de sempre, mas eu não posso dizer isso de mim.

Reviro-me de um lado á outro em minha cama, meu coração dói só de pensar em perdê-lo, em nunca mais ficarmos juntos.

Preciso dormir, amanhã eu tenho aula, tenho que começar a tomar decisões em minha vida e Ryu com certeza faz parte dela.

Ryu ... Seu nome ecoa em minha cabeça enquanto adormeço.

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Ao entrar na sala percebo Kazehaya e Sawako sentados em suas carteiras e conversando timidamente, também vejo Kento em pé ao lado da carteira de Ayane e ela prestando atenção em qualquer coisa que ele diz.

–Chizuru - Congelo ao ouvir meu nome ser dito por Ryu. Viro-me lentamente em sua direção e o vejo sentado em sua carteira com sua expressão normal, ou seja, com sua cara de paisagem normal, esse pensamento me faz rir mentalmente.

Tento agir normalmente perto dele, mas ultimamente não está dando muito certo, reviro os olhos ao me lembrar de nossos encontros anteriores.

–O que Ryu? – Respiro fundo e digo mais tranquilamente que posso.

–O que aconteceu? - Ele diz calmamente olhando fixamente para meu rosto, não sei o que ele quis dizer com isso. Ele percebe meu rosto em plena confusão e sem entender nada – Parece que você foi não dorme há dias, você também está mais magra, está doente?

Sobressalto-me na mesma hora, é verdade que tenha dormido e comido pouco nesses dias, o que alguns considerariam um milagre.

Ele se levanta e vem em minha direção, enquanto eu vou dando passos para trás á cada passa que ele avança. Estou em pânico porque ele vindo em minha direção? Minha expressão deve ser de puro terror, porque ele para no meio do caminho e me encara, embora ele esteja sem nenhuma expressão percebo que ele está chateado, ou seria magoado? Mas por quê? Eu é que deveria, ele vem do nada em minha direção o que ele queria?!

Percebo que a sala inteira estava em silencio e nos encarando. Ah não.

Para minha sorte ou azar o professor chega e nos manda sentar, o que eu faço imediatamente. Sinto o olhar de Ryu sobre mim, mas não tenho coragem de encara-lo de volta. O que está acontecendo comigo?! Eu nunca fui assim, nem com Ryu nem com ninguém, nem mesmo com Tohru.

Eu quero ir para casa!

Pela minha visão periférica percebo que Ayane, Kazehaya e Sawako estão me olhando assustados. Ah que maravilha. Estou fervilhando de raiva, quero chorar, bater em alguma coisa, gritar, me descabelar, mas não acho uma boa ideia fazer isso aqui.

Ao olhar para o quadro vejo que falta menos de uma semana para o dia dos namorados, eu tinha pensado em dar algo para o Ryu ainda mais depois do terrível, embora ele tenha gostado, presente de aniversario que eu lhe dei. Tenho trabalho mais para juntar dinheiro, nem no trabalho em o vejo mais, ele agora sempre está treinando e eu trabalhando.

Eu quero conversar com alguém, mas também quero ficar sozinha. Eu costumava conversar sobre tudo com o Ry... Ah minha vida sempre girou em torno dele é?! Como eu nunca percebi isso antes? Ah cara, eu sou uma idiota. Como ele pode gostar de mim? Eu só o magoo mais, se houvesse uma pessoa que o magoasse eu faria dela picadinhos e agora eu percebo que eu sou essa pessoa, sou a pior pessoa que existe!

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu tento impedir que elas escapem .

Não vou consigo mais, quero ir embora.

– Professor, não estou me sentindo bem, posso ir á enfermaria? - Todos os olhares da sala se voltam para mim, mas eu os ignoro.

O professor me olha um pouco assustado mas permite que eu vá a enfermaria, já tenho a desculpa que irei dar para ir embora. Recolho meus materiais rapidamente e saio da sala sem olhar para ninguém, mas percebo o olhar assustado de Ryu antes de fechar a porta e praticamente correr para a enfermaria.

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Na enfermaria digo que estou fadigada pelo trabalho e pela escola, ela me manda para casa rapidamente e me dá ordens expressas descansar o dia inteiro, como se eu fosse conseguir.

Vou direto para casa, sei que não vou conseguir dormir mais uma vez, porque toda vez em que eu fecho meus olhos me lembro de seu olhar de quando eu fui embora ,O que piora mais ainda. Não estou me sentindo bem mesmo, acho que estou doente.

De repente me sinto tonta e caia na cama de informe e sapatos, minha visão embaça e eu não me lembro de mais nada.

Algum tempo depois eu ouço vozes no andar de baixo uma voz que eu reconheço bem que é da minha mãe, Mas há outra voz, masculina pelo jeito, mas estou cansada demais para prestar atenção e o inconsciente me consome mais uma vez.

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Acordo com uma mão quente e suave em minha testa, ao abrir os olhos percebo que Ryu está no meu quarto e que aquela é sua mão, mas o que ele pensa que está fazendo?!

– Seu pervertido! – Exclamo e caio da cama com um baque tão grande que acho que devem ter sentido o impacto até nos EUA.

Sento-me alisando minhas costas, essa doeu mesmo, ai.

–Não sou um pervertido e você sabe disso – Ryu diz tranquilamente e percebo que ele estava sentado na beirada da minha cama. Meu rosto fica quente, estou corando?!

–Não, eu não sei - rebato, olhando para o quarto todo, menos para ele.

–Se eu fosse um pervertido já teria tentando alguma coisa com você, oportunidades não faltaram para isso - Ele me olha serio e eu entro em combustão, devo estar vermelha da cabeça aos pés. Como ele pode dizer uma coisa dessas?!

–AH ENTÃO VOCE JÁ PENSOU EM TENTAR ALGUMA COISA NÉ? – Levanto-me exasperada, na mesma hora ele se levanta e segura minha cabeça em suas mãos para que eu olhe para ele.

–Chizuru, eu nunca faria nada com você contra a sua vontade - Ele diz serio, olhando em meus olhos e eu o encaro, ficamos assim, nos encarando e nem percebemos quando a porta do meu quarto é aberta e minha mãe entra falando mas se interrompendo ao ver a cena.

–Mas que gritaria é essa Chi ....