I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe
Notas iniciais do capítulo
Olááá!! Estou triste com vocês 5 comentarios? :'( Mas mesmo assim obrigada quem comentou e favoritou, amo vocês
Acordei assustada e arfando. Braços me envolveram, me acolhendo assim como minha mãe havia feito.
– Ei. Não chore – O sussurro de Austin me fez perceber que meu rosto estava molhado, e que as lagrimas continuavam caindo.
Ficamos assim por um tempo até que eu me acalmasse. Respirei fundo e me voltei para ele. Seus olhos castanhos me fitavam preocupado. O cabelo loiro estava desgrenhado e percebi que ele usava a mesma roupa de quando eu acordei. Seus braços continuavam em minha cintura e me dei conta que eu também o abraçava.
– Está melhor? – Perguntou bem perto de mim. Meu coração disparou, agora, pela proximidade. Era impressionante como eu gostava de tê-lo por perto mesmo não sabendo o porque de ele estar no hospital e me confortar.
– Sim. Obrigada – Falei com a voz um pouco instável e me sentei com cuidado.
Olhei para meu corpo. Havia vários curativos espalhados, inclusive em minhas costelas e perna. Franzi o cenho, confusa. Não sabia como tinha adquirido tantos machucados, alguns só tinham uma linha já cicatrizada e outros eram mais fundos.
– Ok – Senti Austin suspirar, talvez aliviado. – Vou falar para a médica que você acordou – Avisou tirou os braços deixando uma sensação de vazio. Antes que ele se levanta-se totalmente agarrei sua mão. Não sabia o motivo de ter feito isso, acho que é porque não queria que ele fosse embora.
– Fique – Falei apenas isso e ele abriu um sorriso carinhoso.
– Vou apenas avisar ela. Já volto tudo bem? – Perguntou e eu assenti relutante. O loiro sorriu ainda mais e beijou minha testa.
Observei-o sair e me voltei para a única janela do quarto. Eu não conseguia enxergar muita coisa da cama, mas percebi que o sol parecia estar se pondo. Fiquei concentrada na paisagem e só despertei quando duas pessoas entraram no quarto. E nenhuma delas era Austin. Reconheci a médica que Austin chamou antes e havia um homem de uns 40 anos de branco também, ao lado dela.
– Olá Ally – A mulher falou – Não tivemos tempo para apresentações antes não é? – Perguntou descontraída e abriu um sorriso simpático – Sou a Dra. Miller, sua médica – Ela estendeu a mão para mim e eu a apertei - Esse é o Doutor Thomas ele tem me ajudado bastante – Fiquei confusa com sua fala, mas apertei a mão estendida do homem.
– Você deve estar bem confusa não é? – O homem falou compreensivo e eu assenti. Não sei porque, mas era como se não quisesse falar, para mim a única pessoa conhecida lá era Austin. – Senti alguma dor? – Perguntou. Todas as dores haviam parado quando eu dormi.
– Não – Neguei.
– Os remédios estão fazendo efeito e você também é bem forte – A médica explicou sorrindo e eu dei um mínimo sorriso, constrangida. – Bem, antes de explicar qualquer coisa nós vamos fazer alguns exames, depois iremos conversar ok? – Ela avisou e eu assenti.
E foi assim que começou. Eles faziam varias perguntas, claro que não me forçando de mais. Fiz vários exames também. E em nenhum momento eu vi Austin. Eu sabia que não era sua culpa, não iam deixa-lo entrar, mas mesmo assim, fiquei triste. Tudo o que eu queria no momento era deitar em seus braços novamente.
Quando chegou ao fim os médicos explicaram que eu havia fraturado as costelas e havia um corte bem profundo em minha perna, que estava demorando para cicatrizar. Falaram que eu vou fazer fisioterapia e que ficaria no hospital por mais algum tempo. Foi ai que alguém veio em minha cabeça.
– E minha irmã? – Perguntei preocupada, talvez em pânico também.
– Ah, ela já recebeu alta, não teve nenhum ferimento grave – Explicou e meu coração saltou, que estava com minha irmã? Percebendo meu desespero Dra. Miller completou: - O garoto, Austin, esta cuidando de sua irmã. Ele parece ser muito especial – Disse sorrindo.
Ele estava cuidando de minha irmã? Oh, sim ele é muito especial. O que eu estou falando? Minha mente estava nessa batalha pensando em varias coisas ao mesmo tempo. Mas, suspirei aliviada com a resposta, afinal eu confiava em Austin. E então mais uma pessoa chegou para nossa festa particular, sério eu gostei muito dos dois médicos. Uma batida na porta e então uma mulher muito jovem de uns 25 anos entrou no quarto. Seus cabelos grandes eram loiros e os olhos azuis. Ela era meio alta e vestia um jaleco branco também, mas com um jeito mais descontraído. Usava um óculos de grau preto e quadrado, que só a deixava mais bonita.
– Olá Doutora Miller e Doutor Thomas – Disse parecendo alegre e meio infantil, eu não entendi o motivo. A olhei confusa e ela se aproximou de mim – Essa deve ser Alicia – Falou apontado para mim e eles assentiram – Vim conversar com você - Falou um pouco mais séria.
– Nós vamos deixa-las a sós. Só não se esqueça que ela tem que dormir Mary – Falou divertida – Tchau Ally – Ela e Thomas se despediram de nós e saíram. Incrivelmente eu me sentia mito confortável com eles, o jeito divertido, mas sério que eles falavam comigo.
– Ela falou isso porque às vezes falo demais – Explicou e eu dei um pequeno sorriso. Olhei-a sentar na cadeira ao meu lado e então ela sorriu para mim – Sou Mary – Apresentou.
– Você já sabe, mas pode me chamar de Ally – Sorri e ela retribuiu.
– Você deve estar se perguntando quem eu sou não é? – Perguntou e eu sorri envergonhada – Sou sua psicóloga – Explicou eu arregalei os olhos – Eu sei que não pareço, mas dou muita boa para conversar – Ri.
– Estou vendo – Com aquela mínima risada minhas costelas deram uma pontada de dor, mas tentei ignorar.
– Ok – Falou ofendida e sorriu – Me diz o que está sentindo em uma palavra. Tem que ser rápida – Pediu e eu pensei rapidamente.
– Perdida – Falei verdadeiramente. Ela me analisou e assentiu.
– Confia em mim para contar tudo sobre você? – Perguntou curiosa e eu sorri.
– Sim.
– Qual a pessoa que mais confia no momento?
– Austin – Respondi sem hesitar.
– Hm... – Sorriu divertida e arregalou os olhos – Por acaso não seria um garoto loiro, alto que está andando em círculos na recepção é? – Perguntou divertida e eu fiquei surpresa, meu coração saltou.
– Acho que sim – Falei incerta, estava feliz e triste, ao mesmo tempo, por ele estar preocupado comigo.
– O que senti em relação a sua mãe agora? Em uma palavra – Falou. Respirei fundo e falei:
– Saudade – Respondi.
– Nada de raiva?
– Talvez um pouco – Falei sincera. Agora eu entendi que ela fez muita coisa errada, mas se arrependeu. Claro que não é fácil esquecer tudo que passamos, mas eu estava me esforçando.
– Entendo – Mary disse compreensiva. – Eu preciso que você entenda uma coisa tudo bem? Tente não surtar, ou algo assim. Pode parecer muito ruim, mas agora já passou. Sem nenhuma sequela, e não foi muito tempo. – Ela falou com muito cuidado. Aquilo estava me deixando ainda mais confusa.- Você entrou em estado de coma, por um mês e meio – Meu queixo caiu.
Coma? Ahn? Não era possível era?
– O que? – Falei quase sem voz e meus olhos se encheram de lagrimas, mas eu me recusei a derrubá-las mais uma vez.
– Sinto muito – Mary falou verdadeiramente – Você entrou em estado de coma, porque não estava pronta para enfrentar tudo. Mas, você precisa saber que estou aqui para te ajudar, assim como todos seus amigos. – Assenti fracamente – Vamos conversar sempre, você vai fazer fisioterapia e logo estará pronta para sair daqui e fazer o que quiser – Tentou me animar.
– Obrigada – Agradeci mais calma. Era estranho eu não estar surtando não é?
Entretanto, usei todo o autocontrole que me restou para isso. Tentava ver tudo de um lado positivo, foi por pouco tempo; eu conseguiria recuperar tudo, fazendo fisioterapia e tudo; minha irmã não tinha crescido tanto. Esse último era o que o mais me deu medo quando ela falou de coma, afinal agora era apenas eu e Mel.
– Você está bem? – Mary perguntou. Nós começamos a conversar, ela me ajudava a ver o lado bom das coisas, e também me ajudava a não entrar em pânico. Ela ficou impressionada com a minha força para aguentar tudo. No final eu já estava bem calma e aceitado, em parte, o que havia acontecido. Além disso, também tínhamos virado amigas.
– Oh – Exclamou olhando no relógio – Já está de noite, esqueci de ir embora – Disse e começamos a rir. Novamente minhas costelas doeram, dessa vez não pude evitar um gemido de dor. – Desculpe – Mary quase gritou. Sorri despreocupadamente. Era tão estranho acabar de acordar de um coma e de tantas noticias ruins e se sentir tão acolhida. Eu ainda tinha aquela sensação de estar perdida, afinal o que aconteceria depois? Mas, o sentimento estava bem menor.
– Tudo bem – Falei rouca.
– Me distrai tanto que esqueci que você precisa comer – Apenas quando ela falou percebi a fome que estava – Tenho que parar de falar tanto – Falou balançando a cabeça negativamente – Vou pedir seu jantar, agua e remédios ok? – Avisou e eu assenti necessitando de tudo aquilo. – Amanha estou aqui de novo – Disse mandona. Sorri e assenti.
– Obrigada por tudo – Agradeci e nos abraçamos cuidadosamente.
– É eu trabalho – Disse balançando os ombros.
– Mary? – Perguntei antes que saísse – Poderia ver se... Hm... Austin está lá ainda? – Falei tentando ficar indiferente. É. Não consegui.
– Hum... O loiro? – Perguntou sorridente e eu assenti – Claro, vou falar para ele que você esta desesperada por sua companhia – Saiu rindo antes que eu protestasse.
Seria possível que ele ainda estivesse lá? Meu coração se acelerou com o pensamento. E essa ideia foi confirmada quando um loiro entrou no quarto com uma bandeja.
– Quem está desesperada por minha companhia? – Perguntou divertido e com um mínimo sorriso. Droga. Não acredito que Mary falou mesmo isso. Senti minhas bochechas esquentarem. Austin gargalhou e se aproximou de mim.
– Gostei dessa Mary – Confessou e sem perceber trinquei os dentes. Agora minhas bochechas estavam vermelhas de raiva. Outra gargalhada. Esse garoto esta me irritando.
– Saia daqui, vá com ela – Falei com raiva. Quase me bati. Eu falei mesmo isso? Eu adorei Mary, porque estava assim?
– Ciumenta – Austin resmungou ainda sorrindo – Acha mesmo que vou sair daqui? Esperei um mês e meio, ninguém me tira mais daqui – Falou se sentando ao meu lado. Fiquei rígida com sua fala e ele percebeu – Me desculpe – Pediu sincero.
– Não é nada. Mas, ficou mesmo todo o tempo aqui? – Perguntei tímida.
– É claro – Disse como se fosse obvio – Agora pegue sua comida. A enfermeira disse que já traz seus remédios – Avisou e logo depois a porta foi aberta por uma mulher gentil que me deu vários comprimidos. Depois que saiu olhei para a refeição a minha frente. Sopa.
– Eca – Exclamei com uma careta que fez Austin rir.
– É melhor que soro – Disse e eu concordei.
Passamos um tempo em silencio, mas decidi quebra-lo.
– Você já comeu? – Perguntei preocupada.
– Sim, peguei algo na lanchonete do hospital – Respondeu e eu fiz uma careta indignada.
– Vá para casa comer algo – Pedi autoritária e ele sorriu.
– Vou passar a noite aqui. É melhor aceitar minha companhia – Avisou. Antes que eu protestasse completou – Amanha de manha vou para casa e depois volto. Já planejei tudo – Disse orgulhosos de si mesmo e eu revirei os olhos.
– Tem certeza? Não quero incomodar – Falei receosa.
– Tenho certeza – Falou convicto.
– Pronto – Falei quando não aguentava mais aquela sopa. Ele fez uma careta por eu não comer tudo, mas não insistiu, levantou e levou a bandeja.
Como era possível alguém ser tão atencioso como ele? Eu não tinha resposta para aquela pergunta. Enquanto ele não voltava minha mente se voltou para a saudade. Melissa, Tish, Dez, até mesmo Harry que trabalhava comigo. Meus olhos se encheram de lagrimas, mas eu respirei fundo. Austin logo chegou e viu meu estado.
– Está tudo bem? – Perguntou preocupado novamente. Eu só o deixava preocupado.
– Sim. Apenas estou com saudade de minha irmã – Falei e sorri melancólica.
– E ela está de você – Austin falou se aproximando de mim – Logo vai ver ela – Prometeu e eu assenti. Suspirei já com dificuldade para manter os olhos abertos.
– Descanse, vou ficar aqui – Falou se sentando na poltrona ao meu lado, mas mesmo assim senti um vazio.
– Austin? – Perguntei com vergonha e ele olhou para mim – A minha cama é grande – Comecei e ele abriu um sorriso – Fique aqui? – Perguntei.
– Com todo o prazer – Respondeu sorrindo e eu abri espaço para ele. Nos ajeitamos do modo mais confortável, minha cabeça em seu braço. Respirei sentido seu perfume e fechei meus olhos. – Boa noite pequena – Ouvi sua voz, mas não respondi, apenas mergulhei em um sono sem sonhos, dessa vez.
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Muitos erros?? O maior capitulo que fiz *-* Por favor comentem o que acharam!!!