Você Merece Ser Feliz escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 14
Angustia, desespero...Ameaças


Notas iniciais do capítulo

Estava com saudades!

Eu sei, eu sei...me perdoem pelo atraso enormeeeeeee!!!! Amo vcs fofys.



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Pov Edward

Isabella não queria mais lutar. Estava desistindo a vida. A água fria estava congelando nossos corpos mas a adrenalina em minha corrente sanguínea, não permitiu sentir a baixa temperatura.

Lutei para manter o pouco oxigênio preso em meus pulmões. Mais uma vez com força, segurei o cinto de segurança tentando de algum modo arrebentá-lo.

Estava muito escuro e já não via mais a face de Bella. Apenas não desistiria dela; se tivéssemos que morrer ali, então que fossemos juntos.

Algo tocou meu ombro. A princípio não me importei mas então minhas mãos foram puxadas com força para trás. Emmet se aproximava e trazia uma lanterna pequena na boca. A pouca luminosidade refletiu no rosto de Isabella e ela estava inconsciente. Meu desespero foi maior e agora com toda a força puxava não mais o cinto mais o banco do carro.

Emmet apontou para o cinto puxando minha mão e antes que visse o que pretendia passou a ponta do canivete no cinto arrebentando-o. A puxei de um lado e Emmet do outro levando-a para o alto.

Em poucos segundos emergimos na superfície. Enquanto Emmet nadava arrastando o corpo inerte de Bella eu apoiava sua cabeça; tampei o nariz fazendo ventilação boca a boca.


Vamos meu amor... reaja!”



Conseguimos chegar a margem e Emmet a carregou até a terra. Ajoelhei-me ao lado deles e comecei a fazer compressões em seu peito.



Respire querida!”



Soprei dentro dela.



Um... dois...três.”



Soprei de novo.



–Acho que é melhor a levarmos para o hospital. - gritou Emmet.



Um...dois...três”.



–Droga.... respira Bella!



Então ela começou a tossir ao mesmo tempo que uma enorme quantidade de água saía de sua boca e de seu nariz.



Ah...graças a Deus!”



– Bella querida, está me ouvindo? - perguntei mas outra quantidade de água saiu dela. A virei de lado para que não se engasgasse. Ela não abriu os olhos, o que me preocupou, então seus dentes começaram a bater. Ela estava com frio mais ainda não recobrara a consciência.



– Vamos tirá-la daqui.- tonou a pedir Emmet.



– Ela está respirando mas não acorda! – precisei usar toda minha racionalidade para não sucumbir ao desespero. Passei os braços por baixo de suas pernas e costas a erguendo.


Emmet foi na frente iluminando o caminho em meio ao barranco de lama até a ponte.

Haviam três carros parados, um era de Emmet e o outro era o que nos perseguia. O terceiro de curiosos que passavam no local.

– Já liguei pra emergência meu filho.- disse um vovô do carro com o celular na mão. – Vocês estão bem?

– Obrigado. – Emmet respondeu já abrindo a porta traseira do veículo para que eu entrasse com Bella. – É melhor vocês também saírem daqui. – avisou e sem esperar resposta, foi pro lado do motorista; engatou a marcha e saiu em disparada dando a ré no carro.

Emmet contornou a pequena ponte e acelerou em direção a Seatle. Pegou o celular falando com alguém mas não consegui identificar quem era.

Isabella estava em meu colo, ainda tremia muito. Afastei o cabelo de seu rosto e seus lábios estavam azuis.

–Emmet, aumente o aquecedor! – comecei a desabotoar o casaco e camisa molhados de Isabella. Com minha experiência em salvamentos sabia que o modo mais rápido de aquecer um corpo seria com outro corpo.

– Já está no máximo. - respondeu ainda no celular – Tire as roupas dela. Tem que conseguir acordá-la para evitar a hipotermia.

–Eu já sei. O que acha que eu estou fazendo?- Isabella estava só com o sutiã e eu sem a blusa. A apertei envolvendo-a em meus braços. Ela era tão pequena que facilmente seu corpo foi envolvido.


Você já vai se aquecer meu amor....já vai.”



Esfregava suas costas tentando de algum modo fazer com que o atrito a esquentasse; ainda assim ela não tinha reação. Não sei a qual velocidade o carro ia mas do lado de fora tudo estava igual a um borrão. Já estava tarde e a nossa companhia nada mais era que o céu negro e a estrada deserta, o que possibilitou dele não parar em nenhum sinal vermelho.



–O homem que estava atrás de vocês escapou, já deve ter entrado em contato com Sam. Voltando para a cidade o perigo para ela será maior. -anunciou Emmet – Vou pedir auxilio a um pessoal que conheço.


– Perigo maior é deixá-la assim! Acorde Bella! - notei que não tremia mais. - Meu amor não faz isso comigo. Droga!


–O que houve? - Emmet perguntou ainda com os olhos na estrada.



–Ela está tendo uma crise de hipotermia!



A deitei em meu colo, passei minha mão em seu rosto; ela estava tendo uma parada respiratória. No espaço minúsculo consegui virar nossas posições e voltei a ventilação boca-a-boca.




– Já estamos chegando!- avisou. Ele ainda estava com o fio do celular preso ao ouvido.- Tem que dá um jeito de acordá-la.




– Estou tentando...-minha vista estava nublada de grossas lágrimas.



“Não faz isso comigo.”



Um...dois...três.



Eu não vou te perder.”



Um...dois...três.



O carro parou. Logo a porta foi aberta e enfermeiros puxaram Bella para uma maca.



– A gente assume daqui. - disse um deles.



Emmet devia estar falando com eles no celular.



Um deles pôs um tubo bem fino por sua garganta a entubando.



Tentei ficar o mais próximo possível e nem me dei conta que já estava no interior do hospital segurando a mão de Bella com uma mão e a outra a grade da maca.


Isabella mantinha o rosto sereno, inalterado.


–A pressão está caindo!- anunciou alguém ao meu lado.


– Quanto tempo ela ficou na água desacordada? - percebi que estavam falando comigo, mas da minha boca não saía som algum.


Quanto tempo....quanto tempo...”



–Cerca de dois minutos.- ouvi Emmet ao meu lado responder; havia até me esquecido que ele estava ali.



– Preparem a sala cinco para cirurgia...quadro derrame pleural. - o mais idoso dos enfermeiros, provavelmente o medico, disse.



– Quê? Cirurgia...- balbuciei enquanto tentava recuperar os pensamentos. Estava completamente desnorteado, tinha que saber qual a dimensão do problema dela. Havia sido um afogamento, mas ela estava bem, estava viva.



– Vamos rápido! O coração dela...



Um dos enfermeiros pulou sobre a maca fazendo agora compressões em seu peito.



O coração dela...o coração...parada cardíaca...”



Isabella estava tendo uma parada cardio respiratória.



–Senhores, precisam ficar aqui. - um deles nos proibiu de continuar seguindo a maca e meus olhos ainda estavam presos no rosto dela, implorando para que abrissem e eu pudesse me certificar que tudo ia ficar bem. Rudemente minhas mãos foram soltas da dela e a maca desapareceu por uma das portas. Acima dela uma placa escrita, Centro Cirúrgico.




– Como assim? - exclamei surpreso. Finalmente minha voz saira. – Eu não vou sair daqui! Preciso ficar com ela.




– Entenda senhor, aqui é uma sala de cirurgia. Podem contaminar os equipamentos que já estão esterilizados e isso poria em risco a vida da paciente. - explicou calmamente. - Vocês também precisam fazer alguns exames, tirar essas roupas molhadas e o senhor vestir uma camisa antes que peguem uma pneumonia. - notei então que estava mesmo sem camisa.


Respirei fundo tentando me controlar. Estava angustiado de todas as maneiras e formas possíveis. Passei as duas mãos em meu rosto esfregando como se conseguisse de algum modo sair desse pesadelo e voltar para minha cama onde algumas horas atrás Bella dormia tranquila e sem preocupações em meus braços.

– Peguem. - outra enfermeira veio em nossa direção. Estendia dois jalecos azuis claros, como de cirurgiões, para mim e Emmet.- Tem que vestir isso. Irei levá-los até a sala de triagem...


– Nós estamos bem, onde é a sala de espera? -Emmet falava mas meus olhos continuavam presos na porta a minha frente. Me sentia incapaz de pensar e apenas um medo esmagador que apertava meu peito cada vez mais, conforme os segundos se passavam.


Ele então tocou meu ombro usando um pouco mais de força, talvez suspeitando de minhas reais intenções em derrubar aquela porta e entrar no centro de cirurgia, me forçando a dar meia volta e caminhar para fora dali.

Caminhamos pelo corredor muito comprido e estreito em silencio e antes que chegássemos ao final, na outra porta, minhas pernas cederam e senti meu corpo escorregando pela parede. Sentei no chão. Emmet se abaixou ao meu lado e seu olhar era de culpa mas ele não tinha culpa de nada. A culpa era desse miserável e eu o faria pagar por isso.

O que estava acontecendo? Eu prometi que a protegeria. As lágrimas fugiram de meus olhos. O que podia fazer? Sabia do meu temperamento, amava de modo intenso e prometi a mim mesmo nunca mais agiria assim, até que ela apareceu, agora a desejava mais que tudo e ainda mais intensamente. Dessa vez era diferente, era um amor sem medida. Coloquei as mãos em meu rosto não com vergonha, mas em desespero. Bella não podia me deixar. Eu não consegui protegê-la, falhei...falhei de todas as formas com ela.

E então rezei, rezei numa prece muda quebrada apenas pelos passos apressados dos médicos e enfermeiros do local.


Não a tire de mim... por favor não a leve...eu não vou conseguir viver sem ela...”



Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx



Três horas....três malditas horas ali naquela sala de espera verde clara e fria.


– Você precisa se acalmar, Edward.- Atonny disse pela milionésima vez. Ele e Alice vieram logo assim que chegamos ao hospital. Alice que estava enlouquecendo igual a mim, havia saído a uns dez minutos para tentar conseguir de alguma forma, notícias sobre o estado de saúde de Bella já que eu falhara pela quarta vez.

Emmet já tinha entrado em contado com eles e com, segundo ele, pessoas de sua equipe de confiança que agora estavam espalhadas pelo interior e exterior do hospital.

– Eu juro Antonny, que se você não calar essa sua boca grande eu... - suspirei - Só vou conseguir me acalmar quando ver minha mulher bem, saindo por aquela maldita porta! - gritei recebendo olhares de “faça silencio, isso é um hospital!” Respirei profundamente uma vez. E depois outra. A culpa não era dele de eu estar assim. - Me desculpe.


– Está tudo bem. - disse me abraçando – Ela é forte e vai ficar bem, você vai ver.


Emmet se levantou, afastando-se de nós. Apertava a pequena escuta no ouvido. Nesse exato momento a porta que dava acesso ao corredor cirurgico se abriu e o médico saiu. Sua expressão era séria e fria e isso fez com que meu estômago afundasse.

Não conseguia me mexer então simplesmente permaneci ali em pé. Quieto. Estático. Esperando.

– Como ela está? - Antonny perguntou.


– A senhorita Isabella está bem.-soltei o ar que nem notei que prendia. Um alívio instantâneo me invadiu, como se uma tonelada tivesse sido tirada de minhas costas.



Isabella está bem....Isabella... bem...”




– O que aconteceu?




– Ela teve uma parada cardio respiratoria. Conseguimos reanimá-la e ela desenvolveu um quadro rápido de pneumonia. Isso mais o afogamento acabaram acarretando um derrame na pleura. Tivemos que agir rápido para que o quadro não evoluísse para uma infecção. Fizemos uma punção pleural e agora será tratada com antibióticos e muito repouso.



– Ela já foi levada para algum quarto?- Emmet perguntou e sua voz era urgente. Todo o lado profissional dele estava ali. E isso não era um bom sinal.


– Eu tenho que vê-la. - falei de repente quase atropelando o medico que me segurou.


– Ela está sedada, não será poss...



– É caso de policia!- Emmet puxou o distintivo estendendo a frente do rosto incrédulo do medico. - Em que quarto ela está?



– O que está acontecendo?- Antonny perguntou à Emmet, mas eu já sabia.



– Sam está aqui. Qual é a porra do quarto?- perguntou mais ríspido ao medico.



– Quarto 21, no andar acima.



– Preciso de dois homens no terceiro andar. Quarto 21. - disse na escuta presa ao ouvido.


Nós três corremos em direção as escadas. Emmet já segurava sua arma e mais um policial a paisana surgiu de uma das portas laterais.


– Ele não vai sair chefe, está tudo cercado. - avisou.



– Por que não o seguraram lá embaixo mesmo?- perguntei sério.



– Tentamos mas ele está cercado com seguranças que bloquearam nosso caminho.


–Não funciona assim. - disse Emmet -Ele é poderoso e não tenho ainda nenhum mandado contra ele. O que quer que tenha nesse cd é coisa das grandes para ele mesmo se arriscar e vir até aqui.

– Ele que vá pro inferno com esse cd, se ele se atrever....- não completei o que dizia.


Meu corpo todo já tremia de ante aviso, se ele ousasse chegar a um centímetro sequer perto de Isabella.



Chegamos ao andar e ...bingo. Emmet fez sinal com a cabeça apontando para um homem de terno e gravata cinza claro. Ele estava apoiado no balcão falando com uma das enfermeiras.



Aquele ser desprezível em nada era como imaginava. Beirava cerca de 45 anos e pelo modo em que estava debruçado sobre o balcão devia flertar com a mulher.


Emmet fez um gesto com a mão pedindo para que permanecêssemos ali. Guardou a arma no coldre e o policial o seguiu indo parar um pouco mais a frente. Tudo isso, vi pela minha visão periférica já que meus olhos estavam grudados no meu inimigo quase defunto. Assim que Emmet se aproximou, ele se virou e ver aquele sorrisinho na cara do infeliz acabou com todo meu autocontrole.


Pov Emmet



Sam com certeza estava dando uma de suas cantadas baratas para conseguir a informação do quarto de Bella. Já bem próximo ele sentiu minha presença, seu rosto continuou com o sorrisinho congelado que dava à mocinha da recepção mas os anos de experiência que tinha na polícia, pude ter o vislumbre do ódio borbulhante que sentiu ao me ver ali. Seu plano não daria certo.


– Olha quem está aqui! - exclamei com falsa surpresa.- Não imaginava vê-lo novamente e logo numa cidadezinha como Seatle.

– Também não esperava vê-lo, afinal sua jurisdição é Forks correto?- mesmo sorrindo toda a ironia e deboche estavam na sua voz. Seus olhos então desviaram para sobre meu ombro. - Seu novo leão de chácara?- apontou com o queixo.

–Não. Sou seu pior pesadelo. – nessa hora Edward passou por mim e sem avisar acertou um soco em cheio no rosto de Sam que caiu com o golpe.- Vou te ensinar que não se bate em mulher, muito menos na minha.

Sam estava caído no chão e Edward voou pra cima dele. Desferia golpes certeiros em Sam que já estava com o sangue brotando nas regiões dos olhos e boca. Sabia o quanto ele merecia isso e o quanto eu queria fazer isso, mas era melhor tirar Edward dali antes que tivesse que levá-lo preso pela morte do chefe de polícia.


Pov Edward



– Seu maldito filho da puta! - gritei pulando sobre ele, socando com gosto a cara do psicopata.


Não enxergava mais nada. Queria matá-lo com minhas próprias mãos.

Lentamente e dolorosamente.”

Desde que soube por tudo que Bella havia passado, guardei cada célula do meu corpo num ódio borbulhante para quando encontrasse aquele infeliz.

Pude sentir cada soco, cada murro que dava em seu rosto e costelas quando ele tentava se defender erguendo as mãos. Usava tanta força que certos pontos de minhas mãos começaram a doer, mas não me importei.


O rosto embaixo de mim estava banhado de sangue e aquilo tudo ainda era muito pouco pelo que ele havia feito Bella passar.


Senti muitos braços ao meu redor me puxando para longe enquanto eu fazia o possível para socar o maldito mais um pouco.


– Me solta! Caralho! - me debatia no mar de vozes e braços. - Me larguem!



– Você vai matá-lo assim!



– É o que eu quero!



– Calma ai porra!- Quer acabar sendo preso!



Estava um pouco ofegante, aturdido. Encarei o miserável sendo socorrido por alguns médicos. Seu terno cinza claro estava todo manchado do sangue que pingava sem parar de seu rosto.



– Deixe esse infeliz morrer!- gritei – Tudo isso é pouco pra ele! Me solta porra! - comecei a andar de um lado para o outro como um leão enjaulado, com quatro homens na frente bloqueando minha passagem.



– Você vai se arrepender por isso!- disse apontando o dedo em minha direção.



– O que você vai fazer? Seja homem e faça agora! Canalha! - gritava louco para matá-lo de uma vez, mas as merdas dos babacas não saiam da minha frente.



– Fique calmo! Isso não vai resolver, pelo contrário, só piora.



– Chefe, ela não está no quarto. - o policial que devia estar fazendo guarda disse.



– Do que você está falando?



– A senhorita...a senhorita Isabella...não tem ninguém no quarto.



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Notas finais do capítulo

Infelizmente os trabalhos e provas começaram e fico um pouco apertada para as postagens, peço desculpas enormes pelo atraso e claro, não posso deixar de agradecer a todas as lindíssimas reviews deixadas. Dou boas vindas as leitoras novas e peço que também comentem dizendo o que acharam. Passei correndo para postar pois sei que a demora é um horror kkkkkkk
perdoem os erros mas amnhã reviso e comento de novo. Um grande bjo em todas e inté.....