Spotlight escrita por Noise Kyouko


Capítulo 9
Todo Mundo Chora.


Notas iniciais do capítulo

Ayo pessoas!

Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que me desejaram melhoras da minha febre. Realmente, se tem uma coisa que eu não gosto é ficar doente. Beijos para as fofas Losferato, Jessica Rodrigues, JessyRodrigues e Vitoria Marques.
Então, finalmente, ai está o capítulo 9. Lucy perdoar Brianna?
Leia para saber...

Obs: Desculpe se tiver algum erro de digitação, eu revisei o capitulo, mas sempre deixo alguma coisa passar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/394362/chapter/9

A primeira reação de Lucy ao terminar de ler a SMS no celular da namorada foi de descrença. Não, aquilo só podia ter sido uma brincadeira de mau gosto, uma pegadinha. Era isso que ela pensava inicialmente.

Mas depois de alguns segundos ela abandonou essa ideia. As palavras estavam ali, claras. A situação toda estava tão explicita quanto poderia estar. Brianna a tinha traído.

Um milhão de coias começaram a passar pela mente de Lucy. Ela sentia raiva, mas, ao mesmo tempo, uma tristeza enorme. Queria que Brianna dissesse que foi tudo um engano, queria que ela lhe desse uma explicação que anulasse a terrível verdade.

– Lucie, estava pensando se não poderíamos ir ao Wotton's, sabe? Estou com um pouco de fome, ainda não tomei café da manhã...

Brianna tinha saído do banheiro já arrumada, e deu de cara com Lucy de costas, parecendo segurar algo na mão direita. Ela foi se virando para a morena lentamente, e quando as duas estavam cara a cara, deu um sorriso estranho:

– Brianna, coração. Notei que não perguntei se você chegou bem em sua casa, nem como foi sua noite de sono. Você pode me dizer como foi?

Brianna não era idiota. Ela notou que tinha algo de muito errado com a loira.

– Passei...bem, na medida do possível. Sabe que fico péssima quando brigamos.

–Uau. Incrível – Disse ela andando calmamente em direção a namorada, o celular escondido atrás das costas – Sua capacidade de dissimulação me impressiona. Não sente nem um pouco de remorso, querida? – Mostrou o celular com a mensagem para a outra.

A morena sentiu como se o chão tivesse sumido sob seus pés. Internamente se perguntava como Samantha tinha conseguido seu número. Ela só podia ter pegado ele enquanto Brianna dormia.

– Lucy, eu...eu posso explicar...

– Explicar?! EXPLICAR O QUE? – A loira jogou o aparelho contra a parede atrás das duas. Ele se espatifou em vários pedaços. Brianna tinha até fechado os olhos. Sabia que a garota não era violenta, mas essa Lucy a sua frente parecia outra pessoa – Acha que sou estúpida?!! Que vou acreditar em uma palavra que você disser? Achei que me conhecesse o suficiente para saber que não tem como me enrolar...principalmente você.

– Lucy... – lágrimas já começavam a rolar pela face de Brianna. Ela tentou tocar a garota, que a repeliu.

– Para com isso, não comece com o drama. Quem tem todos os motivos para chorar sou eu – Os olhos verdes de Lucy, normalmente claríssimos, estavam muito escuros e expressavam um ódio fora do comum – Diga-me, ela era mais bonita que eu? Pois saiba que se eu tivesse te traído, teria sido com uma garota tão bela quanto você, ou até mesmo mais.

– O...o que você está dizendo?

– Quer saber o que sempre achei de você meu amor? – A garota foi abrindo um sorriso doentio – Eu diria que se não tivéssemos Natalie no grupo, o posto de vadia estúpida seria seu. Quando eu te conheci lembro de ter pensado que eu não devia ficar amiga de alguém tão superficial, mas ai resolvi ignorar esse pensamento, porque você era bonita, e eu percebi que estava interessada em mim. 3 anos depois e essa impressão se tornou a verdade. Você não passa de uma carinha bonita, e agora vejo que até caráter te falta.

– Não diga coisas assim! Deixe-me explicar, por favor! – Brianna tentou novamente tocar na loira, que se afastou do toque com nojo estampado no rosto – Eu estava bêbada, a gente tinha brigado e estava tudo tão confuso...eu te amo, Lucy, mais do que a mim mesma, e nunca faria uma coisa dessas lúcida. Não significou nada para mim. Por favor, acredite em mim e me perdoe. Eu posso passar o resto da minha vida tentando me redimir...só diz que me perdoa...

Lucy deu um sorriso debochado, e depois voltou com a expressão sombria no rosto.

– Achei que me conhecesse o suficiente para saber que eu não perdoo.

Brianna não pode evitar se lembrar da mãe de Lucy nesse momento. A garota estava idêntica a Catherine Gylehart, nela não se via nada além de frieza. Era em vão, a morena sabia, nada no mundo faria Lucy perdoá-la. Doía mais que tudo saber disso.

Viu que a garota tirou o anel que usava no dedo anular, elas usavam dois idênticos como sinal de compromisso, e o jogou no chão. Depois, sem dizer nenhuma outra palavra, foi embora, deixando para trás não só o símbolo da união entre as duas, mas também uma Brianna repleta de remorso, tristeza e agonia.

♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Enquanto dirigia, sem nem saber para onde, a cabeça de Lucy estava abarrotada de pensamentos. Ela não sabia ao certo o que sentia, era tudo uma mistura se sentimentos: ódio, indignação, dor.

Ainda não conseguia acreditar que Brianna a tinha traído, era surreal demais.

Inevitavelmente, começou a relembrar quando as duas se conheceram. Tudo era tão lindo e mágico no começo. Por que tinha que terminar de um jeito desagradável?

3 anos atrás.

– Prestem muita atenção, crianças. Essa atividade deve ser feita em grupo, e quando digo grupo quero dizer com a participação de todos. Não quero saber de ninguém sendo deixado de lado ou fazendo tudo sozinho. A união deve ser sua maior força. Estamos entendidos?

– Sim!

– Certo, começarei a formar as equipes então...

Lucy bufou indignada. Para começar, nem queria estar nesse acampamento de vero idiota, sua mãe a tinha obrigado e seu pai, como sempre, não se opôs nem um minuto a ordem da esposa. Ela odiava atividade físicas, esportes ou qualquer coisa do gênero. Sem contar que ela estava sem sua melhor amiga Brianna, que tinha viajado para a Florida com os pais, e só tinha a Natalie como companhia.

– Espero que ele nos coloque juntas! – Disse a ruiva enlaçando seu braço no da loira, que revirou os olhos.

– Muito bem, Lucy Gylehart, equipe vermelha.

Ouviu Natalie dar um suspiro triste ao seu lado, ela tinha ficado na equipe azul. Ao olhar para o resto de sua equipe, a loira também não gostou do resultado. A maioria das garotas era composta por Kristy Sanders e suas amigas.

– Olá, Lucie...vejo que estamos na mesma equipe, não? Não é simplesmente fantástico...– A garota disse de forma sarcástica e riu, sendo acompanhada pelas suas amigas.

Lucy ainda até tentou falar com o instrutor para ver se ele poderia fazer uma troca, mas foi tudo em vão. As equipes estavam formadas e nenhuma alteração era permitida.

As equipes então se encaminharam para a floresta, onde seria realizada a prova que consistia basicamente em encontrar 7 pedras pintadas com as respectivas cores dos times e levá-las até o ponto de encontro. No meio do percurso, enquanto Lucy fez uma pausa para encher a garrafa num riacho próximo, ela notou que o grupo tinha partido sem ela.

“Vagabundas” pensou irritada.Essa era uma das palavras que sua mãe tinha dito para não usar, mas ela não estava aqui nesse momento e não tinha dito em voz alta.

Enquanto amaldiçoava mentalmente sua equipe, ela não percebeu alguém parada olhando-a:

– Com licença, er...Lucy Gylehart, não?

Quem falava era uma garota. Ela parecia ter a mesma idade de Lucy, 14 anos, e tinha os cabelos castanho claros, olhos da mesma cor e uma pele bem clara. Era muito linda e a loira notou que era de seu grupo, devido a bandana vermelha na cabeça.

– As estúpidas te mandaram aqui?

– O que? Ah, Kristy e seu grupo? Não, elas não mandaram, vim por conta própria. Achei injusto elas terem deixado você para trás, afinal fazemos parte da mesma equipe...sou Brianna Coxx, muito prazer. – Disse estendendo a mão e dando um sorriso.

– O meu nome você já sabe, então não preciso falar. É um prazer também.

– Então, acho melhor tentarmos alcançar o grupo. Ainda temos que terminar a atividade, não é?

– Sim, apesar de eu não ter a mínima vontade de ver a cara de idiota da Kristy novamente...

– Nossa, vocês não se gostam mesmo...– Disse a morena enquanto elas começavam a caminhar.

– É algo natural...

– Natural?

– É, ela é líder de torcida e eu a garota mais popular da escola, essa rivalidade é normal. Você não estudo no Hainefield High, não? Se estudasse saberia disso.

– Oh, não, não estudo mesmo. Quer dizer, não estudo ainda. Vou começar em breve, minha família veio de Bell Air há pouco mais de um mês.

– Que legal, uma novata...

E assim as duas passaram o dia inteiro praticamente juntas. Lucy tinha se encantado por Brianna, e o sentimento parecia ser recíproco. De noite, enquanto todos estavam perto da fogueira, a morena veio se sentar do lado de Lucy.

– Cade aquela sua amiga ruiva?

– Natalie? Está na enfermaria com dor de barriga. Provavelmente comeu algo que não fez bem...

– Hm, coitada – Disse e depois virou o rosto para o outro lado, logo depois abaixando a cabeça. Lucy, olhou na direção em que a garota olhava antes e viu Jake Dalewood encarando onde elas estavam.

– Problemas com a versão feminina e bem menos charmosa do Troy Bolton?

– Sim, ela é minha vizinha, sabe? Foi um das primeiras pessoas que conheci. No inicio ficamos meio que amigas, mas um tempo depois ela confessou gostar de mim. Eu disse não para ela, e desde então eu me afastei dela e ela fica me encarando. É desconfortável.

– Nossa, que situação hein...

– É...Ei, sua amiga está na enfermaria, e provavelmente passara a noite lá. Posso dormir no seu quarto? Jake e eu estamos no mesmo dormitório, eu não queria ir para lá.

– Mas é claro que pode...

– Obrigada...

E foi assim que as duas se conheceram. O primeiro beijo viria pouco tempo depois, debaixo de uma árvore na casa de Brianna. Foi uma coisa meio inesperada para ambas as partes, pois até onde sabiam as duas eram héteros.

Não demorou muito e logo estavam namorando.

Lucy fechou os olhos com as lembranças. No começo tudo parecia tão perfeito entre elas. As conversas por telefone, as cartas apaixonadas que trocaram, os beijos afobados que davam escondido. Agora tudo que restava era a decepção e a tristeza.

Parou o carro e desceu. Estava em um parque muito bonito, nunca estivera ali antes. Sentou-se em um dos bancos.

Talvez por demasiada autoconfiança ou por pura ingenuidade, nunca antes havia imaginado a possibilidade de ser traída. Em sua mente, essa ideia era absurda. Mas a vida, ela já devia saber, gosta de nos fazer as mais terríveis surpresas. E agora ela estava ali, sentada em um banco de praça qualquer, o coração esmigalhado e o orgulho ferido mortalmente. Escutou o celular tocar na bolsa, mas resolveu ignorar. Quem quer que fosse, ela não estava com a mínima vontade de conversar, agora a melhor companhia era o silencio.

Olhou para sua frente e viu um casal se abraçando. Estavam visivelmente felizes. Mas até quando duraria essa felicidade? Até começarem as brigas? Até um começar a ignorar o outro? Até alguém trair a confiança, o carinho e o amor depositado na relação?

Ficou um bom tempo naquele lugar. Quanto, exatamente, ela não sabia dizer. Estava um lindo dia ensolarado em Hainefield, mas para Lucy era como se centenas de nuvens negras cobrissem os céus.

♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Assim que Lucy pôs os pés em seu quarto, a primeira coisa que viu foi Hanna sentada em sua cama. Ela tinha o celular em mãos e sua cara era de impaciência. Assim que viu a loira entrar ela foi logo disparando perguntas:

– Onde diabos estava? Estou desde as 9hs tentando falar com você! Liguei para a Brianna e ela pareceu bem abalada ao telefone, até achei que tivesse acontecido uma tragédia.

– Ela não te disse nada?

– Não, só disse que tinha feito algo horrível e que você nunca iria a perdoar...– Hanna disse colocando a franja atrás da orelha, sua feição era de preocupação agora – O que houve Lucy, vocês brigaram?

– Sim, e foi porque ela me traiu com uma vaca qualquer...

Lucy tinha dito aquilo com tanta tranquilidade que Hanna até tinha se assustado. Uma traição? Nunca em um milhão de anos esperava que isso fosse acontecer entre elas, e se fosse para apostar em alguém com mais probabilidade de trair, seria Lucy.

– Como assim te traiu? Espera, senta aqui e me conta tudo...– Disse puxando a loira pelo pulsa e a fazendo sentar na cama.

– Ontem a noite depois do baile do Haine Day ela disse que dormiria aqui comigo, eu concordei e tudo estava bem até ela começar com um assunto chato e nos brigarmos. Ela saiu furiosa e na manhã seguinte, fui pedir desculpas pelo meu comportamento. Ela aceitou e então ouvi seu celular apitar, o peguei e vi uma mensagem de uma tal de “ruiva”. Elas tinham passado a noite juntas.

A negra não sabia o que dizer. Era muita informação para sua cabeça. Num espaço de poucas horas sua melhor amiga e a namorada tinha brigado, a outra a tinha traído e a loira descoberto. Olhou para o rosto de Lucy, ele estava sereno demais, mas ela sabia que a suposta calma era falsa. Por dentro ela devia estar transtornada, e essa quietude só servia para mostrar o quão afetada ela estava. Sinceramente Hanna tinha medo quando a amiga se mantinha impassível quando devia explodir, isso significava que ela chegara a um limite máximo, que seria capaz de fazer uma loucura.

– Lucie, olha para mim...– Disse pegando o queixo de amiga e virando o rosto em sua direção – Quero que se acalme está bem? Deita aqui na cama, vou pedir a Hilde para fazer aquele suco de maça que você ama.

– Eu estou calma. Está me ouvindo gritar, eu pareço descontrolada?

– Te conheço desde os meus cinco anos de idade. Sei que por dentro você está péssima. Olha, eu sei que agora toda essa situação parece o fim do mundo. Mas não é. Seja lá a vingança que você estiver maquinado ai, desista. Nada que fizer vai apagar o que aconteceu. O melhor por hora e descansar, tentar arejar um pouco a cabeça. Tente esquecer toda essa situação por um momento.

– Eu...

E então lágrimas começaram a cair dos olhos da loira. Ela apoiou a cabeça no ombro de Hanna e começou a chorar copiosamente. A outra apenas a abraçou, e sussurrou palavras de conforto. Aquela era uma das mais raras facetas de Lucy, o seu lado excessivamente frágil e pouco conhecido. Não a Queen Bee inatingível, não a garota perfeita e sem problemas, mas a menina comum, que como todo mundo, também chorava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ele está morto, Jim.
RIP Luanna.

Alguém ai achou mesmo que Lucy perdoaria uma traição? Pfvr, é de Lucy Gylehart que estamos falando...
Como eu já devo ter dito anteriormente, o arco 1 da fic está chegando ao fim, só mais o capítulo 10 e a primeira parte esta oficialmente encerrada. A partir do 11, uma nova fase da fic se iniciara, essa primeira parte foi mais para introduzir Lucy e as pessoas ao redor dela. Também foi para conhecer um pouco de Aileen, que no futuro ira ganhar cada vez mais destaque.
É isso aí, até o próximo, que se chamara BBF Best Beard Forever.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Spotlight" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.