*Capitulo 13*

"Não vire as costas"
Estacionou a moto em um beco escuro, estava em um bairro um pouco afastado da cidade, era um lugar sombrio e muito pouco povoado, perto de uma igreja já desgastada pelo tempo. Tirou o capacete negro e desceu da moto, já preparando a pistola e a encaixando no coldre da cintura.
–É bom Magnus ter dado o local certo... - Disse para ela mesma, seguindo até a velha construção - Esse lugar fede!
Entrou na igreja velha que estava toda suja e gasta, o teto se via quebrado e o chão todo empoeirado assim como os bancos compridos.
–Senhor... Venho pedir perdão, pois eu pequei! - Disse irônica enquanto dava um riso debochado, aquele lugar sim, era um pecado - Fiz sexo antes de casar! Menti, roubei, só não cobicei o homem da outra!
Negou com a cabeça e foi até o altar, empurrou a mesa velha e pesada com um chute forte, no qual fez um grande estrondo no lugar. Ali estava ainda mais sujo, ela fez uma careta e passou a mão em cima da sujeira, procurando alguma coisa.
–Fala sério... - Fez uma cara de nojo - Eu não estudei para ser faxineira de uma igreja caindo aos pedaços...
Começou a ver uma figura atrás da camada de sujeira e começou a limpar cada vez mais rápido até ter uma imagem mais visível.
A figura era muito parecida com uma mapa estelar, era redondo com linhas que indicavam - ao que parecia - constelações. A mulher pegou a câmera da bolsa pequena que carregava e tirou algumas fotos da imagem, pois, segundo Magnus, a imagem significava algo importante.
Ela terminava de examinar o local até sentir a aproximação de alguém, olhou de soslaio para os lados e preparou a pistola comum. Virou-se rapidamente, porém, apontou a arma para o nada.
Revirou os olhos e abaixou a arma minimamente, olhando fixamente para um ponto da igreja.
–Quem está ai? - Perguntou com tamanha raiva, mas não obteve resposta.
A mulher virou-se novamente para o altar... Quem dera não tivesse feito isso... Nunca se deve dar as costas para o inimigo!
***
4 horas depois
A van passou passou pelo enorme portão, a noite nunca esteve tão escura e todos riam dentro do veiculo, até porque, eles tinham se divertindo muito. A azulada estacionou na frente da casa e olhou para todos com um belo sorriso.
–Gostaram do passeio? - Perguntou e todos assentiram, logo saíram da van, conversando animados.
E ali, em um canto escuro, numa sombra e quase que invisível, a mulher gemia baixo de dor, encostada na moto e tentando arrumar o curativo mal feito na barriga. A azulada parou de repente na frente de todos e o sorriso desapareceu, viu um pouco do cabelo ruivo e logo ouviu as reclamações da mulher.
–Jay? - Disse assustada, aumentando a velocidade dos passos.
–Sai daqui! - A mulher disse dura, ainda escondida na sombra - Entre! Vou ficar bem!
–Jade? - Agora disse Maka, indo ao lado da azulada. A ruiva bufou com tamanha raiva e cruzou os braços com certa dificuldade.
Kid não se movia, queria saber o que ouve com ela, pois a mesma não parecia nada bem. Estava estático e preocupado, queria ir correndo até ela, mas não podia, algo prendia seu corpo no chão, seu orgulho, talvez.
Um carro passou com as luzes acesas na frente de todos, iluminando a mulher que se via totalmente abatida.
–Ótimo! - Revirou os olhos. Ela estava inteiramente ensanguentada, tinhas algumas esfoliações nos braços, porém, o cabelo bagunçado continuava bonito e ela continuava a manter sua pose esnobe e seu ar de superioridade.
–Jade! - Gritou Moka, correndo até a amiga que se afastou e olhou para o outro lado - O que aconteceu?
–Um filhote de kishin... Uma freira maluca... Virei as costas e... - Ela afastou a jaqueta de couro e logo todos puderam ver a perfuração gigante em sua barriga e costas - Não sei com que ela me acertou... Só sei que atravessou!
–Como você ainda está viva? - Soul perguntou, meio tonto com a explicação.
–Não faço ideia... Acho que é porque não pegou nenhum órgão vital. - Falou sem emoção - Mas sério, eu estou bem. Podem entrar...
–Mas porque você vai ficar aqui? - A voz grave e conhecida finalmente falou, trazendo olhares para o listrado, principalmente de Jade, que não esperava essa iniciativa e esse tom de preocupação.
–Kid tem razão! - Tsubaki disse nervosa.
–Eu só quero controlar o sangue antes de entrar, okay? - Revirou os orbes dourados novamente - Se mamãe ver isso... Vai estragar o dia dela!
–Como sempre... - Bufou Moka - Pensando mais nos outros do que nela mesma...
–Podem entrar - A voz grossa foi ouvida atrás deles, devia ser o dono do carro que mantinha as luzes acesas - Da minha filha cuido eu!
–Senhor Rubby... - Tentou argumentar a azulada, olhando para o homem que se aproximava.
–Entrem! - Disse duro e ela finalmente calou-se, virando-se para a porta.
–Vamos gente - Moka disse, andando novamente.
–Mas... - Kid quis argumentar, porém foi totalmente ignorado.
–Vai logo, shinigami! - Jade disse, o olhando profundamente, com puro desgosto, o que fez ele engolir em seco e seguir os colegas.
–Você às vezes se supera! - Disse o homem de barba, já com alguns cabelos brancos e os olhos ainda mais dourados.
–Pai... - Ela tentou falar antes de uma onda de tosses a invadir, fazendo-a cuspir sangue.
–Vem, Brad já deve estar ai, vai cuidar de você! - Falou por fim, pegando a filha no colo e a levando para dentro, pela porta dos fundos.
***
O loiro enfim sorriu para a parceira que se via sentada em sua antiga cama, da época em que ainda morava com os pais.
–Graças às ervas que sua mãe preparou, não vai ficar cicatriz! - Disse alegremente, guardando os instrumentos em uma maleta.
–Obrigada... - Sorriu agradecida.
–Deve continuar passando aquela pomada que eu te dei, acredito que semana que vem já vai estar cicatrizado e vou poder tirar os pontos... - Falou por fim e colocou a mão no ombro da amiga - Jade... Hoje cedo eu... Senti uma coisa... Tem certeza que está bem?
–Bem... - Ela bufou e deu um meio sorriso - Não posso esconder as coisas de você...
–Está... Recaindo? Outra vez? - Perguntou e ela assentiu com a cabeça - Temos que achar um selo, o mais rápido possível!
–Nenhum está adiantado Brad, você sabe disso! Já tentei as tatuagens, o cabelo, jóias... Nada, absulatemente nada adianta... E dessa vez, foi definitivo! Recai de verdade, fiquei fora de mim!
–Não... - Sussurrou para ele mesmo - Tem que haver uma solução Jade...
–O pior não é isso Brad... A loucura dessa vez... Sou eu mesma! Isso deixa as coisas muito piores, é um nível de medo que pode acabar com a vida da pessoa e não vou mentir... - Ela deixou uma lágrima escorrer pelo rosto delicado - Eu estou com medo, muito medo de alguma coisa acontecer, Brad!Eu não quero morrer desse jeito, não quero me matar, não quero machucar nenhum de vocês - Mais e mais lágrimas escorreram pelo rosto da ruiva.
–Jay... - Falou baixo e abraçou a mulher, acariciando seus cabelos - Nada disso vai acontecer, eu não vou deixar, ninguém vai deixar, eu prometo!
–O que eu faço agora? - Perguntou, abafando o rosto no ombro do médico.
–Relaxe... Por enquanto não podemos fazer nada, você deve esquecer disso, apenas esqueça! - Lhe sorriu - Até porque, temos que colher informações daquela bruxa hoje, você estava tão animada para isso!
–É verdade - Ela deu uma pequena risada e levantou a cabeça, olhando para o loiro - Obrigada!
–Amigos são para essas coisas, principalmente parceiros! - Ele levantou - Vamos?
–Sim...
***
Chegaram na sala de reuniões, na enorme mesa, Jasper estava ao lado da mãe, Jade já desconfiou que ele tinha contado tudo para a ruiva mais velha, pois sua cara era de pura preocupação. Trocou olhares com os dois e assentiu para a mãe, confirmando o que seu irmão provavelmente lhe disse.
–Está melhor? - Perguntou James para a filha que apenas assentiu - Da próxima vez que for fazer essas loucuras vá junto com alguém!
–Okay... - Sussurrou só para o moreno - Aliás... - Ela chegou mais perto do pai, em uma intenção de ninguém ouvir - Deixei um envelope no seu escritório!
–Magnus? - Perguntou em um sussurro e ela assentiu com a cabeça, se afastando.
–Bem... - Jakes começou, chamando a atenção de todos que estavam na mesa - Quem está disposto à interrogar a bruxa? - Ele perguntou e logo a Jade levantou a mão.
–Eu vou... Mas é sempre bom ter mais pessoas... Caso eu me descontrole e a mate antes dela dar informações!
–Ela tem razão - Riu Tyler - Eu posso ir também, não vou deixar a ruivinha sozinha - Disse provocador, olhando de soslaio para o shinigami que acabara de revirar os olhos.
–Eu vou! - O listrado disse em tom de indiferença - Até porque sou um shinigami e tenho que representar a shibusen!
–Nós vamos - Fred disse por ele e pelo irmão, sorrindo - Queremos ver a pancadaria!
–Já está bom... - James disse por fim - Se quiserem ver, tem uma sala com bancos na frente do interrogatório, fica no subsolo.
Todos se levantaram e seguiram o mais velho, menos Jade e a mãe, ambas continuaram sentada na enorme mesa, olhando para pontos diferentes.
–Tem certeza que quer interrogar? - Perguntou a mais velha e Jade apenas sorriu de canto.
–É claro... - Respondeu levantando-se e indo até a mãe - Não se preocupe - Deu um beijo na testa da mesma.
–Vou encontrar alguma coisa - Disse Demétria assim que a filha virou as costas - Não vou desistir, eu prometo!
–Cansei de promessas... - Jade a olhou de soslaio - Não se preocupe!
–Como quer que eu não me preocupe com você? - Sussurrou para ela mesma, apenas vendo a mulher se distanciar.
Continua...

Aviso: Gente do Nyah, amiguinhos hahaha Eu estou seriamente pensando em parar de postar aqui no Nyah, pois não está dando muito resultado, não tem quase nenhum comentário e nenhuma recomendação, e pela falta de comentários e recomendações - além de me deixar triste e sem inspiração - também não traz mais leitores, pois os comentários e recomendação são tipo uma PROPAGANDA e ajudam muito a ganhar leitores... Então, fantasminhas, leitores antigos, por favor, comentem a fic e se acharem merecido recomendem também, isso vai me ajudar muito :) Obrigada e até o próximo capítulo!