The Innocent Can Never Last escrita por Clarawr


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

NOVINHOS, SAFADINHOS, PODEM VIR QUE ESSE DAQUI EU FIZ PRA TU. HEUEHUEHEUHE Já ouviram essa música, crianças? Se sim aidaisudjkasdkasd wtf, vocês também são funkeiros nas horas vagas, se não, não ouçam porque não quero seus pais falando que eu sou uma má influência para vocês HEUEHUEH.
Ok, eu só ia postar amanhã mermo, mas como vocês me conhecem e eu sempre acabo adiantando, resolvi postar esse capítulo hoje.
Gente, por acaso eu contei para vocês que eu sonhei que a fic tava com 1000 comentários e 43 recomendações? Já tem mó tempão isso, mas eu esqueci de contar kkk. Mas, agora sério, falando nisso, eu queria muito falar com você, meu querido leitor fantasma. Sim, eu sei que você está aí. Nós temos 13 leitores, e só duas pessoas comentam regularmente (alguns outros são viajantes, vêm, comentam um pouco e depois somem, mas pelo menos comentam.)então eu gostaria muito de saber POR QUE VOCÊS NÃO COMENTAM? NÃO FALAM COMIGO? NÃO DIZEM O QUE ESTÃO ACHANDO? ): Eu não vou parar de postar nem nada do tipo, mas eu só queria saber o que vocês pensam sobre a fic. Além do mais, receber review é muito bom para a alma, vocês estariam fazendo a boa ação do dia ao vir aqui e deixar um comentário.
Espero que gostem do capítulo, eu acho ele muito engra (porém não tão engra quanto o anterior) e, como bônus para vocês, mais Finnick (eu sei que cês gostam, danados.) ♥
PS: LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!!!!! RECADO IMPORTANTE LÁ!



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Os Jogos já estavam rolando a dez dias e os dois ainda estavam vivos. Restavam ainda sete tributos incluindo Lizzenie e Roger. Eles estavam cada vez mais cansados, mais magros, mais fracos e mais feridos. Roger tinha conseguido um dedo quebrado e mais uma série de hematomas e estiramentos quando foi tentar pegar um pouco de água na Cornucópia, o que nem de longe era o pior que poderia ter acontecido. Eu quase coloquei o coração para fora pela boca quando o vi se encaminhando para a Cornucópia, mas considerando o fato de que ele conseguiu pegar alguns suprimentos lá sem nenhum ferimento muito grave, fui obrigada a dar um pouco de crédito para o menino. Ele é um lutador. Então, no fim das contas, ele acaba conseguindo se virar.

Eles passavam pegando água da chuva, mas em determinado momento houve uma seca de três dias. Eles estavam morrendo desidratados e eu queria mandar mais água para eles, só que nenhum Patrocinador quis bancar. O ato de ousadia de Liz com o Carreirista e a morte do menino nas mãos de Roger já haviam sido esquecidos. Os Patrocinadores queriam ver mais entretenimento, mais ação. E nem Liz nem Roger estavam conseguindo proporcionar isso a eles agora, de modo que não valeria a pena deixá-los vivos.

Juro que não teria nenhum problema em cortar fora a cabeça desses idiotas todos.

Liz estava em um estado um pouco melhor porque Roger não deixava que ela se arriscasse muito. O ferimento em sua cabeça ia se fechando aos poucos. Mas quando ela fazia esforço ou abaixava a cabeça, o corte reabria e seu curativo ficava encharcado de sangue.

Durante esses dez dias, Finnick bateu algumas vezes em meu quarto. E eu bati inúmeras no dele. Não que tivéssemos dormido juntos de novo, nem nada parecido (Graças a Deus. Eu não gostava nem de lembrar de como eu tinha acordado depois daquela noite), mas embora ele fosse meio bobo alegre, eu gostava de sua companhia, porque me deixava menos pior quando as coisas estavam ruins para o lado de Liz e Roger. O que, recentemente, significava a maior parte do tempo.

– Meu Deus, que calor. – Eu reclamo, enquanto rolo pelo chão gelado de meu quarto, tentando me refrescar.

– Tá maluca, Johanna? – Finnick me olha como se eu estivesse dançando pelada em cima de uma mesa.

– Acho que estou. Estou ficando maluca de ficar aqui dentro trancada. – Eu me sento no chão e olho meu reflexo da porta de vidro que dá para meu banheiro particular. Meus cabelos estão desgrenhados, caindo sob meus olhos e minha roupa está torta do tanto que fiquei me esfregando no chão. Tento afastar o cabelo do rosto com sopros, embora saiba que não vai dar certo.

– Sossega. – Ele revira os olhos. – A gente ainda vai ficar aqui pelo menos uma semana.

– Eu não vou sossegar! – Eu devo estar parecendo uma maníaca, com esse cabelo e o olhar nervoso. Preciso fazer alguma coisa, alguma coisa doida. Daí, uma ideia insana me vêm a cabeça. – Finnick, você já ficou bêbado?

Ele me olha incrédulo.

– Já, mas o que isso tem a ver?

– Então você vai ficar de novo. – Eu digo, com um sorrisinho diabólico na cara enquanto disparo em direção a porta, correndo pelo corredor e me enfiando no elevador. Nem olho para trás para ver de Finnick me seguiu, só quando chego ao elevador é que sei que ele não me alcançou. Aperto pela primeira vez o botão que mostra o número 12. Olho-me no espelho do elevador e bagunço ainda mais meu cabelo enquanto tento criar um olhar desesperado na cara.

Qual será o quarto dele? Lembro-me que Haymitch é o único mentor do Distrito 12, então seu quarto é o único quarto habitado. Na terceira porta que bato, ouço sinal de vida.

– Johanna? – Ele pergunta, surpreso por me ver ali, principalmente naquele estado. Ele está a meio caminho de ficar bêbado, dá para ver. Sorrio, porque sei que meu plano vai ser bem sucedido.

– Haymitch. – Tentou imprimir na minha voz um tom ansioso, preocupado. – Eu preciso que você me faça um favor.

– Por que eu faria? – Ele pergunta, azedo.

– Porque não custa nada. – Eu respondo, azeda também.

– O que você quer?

– Quero uma garrafa do troço mais forte que você tiver aí.

Haymitch fica um segundo em silêncio, para ver se estou falando sério. Não, porque com certeza eu iria até o quarto dele no meio da noite para pedir uma garrafa de bebida e depois falar que estava brincando. Então, solta uma gargalhada histérica.

– Eu não vou dar bebida para uma menina de 16 anos.

– Por que não? Eu preciso – Digo devagar, por entre os dentes, forçando um tom desesperado. – de alguma coisa.

– O que aconteceu para você ficar desse jeito, queridinha? – Ele pergunta, cético, crente que eu não teria motivos para sofrer.

Embora estivesse mentindo para conseguir o goró, eu tinha sim, motivos para ficar triste. Mas deixa isso para depois.

– Não posso falar. – Eu digo, olhando para os lados, como se estivesse preocupada de alguém me escutar, muito embora não houvesse mais ninguém naquele andar. – Mas, por favor, Haymitch, desenrola alguma coisa aí para mim. Para pelo menos eu conseguir dormir essa noite – Largo meus ombros, derrotada. Bom, fingindo estar derrotada. Sou boa nisso, como em todas as situações que tem a ver com mentiras. – Não te peço mais nada.

– Não te dou nada sem que você me dê um motivo muito bom para que eu concorde em embebedar uma adolescente.

Reviro os olhos. Como se ele fosse responsável. Porém, percebo que vou ter de inventar uma história para convencer Haymitch, então trato de pensar rápido:

– Acho que estou grávida. – Eu digo, em voz baixa. – Do Finnick. – Eu sabia que Haymitch desconfiava de que havia acontecido algo entre nós desde aquela vez no elevador, então parecia convincente. Não sei de onde tirei coragem para falar isso, porque essa desculpa implicava em confirmar para Haymitch que eu já tinha transado com Finnick, mas eu estava me sentindo anormalmente corajosa naquele momento. Além do mais, quem naquele prédio nunca tinha transado com Finnick? Tirando os homens, é claro. Pelo menos assim eu espero.

– Do Finnick? – Ele pergunta, espantado. – Grávida?

– É. Entendeu ou eu preciso falar algo mais? Não sei o que eu faço, Haymitch. – Fungo, como se estivesse prestes a chorar, mas na verdade preciso morder o lábio para não cair na gargalhada. – Me dá logo essa porcaria de garrafa, para eu me embriagar até desmaiar e amanhã eu penso no que vou fazer.

Ele me olha durante alguns segundos, avaliando-me, decidindo. “Não demora Haymitch, se não eu vou começar a rir”, penso comigo mesma. Então, se vira para dentro do quarto e volta alguns segundos depois com uma garrafa na mão.

– Vai com calma que isso é forte e eu não quero embriagar meu afilhado – Ele adverte, com um meio sorriso irônico na cara.

Pego a garrafa e olho para ele, tentando deixar transparecer uma gratidão aflita.

– Obrigada. – Digo e saio correndo, me enfiando de novo no elevador e voltando ao quarto andar.

Tenho um acesso de riso no elevador, daqueles que a gente fica sem ar e as lágrimas caem pela cara. Fazia muito tempo que eu não me divertia de verdade. Aliás, acho que nunca tinha me divertido de verdade. A porta se abre e eu irrompo pelo cômodo, segurando a garrafa, triunfante, mas ainda gargalhando tanto que a minha barriga dói. Finnick a pega de mim.

– Onde você arranjou isso? – Ele pergunta, sorrindo.

– Com o Haymitch. – Mal consigo falar de tanto que rio. – Ai, eu vou fazer xixi nas calças. – Eu sento na cama, de pernas cruzadas.

Finnick também está rindo, mas acho que é por causa da minha gargalhada, porque a melhor parte da história ainda não chegou. Finnick papai.

– Ele te deu isso assim, do nada? Você só pediu e ele deu?

– Tive que enrolar um pouco. Você vai ser pai, sabia? – Digo, acariciando a barriga. – Disse para o Haymitch que acho que estou grávida de você e muito desesperada porque não tenho coragem de te contar.

– Tá de sacanagem? – Ele pergunta, incrédulo. Então, cai na cama e começa a rir convulsivamente. - Não. Você está brincando. Impossível. Ele acreditou?

– Estou falando sério. - Enxugo as lágrimas de risada com o prazer de ter feito uma bobagem se espalhando por dentro de mim.– Não sei como não comecei a rir.

Ele ainda está rindo quando abre a garrafa. Está prestes a dar o primeiro gole quando eu a arranco de sua mão.

– Está louco? – Eu pergunto. – Eu fui lá, me humilhei, menti para conseguir essa porcaria e você quer beber primeiro? Não. Além do mais, grávidas têm prioridade. – Eu sorrio ironicamente e levo a garrafa à boca, derramando a vodka para dentro de mim.

A bebida desce queimando, eu pisco e lágrimas brotam em meus olhos. Bebo mais um gole grande e parece que atearam fogo no meu esôfago.

– Porra, não tem nada para misturar aqui não? Um suquinho de laranja, de morango. Ele tinha razão. – Pisco, tentando aplacar as chamas no meu peito. – Isso aqui é brabo.

– Porque você é uma menininha certinha que nunca bebeu nada além de Toddynho. – Ele caçoa de mim e pega a garrafa, bebendo três goles de uma vez.

– Eu não sou uma menininha certinha. Estou grávida. Transei com você. E vou ficar bêbada.

– A primeira não é verdadeira, então não conta. - Ele rebate.

– Mas as outras contam. – Fico chocada com a naturalidade com a qual menciono o nosso, hm, deslize. Não era por causa da vodka, eu só tinha bebido três dedos. Mas parecia ter acontecido há tanto tempo que para mim não era mais algo real. Talvez só um sonho. Um sonho constrangedor, mas um sonho.

– Não. A terceira ainda não aconteceu então só a segunda é verdadeira. E, me desculpa, mas transar comigo não te faz tão rebelde assim. – Ele me olha, debochado. "Claro" Eu tenho vontade de responder. "Se fosse assim, metade da população feminina da Capital seria considerada revoltada."

– E o que você fez de tão revolucionário? – Roubo a bebida de sua mão e bebo mais um pouco, desta vez, preparada para a queimação. Não parece arder tanto.

– Eu não disse que fiz nada de revolucionário. Você que começou com essa história. – Ele se esquiva.

– Mas eu estou perguntando. – Insisto, irritada.

– Matar aula para ficar namorando na praia conta? – Ele ergue as sobrancelhas.

– Conta. Namorando quem? – Eu pergunto, curiosa, com uma voz maliciosa.

– Algumas garotas. – Seu sorriso é tão diabólico quanto meu tom de voz.

– Ah, qual é, Finnick. Conta aí. Não vou falar para ninguém.

– Mas você não conhece nenhuma delas! – Ele protesta. – Para que contar?

Olho para ele, esperando. Ele suspira, percebendo que não vou largar o osso.

– Tem a Sue. A Kat e a Jade.

– Três? - Eu pergunto, estupefata. – Eu não acredito. – Sacudo a cabeça, fingindo desaprovação. - Vai acabar arrumando jeito de pegar sapinho. Beijou pela primeira vez com quantos anos? – Pergunto, como se estivesse perguntando as horas.

– Doze. E você?

– Treze. Ou doze. Peraí, eu já tinha feito treze? Não lembro... – Miro a parede, pensativa. Talvez se eu não estivesse com tanto álcool circulando pelo cérebro, eu me lembrasse com mais exatidão. – Foi horrível. – Faço uma careta, lembrando.

– O meu não foi ruim. Eu só não sabia o que fazer. Foi bonitinho e tudo. Peguei na mão dela, confessei que era apaixonado, namoramos por três dias e depois acabou tudo. – Ele ri.

– Sério que você fez isso, Finnick? Que gay. – Eu implico, embora tenha realmente achado romântico.

– Não é nada gay. Você queria que isso tivesse acontecido com você.

– Credo. - Eu respondo, engolindo mais da bebida. A garrafa já está pela metade.

– Você nunca namorou sério? – Ele arregala os olhos.

– Não. Namorar para quê? Não vejo sentido. Nunca gostei de ninguém o suficiente para querer essa pessoa do meu lado. Namorados são chatos e pegajosos. E desnecessários.

– Que falta de sentimento. - Ele comenta e rouba a garrafa de mim.

– Você é quem tem sentimento demais. - Argumento.

– Mas falando sério, você não sonha em encontrar um cara e casar e ter filhos e ser feliz? – Ele pergunta, parecendo meio estupefato.

– Não exatamente. – Eu decido abrir meu coração, porque Finnick é meu amigo, meu amigo de verdade, ele vai me entender, eu sei que vai. Meu cérebro gira e eu tenho dificuldade de manter uma linha de raciocínio. Estou bêbada. – Quer dizer, eu quero achar alguém, porque sei lá, transar é bom. Eu já te disse que transar é bom? E não é porque foi com você, não fique se achando, é porque é divertido mesmo. Mas eu não quero ter uma família. Para quê? Não consigo me imaginar sendo mãe. Além do mais, vai que pegam o nome do meu filho na colheita? - Eu pergunto e mesmo com o álcool entorpecendo meu corpo, sinto algo apertar meu peito ao considerar a possibilidade. Se com Liz e Roger eu já estava no estado em que estava, imagina com um filho mesmo?

– Estou apaixonado. – Finnick confessa.

– Por quem? – Pergunto, as sobrancelhas erguidas.

– Deixei uma menina lá no 4. A Annie. – Seus olhos brilham quando ele fala seu nome.

– Como assim?! - Eu pergunto, incrédula. Finnick podia ter qualquer pessoa na Capital. Mesmo assim, ele tinha escolhido uma menina de seu distrito? Ela devia gostar mesmo dela. - Já beijou ela?

– Ainda não. Mas eu... – Ele hesita e então decide continuar: - Eu estou completamente doido por ela. Mesmo. É diferente. Não é como nenhuma das outras com quem eu já estive. Ela é tão... – Faltam palavras a ele, provavelmente porque está completamente bêbado. - E sei lá, acho que não ter estado com ela ainda é que torna as coisas mais interessantes. Ela é difícil. - Ele reclama.

– Ah, não. Pode parar, Finnick. Você já é difícil de aguentar no estado normal, apaixonado então vai ficar insuportável.

– Poxa, Jô. – Jô? Gostei. Jô. – Eu te aguento todos os dias e mesmo assim você vai me largar? Eu não vou esquecer de você, mesmo se conseguir conquistar a Annie. – Ele afaga meu braço, me tranquilizando.

– Vai, sim. – Eu reclamo e bebo mais. – Mas não é disso que eu estou falando. - Eu me corrijo, porque, caramba, eu estou bêbada, mas não posso sair por aí confessando que eu gosto de estar com Finnick. Eu tenho uma reputação a zelar. - Você vai ficar todo romântico e alegre e, não sei se você percebeu, esse tipo de coisa não tem nada a ver comigo.

– Eu prometo não ficar nojento se você prometer não me abandonar. – Ele propõe.

Eu sei que é uma promessa de bêbados, que não vamos nos lembrar disso amanhã e que mesmo se lembrarmos, não vai valer nada. E que, em condições normais, não teremos condições de cumpri-las. Mas não estou pensando no que faço.

– Está bem. Eu prometo que vou continuar sendo sua amiga, mesmo com você apaixonado.

– Para sempre? – Ele pergunta, com um olhar de cachorro abandonado.

Mesmo bêbada, não consigo deixar de ser eu mesma, então reviro os olhos e bufo:

– Porra, mas você é chato, hein? Cacete... – Por algum motivo, Finnick encara isso como um sim e me esmaga em um abraço. Eu rio e lanço meus braços ao redor dele também.

É impressionante como ele simplesmente não me respeita. Quando eu o estou xingando, ele simplesmente ignora e leva as coisas como se eu tivesse concordado com ele. Bom, de qualquer maneira, acho que não estou mesmo em condições de ser levada a sério. Não bêbada desse jeito.

– Eu sei. Agora cala a boca que eu quero dormir. – Ele diz e eu fecho os olhos, usando ele com travesseiro.

Acordei com uma pontada de dor entre as sobrancelhas e a claridade que entra pela janela parecia queimar meus olhos. É só eu me mover um centímetro para que a dor entre meus olhos se espalhe por toda a cabeça. Minha língua parece feita de areia, de tão seca que está. Meu corpo está mole e pesado e sinto como se meu estômago tivesse sido sacudido em um liquidificador dentro de mim.

Não consigo me levantar. Não consigo me mover, embora meus membros doam um pouco por ter dormido toda contorcida junto de Finnick.

Aliás, falando nele, ele está bem aqui, do meu lado, babando no meu travesseiro. Eu tinha me esquecido dessa parte.

A ressaca.

Sou obrigada a me levantar porque sinto minha garganta se fechando dos lados e minha boca se enchendo de saliva. Corro para o banheiro com a mão na boca e vomito uma parte do álcool que botei para dentro ontem à noite. Me sinto um pouquinho melhor agora, mas minha cabeça ainda dói horrivelmente, minha boca está seca e eu pareço uma parente do Drácula, de tão sensível à luz que estou.

Meu movimento brusco acordou Finnick. Ele vira de bruços, colocando um travesseiro na cara. Embora ainda não tenha visto seu estado, não acredito que ele esteja muito melhor do que eu. Subo na cama e pego o travesseiro que ele roubou de mim de sua cara, deixando seu rosto exposto à luz.

– Mmhhhhmhn – Ele geme alguma coisa ininteligível, mas deve estar me xingando.

– Desculpa. – Eu digo com a voz rouca. – Mas é o único travesseiro que eu tenho. – Deito e viro de lado, tentando bloquear o máximo da luz que escapa da cortina.

Ele põe o braço em cima dos olhos e diz algo pela primeira vez:

– Parece que bateram com um bicho morto na minha cabeça.

Não tenho forças para responder. Só aceno com a cabeça, concordando, mas o movimento sacode meu cérebro dentro da caixa craniana e eu solto um gemido.

Não sei quanto tempo ficamos ali deitados, mas não consigo voltar a dormir e logo o desejo de água se transforma em uma necessidade voraz. Levanto-me e vou para o banheiro, abrindo a torneira e enfiando a cara ali debaixo. A sensação da água fria em minha pele é tão boa que eu abro a boca, sedenta para sentir a água fresquinha em meus lábios. Faço uma conchinha com as mãos e começo a beber a água sofregamente. Como algo sem gosto pode ser tão bom?

Finnick surge atrás de mim, esperando que eu saia de frente da pia. Minha vontade é continuar ali até me afogar naquela água, mas acho que agora ele está precisando mais do que eu. Ele se debruça sobre a água e molha a cabeça.

– Boa noite. – Eu digo, enquanto volto para a cama, esperando dormir agora que a sede foi erradicada.

Sinto a cama se balançando quando ele deita do meu lado de novo.

– Eu voltaria para o meu quarto, mas acho que vou vomitar no elevador e, se fosse de escada, cairia, rolaria sete andares, bateria a cabeça e morreria. Espero que você não se importe de eu ficar aqui.

– Não vou me importar desde que você cale a boca e me deixe morrer em paz.

– Tudo bem. Te encontro no inferno. – Ele responde e se vira para o outro lado.

Caio no sono novamente, certa de que quando abrir os olhos novamente vou dar de cara com Satanás e seu tridente, prontos para me receber.

Contrariando as expectativas, acordei viva. A minha cabeça ainda doía um pouco, mas o peso no corpo tinha ido embora e eu era capaz de andar em uma linha reta. Finnick ainda dormia na minha cama e eu me tranquei no banheiro para tomar um banho. Fiquei mais tempo que o necessário no chuveiro e quando saí, ele estava me esperando sentado na cama.

– Quem olha até diz que você é uma pessoa decente.

– Já melhorou a ponto de ficar me esculachando? – Pergunto, irritada.

– Já. – Ele sorri. – E já vou embora também. Quando a gente vai fazer isso de novo? – Ele pergunta

– Depois que eu me esquecer de como é uma ressaca a ponto de achar que passar a noite bêbada vale a pena. – Eu respondo. Ele ri e sai do quarto, batendo a porta e me deixando sozinha.


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Notas finais do capítulo

JASAOEWIAOPSIAKLAJDAJDAJSDLKAJSD EU NEM SEI POR ONDE COMEÇAR:
1 - EU SEI QUE NÃO EXISTE TODDYNHO NA CAPITAL, NEM NOS DISTRITOS, NEM EM LUGAR NENHUM DE PANEM. É bom deixar claro kkkkkkkk. É só que eu não resisti.
2 - Eu estou pensando em começar uma outra fic, só que dessa vez vai ser oficialmente Fannie. Andei tendo umas ideias, não prometo NADA, mas queria saber o que vocês acham disso.
3 - De agora em diante, a fic vai ficar trágica. Eu não vou dar spoiler, mas se preparem porque todas as desgraças que eu venho adiando vão começar a acontecer a partir de agora. E eu não vou mentir para vocês, vai ser tenso. Não quero deixar ninguém com medo, nem fazer vocês desistirem da fic, mas lembrem-se sempre que eu escrevi essa história para contar o que aconteceu para a Johanna se tornar quem ela é em "Catching Fire" e em "Mockingjay" (além, é claro, de dar vida ao meu shipp Johannick HEUEHE).
4 - GOSTARAM DA DECLARAÇÃO DO FINNICK PRA ANNIE? AWIEUAWIEUSAHDJAHD Eu disse que ia mencioná-la em algum momento da história e como promessa é dívida, acabei de cumprir oficialmente a minha palavra.
5 - Feliz dia do sexo atrasado. Muita transa para todos vocês ♥



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