Após conversarem na Sala Precisa sobre a decisão de dar um sumiço em Marie, com intuito de distrair Voldemort. Marie sentiu fome, e estava chegando a hora do almoço. Ela estava com Grace e Draco. Sentaram-se na mesa e Marie estava folheando o "Profeta Diário".

_Essa Rita Skeeter fica procurando coisas aonde não deve._falou Grace que estava ao lado de Marie, e olhava a mesma página que a amiga lia. Estava escrito "Dumbledore disse que vai abandonar Hogwarts".

_Devia abandonar logo._falou Draco sem pensar, sendo fuzilado pelo olhar marcante da namorada. Ele logo se esquivou.

_Ah, claro e agora você pode deduzir o que Hogwarts vai virar, se isso acontecer._falou a ruiva lançando ao loiro um olhar irônico combinando com o tom de voz. Draco murmurou algo, como sempre, detestava ser corrigido por alguém, queria manter-se sendo o Malfoy dominador e conquistador. Marie comia seu almoço em silêncio. Grace logo serviu-se também.

Após o almoço, Marie subiu para seu dormitório, iria pegar alguns livros para devolver á biblioteca, quando viu sua coruja Bernie, pousar ali com uma carta no bico. A ruiva olhou, e pegou a carta fazendo um breve cafuné em sua coruja. Abriu o envelope, na qual não viu nenhum remetente, estranhou bastante pois se fosse seus pais sempre assinariam. Quando abriu, viu a marca negra logo no inicio da carta. Respirou pesadamente. Na carta dizia:

"Marie Lewis,

Venho em nome do poderoso Lorde das Trevas, dizer-lhe que você terá um tempo, mas este tempo será muito curto, para você decidir o que fazer. Decidir se irá se juntar á nós sendo nossa espiã em Hogwarts, ou não. Mas já sabe as consequências, ou vem para o nosso lado, ou morrerá. Este tempo que Lorde Voldemort lhe concede será de dois dias no máximo. E na hora da decisão, que será neste mesmo dia ás oito horas da noite, nós comensais, vamos aparatar juntamente com o Lorde das Trevas na Floresta Negra, aí mesmo em Hogwarts. Pense bem nisso, e estaremos esperando sua resposta no dia, hora e local combinados.

Bellatrix Lestrange."

Marie ficou pensativa após ler a carta, sentou-se na cama, com os olhos fixos em algum ponto distante (do universo paralelo -n) e dobrou a carta, se mexeu e enfiou a carta na sua mala de roupas o mais fundo possível. Pensava consigo mesma, e acabou pensando um pouquinho alto.

_Se eu tenho mais dois dias... posso pensar em um plano rapidamente... preciso ganhar tempo.._ela sussurrava consigo mesma, quando se assustou com a chegada repentina de uma sonseriana que entrou no dormitório.

_Marie, tem um jogo de quadribol agora. Vamos lá ver._disse Grace sorrindo para a ruiva.

_Mas assim, sem avisar a ninguém?_indagou Marie ainda com o coração acelerado, pelo susto. Sorte que já tinha escondido a carta pois se fosse outra pessoa, nao estaria escondendo nada.

_Bom, é claro, que os jogadores já sabiam, e treinavam escondido do restante dos alunos._Grace piscou para a amiga, vendo-a ir em direção a ela, e assim saíram do dormitório.

Iria ser o jogo da Grifinória x Sonserina. Quando as duas amigas adentraram o espaço próximo ao campo de quadribol, Draco aproximou-se.

_Lá vem..._disse Marie revirando os olhos. Grace riu.

_E aí sua louca?_ele perguntou, com um sorriso sarcástico. Marie fez careta. Grace observava ao redor, ainda ao lado da amiga e o namorado dela.

_Pansy está de olho hein._alertou Grace. Draco virou-se para olhar, e Pansy fazia um olhar de observadora, como se quisesse ver o que o loiro iria falar ou fazer. O rapaz imediatamente tomou uma atitude, Marie distraída, encarava a menina do outro lado. O vento bateu e bagunçou seus cabelos, Draco percebeu como sempre, o quanto ela era linda, ele por propósito e impulso ao mesmo tempo, puxou a ruiva e a beijou intensamente. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele, deixando-se levar por todo o sentimento de amor que havia entre eles. Grace se divertia com a cara de buldogue triste da Pansy. Quando eles pararam o beijo, Marie abriu os olhos lentamente como se acordasse de um sonho. Draco sorriu de canto para ela, que acariciou seu rosto. A amiga, Grace não se sentia intimidada quando essas coisas aconteciam com ela ao lado. Ela apenas sentia um pouco de saudade de Travis. Já não sabia se sentia algo por ele. E não parava de pensar em Jorge. O que a deixava aflita é que não sabia o que se passava na cabeça dele. Mas voltando ao beijo do casal...

_A irritante ficou mesmo com raivinha.._disse Marie com uma expressão de superior no rosto, e um sorriso maroto.

_Foi para ficar mesmo._falou Draco.

_Ah vocês são definitivamente... incríveis._disse Grace sorrindo de canto. O jogo já ia começar, e a morena ainda observava o local, vendo todos posicionarem-se em seus lugares._Aí, já vai começar o jogo, Draco.

_Eu preciso ir jogar, amor._ele deu um rápido selinho na namorada e foi correndo se preparar com seu time para o jogo. Marie ficou um pouco pensativa. E fazia esta pergunta a si mesma, e a amiga ao lado.

_Ele me chamou de amor??

_Sim, minha querida, aproveite que ele pode não fazer isto outra vez._riu a morena. Marie a olhou com a sombrancelha franzida.

_Ah, deixa de ser boba, Grace. Eu o amo, e ele me ama._a ruiva sorriu suspirando._E você, chamou ele de Draco.

_É, chamei. Ele é legal, não é como eu pensava.

_E como você pensava?

_Ih, vai começar o interrogatório? Agora não né, Marie._falou a amiga em um tom de ironia._Vem, vamos procurar um lugar, o jogo está quase começando._Grace puxou a amiga ruiva para dentro da arquibancada, e encontraram um lugar para ficar. O jogo foi bem tenso, mas logo se desenrolou após alguns minutos. O apanhador da Grifinória era até veloz, mas não tanto quanto o da Sonserina. Até que Sonserina pegou o pomo e venceu o jogo. A torcida vibrou na comemoração. Após o jogo, Marie foi com Grace de volta ao castelo, Draco iria ficar um tempo com seus amigos. Na direção das meninas, vinha um certo ruivo, que lhes era familiar.

_Jorge!_exclamou Marie.

_Olá, pequenina._ele sorriu, abraçando a ruiva que há muito tempo não via. Grace ficou olhando sem nenhuma expressão ruim no rosto, apenas olhava mesmo.

_Por quê esteve sumida?_ele perguntou.

_Ah, Jorge, alguns probleminhas.._ela falou dando uma pausa._Mas prefiro não entrar em detalhes.

_Bom, eu preciso ir ver se Travis me mandou alguma carta._falou Grace meio sem graça. Estava sentindo-se estranha sem motivos.

_Fique, Grace._pediu Jorge, com um sorriso no rosto convencendo a garota a ficar. Ela resolveu que ficaria. Os três começaram a andar em direção ao castelo.

_Sinto muito pela Grifinória._disse Marie tentando fingir uma pequena compaixão, que fez Jorge rir um pouco.

_Ah, eu sei que ficou feliz pois Sonserina ganhou._ele falou dando uma leve empurradinha na amiga.

_Tá, eu sei._Marie fez biquinho.

_Estava pensando em levar Grace para conhecer meus experimentos, o que acha Grace?_falou Jorge olhando a morena que agia naturalmente.

_É você está demorando muito com isso._brincou ela._Mas, foi bem legal aquele passeio na casa dos gritos.

_Que legal!_disse Marie vendo os dois amigos contarem sobre seus passeios em Londres e Hogsmeade. Após um tempo, Marie resolveu ir procurar Draco pois teve uma ideia. Deixando Grace e Jorge conversarem a vontade. Encontrou Draco sentado na beira do lago, olhando para o horizonte, estava pensando em tudo o que poderia fazer para salvar sua namorada. Quando a garota interrompeu seus pensamentos.

_Meu amor..._ela disse delicadamente, abaixando-se para sentar com ele, o loiro lhe olhou com aquele olhar frio, e selou seus lábios sem dizer nada. Ela sentiu um arrepio.

_Eu te amo, você é..._ele procurava palavras para descrever tudo o que ele sentia no momento._Desde que te beijei na torre, tudo o que eu sinto é que você faz parte de mim._ele fez uma pausa. Vendo ela sorrir, pegou sua delicada mão e colocou sobre seu peito, acariciando-a._Sinta quando meu coração se acelera quando estou contigo.

_Draco, eu nem sei o que dizer. Nunca havia amado alguém assim._ela analisou as palavras._Aliás, você é meu primeiro e único amor.

Ele a olhava e acariciou o rosto dela, passou a mão em seus cabelos ruivos, admirando-a por inteiro. Antes de conhecê-la, ele apenas seduzia as garotas e satisfazia seus desejos de homem, deixando as garotas no outro dia e assim repetindo seu ciclo, e sua vida era totalmente sem graça. Uma repetição de acontecimentos sem sentido que atormentavam sua alma. Ele pegou sua varinha, e viu uma pena voando por ali, pegou e transformou-a em uma rosa branca, dando a rosa para Marie.

_Isto é por confiar em mim..._ele disse baixo. Referindo-se a briga que eles tiveram e ela confiou nele, após entender que era Pansy que estava procurando confusão.

Marie sorriu.

_Preciso dizer a você sobre algo que eu pensei._disse a garota, olhando-o._Harry Potter é ofidioglota também. Poderíamos levá-lo até você-sabe-quem.

_Está louca? Por mais que eu odeie o Potter, não posso deixar que tome uma atitude tão rebaixadora assim..._Draco falou encarando-a sério.

_E desde quando se preocupa assim?_ela disse desafiadora.

_Desde que eu te amo, sua louca!_ele falou se levantando e aproximando-se mais do lago, o olhar perdido no horizonte. Marie sorriu de canto, olhando para a beira do lago, e levantou-se, abraçando o namorado por trás.

_Confie em mim, vai dar certo._ela tentava convencê-lo._Só acho que seria em dose dupla._ela falou tentando encontrar as palavras certas.

_Dose dupla?_ele indagou virando-se para ela com a testa franzida, tentando entender o que ela queria dizer.

_Sim, veja bem, você odeia o Potter, Voldemort também deseja matá-lo, e ele é ofidioglota porque quando Lilian protegeu seu filho morrendo no lugar dele, Harry teve uma espécie de escudo em volta dele, que permitiu apenas formar-se uma cicatriz em sua testa, com alguns dons do Lorde das Trevas._explicou a ruiva.

_Ah, entendi... Então você acha que isso seria certo?_ele falou com um tom de voz reprovador, o que deixou a garota pensativa.

_Estou te pedindo opinião._ela deu um tapinha na testa dele. Ele nada respondeu, deixou a ruiva sem graça após sair sem dizer uma palavra e acenando a cabeça negativamente, mostrando que não gostou da ideia.

[...]

_Ah Jorge, adorei isso, é realmente incrível._disse Grace em meio a gargalhadas. Ele a observava e ria junto.

_Isso é só o começo, espere que quando der as férias, quero levar você para passar o Natal comigo._ele falou, fazendo Grace parar e o olhar com uma cara de um pouco assustada.

_Você.. quer que eu vá conhecer sua família?_ela indagou parecendo temer um pouco a ideia._Mas por quê isso? É desnecessário._ela tentava contornar.

_Na-na-ni-na-não, Grace. Eles vão gostar muito de você._Jorge a convencia.

_Mas eu sou uma serpente..._falou a morena, voltando seu olhar para baixo. Parecia se sentir culpada também por estar se envolvendo demais com o ruivinho Weasley.

_Ei.. Não se preocupe. Tudo dará certo._ele acariciou o rosto dela, levantando-o e dando um beijo em sua testa. Ela sorriu, vendo-o ir para algum lugar. A morena foi para a sala comunal da sonserina e viu Marie entrar cabisbaixa. A garota subiu para ir falar com a amiga.

_Marie, o que houve?_falou a morena sentando-se na cama de Marie, ao lado da amiga.

_Eu sou uma idiota, egoísta._disse a ruiva, limpando suas poucas lágrimas que caíam-lhe ao rosto.

_Me conte, então, o que houve?

_Estava conversando com Malfoy.. _ela parou e encarou Grace que a ouvia atentamente._E sugeri a ele que entregasse o Potter em meu lugar. Você sabe o porquê, ele também é ofidioglota e Voldemort já queria matá-lo faz tempo.

_Aposto que Draco lhe repreendeu._disse Grace, naquele momento, ela parecia a irmã mais velha, a guardiã, e as duas amigas se gostavam muito, uma não suportava ver a outra em um estado assim. Marie assentiu ao que sua amiga disse._Pois bem, acho que não adianta você tentar evitar. Ele quer você de qualquer jeito. Se você-sabe-quem, quer você, ninguém mais, ele não desiste fácil._Grace limpou as lágrimas da amiga.

_Eu acho que já penso em algo a fazer para resolver isto.

_Se entregue, mas se este seu plano for de acordo com a situação, e que não envolva mais ninguém além de você, eu, Draco, ou Travis, vá em frente._disse a morena, abraçando a amiga, que já suspirava aliviada com o conselho que acabara de receber. Sim, ela foi egoísta por um momento mas, por impulso ou desespero, de não ter tanto tempo, e nem saber se vai estar viva por muito tempo.