A Bela e o Caçador escrita por Machene


Capítulo 10
Destino




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/394143/chapter/10

Cap. 10

Destino

– DESAPARECEU? Como assim “desapareceu”? Isso é um absurdo!

– Kelly, por favor, não grite! Nós estamos no meio de um aeroporto!

– Se você soubesse o motivo de eu estar gritando Gene, não estaria me dizendo isso!

– Mas o que aconteceu? O que a Liana está dizendo?

– Deixe-me terminar de falar com ela. – a garota pausa e fica escutando a voz na outra linha até desligar o celular e suspirar nervosa – Katrina desapareceu.

– O QUÊ? COMO ASSIM? – a amiga tapa a boca da menor.

– Agora entendeu por que estava gritando? – ela a solta devagar – Liana me disse que mais ou menos meia hora depois de sairmos do condomínio para reservar nossas passagens de avião, e se possível levar a Katrina de volta pra casa conosco, Leório e Senritsu apareceram ofegantes bem na porta, dizendo que ela tinha sido sequestrada pelo Okamoto.

– Essa não! Kelly, ele se aproveitou da nossa ausência! A Katrina estava sozinha com...

– Pois é. Viu no que deu aquele plano idiota de vocês? Deixaram os dois juntos pra fazerem as pazes e ele nem conseguiu defendê-la! – Gene franze o cenho.

– Mas o Korapaika deve ter lutado. Ele não ia entrega-la de bandeja!

– A Liana falou que Okamoto deu a ele a localização de um possível sobrevivente da tribo.

– Da tribo Kuruta? Não pode ser...! Não acredito! Korapaika nunca trocaria a Katrina pelas informações de um assassino, principalmente com a chance de serem falsas!

– Mas Senritsu também disse para ela que Korapaika ficou paralisado pelo som da flauta do Okamoto. – a pequena sorri confiante e Kelly suspira – Já entendi, ele não é mau. Mesmo assim...

– O que nós vamos fazer agora? Os Karita vão enlouquecer quando souberem o que houve!

– É, contudo, eles vão precisar saber. Talvez fiquem mais calmos quando nós dissermos que vamos atrás da Katrina. – Gene sorri, mas logo o sorriso murcha – O que foi?

– Kelly, nem eu ou você fomos pra nenhum lugar sem a Liana. Nossos pais nos matariam!

– Os meus provavelmente sim. – ela ri com desdém – Mas pense bem Gene: você conseguirá voltar pra casa sabendo que a Katrina foi sequestrada e ficar dias sem ter uma notícia dela?

– Não. Mas como nós vamos fazer para sair procurando por ela? Não sabemos onde ela pode estar, nem mesmo temos certeza se Liana nos ajudaria. Ela é casada com o Leório agora, lembra?

– Ele provavelmente vai caçar esse tal último sobrevivente do clã Kuruta. Talvez Gon vá.

– E Killua?! – a garota torce o nariz – Admita: você gosta dele.

– Admita: você é louca! – as duas riem – Não podemos contar com a ajuda deles. Mas e se o Senritsu nos ajudasse? Enquanto Korapaika vai viajar até a cidade de Shanhashidi, procurar esse sobrevivente da tribo, a gente leva o Senritsu com a gente e pedimos para ajudar a achar a Katri. É eficiente ter um guarda-costas, e ele trabalha com o senhor Nostrad.

– E de que forma ele poderia nos ajudar? Senritsu escuta batimentos cardíacos, não fareja o caminho como um cachorro. Além disso, uma hora ou outra ele vai voltar para York Shin.

– É apenas pra dar uma luz. Podemos pedir a Senritsu que nos ajude a interrogar membros do condomínio. Nem todos os Caçadores devem ter ido embora ainda. Voltamos rápido e vemos se algum deles viu algo suspeito. Não é possível Okamoto ter passado despercebido por conhecedores de Nen, a menos que eles sejam muito imbecis! E eu não descarto essa possibilidade, entretanto, a esperança é a última a morrer, certo?! – Gene suspira e acena em acordo.

– Depois qual o próximo passo? Liana agora tá grávida. Se ela não puder mesmo nos ajudar, a gente vai pedir pro Senritsu monitorar os batimentos cardíacos dos Caçadores e aí?

– Aí... Eu não faço a menor ideia. – as duas suspiram – Depende das informações.

– Então vamos logo antes que todo mundo resolva ir embora sabendo que Katrina não é um partido disponível. – elas começam a correr aeroporto afora e pegam um táxi – Mas Kelly, mesmo sendo uma notícia importante, que pode até ser real, o Korapaika não iria abandonar a Katri, iria?

– Eu não sei de mais nada Gene. Eles estavam mentindo pra gente todo o tempo.

– O Gon não mentiu pra mim. Ele sempre me contou sobre seu passado e o dos amigos.

– Ele falou qual a verdadeira razão dele e dos outros estarem lá?

– Bom... – a garota abaixa o olhar – Não. Mas isso não quer dizer que eles são maus!

– Claro. Espero realmente que a sua segurança julgando as pessoas dê certo agora.

Quando as mocinhas chegam ao condomínio Beija-flor, saem correndo pelas calçadas e riem contentes ao ver Hanzo, Tompa e Anita, além do corpo de ex-examinadores. Killua e Gon estão à beira de uma crise nervosa e Leório parece estar tentando abrir um buraco no chão. Nem sinal dos serviçais de Neon, fazendo acompanhamento da riquinha histérica questionando o sumiço da sua nova melhor amiga, ou do próprio Caçador loiro. Liana se levanta do sofá ao vê-las na porta.

– Graças a Deus vocês voltaram! – os que estão na sala se voltam às duas.

– É claro que voltaríamos! Nunca ignoraríamos o sumiço da Katrina.

– Pois é. – Kelly passa para a cozinha e vasculha o ambiente – Cadê o Senritsu?

– Lá em cima com o Korapaika. – Leório responde – Ele está trancando no quarto desde que a gente voltou e não abre pra nada. – a garota olha para baixo, pensando, e vai subindo a escada.

– Espere aí, aonde você vai? – Killua puxa seu pulso – Não vai gritar com o Korapaika!

– E quem disse que eu ia? – ela puxa o braço – Acredita mesmo que eu sou tão sem coração a ponto de gritar com alguém que tentou defender uma amiga minha?

– Mas você não estava desconfiada dele e de mim? Onde foi parar aquele discurso todo?

– Mudei de ideia, mas não totalmente. Vou colocar os dois em período de experiência.

– E eu? – Gon aponta para si e ela sorri amavelmente.

– De você eu gosto. – e deixando um Killua pasmo para trás, ela continua subindo degraus – Oh Gene, vem aqui comigo. Quero sua ajuda. – a garota corre para acompanha-la e quando elas chegam ao andar de cima veem Senritsu preocupado, batendo na porta.

– Korapaika, por favor, abra. Nós vamos dar um jeito de resgatá-la.

– Senritsu. – Kelly sussurra e chama com a mão para ele se aproximar – Deixe a gente falar com ele. Desce que depois nós queremos conversar com você, na cozinha. – o homem concorda e a pequena dá passagem para ele descer – Eu bato e você fala.

– E qual é o propósito de você vir comigo se eu vou conversar?

– Eu entro contigo, mas se ele ouvir minha voz é provável que...

– Já entendi. Deixe, eu bato. – ela respira profundamente e juntas os dedos, batendo devagar duas vezes na porta – Korapaika. Você pode abrir? É a Gene.

– Eu não posso falar com ninguém agora. – ele responde com uma voz abafada.

– Eu entendo, mas... – ela olha para Kelly buscando ajuda e a garota faz um sinal para falar – É que... Esse é o quarto da Katrina, então... Eu queria recolher as coisas dela.

– Essa desculpa vai colar? – alguns segundos depois, as duas escutam sons de passos e o da porta sendo destravada, e então Gene, convencida, sorri e a amiga suspira – Tá bom, eu entendi, o seu poder de persuasão é demais. – a mais nova ri e abre a porta devagar, encontrando o loiro de cabeça baixa e segurando as pernas sobre a cama da bela – Korapaika?

– Eu ouvi a sua voz junto com a da Gene. – a Nikoro pigarreia envergonhada e a Dilatam é a primeira a se aproximar dele, sentando a sua frente com um olhar triste.

– Korapaika, todo mundo está triste pelo que aconteceu com a Katrina, mas... Você não deve ficar recluso agora. É neste momento que a gente precisa se reunir e ver uma solução.

– E qual solução haveria? – ele questiona deprimido sem olha-las – Ela foi levada na minha frente e eu nem pude fazer nada. Katrina sumiu e não há uma pista para resgatá-la.

– Tem certeza? O que Okamoto disse a você quando apareceu?

– Ele me disse para entrega-la em troca da informação de onde estaria o último sobrevivente do clã Kuruta além de mim. Fiquei tão surpreso com essa notícia que simplesmente não reagi.

– O Okamoto usou a flauta dele e jogou seu Nen em você! Não foi sua culpa!

– Foi sim. Eu podia ter atacado antes e não fiz. Katrina nunca irá me perdoar.

– Katrina nunca te culparia por isso! Ela te ama! – o loiro arregala os olhos surpreso.

– Pra mim já chega! Escuta aqui! – Kelly agarra a camisa do rapaz e força-o a encará-la – A Katrina nunca conheceu outra vida a não ser a que tinha na Ilha Rosa Cercante. Por infelicidade, ela foi obrigada a sair e ser enclausurada neste lugar sozinha, cercada de mentirosos atrás do seu poder, e mesmo que sempre sorrisse e dissesse “está tudo bem” quando nós vínhamos visita-la, a gente sabia como realmente se sentia. Isso mudou a partir do momento em que ela te conheceu. O sorriso dela voltou com força total. – a Nikoro solta o rapaz e se ajoelha no chão, respirando fundo para não chorar e sendo acalentada pela mão de Gene em seu ombro – Eu nunca tinha visto ela do jeito que ficava falando de você. – ela o encara com lágrimas nos olhos e uma expressão aborrecida – Sabe o que a Katrina disse quando nós chegamos aqui no primeiro dia e fomos falar com ela? O seu rosto parecia iluminado e ela estava escovando o cabelo. Aí quando perguntamos sobre você a Katri riu e disse “eu acho que finalmente terei uma companhia agradável”. – Korapaika senta na cama, ainda aturdido pelas informações – Ela não estava falando mal do senhor Netero e daqueles seus supostos amigos, especialmente porque nem fazia ideia de quem realmente eram. Katrina só parecia mais feliz com a sua presença do que com a nossa. – ela olha de canto o porta-retrato onde está uma foto sua com a loira sobre a mesa, perto do gabinete.

– Ah Kelly, não é verdade! Katrina só não estava acostumada a morar com um homem.

– Que seja. Ela gosta de nós de jeitos diferentes. Korapaika... – a garota suspira e se levanta – Não interessa o motivo pelo qual você chegou até nós. Agora eu te peço que, por favor, reveja os seus objetivos e nos ajude a salvar a Katrina. Ela espera por você. – o loiro permanece mudo, mas logo seus olhos ardem e ele é obrigado a concordar com as palavras de Kelly – É seu destino.

– Tem razão. Desculpem por eu ficar me lamentando. Isso é patético. Ainda que eu possa ter acelerado o processo da captura, Katrina nunca me culparia porque ela é boa demais. Eu a amo de uma forma quase inexplicável. – os três sorriem – Ela conseguiu recuperar meu sorriso, tirando o que há de bom dentro de mim e me dando de volta uma felicidade que eu achei a muito perdida. O que eu mais quero é ficar ao lado dela, então vocês não precisam me pedir para ajudar a encontra-la. Eu farei isso por necessidade, porque eu preciso dela.

– Ótimo! – Gene bate as mãos – Kelly e eu traçamos um plano. Você pode ir com Leório até a cidade onde, supostamente, está o último membro do seu clã. Vai precisar do Senritsu?

– Bem, não. Ele devia voltar para junto do senhor Nostrad, agora que Neon se foi.

– Ela voltou para casa? – a Nikoro ri – Tá explicado porque o condomínio parece silencioso.

– Bem, se você não vai precisar do Senritsu, nós queremos a ajuda dele. Talvez um Caçador desses aí fora tenha visto Okamoto ou ouvido alguma coisa suspeita. Queremos testar para saber se eles estarão mentindo ou não. A Katrina sabia dizer muito bem, mas sem ela só resta Senritsu.

– Se ele concordar em ajudar, eu não vejo problema. Mas e depois? É verdade que eu quero muito verificar o paradeiro desse sobrevivente da tribo Kuruta, ao menos saber se é real ou apenas um boato a história, contudo, Okamoto também me disse que para resgatar a Katrina eu devo me arriscar indo atrás do quarto membro do Genei Ryodan. O estranho é que ele disse “Omokage”, e que eu saiba o quarto membro da aranha é Hisoka, a quem todos chamam de “mágico”. Ele passa seu tempo procurando adversários fortes, então entrou na trupe para enfrentar o líder, Kuroro. O senhor Netero o aprovou no Exame de Caçador, mas eu acho que ele já era membro da aranha.

– Chocante. Leório nos contou que Gon chegou a persegui-lo durante o teste.

– É tão emocionante! – Gene comemora – Isso quer dizer que vamos precisar enfrenta-lo?

– Não acho que Okamoto estivesse se referindo a Hisoka. Talvez houvesse de fato um quarto outro membro do Genei Ryodan antes dele, mas isso eu só poderei descobrir indo à Shanhashidi.

– Pode ir despreocupado. – Kelly sorri – Nós vamos tentar descobrir alguma pista da Katri. Se não acharmos nada aqui, vamos vasculhar as cidades mais próximas.

– Eu lamento por não poder ir com vocês, mas eu... – Gene vira de costas e ri, empurrando a amiga para a porta e acenando ao rapaz.

– Precisa procurar os olhos do seu povo. Nós sabemos. Em nenhum momento pensamos em te pedir para desistir da sua meta. Katrina também aceitava seu desejo. Entendemos que Leório e Liana precisam voltar pra casa, especialmente ela estando grávida agora, e os meninos possuem o seu próprio objetivo. Cada um seguirá um caminho diferente, mas logo nos encontraremos outras vezes. – ela sorri e fecha a porta devagar – Portanto, se recupere até esse dia chegar. Tchau.

Em saltos grandes e passos rápidos, as duas descem a escada e passam voando pelas pessoas na sala sem dar explicações, se dirigindo à cozinha. Senritsu está sentando em uma cadeira quase sofrendo um ataque cardíaco de ansiedade e preocupação. Quando as vê cercarem-no, recuperado o susto ele sorri aliviado e olha desconfiado para os sorrisos maliciosos em seus rostos.

– Senritsu, deu tudo certo. Tiramos o Korapaika da fossa e agora precisamos da sua ajuda.

– Pois não. Em que posso ser útil? – Gene se coloca na frente dele.

– Precisamos que escute os batimentos cardíacos dos Caçadores que ainda estão aqui quando fizermos algumas perguntas a eles. Pode ser que alguém tenha visto Okamoto e pra onde ele pode ter levado a Katrina, então é importante checar isso antes de irmos embora. Achando ou não uma pista, a gente planeja procura-la, mas vai ser mais fácil se nos ajudar.

– Com certeza, eu ajudarei com o maior prazer. A senhorita Katrina é uma ótima moça e eu me tornei um bom amigo dela. Ficaria péssimo se não colaborasse com a busca.

– Excelente. Ao que parece, a maioria dos Caçadores foi embora, mas restam Hanzo, Tompa e... – Kelly treme – Anita. Ai, eu não suporto mesmo aquela garota! É mais chata que Neon!

– Por que você faz tanto drama com ela? A Anita não parece má pessoa.

– Não sei. Acho que seu passado a condena. E ela também não vai muito com a minha cara.

– É porque você é uma rabugenta. – a Dilatam e Senritsu riem e os três se vão para a sala – A gente vai sair pra conversar com os Caçadores que ainda não foram embora do condomínio, pra uma interrogação. Korapaika deve tá descendo. Antes de irem embora, podem nos esperar voltar?

– Precisamos falar com vocês sobre o que decidimos fazer. E antes que a tia Lili reclame, não vamos mudar de ideia. – Liana abre a boca para responder, mas elas puxam o homenzinho e saem.

Em pouco tempo elas estão batendo de porta em porta atrás de informações. Hanzo e Tompa são os últimos a serem interrogados, mas eles dizem não terem visto nada de estranho e Senritsu permanece com a mesma confirmação anterior de todas as outras. Kelly suspira derrotada, porém, por sorte, Gene vê Anita no portão de entrada do condomínio, pedindo passagem ao porteiro. Ela arrasta os amigos até a garota bem quando Korapaika e os demais estão chegando com suas malas.

– ANITA! – o grito da menina chama a atenção da moça e ela se vira, balançando a mochila por cima do ombro – Espera um instante! Precisamos da sua ajuda!

– Minha ajuda? E pra quê? Eu espero que seja urgente, porque estou esperando um ônibus.

– É urgente sim. Você por acaso viu um homem estranho no condomínio? – neste momento, o grupo de Liana se aproxima deles – Talvez um homem alto mal encarado, com cabelos longos.

– Existem muitos desses por aqui. – ela ri – Se bem que... Acho que eu vi alguém com essas mesmas descrições passando por aqui hoje de manhã. Ele tinha cabelos prateados.

– É ELE! – Kelly e Gene gritam ao mesmo tempo, assustando a moça um pouco.

– É? Bem, não sei quem era, mas eu o vi quando estava arrumando minhas malas. O senhor Netero nos mandou embora, dizendo que a Rua das Rosas seria interditada. É verdade que aquela loirinha foi sequestrada? Eu soube que ela tinha um grande poder Nen, então pensei em pedir pra me treinar. Talvez assim eu possa fazer o Exame de Caçador ano que vem.

– Bom, é sim, ela sumiu. – Kelly suspira – Diz para onde foi o cara estranho que você viu!

– Tudo bem. – Anita faz uma careta – Acalme-se! Eu o vi saindo da floresta, passando pela avenida principal. Deve ter ido em direção à estrada que vai para o norte, não tenho certeza.

– Mas já é uma pista. Obrigada Anita! – Gene a abraça.

– Ok, mas não se esqueçam de me avisar se encontrarem a garota. Quero muito umas aulas.

– Mesmo recebendo aulas do melhor professor de Nen do mundo você reprovaria de novo.

– Ah, se não é o assassino da família Zaoldyeck. Acho que me lembro de ter visto você aqui.

– Vocês se conheciam? – Kelly contorce o semblante – Como?

– Ela participou do mesmo teste que a gente, tá surda?

– Killua! – Gon o repreende, olha para frente e sorri – Como vai senhorita Anita?

– Ah, oi Gon. Você eu posso dizer que é bom rever, ao contrário desse aí.

– Não me interessa que goste de mim, perdedora. – ele dá de ombros.

– Killua, isso não é hora pra arranjar briga! – Leório arruma os óculos.

– Obrigada pela sua ajuda senhorita Anita. – Liana dá alguns passos e sorri – Deixe comigo que quando encontrarmos Katrina eu farei questão de informa-la das lembranças que seus amigos mandaram, mas não creio que ela possa ajudar quanto ao seu desejo de aprender Nen. Katrina, de fato, sabe sobre Nen, mas não tem poder algum. Deve ter ouvido algum boato exagerado.

– É mesmo? Que chato! E pensar que todos vieram aqui para nada... Bem, então eu já vou. – um ônibus para na entrada e os portões se abrem – Até mais. – eles acenam de volta e ela se vai.

– E agora? – Killua coça o nariz – Vocês disseram que queriam falar com a gente.

– Bom... – Gene suspira – Nós não vamos voltar para casa. Queremos procurar a Katrina.

– Como é? – as pupilas de Liana se dilatam – Que besteira é essa? Vocês são duas crianças! Não podem sair por aí atrás de um grupo de assassinos; pior: dois grupos! Não permito!

– Eu disse que ela ia pirar. – a Nikoro cruza os braços – Olha Li, nós não vamos abandonar a Katri! Queremos ajudar a resgatá-la, e temos a mesma idade do Gon e do Killua. Por que eles se aventuram por aí e nós não podemos? – a enfermeira abre a boca para responder e não consegue.

– Mas o que sua família vai dizer quando souber que vocês fugiram?

– Ah Gon, não é bem uma fuga. – Gene tenta argumentar e Kelly sorri maliciosamente.

– Não, é sim. Pelo menos pra mim, e dessa vez é uma fuga que pode dar certo.

– Se sair de casa sem permissão dos seus pais só será pior quando te acharem. – avisa Killua.

– Diz isso por experiência própria? Por acaso pediu permissão aos seus pais quando fugiu?

– Não, mas isso não vem ao caso. Depois eu fui obrigado a voltar, esqueceu?

– Não importa. O plano é o seguinte: Gene e eu vamos vasculhar as cidades mais próximas atrás da Katrina. Liana está esperando um bebê, portanto não pode correr riscos e vai para casa.

– Olá, a veterana aqui sou eu! É responsabilidade minha tomar conta de vocês, não o oposto!

– Desculpa Li, mas nós já nos decidimos. – Gene a enfrenta e a mais velha suspira.

– Deixe-as irem Liana. – Gon sorri e todos o encaram – Elas precisam de experiência, e que melhor jeito do que viajando pelo mundo? Além disso, vai ser mais fácil assim para encontrarmos o que estamos procurando. Korapaika quer recuperar os olhos vermelhos do seu povo, eu pretendo encontrar o meu pai e agora nós também precisamos encontrar a Katrina. Se nos separarmos, vai ser mais simples desse modo. – Killua faz uma careta.

– Sabe Gon, não é como se elas quisessem nos ajudar com os nossos problemas.

– Ele tem razão. – Kelly vira o rosto, colocando uma mão na cintura – Embora vocês até nos tenham trazido muita dor de cabeça, se nos separarmos vamos achar o que procuramos bem mais rápido. Não custa nada caçar pistas dos olhos vermelhos ou do pai do Gon no caminho até Katri.

– Não é?! – eles sorriem e o pequeno assassino contorce o rosto.

– Então está bem. – a enfermeira suspira – Vamos trocar telefones e então vamos embora.

...

Enquanto isso, em um depósito cheio de caixas velhas no centro de uma cidade popular está o grupo de assassinos Sedie Havre. Os escorpiões comemoram o sucesso de sua caçada com ajuda dos membros da aranha, o Genei Ryodan. A fábrica de tecidos abandonada os permite uma visão quadro a quadro dos acontecimentos, mas a entrada é de difícil acesso, uma vez que está cercada por uma grade de ferro envolta por um arame em espiral. O líder entra por uma porta e a fecha.

– Então, cá estamos minha linda borboleta. – ele sorri à donzela assustada sentada na cama, apertando suas pernas, e se aproxima devagar – Afinal, sós. Agora, conte-me a história de seu clã.

– Embora eu fale tudo que sei vocês jamais terão o que desejam. – Okamoto franze o cenho.

– Sabe, na verdade sou um homem culto. Não seria bom se eu fosse até sua tribo para saber por conta própria sobre a cultura dos Karita, não é?! – ela comprime os lábios.

– Está bem. Eu digo. Mas graças a você, a visão de minha vida está distorcida. – suspira – E imaginar que... No passado, aquela bela ilha com oitenta residentes era todo meu mundo.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A partir deste capítulo é recomendável assistir ao filme Phantom Rouge e ao Arco de Greed Island da série, que deve ser vista a partir do Remake do anime (inicia no episódio 60) por ser mais fiel ao mangá. Do próximo capítulo em diante começa a saga de Gene e Kelly, paralelamente as aventuras de Gon e Killua, então ela se dará após os acontecimentos dessa fase.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Bela e o Caçador" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.