I only believe in you escrita por sakura_princesa


Capítulo 2
Capítulo 02




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Capitulo 02

A carruagem parou subitamente e o homem desceu, sem esperar que a porta fosse aberta.

–Espere aqui. – ele falou para o cocheiro, que assentiu sem dar atenção ao fato de estarem parando em frente a um dos bares imundos da cidade. Já era comum.

O homem adentrou o local com a expressão séria e procurou com os olhos por alguém, ele respirou fundo guardando sua irritação ao ver seu irmão bêbado no meio de plebeus rindo alto e extravagante.

– Niklaus. –O homem chamou o irmão, que virou surpreso e, de forma enrolada, falou:

–Elijah! Meu irmão chegou! Mais uma rodada para todos!

Elijah passou a mão na testa em sinal de vergonha pelas atitudes do irmão... Seu bêbado irmão que parecia disposto a gastar toda a sua herança em bebidas. Ele caminhou até o irmão.

– já chega, Niklaus.- Ele falou seriamente e controlando seu tom de voz.

– Mas eu acabei de chegar, irmão! – Niklaus rebateu rindo e Elijah se afastou sentindo o bafo de bebida vindo do irmão.

– Quanto foi a conta do meu irmão? – Elijah perguntou ao homem gordo e sujo que estava do outro lado do balcão servindo as bebidas. Ele olhou para as roupas de Elijah e deu um sorrisinho dizendo um preço alto.

–Irmão! Não quero ir! Eu e meus amigos estamos nos divertindo tanto! – Niklaus reclamou entre risos. Elijah olhou para o irmão com pena, sabia que o irmão fazia isso só para irritar o pai, que só o tratava com menosprezo, mas não era uma desculpa boa o suficiente para humilhar o nome da família da forma como Niklaus fazia.

Eles eram, de qualquer forma, os Mikaelson!

Elijah jogou uma bolsa com moedas no balcão.

– Isso deve pagar pelas bebidas e a bagunça que meu irmão fez. – Falou rispidamente. – Vamos agora, Niklaus.

Niklaus viu o olhar do irmão e se levantou do banco um pouco tonto, mas não demonstrando.

– Não.

Os dois se encaravam firmemente, como somente dois homens de sangue azul conseguiriam. Havia fúria no olhar de Niklaus, ele não gostava de ser contrariado, e havia irritação nos olhos de Elijah, que não aprovava a rebeldia do irmão. Eles não piscavam, não falavam, apenas se encaravam.

A luta parecia que levaria a eternidade, porém Niklaus deu um leve sorriso e alguns leves tapinhas no rosto do irmão.

–Senhores, devo partir, mas agradeço pela companhia. – Niklaus falou virando-se para os bêbados que reclamaram de forma enrolada, mas Niklaus apenas sorriu e olhando para o irmão disse:

– Vamos?

Elijah se virou e saiu do bar acompanhado pelo irmão entrando na carruagem. Eles ficaram em silêncio por um tempo, Niklaus tentava não enjoar com o balanço do carro e Elijah simplesmente se negava a falar com o irmão.

– Onde está nosso pai? Na cama com alguma puta? Desgraçando e humilhando nossa mãe? - Niklaus perguntou com um sorriso zombeteiro nos lábios.

–Ao contrário de você, Niklaus, Nosso pai está se aproximando de uma família influente. Ele ainda tenta fazer com que nossas antigas alianças não sejam afetadas pelo seu amor as festas e bebidas. – Elijah falou sem ao menos olhar o irmão. Niklaus sempre se sentira humilhado pelo pai, por algum motivo não conhecido, então acabava por se rebelar destruindo toda a reputação que seu pai amava sempre que podia.

Era tão divertido quanto doloroso. Tão shakespeariano.

Os irmãos mantiveram o silêncio até chegarem no seu castelo. Niklaus recusou a ajuda do irmão ao descer da carruagem, caindo e rindo “como um idiota” pensou Elijah.

– Nik! – Eles ouviram uma voz feminina jovem os chamar.

Niklaus se levantou apoiando no irmão e deu um sorriso.

–Rebekah, minha querida! Minha doce irmã! Olhe como é linda! Parece que o sol deu uma parte de sí para você, minha irmã! – Niklaus falava abraçando a irmã, ela repulsava o cheiro que o irmão exalava. Era podre e sujo.

–Nik, onde você estava? Pelos céus, parece que você estava na guerra! Entre, Entre! O pai não pode te ver dessa forma, nem o Sr. Petrova! Por Deus, o Sr. Petrova não pode te ver desse jeito!

Rebekah levava o irmão para dentro do castelo apressada, mas Niklaus sorria.

–Deixe que ele me veja, irmã! Deixe que o mundo me veja! O Grande Niklaus Mikaelson! – Niklaus gritava, ria alto e começou a cantar alguma música de bordel.

–Niklaus, pare! – Rebekah pedia empurrando o irmão para a porta da cozinha, onde várias empregadas se assustaram.

–Deixe-o, Rebekah! Deixe que ele envergonhe ainda mais o próprio nome! É isso que Niklaus quer, quer todos nos vejam como bêbados sujos que possuem somente nome e merda para se enfiar em qualquer esquina junto a ratos! – Elijah falou se irritando. – Quer sujar todas as migalhas que temos até que todos estejamos no mesmo patamar da inferioridade que Niklaus assume ter. Talvez devêssemos deixar nosso pai vê-lo dessa forma apenas para ver o medo e a razão olhos de Niklaus novamente.

–Elijah, pare! – Rebekah implorou.

Niklaus olhou sério para Elijah. Estava sendo confrontado, humilhado pelo irmão.

– Então, chame-o, Elijah. – Niklaus falou desafiando. – Chame nosso pai para que ele me espanque até a morte e vocês fiquem livres de toda a vergonha que EU os faço passar.

Elijah cerrou os dentes e respirou fundo. Entendi a revolta do irmão, não a apoiava, mas entendia. E acima de tudo, seu irmão era seu melhor amigo... Ele não chamaria o pai.

– Leve-o para o quarto, Rebekah e só o deixe sair quando estiver apresentável. Da próxima vez, deixo você apodrecer naquele lugar. – Elijah falou antes de sair sem olhar novamente para o irmão. Ele caminhou para fora do castelo deles pisando duro, precisava respirar de todo o estresse que Niklaus o havia dado no dia.

Sentou-se embaixo de uma árvore e sentiu a brisa fria tocar seu rosto. O verão estava indo embora e ele sentia a tristeza do outono toma-lo. Ele esperou um tempo antes de ir se arrumar para o jantar, seu pai havia dito que conversaria algo importante com ele.

Elijah poderia apenas supor o que era.

____

Na casa da família Petrova, Katerina se preparava para o jantar. A banheira cuja água outrora fora quente era apenas uma desculpa que ela criara para não ver tão cedo o julgamento do pai. A animação e alegria da volta haviam sido novamente trocados pela tensão, remorso... Saudade.

Ela respirou fundo e se afundou um pouco na banheira. Olhou para o vestido vinho simples em cima da cama, olhou para a penteadeira onde um espelho refletia a imagem parcial de uma bela moça de cabelos cacheados presos em um coque folgado. A pele oliva brilhava como seda, os olhos negros pareciam sugar toda a luz... Katerina Petrova.

As lembranças que ela tentou esquecer começaram a escorrer pela sua mente, tomando formas diferentes. Sorrisos, sedução, bailes, danças com outros... os olhos sempre nela. Olhos de admiração, lascivos, olhos que uma vez ela dissera: apaixonados. O sabor da vitória sempre que a admiravam, sempre que ela era reverenciada pela sua beleza... Tudo foi embora.

Ela desfez seu sorriso e respirou fundo não deixando que as lágrimas caíssem. Ela era forte. Ia superar isso.

Uma batida na porta fez com que Katherine acordasse de seus devaneios, logo um sotaque pesado da sua empregada encheu o quarto. Ela viera ajudar Katherine a se vestir para o jantar. O estomago da moça revirou com medo da conversa, a porta foi aberta e a empregada entrou.

Era hora.

Quando finalmente estava vestida, ela desceu para jantar. A cada degrau, seu medo aumentava, assim como a ansiedade... Ela iria rever seu pai e seu irmão. Quando finalmente chegou na sala de jantar, ela o viu. Alto, os cabelos negros caiam sobre os olhos, estava mais forte e com uma barba crescendo.

–Jeremy. – Ela falou o nome do irmão.

– Katherine. – Ele respondeu com um leve sorriso, antes mesmo da viagem os irmãos nunca foram muito apegados, mas a saudade era maior que as desavenças. Katherine correu e o abraçou, ele a olhou surpreso. – Também senti saudades, irmã.

Ela sorriu, os olhos marejados com as lágrimas.

–Eu nem imaginava como você havia crescido. – Ela murmurou.

–O almoço foi servido, Sr. Jeremy, Srta Katerina. – a empregada veio avisar. – Seus pais já estão na mesa com sua irmã.

Katherine limpou as lágrimas e o irmão deu um sorriso confiante. Eles caminharam para a mesa farta. Katherine fez uma reverencia leve e sentou-se.

Todos comiam em silêncio.

–Então, pai, como foi com o Lorde Mikaelson? – Elena perguntou.

Todos esperaram pela resposta do mais velho. Katherine havia parado de respirar esperando ser expulsa novamente a qualquer momento.

–Foi uma boa caçada. – O homem respondeu.

Katherine soltou o fôlego, ele iria ignora-la. Era melhor assim.

–E os filhos dele? –a matriarca dos Petrova perguntou parecendo interessada. – soube que o mais velho está se preparando para monastério. Isso é tão incomum, não pensa assim, querido? Dando seu filho primogênito para a igreja!

–Parece que foi uma promessa feita pela mãe do rapaz. – Jeremy falou tomando um gole do seu vinho. - alguma doença de inverno pegou no menino e a Lady Esther fez a promessa para Nossa Senhora.

–Ainda é estupidez. – O pai falou. – Ignorasse a tal promessa e mandasse o menino cuidar das finanças, é o que eu faria. Mandasse outro para a igreja.

O silêncio se restaurou por um tempo novamente.

–Mas eu descobri algo interessante hoje, Miranda. – O patriarca falou novamente e todos o olharam, inclusive Katherine( surpresa pelo tom do pai) – Não foi Mikael quem me falou isso, claro, tive que subornar algumas criadas, mas parece que o terceiro filho dele tem causado muitos problemas. Quase jogando o próprio nome na lama.

Miranda, a matriarca, olhou surpresa.

– Tem mais. – o pai acrescentou.- Durante grande parte do dia, O Lorde Mikaelson comentou sobre a beleza da nossa filha e toda a educação dela. Ele parecia muito bem encantado com a Elena e ouvi que o filho dele também não parava de elogia-la.

Katherine parou de respirar e sentiu a gêmea fazer o mesmo, porém com um sorriso falso no rosto.

– Fico muito feliz com a notícia, papai. Espero que isso ajude-o a se aproximar do Lorde. – Elena falou fingindo se concentrar na comida.

–Isso é maravilhoso, elena. Parabéns. - Miranda falou para a filha com orgulho.

As gêmeas trocaram um rápido olhar de desespero e tristeza, cada uma com seu motivo.

–Também falaram da Katherine. – Jeremy falou enquanto comia. – O Lorde me perguntou se a beleza dela era comparável a da Elena, são gêmeas. São as duas lindas!

Ele ria disso, mas era o único.

– isso é verdade, Grayson? – Miranda perguntou tentando disfarçar sua tensão.

Grayson olhou para o filho irritado.

–Sim. Eles falaram da menina. – havia desprezo em sua voz. – Fomos convidados para um jantar amanhã na casa deles. – Grayson parecia quase não querer ir.

Jeremy fingiu não notar e comentou.

–Um jantar pelo retorno de Katherine!

O pai bateu na mesa e se levantou.

–Perdi minha fome. – Ele comentou antes de sair sem falar nada.

Katherine sentia o ódio em seu peito e um bolo em sua garganta. Ser tão humilhada, ignorada...

– Tudo irá melhorar, acredito. Tudo irá melhorar. – Miranda falou para sí mesma.

Porém ela sentia que isso era tão longe da verdade.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que eu demorei, mas aqui estou!
gostaram?
Próximo capitulo iremos todos jantar nos Mikaelson e teremos muuuuitas novidades!
A história está mal começando...