Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 27
Olhos cinzas


Notas iniciais do capítulo

Então meus amores. Chegamos ao fim. Espero que todos tenham gostado e que o final não desaponte.
Bom, queria agradecer a todos, pelos comentários, recomendações e claro o carinho de vocês.
Nunca pensei que minha pequena fic poderia chegar a mais de 200 cometários, ainda mais levando em conta meu português que é mediocreira, mas acho que deu para relevar né haha
Serio esse tempo que passei postando cada cap, cada vez era uma emoção, não apenas ao escrever a história, mas também ao saber o que vocês estavam achando dela, e ainda mais que estavam gostando. Nossa isso me deixava meio que bêbada de tanta felicidade.

Acho melhor eu não falar muito aqui, e deixar que vocês curtam esse último cap.



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Já havia se passado as férias de verão, eu junto com meus pais passei os dois meses de Junho e Julho com o Pritons na casa que eles tinham em Carmem. Realmente eles tinham muito dinheiro, a gente já se conhecia há algum tempo. Na verdade meu pai foi amigo de infância do Erik Pritons, mas eu só cheguei a conhecê-lo no funeral de sua filha, e assim a sua esposa e filho. Lembro-me da primeira vez que vi o Adam, sei que ele estava um tanto abalado pela morte da irmã, eu nunca cheguei a ter uma perda assim, mas de alguma forma estranha eu me sentia igual a ele. E assim mesmo que tenha sido difícil, consegui que ele se abrisse comigo, e nos tornássemos amigos.

Estudamos o último ano do ensino médio juntos e graças a nossa amizade muitas vezes minhas amigas diziam que tínhamos um rolo. Coisas típicas das gêmeas Maxthons. Elas sempre foram minhas melhores amigas desde que eu entre no Colégio Riordan High School. Elas eram completamente diferentes na aparência e personalidade, mas uma completava e entendia a outra como ninguém. Eu as amava, e me sentia como a terceira irmã. Depois da nossa formatura eu não as vi mais, apenas conversamos por mensagem. É a saudade estava imensa. Elas foram para França com os pais e eu curtindo meu verão tentando pegar uma cor com meu nerd.

Mesmo que todos pensem que role algo entre o Adam e eu, eu não me importo, na verdade até chegamos a nos beijar uma vez no dia do baile, e foi nesse dia que ele me disse o que sentia por mim. É o nerd realmente gosta de mim, mas do que uma amiga, mas para mim parece impossível sentir algo por ele dessa forma, eu não sei nem ao menos como explicar, mas é como se eu estivesse esperando encontrar algo, bem, acho que é isso que toda garota espera né? Encontrar o garoto dos seus sonhos, e no meu caso é dos sonhos literalmente, pois em todo verão eu veio tido o mesmo sonho com o mesmo garoto. Eu nunca consigo ver direito seu rosto, a única coisa que me prende são os olhos cinzas que sempre estão fixos aos meus com tanta calma que parece fazer meu mudo parar.

É esse sonho é meio estranho, mas eu tento não pensar muito nisso, afinal isso é só um sonho e sonhos não costumo se realizar, não comigo.

–-x--

– Jullie, rápido se não você ira perder o vôo. – Minha mãe gritava pela milésima vez enquanto eu vasculhava meu quarto para vê se não estava faltando nada.

– Já vou! – Peguei minhas duas malas que restavam e olhei mais uma vez para meu quarto.

Eu sentiria falta daqui, ir para Harvard sempre foi meu sonho, mas agora que chegou à hora esta tão difícil de larga minhas coisas e meus pais.

Minha cama estava bem arrumada e com meus pelúcias em cima como eu sempre deixava, e ao lado meu livro preferido de quando mais nova, “o pequeno príncipe” e encima dele uma foto minha com uns nove anos sorrindo, mas eu não sorria para a câmera e sim para o lado como se tivesse alguém ali. É talvez eu tivesse um amigo imaginário e não me lembro.

Sorri com minhas lembranças de infância, mesmo que estas eu tenha passado sozinha eu sei que eu sempre fui feliz. É acho mesmo que eu deveria ter algum tipo de amigo imaginário, pois fora isso eu não tinha amigos na escola, não era uma criança que conseguia se misturar, diferente de agora.

Desci com minhas malas e ao chegar ao final da escada pude ouvir risadas vindas da entrada. Fui até lá e como imaginava minha mãe estava rindo e falando bobagens com o Adam, é sempre foi um sonho dela que nos namorássemos, mas como disse sonhos não costumam se realizar.

– Até que enfim. – Disse ele tirando os óculos para coçar os olhos.

– Hey, eu disse que não precisava de me levar até o aeroporto, eu poderia ir de táxi já que meus amados pais têm que ir trabalhar. – Disse dramática fazendo minha mãe rolar os olhos.

– Minha linda, seu pai já se despediu mais do que podia, e chorou muito também. – Concordei dando de ombros. – Hoje eu tenho uma importante reunião na escola. – Ela me abraçou. – Se eu pudesse claro que iria com você até mesmo a Boston para ter certeza que ficará bem, mas infelizmente não posso.

– Tudo bem mãe. – Fiz uma careta para o Adam que estava apenas rindo assistido aquela cena toda.

– Mamãe vai sentir sua falta acredite. – Disse depositando um beijo em minha testa.

– Também sentirei sua falta Dona Loren. – Brinquei a fazendo revirar os olhos, é acho que essa mania eu puxei mesmo dela. – Te amo mãe. – Disse a abraçando mais uma vez.

Eu sentiria muito falta de tudo e principalmente dos meus pais, mesmo com suas loucuras. Afinal acho que todos os pais têm um lado meio louco de cuidar dos filhos, os meus mais parecem duas crianças do que meus próprios pais.

Me despedi da minha mãe e depois de entregar minhas malas para o Adam por no carro entrei. Antes dele dar partida vi que os vizinhos que a muito tempo tinham ido embora estavam de volta. Lembro-me que eles foram para um outro estado atrás de um especialista para tentar engravidar e pelo silueta redonda da Senhora Jamnes acho que enfim conseguiram.

Olhei mais uma vez para porta da minha casa onde minha mãe estava e senti uma lagrima correr em meu rosto e que logo foi secada pela macia mão do meu amigo.

– Pronta? – Ele me perguntou.

– Pronta.

O caminho até o aeroporto foi tranquilo, por esta um pouco cedo o transito não era tão grande. Depois de quase uma hora chegamos, logo fui pegar minhas passagens e por minhas bagagens para ser verificada e guardada. Depois de todos os procedimentos prontos fiquei sentada ao lado do Adam esperado a chamada do meu vôo.

Estávamos em silêncio e como sempre era um silêncio mais agradável de todos, eu sempre ficava tranqüila ao lado do Adam. Eu estava com a cabeça em seus ombros enquanto ele tinha as duas mãos entrelaçadas ao meio das pernas.

– Então já sabe em qual fraternidade irar ficar? – Ele cortou o silêncio.

– Gamma Phi Beta, acho que é a mais tranquila. As outras só pensam em festa. – Disse sorrindo.

– Depois o nerd ainda sou eu.- Zombou rindo.

Dei de ombros, pois agora não adiantaria discutir sobre isso com ele, nem se fosse apenas por brincadeira.

– Você vai semana que vem para Londres?- Perguntei.

– É, eu até pensei em larga Oxford e ir com você, mas acho que seria meio estranho. – Suspirou.

Eu me levantei e o olhei calmamente e me aproximando lentamente depositei um beijo em sua bochecha.

– Você sabe que é meu melhor amigo e que é muito especial para mim. – Ele sorriu. – Mas Oxford é seu sonho então pare de pensar besteira. – Brinquei lhe dando um empurrão de leve. – Vou sentir saudades, Nerd.

– Também sentirei saudades loira. – Ele sorriu e me abraçou.

Foi um abraço rápido, mas como uma bela chorona me fez me desmanchar.

– Hey, não chora. – Ele riu passando as costas da mão em meu rosto.

– Vou ficar tão longe de todos vocês. – Disse fungando o nariz.

– Aposto que você encontrara muitos amigos lá, e quem sabe um namorado. Já que não me quis né, devo apenas torcer para conquistarem esse coração. – Fiz uma careta, pois odiava ouvir ele dizer que eu não o quis.

– Você será o primeiro, a saber. – Sorriu enquanto ele secava minhas lagrimas.

Enquanto ele me consolava uma voz estridente anunciava que era para ir para o embarque do meu vou para Boston.

– É ta na hora. – Disse me levantando e pegando minha bolsa de mão que estava ao lado.

– Até que fiz irei me livrar desse grudenta. – Brincou e eu lhe dei um tapa.

– Idiota. – Ele riu e se aproximou rápido me dando um beijo.

Não passará de um selinho, mas me pegou de surpresa.

– Adeus Jullie. – Sorri corada e fui até a fila de embarque apenas o dando um aceno com a mão.

–-x--

O vôo durou cerca de 6 horas,é eu passei toda a viagem acordada. Eu tenho um serio problema de medo de altura, e saber que eu estava a quilômetros do chão me causava um certo pânico. Não era a primeira vez que eu viajava de avião, mas sim a primeira sozinha e talvez por isso eu esteja mais ansiosa para sair daqui.

Depois de uma longa viagem desembarcamos e como em todos os aeroportos diversos táxis ficavam a frente esperando por passageiro.

Entrei no primeiro onde um homem que aparentava ter a idade do meu pai dirigia. Disse para me levar até a fraternidade onde deixaria minhas coisas e depois iria até a universidade pegar meus horários.

Mas um longo percurso, eu estava morrendo de sono mais ainda teria muito o que fazer. Meus olhos ardiam então como sempre carrego meus óculos na bolsa tirei minhas lentes e o botei.

Chegando na fraternidade fui levada até onde seria meu quarto, eu o iria dividir com uma tal de Natasha, ela não estava no quarto quando cheguei e isso me deu um certo alivio, pois teria tempo de ajeitar minhas coisas primeiro.

Tirei minhas roupas da mala e coloquei de qualquer jeito em uma estante que tinha ao lado da minha cama. Deixei meu notebook no criado mudo ao lado e junto dele o porta retrato com a foto que havia tirado nas férias de verão com o Adam.

Peguei uma calça skinny e uma blusa regata lilás e fui até o banheiro para que com um banho eu afastasse o cansaço da viagem.

Depois de um longo e relaxante banho quente sai já vestida com a toalha nos cabelos. Quando sai quase cai para trás ao ver uma garota morena com meu porta retrato na mão.

Ao me ver ela sorriu e o pôs no lugar onde estava o porta retrato.

– Natasha, suponho. – Disse calma e ela concordou.

Ela era um pouco mais baixa do que e com longos cabelos marrons que iam até a cintura, lisos como seda. Ela tinha a pele meio caramelo, como um bronzeado natural. Um corpo bem moldado. É ela era uma garota muito bonita.

– Jullie? – Assenti. – Caramba quando me disseram que minha colega de quarto era bonita, não estavam brincando. – Ele sorriu e segurou minhas mãos. – Espero que sejamos amigas.

– É, espero que sim. – Disse corada.

– Então medicina né? – Me perguntou e assenti. – Deve ser um crânio em, eu prefiro mais área de exatas, então estou cursando física.

– Esta há quanto tempo aqui? – Perguntei. Ela era bem animada e isso me lembrava minhas gêmeas.

– Ah esse é meu segundo ano, mas já me sinto em casa. Logo você também ira se acostumar. – Ela sorriu e se jogou em sua cama. – O cara da foto, é seu namorado?

– Amigo. – Ela sorriu.

– Ele é um gato. – Sorri.

– Quem sabe um dia eu não apresento vocês. – Brinquei e ela gargalhou. – Claro se não tiver um namorado né.

– Adoraria. Ele vai estudar aqui? – Neguei. – Que pena. Mas não tem problema, aqui o que não falta é gato.

– Isso é bom. – Ri. Era fácil conversa com ela, e pelo jeito seriamos mesmos grandes amigas. – Acho melhor eu ir pegar meu horário.

– Okay, vou está aqui jogando um pouco. – Ela se virou pegando um tipo de vídeo game portátil.

Penteie os cabelos e logo sai.

A universidade era bem próxima as fraternidade, então não demorou para que eu chegassem, o que mais levou tempo foi para eu achar onde ficava a secretaria.

Quando enfim consegui achá-la entrei e uma senhora de meia idade com os cabelos grisalhos me atendeu e me entregou uma folha contendo todos os meus horários. Eu iria estudar integralmente. Junto com o horário, ela me entregou uma folha dos matérias necessários, que eu sabia que não seria barato.

Já com tudo acertado sai lendo a imensa lista de matérias fazendo com que eu nem ao menos reparasse por onde andava, ou melhor, em quem esbarrava.

Bati em um rapaz alto com cabelos levemente dourados, deixando tudo que estava em minhas mãos caírem.

Ele se levantou e estendeu as mãos para mim, e logo se abaixou pegando minhas coisas que estavam ao chão.

Ele era extremamente lindo, corpo magro, mas com alguns músculos. Cabelos jogados de lado. E ao se virar para entregar minha ficha de matricula pude ver seus olhos.

Olhos cinzas, os meus que eu vinha sonhando durante algum tempo.

Aquilo me deixou meio que paralisada o fazendo balançar a mão a frente do meu rosto.

– Hey, você se machucou? – Ele sorria de lado, e que sorriso.

– Desculpa... – Disse acordando do transe que seus olhos me causaram.

– Eu que devo me desculpa. – Ele sorriu e jogou a bolsa de lado. - Jullie Smale. – Arquei uma sobrancelha e ele apontou para minha ficha de matricula que ele havia me entregue.- Gostei do nome.

– Obrigada. – Corei.

– Você é nova aqui? – Ele perguntou se encostando em uma parede ao nosso lado.

Não sei porque estava dando papo a um estranho, talvez seria por ele ser tão lindo, ou porque ele não me parecia tão estranho assim.

– Sim. – Disse apenas.

– Foi o que pensei, nunca tinha visto um rostinho tão bonito como o seu no campos. – Passei as mãos em meus cabelos completamente envergonhada.

Tudo bem que em minha antiga escola eu recebera elogios, mas ele era diferente.

– É meu primeiro dia aqui. – Dei de ombros tentando controlar a timidez e parecer indiferente.

– Cursando?

– Medicina.

– Então deve ser muito inteligente. Gosto de pessoas inteligente. – Ele piscou e mais uma vez foi impossível não cora.

– Desculpa, mas a gente já se viu em algum lugar? – Disse enfim, afinal ele me parecia tão familiar. Aqueles olhos que eu tanto sonho. Parece que o já vi antes e não apenas nos meus sonhos.

– Acho que não, eu me lembraria.

– Não sei, mas parece que eu te conheço de algum lugar. – Disse confusa, e ele se aproximou.

– Quem sabe não fomos amantes em outra vida? – Tocou minha bochecha que deveria esta pegando fogo e deu uma gargalhada deliciosa de se ouvir. - Brincadeirinha. – Ele se afastou e mais uma vez ajeitou a bolsa em suas costas antes de se virar. - Foi um prazer te conhecer, mas agora tenho que ir.

Ele já estava indo embora, mas eu precisava saber mais dele.

– Hey, você não disse seu nome! – Por impulso gritei fazendo algumas pessoas me olharem.

Ele calmamente se virou como um anjo sorrindo.

– Já que você me conhece, deveria saber, não? – Sorriu de lado. E já voltando ao seu caminho com apenas um aceno de mão ele disse. – A gente se ver Juh.

Fim...? Não, esse é apenas o começo de uma nova história!


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Notas finais do capítulo

É agora sim acabou. Novamente obrigada por tudo. Quem sabe eu não veja vocês em uma próxima fic, só não sei se será tão cedo levando em conta que comecei a faculdade hoje, mas vou tentar. Pois vocês merecem.
Beijos e espero que tenham gostado.



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