POV Andy

—Luke?!— chiei.

Por alguns segundos meus olhos arregalaram-se e eu tive uma vontade enorme de bater na própria testa! Céus, como eu não tinha adivinhado aquilo? Era tão óbvio, que eu tinha vontade até de me dar um tapa. Sabe, aqueles tapas de mulheres brigando, que da tapa e a sua cabeça gira 180 º graus, igualzinho ao da menina do exorcista.

— Chefe?! Hã... Eu, eu...— Luke tentava à todo custo pronunciar alguma coisa, mais eu sentia que ele estava em total pânico.

— Eu. Não. Acredito. Nisso — falei entre dentes, entrando rapidamente na sala de armas. Luke ainda tentou evitar o certo combate, mas antes dele conseguir mexer aquelas pernas de palito, eu já tinha enfiado um soco certeiro no seu nariz, que o fez urrar de dor e jorrar sangue para todo lado. Eu sabia que aquela tinha doído, pois a minha mão latejava muito. Bem, uma coisa eu tinha certeza: tinha doído mas nele do que em mim. E isso era ótimo!

— Porra! Andrew...

— Filho da puta.— Dei-lhe um soco na barriga que o fez se inclinar, mas não cair. Minha raiva era tão forte, que eu sabia que não ia parar tão cedo de espancá-lo, mas não o mataria. Ainda não. Ele iria sofrer dolorosamente e lentamente e é claro que aquela dor que ele sentia não era nem doce perto do que eu faria com ele. Peguei impulso, dando-lhe um chute certeiro nas costelas, que o fez cair completamente no chão.— Desgraçado!— eu falava entre arfadas.

Mas é claro que sempre existe os amiguinhos do satã para destruir mais ainda a sua vida! E com força dos infernos, Luke conseguiu força o suficiente para puxar a minha perna, fazendo-me quase cair. Tentei acertar-lhe um chute na cara, mas o infeliz desviou rapidamente, puxando-me com mais força. Urrei baixinho ao sentir alguma coisa doendo, mas não o suficiente para me fazer parar.

— Hoje você morre, infeliz!— acertei-lhe um soco no supercílio, fazendo com que Luke se contorcesse a todo instante.

Eu não tinha ideia de como eu estava, mas sentia escoriações em todo o meu corpo, e sabia que em algum momento o desgraçado tinha me acertado com bastante força no canto da boca, bem perto do meupiercing. Inferno! O ódio invadia o meu corpo e a cada movimento, era eu ou ele que sentia as pancadas fortes. O meu intuito ali era tirar todo o meu ódio e usá-lo naquele desgraçado, o que não foi tão bom assim, já que algum ser humano tinha ouvido com toda certeza e havia me segurado pelos braços. Aos poucos, eu soube que Collins que formava um laço entre mim e Luke, que era segurado por Thony, que para variar tinha aquela cara de cagão desesperado dele.

— Porra, você Collins. Me solta, caralho!— esbravejei.

— Vai se foder, Andrew. Porra, tu ficou maluco?! Que merda é que tá acontecendo aqui, desgraça?— Collins falava a todo momento, soltando inúmeros palavrões e cuspindo cada palavra. Bem típico, não sei quem tem a boca mais suja, Collins ou eu.

— Me. Solta. Porra— falei pausadamente, trincando os dentes e fechando as mãos, que estava bem machucadas por conta dos vários socos que eu tinha dado ao Zé Ruela Filho da Puta.

— Caralho, se voltar a ficar loucão, eu vou te esmurrar, filho da puta.— Forcei, tentando passar e finalmente tinha conseguido. Minha raiva ainda não tinha passado, nenhum pouco. Mas eu já estava controlado. E mesmo se quisesse voltar a esmurrar aquela peste, Collins com certeza iria voltar a me segurar.

— O que tá acontecendo, chefe?— Para variar, Thony tinha que se meter onde não era chamado. Automaticamente, eu tinha uma resposta na ponta da língua, mas não era a hora certa para brigar com aquele idiota.

— Thony, cai fora. Isso aqui é comigo e com o Collins. Fique de olho no resto dos capangas. Eu não quero que absolutamente ninguém entre aqui, escutou?— falei friamente, sem deixar brecha par contestação. Thony iria fazer o que eu mandasse se fosse esperto.

— Certo... chefe.— Thony vacilou, mas logo caiu fora, fechando a porta logo em seguida.

— Ótimo! Agora vai me contar que porra está acontecendo aqui?— Collins estava bem perto de Luke, que continuava estático, como se estivesse paralisado. Ele sabia que não seria muito prudente sequer se movimentar, ou ele estava terrivelmente ferrado.

— Ora, ora, Collins. Vejamos aqui o nosso adorado espião. Não é mesmo, Luke?— Dei alguns passo pra frente, ficando cara a cara com Luke, que continuava inexpressivo. Fiquei alguns segundos analisando-o, sorrindo logo em seguida.— Ah, mocinha! O que tem para nos contar? Como anda o James? Já que vocês viraram melhores amigas. — provoquei, soltando uma risada curta e sarcástica.

— O Luke?! Andy você tem... - Collins pareceu incerto e encarou Luke. Não acredito que Collins vai ficar do lado do Luke, não acredito.

— Não me subestime, Collins— interrompi-o, irritado.— Estamos esperando a dama abrir o bico. Mas é claro que a gente pode fazer isso de um jeito bom, ou de um jeito ruim. Hum... Não sei, mas acho perfeito o jeito ruim. É mais divertido, não é mesmo, caro Collins?— Dei alguns passos para trás, sorrindo agora para Collins, que há alguns segundos atrás tinha uma expressão chocada e incrédula, que logo tornou-se vazia e irônica.

— Claro que sim, amigo. Nós podemos nos divertirmuito.

Esperei alguns segundos calmamente, esperando Luke abrir o bico. Mas é claro que ele não falaria tão rápido.

— Acho que vamos ter que aplicar a forma mais interessante— ri.— Collins, darei às honras à você.

Collins acenou levemente com a cabeça, pegando um canivete fino e soltando uma gargalhada curta e baixa.

As cenas não foram tão agradáveis assim. Mas eu me delicie calmamente com os gritos de dor e horror que Luke soltava a cada corte que Collins fazia em seu corpo. Meu amigo fazia questão de para alguns segundos e deixando o corte sangrar até estancar, para depois começar outro. A minha parte chegou, e depois de alguns gritos, Luke finalmente soltou o que queríamos ouvir.

— PAREM, PAREM! EU FALO, MAS PAREM! POR FAVOR— berrou, em pânico. Luke estava banhado em sangue, foi lindo ver essa cena.

Soltei uma expressão de tristeza fingida, colocando minhas mãos na boca, como naqueles filmes de mocinhas assustadas. Pela cara de Collins, eu tinha zoado bastante.

— Mas já? Oh, pensei que iria ser mais difícil. Até porque, fiquei com medo da sua esperteza incrível! — fiz outra expressão desolada, sentando-me na primeira poltrona que encontrei folgadamente.

— Pois é! Uma peninha, nem vou dormir hoje.

— Tá— suspirei.— Desembucha.

— Eu não sei muito.... Mas eu juro que não tava...

— Trabalhando para James? É claro que não! Você estava apenas... Nos espiando, normal.

— E....

— Ah, cara! Vamos ao ponto mais importante? Aonde está a Mona?

— Eu, eu...

Estreitei os olhos.

— Olha, cara. De amigo para amigo! Acho melhor você falar!— Collins sorriu falsamente, erguendo um pouco o seu canivete. - Paciência é uma dádiva... que eu não tenho.

— Ela tá com James— o cagão soltou rapidamente, tremendo dos pés à cabeça.

— O quê?! Porra! Desgraçado!— xinguei, fechando as mãos em punho, pegando a minha arma. Sacudi a cabeça, tentando fingir que não tinha escutado direito

— Ele a manipulou.... Foi só colocar você no meio que a garotinha foi lá salvar opríncipe encantado. Mas lembre-se: James não a sequestrou, ela foi por livre e espontânea vontade.

Eu tremi de raiva.

— Onde?! Onde, porra! - Cheguei perto dele e o segurei pela gola da camisa, só para efeito de drama.

— Eu não sei! Eu não sei! Eu juro. - Luke suava frio. O desgramado estava mentindo. Já compartilhei aqui o quanto eu odeio mentiras?!

— Ah, Luke... Você sabe, né... Quem jura, mente.— terminei friamente.— Collins.— Lanchei um último olhar para Collins, e em passos lentos, deixei a sala de armas, ouvindo um último arfar desesperado de Luke. Ele já não era mais problema, Luke era mais um''arquivo morto''.