Estranhamente acordei no meio de uma floresta, alguma coisa me dizia que eu já estivera ali, apesar de ter certeza que não. Minha nuca doía. Olhei ao redor à procura de algo enquanto me sentava de pernas cruzadas e vi que devia ter batido a cabeça na pedra atrás de mim.

Olhei minhas vestes. Calça jeans preta, tênis preto Olympikus e camiseta azul escura de manga comprida, leve. Meus cabelos castanhos escuros estavam presos em uma trança.

Me levantei com dificuldade, pois ficando um pouco tonta, esperei um pouco, já de pé, parada, sem abaixar a cabeça ou fechar os olhos, pois era pior, até minha visão atordoada voltar ao normal.

Eu estava sozinha, sem documentos ou celular. Ótimo! Como sairia dali?!

Comecei a andar pela floresta, talvez achasse a rodovia, e alguma coisa dentro de mim, como um instinto, me dizia aonde ir, como era a unica coisa que tinha, aceitei segui-la.

Depois de andar por algum tempo - não me pergunte quanto, estava sem celular, relógio ou qual quer coisa que pudesse marcar o tempo -, cheguei a uma enorme clareira com um acampamento - pelo menos foi como distingui -, várias barracas estavam a todos os lados, tinha umas 6 fogueiras com panelas de ferro a cozinhar alguma coisa. Ao longo da clareira, pessoas iam e viam de um lado a outro, haviam algumas crianças também, que brincavam por ali, estranhamente percebi - coisa que não faço, pois sou muito distraída e não reparo nas pessoas - que suas vestes: calças, camiseta e botas; me lembravam roupas de filmes medievais, olhei atentamente a eles.

– Quem é você? - me perguntou alguém.

No susto, virei bruscamente e vi um garoto parado a me olhar curioso. Não devia ter mais que 12 anos, cabelos loiros e olhos castanhos mel.

– Eu... er... eu...

– Desculpa - disse-me ele com um sorriso travesso - Não queria te assustar. Sou Leo.

– É um prazer conhece-lo, Leo. Eu sou... - pensei um pouco e me assustei ao perceber que não sabia quem era.

– Você está bem?

– Er... estou, eu só... não me lembro que sou...

Leo me olhou ainda mais curioso, segurou minha mãe e me puxou para dentro do acampamento, todos olhavam para nós, mais não pareciam surpresos, mais mostravam curiosidade.

Ele me levou até a tenda central e maior ali, entrando, pedindo licença. Lá dentro havia alguns sacos de dormir, cobertores, roupa e utensílios. Um homem que estava de costas se virou, era mais alto que eu, cerca de 15 cm., devia ter uns 40 anos, cabelos pretos com alguns poucos fios brancos e olhos negros, apesar de parecer severo, seu sorriso a nós conseguia quebrar isso.

– Leo, - sua voz era simpática mais firma - o que traz a nós?!

– Essa é... - ele começou, mais obviamente, não terminou - acho que ela está perdida.

– Hum... - disse o homem - Sou Lord Fáh, chefe dos Druidas do Oeste, e você é?

– Eu... não me lembro...

– Tudo bem, não vamos forçar. Você bateu a cabeça?

Concordei com um movimento de cabeça um tanto sem jeito, que me deixou tonta e me fez cambalear, Lord Fáh me segurou.

– Não force o movimento, venha comigo.

Eu e Leo seguimos o Chefe Druida até uma outra tenda com sacos de dormir e cobertores, mais esse também tinha alguns objetos, entre eles, vi alguns que me lembrava objetos de magia.

– Sra. Corzey?! - Perguntou Fáh.

Uma mulher de 50 anos apareceu usando um vestido que um dia fora branco, mais agora estava amarelado, mais também lembrava as roupas plebeias medievais. Seus cabelos eram brancos e olhos verdes, tinha um sorriso doce e gentil. Acreditei que, quando mais nova, ela devia ser bela.

– Lord Fáh! O que o traz aqui?! - perguntou ela

– Preciso de sua ajuda, essa jovem não se lembra quem é, provavelmente bateu com a cabeça.

- Tudo bem, venha até aqui, jovem... - Ela sorriu para mim.