Welcome To The World Of Guertena escrita por Satsuki Ichi


Capítulo 5
O Homem Torto


Notas iniciais do capítulo

[Sugiro que leiam esse capítulo ouvindo a seguinte musica: http://youtu.be/pqjBg3sXw9E ]

Boa leitura.



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Virando-se para as garotas e com total seriedade na voz, Garry preferiu avisá-las.

–Tentem não se afastar. – vendo que assentiram voltou-se novamente para a entrada do labirinto.

Mayu e Ib aproximaram-se mais de Garry, realmente não gostariam de se perder naquele lugar. Passaram em frente no primeiro corredor, e quando se aproximavam do próximo, começaram a ouvir o barulho do homem torto se rastejando. Rapidamente, Mayu puxou Garry e Ib pelas mãos e os levou para o corredor a direita, onde as paredes pareciam ter sido arranhadas violentamente por pequenas garras... ou talvez, unhas. Passaram correndo pelo corredor da direita e desviaram para a esquerda, de modos que foram parar no centro de uma pequena sala com uma arvore enorme no centro. Mayu não demorou muito para notar uma maçã de tamanho médio feita de ferro pendurada em um dos galhos mais altos. Colocou-se nas pontas dos pés e tentou pega-la, mas não a alcançava de jeito nenhum.

–Precisaremos dela, tenho certeza - sussurrou para Garry e Ib – é estranha, única que feita de ferro.

–E você não consegue alcançar. – disse Ib.

–Eu sou baixa demais!

–Deixa comigo. – Garry foi rapidamente até a arvore e esticou o braço, assim pegando a maçã de ferro – Tah-dah! – disse baixinho, e logo entregou a maçã para Mayu.

Mayu estava prestes a agradecer, mas algo a interrompeu. Um barulho de algo que parecia ferro e batia no chão... Não, não era apenas um, disso tinha certeza. Eles se entreolharam e Ib disse baixinho:

–Talvez não devêssemos nos preocupar apenas com o monstro torto.

–Tem razão – concordou Mayu – e está se aproximando. Vamos rápido!

Saíram da sala às pressas, a garota o guiou até um corredor mal iluminado que dava a escolha de mais três outros. Seguiriam em frente, mas quando estavam prestes a virar para um dos caminhos, avistaram as mãos tortas e ensangüentadas do monstro. O barulho que fazia era horrível, mas quando de perto era pior ainda. Fazia som de ossos se quebrando enquanto andava, e de vez em quando gemia um gemido parecido com o choro de alguém em agonia. Mayu se voltou rapidamente para os amigos que estavam em pânico, Garry sentiu calafrios ao ver a mão do monstro segurando a parede do corredor para se apoiar.

–O que é... – interrompeu-se rapidamente.

Infelizmente era tarde demais, o homem torto conseguiu ouvir Garry, assim saindo de trás da parede e mostrando seu rosto. Era tão horrível quanto o som que fazia; possuía um sorriso largo e desajeitado, o rosto deformado e virado para baixo por conseqüência do pescoço brutalmente esticado e quebrado era perturbador. Usava um terno gasto da cor preta. O monstro gritou, foi tão horrível quanto ouvir seu choro, o grito era mais perturbador ainda.

Corram! – gritou Mayu.

Ela e Ib estavam se afastando de Garry que aparentemente não conseguia se mexer, deu alguns passos rápidos para trás, mas ao ver o monstro se aproximar, entrou em pânico e não conseguiu se mover. Ib voltou rapidamente e puxou o homem pelo braço quase que com violência.

Garry, vamos logo!

Ele não saiu do lugar. Garry e Ib teriam sido atingidos pelo monstro se Mayu não os tivesse tirado do caminho a tempo, empurrou o monstro de mal jeito e pegou Garry no colo com dificuldade.

–Desculpe por isso, novamente. – disse evitando olhar para o monstro. Tinha medo de ficar no mesmo estado que Garry – Ib, corra!

E então saíram e disparada pelos corredores, Mayu estava com tanto medo que quase nem sentia o peso de Garry.

–Se continuarmos a correr desnorteadas desse jeito – avisou Ib – vamos nos perder facilmente!

Garry ficou por um bom tempo no colo de Mayu até que finalmente se deu conta do que estava acontecendo. De novo? Constrangido chamou a atenção da garota.

–Hey, não se preocupe – disse – pode me colocar no chão.

–Desculpa – a garota parou bruscamente e o colocou no chão, assim voltando a correr. Agora Garry as seguia a pé.

Desviaram para vários corredores até chegarem finalmente em uma sala de tamanho médio. Era repleta de bonecas, mas não exatamente como as que Garry via constantemente. Eram enormes, algumas do tamanho de um adulto, tinham olhos grandes e negros de botão, usavam o mesmo tipo de vestido feito de trapos e olhavam famintas – porem imóveis – para Mayu. Definitivamente iguais as que ela via nos espelhos.

–Ah, ótimo! – disse Mayu, que não parecia nem um pouco feliz.

A boneca que ainda estava dependurada nos ombros de Garry emitiu um som ensurdecedor, como um chiado, fazendo-os se encolher. Mayu chegou para trás ao ver a maior boneca da sala, sentia-se tonta só de pensar que elas poderiam se levantar e persegui-la pelo labirinto também. Pondo um pouco o medo de lado notou que na barriga da maior boneca havia um grande pedaço de vidro cravado, e junto dele, um bilhete.

– É – falou Garry – as coisas estão ficando piores a cada minuto.

Ib – notando o pedaço de vidro na barriga da boneca – caminhou até ela lentamente.

–Cuidado, Ib – avisou Garry, e logo foi para o lado da garota – nada aqui é normal.

Mayu viu a boca da boneca contorcesse em um sorriso, deu alguns passos para trás aterrorizada chamando a atenção de Garry, que se virou olhando-a quase que apreensível.

–Você tem medo de coelhos, Mayu? – perguntou inocente.

–Não me diga que está vendo coelhos ao invés dessas... coisas. – disse desacreditada – Não se enganem. Não são coelhos, são as bonecas!

–Eu vejo coelhos – disse Ib.

–Não, não – disse a garota quase indignada – essas coisas gostam de me perseguir o tempo todo, não me deixam em paz!

–Eu sei que eu vejo essas bonecas como coelhos, mas estes são diferentes... – disse Ib – e se até o Garry está vendo...

–Tudo bem – Mayu disse nada convencida – vamos logo, não sei se conseguimos realmente despistar o homem torto.

Garry rapidamente arrancou o pedaço de vidro da barriga do que Mayu via como uma boneca gigante, e então chamou a garota mostrando-lhe o que havia encontrado. O vidro possuía alguns desenhos incompletos, como espirais azuis.

–Não está exatamente quebrado – disse o homem – na verdade, é como se fosse o pedaço de algo, não acham?

A boneca no ombro de Garry deu uma risadinha fazendo Mayu recuar.

–E o bilhete? – perguntou Ib – O que diz nele?

Mayu examinou o papel na mão de Garry.

–São apenas desenhos... – ela puxou o papel levemente de suas mãos e o entregou para Ib – não consigo identificar nada, mas...

–Esperem – interrompeu Garry – que barulho é esse?

Mayu já estava com muito medo, mas só teve vontade de gritar realmente quando viu o que estava acontecendo. As bonecas – ou coelhos - estavam se levantando lentamente, e o barulho ficava mais alto a cada segundo.

–V-Vamos sair daqui! – disse a garota – As bonecas...

– Estão se mexendo – completou Garry acidentalmente, e logo puxou as duas garotas para trás afastando-as – os coelhos estão se mexendo!

De repente o barulho indecifrável da sala cessou, mas em compensação, lá estava o barulho de ossos se quebrando novamente. Se aproximando e aumentando cada vez mais.

– Ele está perto – avisou Mayu – não importa se dermos de cara com ele, apenas corram!

E assim foi feito, a garota torcia para ter sorte, mas não aconteceu. Assim que saíram da sala deram exatamente de cara com o monstro que gritou ameaçadoramente fazendo Mayu – que estava na frente – entrar em choque por alguns segundos. Felizmente conseguiram passar por ele sem se ferir, mas nada impediu o homem torto de segui-los.

Direita! – gritou a garota.

Seguindo para a direita, entraram em outra sala, mas para o alívio de todos, ela não era sem saída. Havia uma porta de metal no final, e sendo a saída ou não, era melhor do que nada. Mayu deu um encontrão na porta e tentou abri-la, mas estava trancada. Levou poucos segundos até ver o desenho de uma arvore no metal e um pedaço dela faltando, não precisava ser um gênio para saber que realmente precisavam da maçã. Mayu a tirou rapidamente de dentro do casaco e encaixou-a na porta que se abriu com um “clack” A garota se virou a tempo de ver o monstro se aproximar de Ib, afastou-se da porta e puxou a garota para o lado no momento em que o monstro a atingiria e então acertou-lhe um chute na barriga fazendo-o cambalear para trás.

Vamos! Vamos!

Mayu só percebeu que Garry estava a ponto de desmaiar quando o ouviu dizer com a voz completamente trêmula:

–Damas na frente!

A garota passou correndo pela porta e rapidamente se virou para puxar Ib e Garry que caíram no chão junto a ela. Mayu conseguiu se levantar bem a tempo de fechar a porta, quando o homem torto se preparava para entrar na sala. Um descanso por pouco tempo. Mayu encostou-se à porta ao sentir algo espetar sua barriga, colocou a mão dentro do casaco e retirou de lá sua rosa negra, que acabara de perder duas pétalas.

–Nossa – ofegou a garota – por pouco.

– Você está bem? – perguntou Garry ainda no chão.

– Estou, não foi nada – e então guardou novamente a rosa no casaco – Não fiquem tão tranqüilos... Ainda não saímos do labirinto.

Garry e Ib se levantaram e olharam em volta, de fato ainda estavam dentro do “pequeno” labirinto, e por mais que o homem torto estivesse do outro lado daquela porta, ele não se incomodava em fazer seu típico barulho. Como um “Packt, packt” fazendo Mayu se cansar novamente. Droga – pensou ela – parece que todos aqui ficam mais agressivos quando me vêem.

– Tomara que isso acabe logo - disse Garry.

A boneca em seu ombro emitiu novamente um som, porém dessa vez, mais baixo. Mayu a encarou, realmente odiava aquelas bonecas. Queria tira-la do ombro de Garry e tacá-la em uma das paredes do labirinto, mas tinha certeza que se arrependeria se o fizesse. Ao se concentrar novamente notou uma marca azul na bochecha de Garry.

–Ah... Garry – disse Mayu – a sua bochecha.

–O que? – olhou-a confuso.

Ela chegou perto o suficiente para tentar identificar o que era.

Estamos quase chegando – leu – é o que está escrito aqui – e tocou a bochecha do homem com o indicador.

– Belo lugar para deixar uma mensagem – zombou ele – ela deve estar se referindo a saída. Devemos estar perto dela.

A boneca deu uma risadinha em aprovação. Definitivamente Mayu não desejava confiar naquela coisa, mas não tinha escolha.

–Sim, pelo jeito é isso – disse finalmente – então vamos continuar.

Ao dizê-lo, a luz do lugar – que já era fraca – se apagou por completo, não conseguiam enxergar absolutamente nada, agora. É claro, estava bom demais para ser verdade.

–Argh... – reclamou Garry – enfim, nada que nos surpreenda, não?

–É, mas vejam pelo lado positivo – disse Ib – não escuto barulho algum. Todos cessaram.

–Ela tem razão... – concordou Mayu – poderíamos tentar ir tateando o lugar... É nossa única saída. Não se separem.

E assim fizeram, Mayu como sempre ia à frente, tendo o ombro esquerdo segurado por Garry e a barra do casaco segurado por Ib. O caminho foi tranqüilo até certo ponto, Mayu tropeçou bastante em alguns manequins e outras esculturas danificadas jogadas no chão, guiou-os por vários corredores sem problemas, pois ainda conseguia enxergar algumas coisas. Ao virar um dos corredores do labirinto, Mayu parou de sentir as paredes, agora tateava algo diferente... A coisa respirava.

–Ah... Mas o que... – Tentou falar, mas interrompeu-se.

A coisa gritou tão alto que fez Mayu se desequilibrar para trás, mas não deixou que escapasse, segurou os braços da garota que se inclinou para trás afastando Garry e Ib.

Ele nos encontrou – alarmou – Mesmo no escuro!

A garota se debateu de um modo que nem deu tempo de Garry ou Ib pensarem em ajudá-la, enquanto o monstro tentava machucá-la, Mayu soltou um dos braços e empurrou o monstro para trás com tanta força que o fez solta-la por completo e bater de costas em uma parede.

Corram! – gritou – Segurem na barra do meu casaco se preferirem, mas corram!

Como a boneca havia avisado eles realmente estavam perto, guiaram-se pelos últimos corredores até que Mayu finalmente encontrou a porta de saída do labirinto, reconheceu-a no momento em que bateu de frente com ela, e cortou o dedo no pedaço que faltava.

–Garry, o pedaço de vidro com as espirais!

Ele retirou com cuidado o pedaço de vidro de dentro do casaco e o entregou para a garota que rapidamente o devolveu para o lugar de onde pertencia. A porta emitiu um clarão ao abrir, fazendo com que Mayu pudesse enxergar melhor o que estava acontecendo, e o que viu definitivamente foi desesperador. O homem torto estava prestes a atacar Garry – aquele maldito estava agindo em silêncio, Mayu teve de admitir que ele foi inteligente.

Garry! – gritou – Atrás de você!

O mesmo agiu por puro impulso, virou-se a tempo de desviar de um golpe do monstro e então o chutou na barriga, fazendo-o se afastar. Mayu voltou-se novamente para a porta e tentou desesperadamente abri-la, mas ela continuava imóvel.

Como assim? Esquecemos alguma chave?!

–De qualquer forma, não temos tempo pra pensar nisso! – disse Ib.

–Seja como for, hajam rápido! – Garry atingiu o monstro com outro chute e se voltou novamente para as garotas – É SÉRIO! Eu to em pânico! E nessa escuridão... eu devo estar dando sorte.

Mayu sentiu tanta raiva por não saber o que fazer que chutou com tudo a porta de vidro, torcendo para que se quebrasse. Ora, mesmo que o monstro continuasse a persegui-los, pelo menos teriam uma chance de escapar. De fato a porta se quebrou, mas em poucos segundos voltou ao normal, como se nunca tivesse recebido um chute.

Já sei! – disse Mayu – Eu vou chutar a porta, quando ela se quebrar, passamos.

–Você vai se machucar! – disse Garry – sua rosa pode...

Garry foi interrompido pelo som do vidro se estilhaçando mais uma vez. Mayu chutou a porta com força, e Ib saltou para dentro da sala antes que ela se reconstituísse.

–Vá, Garry! – disse se preparando para outro chute – Eu lido com ele, logo me junto a vocês na outra sala.

Garry chutou o homem torto uma ultima vez, e então correu em direção a Mayu, agarrando-a pela cintura, virando-se e jogando seu corpo contra a porta que se quebrou dando passagem, fazendo-os cair no chão da outra sala. A porta se reconstituiu logo no momento em que o homem torto colocou as mãos para dentro do quarto, assim prendendo-o. Garry soltou Mayu com cuidado e chegou para trás.

–Vocês estão bem? – perguntou com a respiração pesada.

– Sim – disse Ib olhando fixamente para a porta onde o monstro estava preso.

– Sim, obrigada – Mayu se colocou sentada, e logo Garry a ajudou a se levantar.

Ele encarou a garota – Seus pés estão muito machucados?

– Eu uso botas, Garry. – Mayu balançou os pés, e então olhou para ele – Seu rosto...

Por causa do acontecido, o rosto de Garry havia ganhado alguns cortes fazendo o sangue escorrer por suas maçãs do rosto, felizmente não eram tão graves assim. Alguns cacos de vidro ainda estavam presos em seu casaco. Mayu ficou meio surpresa ao ver Garry tirar a boneca de dentro do casaco, às vezes até esquecia-se da existência dela, que praticamente aparecia do nada nos ombros ou na cabeça de Garry. Ele a colocou sentada em seu ombro e voltou a olhar para a garota.

–Não se preocupe – disse ele – isso aqui não é nada – sorriu, depois passou a manga do casaco no rosto para limpar o sangue.

–Se for por nós... – Mayu olhou para o lado e deu um pequeno e triste sorriso – você nunca sente dor.

Mayu acabou entrando em conflito com ela mesma, tinha raiva de tudo o que estava acontecendo e principalmente do fato de que tinha maus pressentimentos. Droga – pensou – tudo isso é culpa minha por ter raiva do meu pai ao me classificar como um erro... Eu devia abandonar isso tudo. E se eu não sair daqui também? Eu não quero ficar sozinha, não quero perder os dois. Quando finalmente decidiu esquecer essas preocupações, Mayu passou a observar a sala onde estavam. Mais uma sala cheia de espelhos, onde apenas o chão era normal. Mayu se encolheu e foi para o centro da sala, mas ao invés de medo, agora ela sentia mais raiva ainda.

–Só pode estar brincando comigo! – disse escondendo o rosto, tentando ignorar a existência dos espelhos.

Garry e Ib encaravam seus reflexos em um dos espelhos na diagonal da sala, Garry colocou as mãos no rosto e se voltou para a menina.

–Eu estou tão ruim assim? – perguntou.

–Não – respondeu Ib em um tom divertido – Você está ótimo.

–Haha, então tudo bem.

Nesse momento Mayu tomou coragem para olhar os espelhos, estreitou os olhos por toda a sala até resolver olhar por cima do ombro de Garry, onde uma enorme boneca – dentro do espelho – batia no vidro como se estivesse tentando quebrá-lo.

–Ah... – Mayu teve vontade de soltar um palavrão, mas se conteve.

A boneca no ombro de Garry virou-se lentamente para encarar Mayu, que ignorou sua existência.

–Ib, Garry, vamos logo – Mayu apontou para uma porta roxa no fim da sala – esse lugar está me deixando tonta!

A boneca no ombro de Garry emitiu uma espécie de grito e logo depois sumiu, talvez pulando de cima de seu ombro. Nesse exato momento Garry caiu no chão segurando o abdômen.

–Garry! – Mayu correu até ele e se ajoelhou a seu lado junto de Ib – O que aconteceu?

Garry encarou o chão ao seu lado onde havia uma pétala azul caída, a boneca que havia sumido agora postava-se perto da porta, emitiu uma risada debochada e deixou a rosa de Garry ser vista em suas mãos.

– Maldita... – disse Garry com dificuldade.

Uma mancha azul apareceu instantaneamente no chão perto da pétala azul, Ib tomou a liberdade de lê-la desta vez.

Vamos brincar, Garry. Estávamos com saudades de você... Principalmente ELE.

Todos encararam a mensagem, paralisados. O que ela queria dizer com “ELE”?

–Droga... droga! – Garry engatinhou lentamente até a boneca, ficando de frente para a mesma. A boneca deu dois pulinhos, e logo entrou rapidamente na porta violeta levando a rosa de Garry com ela. – Seis pétalas... – ele se voltou lentamente para as garotas, e então se apoiou na porta para ficar de pé – Seja lá o que for que ouvirem, não entrem.

–Mas, Garry... – Ib tentou argumentar, mas ele não lhe deu chances para isso.

–Se eu não voltar em quatro minutos, vocês podem ir sem mim. Prometo que assim que sair eu as alcançarei, ta bom?

– Claro que não! – Mayu caminhou até ele com a cara fechada como se fosse lhe dar um soco – ficou louco?

–A Mayu tem razão! – Ib chegou mais perto – Não vamos sem você!

–Eu vou voltar – tentou convencê-las – não precisam se preocupar comigo.

Mayu podia ter uma expressão de raiva, mas estava claro para Ib que ela queria chorar. A garota sabia o quanto aquelas bonecas poderiam lhe fazer mal, ela mesma já quase enlouquecera por causa delas. Tinha se apegado muito ao homem, assim como a menina, não queria que eles se machucassem mais.

–Mas...

Ib segurou a barra do casaco de Mayu e então a puxou.

–Nós vamos te esperar aqui! Além dos mais... Não sabemos se tem outra saída nesta sala – disse a menina – tome cuidado, Garry... eu não quero que você se machuque.

Garry não se conteve em se sentir meio culpado, pois se lembrava do que aconteceu da ultima vez em que entrou naquela sala, e se por acaso ele não conseguisse sair de lá? Não queria deixar a menina preocupada, mas também não sabia se estava realmente dizendo a verdade. Agachou-se ficando na altura de Ib e então afagou-lhe o cabelo.

–Ei, eu vou ficar bem, ok? Eu já quebrei alguma promessa para você?

–Não... – ela lhe lançou um pequeno sorriso – obrigada, Garry.

Ele sorriu de volta e então se levantou. Mayu ainda estava parada do lado dos dois encarando fixamente a porta, definitivamente não queria deixá-lo ir... Mas ele mal conseguia se manter de pé, agora. Ele não tinha escolha. Garry ficou de frente para Mayu, e então gentilmente segurou sua mão.

–Não se esqueça ok? – disse – quatro minutos.

–Não vou.

Garry se virou lentamente colocando a mão na maçaneta da porta, assim girando-a.


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Notas finais do capítulo

Review?
E por falar em review, peço desculpas se por acaso respondi o review de alguém de uma forma estranha [Ex: M?i?t? O.b?riga?da] porque ultimamente tenho respondido alguns por celular, e acabo de perceber que quando da erro sempre que posto as respostas, vou parar de responder por ele.
Espero que tenham gostado.



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