Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 3
III - De uma extremidade à outra


Notas iniciais do capítulo

Estou tão empolgado com a história que estou escrevendo, escrevendo e escrevendo incansavelmente! Fico feliz em saber que existem pessoas lendo e que estão realmente interessadas na história. Pra mim, não existe alegria maior do que perceber que meu trabalho está sendo reconhecido por vocês. Mesmo que sejam poucas pessoas, vocês não sabem o quanto isso significa para mim. Por isso, estou lhes presenteando com mais um capítulo hoje! Espero que aproveitem e segurem a curiosidade, pois esse ainda não é o último!



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Durante a tarde daquele dia, Draco havia ido à Hogsmeade para tomar umas cervejas quando avistou o menino Potter com seus amigos no lugar onde costumavam ir. “Estúpido! De todos os lugares do mundo, fui justamente onde Potter costuma ir com seus amigos. Eu deveria saber disso. Mas não, quis ir nesse lugar de pobre e, bem, aqui estou eu.” Pensou o rapaz loiro. Ele saiu de lá e foi direto para um lugar afastado, perto da casa dos gritos. Ele não tinha medo de lá, pois Harry, Ron e Hermione lhe contaram o que acontecera lá. Desde então, o lugar servia como uma espécie de refúgio para todos eles. Ele olhou para seu braço, coberto pela blusa e pelo casaco grosso que vestia – pois fazia muito frio – e passou a mão pela parte interior de seu pulso esquerdo, deixando que lágrimas rolassem pelo seu rosto.

– Pois é, Draco – ele pausou e suspirou – parece que não há outra saída pra você.

Ele puxou a manga de sua blusa e de seu casaco, deixando visível a marca negra que carregava. Olhou-a por alguns instantes, deixando que a raiva tomasse conta de si e começasse a ficar vermelho de tanto ódio de si, de Granger, de Weasley, de Voldemort e de seus pais, que lhe obrigavam a seguir o Senhor das Trevas sem nem lhe perguntar o que o jovem realmente queria fazer.

Bombarda! – conjurou o bruxo numa árvore – Incendio! – conjurou em outra árvore. – Diffindo! – exclamou em voz alta, atingindo mais uma árvore.

Ele caiu sobre seus joelhos e chorava inconsolavelmente. Estava fadado a um destino que não escolhera. “Não faço parte de nenhuma profecia. Não ligo para o que aquele sem-nariz pensa! Muito menos para os meus pais, que se satisfazem sendo apenas marionetes dele e nem sabem se realmente serão recompensados no futuro.” Draco estava com raiva, muita raiva. Ele esmurrou a neve algumas vezes e gritava até quase atingir a rouquidão. E ficou ali por algumas horas, até se sentir completamente extravasado – coisa que não conseguiu. Quanto mais gritava, quanto mais chorava, mais ódio ele sentia. Haviam lhe tirado tudo o que restava: sua única esperança de seguir um caminho diferente, sua única razão para não ter medo de ficar só. Todavia, ainda era um Malfoy. Seu sangue puro e sua honra de ser da Sonserina não poderiam ser abatidos por qualquer coisa, mesmo que isso significasse tudo para ele – o que mentiu horas depois.

Se levantou, respirou fundo e se recompôs. Teria de estar preparado para perguntas como “onde esteve?”, “o que está havendo com você?” e afins. Teria de aguentar Pansy, Crabbe e Goyle enchendo sua paciência com futilidades das quais não estava a fim de ouvir. O jantar com o professor Slughorn estava marcado para às oito horas da noite. Seu relógio prateado de pulso marcava sete e meia. Estava escurecendo e o jovem bruxo teria problemas se não voltasse para a escola. Mas ele sabia que Potter estaria no jantar, juntamente com a sangue-de-lama. Sua admiração pela jovem acabara pela pronúncia de algumas letras, mais precisamente, uma única palavra. Aquilo foi suficiente para acabar com qualquer coisa boa que estivesse dentro de Draco. Caminhou pela neve até chegar na escola. Entrou no banheiro, tomou um banho breve e colocou roupas limpas e quentes. Uma camiseta preta com um paletó por cima, uma calça de linho preta, sapatos italianos e uma gravata verde e prata – querendo ou não, ele ainda era um Sonserino e havia de representar sua casa com decência. Felizmente, nenhum dos três indesejados estava pela sala comunal da Sonserina, o que foi um grande alívio para Malfoy. Após o ocorrido de alguns dias atrás, ninguém se atrevera a falar com ele, pois viram como ele estava furioso e havia enfeitiçado seu colega sem pestanejar. “Se ele fez aquilo com o amigo, o que faria comigo?! Mas não faz diferença. É só mais um nariz em pé dessa casa.” Pensavam os outros colegas de casa. O jovem loiro olhou para a marca em seu braço mais uma vez. Sentiu seu coração ser tomado por aquela sensação de impotência novamente. Respirou fundo, colocou seu relógio prateado de pulso, cobriu o seu braço com a blusa e o paletó e seguiu para o jantar. Seu relógio marcava oito e dez, então ele procurou retomar a postura esnobe habitual e fingir que absolutamente nada estava acontecendo.

Naquela mesma noite, logo após o jantar, começara uma chuva forte. Relampejava e trovejava muito. Todos já estavam em suas salas comunais ou em seus quartos. Harry estava sentado na frente da janela de seu quarto, olhando a chuva cair do lado de fora. A luz dos raios que eram emitidos pelas nuvens atingiam seus olhos azuis e refletiam as lágrimas que escorriam pelos mesmos. Rony entrava no quarto em silêncio, quando escutou o soluço do choro do amigo - se é que ainda poderia chamá-lo assim. A sua consciência estava pesada demais para procurar confortar o amigo e ele procurou fazer o que achava que deveria ser feito.

Ron caminhou pela torre da Grifinória até o lado do dormitório das meninas. Bateu na porta e sua irmã abrira a porta.

– Gina, chame Hermione, por favor – disse Rony, aflito.

– Ron, ela já está deitada. Não posso acordá-la – respondeu Gina, assustada por ver o irmão ali naquela hora.

– É importante! – argumentou Ron, em um tom um levemente mais alto.

Gina parou na porta, olhou Ron de cima e baixo e suspirou. Convencida virou de costas e entrou no quarto.

Lumus! – sussurrou Gina, entrando no quarto e seguindo para a cama de Hermione. – Hermione... Hermione...- sussurrava Gina, enquanto cutucava sua amiga.

– Ham...? Gina? O que houve? – respondeu Granger, tentando abrir os olhos em meio à luz da varinha da ruivinha.

– É o Ron. Ele disse que precisa falar urgentemente com você – falou, apontando para a porta.

Hermione, assustada, imaginou que seu plano havia falhado. Colocou um robe e saiu do quarto, encontrando Ron impaciente do lado de fora.

– O que aconteceu? – exclamou a menina Granger em um tom mais baixo.

– Venha – disse Ron, puxando-a pelo braço e conduzindo-a até o sofá da sala comunal. – O Harry não está bem.

– E você acha que eu não percebi? – atacou Hermione, um pouco transtornada.

– Precisamos lhe contar a verdade – Ron estava mais sério do que nunca.

Hermione não respondeu, apenas olhou para a janela quando um raio brilhou. Suspirou e permaneceu assim.

– As coisas não saíram como o planejado – disse Ron, olhando para a janela também.

– Tudo bem – cochichou Hermione - traga-o aqui.

Rony apenas assentiu com a cabeça e foi ao quarto. Harry permanecia na janela, encarando a chuva com um olhar vazio.

– Harry... – disse o ruivo, se aproximando lentamente do amigo.

– Diga – Potter não tirava seus olhos da janela.

– Eu e Hermione precisamos te contar algo – sussurrou o amigo.

A grande hora havia chegado. Harry sabia que eles estavam escondendo algo e, provavelmente, agora lhe diriam do que se tratava. Ele apenas acenou com a cabeça e desceu com Ron até o sofá que ficava na frente da lareira.

– Estou aqui – disse Harry, de pé, olhando para porta-retratos sem nenhum movimento.

– Nós mentimos – iniciou Hermione, quase que como num suspiro.

– Sobre...? – ele olhou para os dois com pouca surpresa.

– Sobre tudo – murmurou Ron.

– Preciso que sejam mais específicos – explicou Harry.

Hermione começou a chorar.

– Eu te fiz esquecer, Harry. Fiz você esquecer algumas coisas que vivenciou nos últimos três meses.

– O quê?! Como pôde?! – Harry estava mais decepcionado que com raiva.

– Draco. Procure-o – disse Ron, enquanto abraçava Hermione.

Harry subiu ao seu quarto e pegou o Mapa do Maroto. Ao sair, encontrou os dois novamente na sala comunal, quando Hermione o parou:

– Espera – disse ela, olhando para o chão.

Harry apenas olhou para ela, enquanto a mesma tirava um vidro do bolso.

– Toma – ela entregou um vidrinho – Aqui estão algumas lembranças minhas. Procure Draco, diga que as coisas saíram do jeito que ele imaginou. Ele vai saber o que fazer.

Harry apenas apertou o vidro em sua mão e abriu o mapa, procurando o outro rapaz. O mapa indicou que o mesmo não estava sem sua sala comunal, mas sim na torre de astronomia.

– Bela noite para admirar as estrelas, não acha? – disse Harry, se aproximando de Malfoy.

– Não preciso da sua ironia, Potter. Estou suficientemente chateado pra ter que aturar seu senso de humor – arfou Malfoy, limpando as lágrimas do rosto.

Draco estava sentado, encostado numa parede que ficava de frente para uma das janelas da torre. Harry sentou ao seu lado e abriu a mão, que mostrava o pequeno vidro transparente com as lembranças de Granger se mexendo dentro dele. Malfoy viu o vidro e se assustou, olhando para Harry.

– O que isso significa? – disse, assustado.

– Eles me contaram que me fizeram esquecer alguma coisa – pausou - e também disseram que as coisas “aconteceram como você imaginou”.

Draco deixou que as lágrimas escorressem em seu rosto mais uma vez. Harry não sabia o que fazer.

– Pelo visto, não somos mais inimigos, não é mesmo? Mas eu gostaria de saber o que aconteceu – disse Harry, mantendo uma postura amigável.

O loiro limpou suas lágrimas e se levantou. Olhou para Harry o chão, esticou sua mão e disse:

– Você confia em mim?

– Eu não sei se devo – murmurou Potter – mas acredito que não tenham me mandado aqui à toa.

Potter segurou na mão de Malfoy e se levantou. O loiro encaixou sua mão direita na do outro rapaz, que achou aquilo um pouco estranho. Para Harry, ter esse tipo de contato com o outro rapaz era algo no mínimo suspeito, principalmente por estar tendo um tipo de contato mais íntimo com outro rapaz. Juntos, seguiram com cuidado até a sala de Dumbledore – não poderiam ser vistos, já passava da hora de estar na cama. Chegaram à penseira e Harry derrubou o frasco dentro dela. Draco retirou mais um de seu bolso e derramou no mesmo lugar. Harry engoliu a seco, olhou para o outro rapaz – que até algumas horas era seu inimigo – e mergulhou a cabeça naquilo que seria a promessa de acabar com suas dúvidas.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o penúltimo capítulo da fic. Estou trabalhando no próximo para que haja um final suficientemente bom para vocês. Obrigado a todos que estão lendo minha fanfiction e gostaria MUITO dos reviews de todos vocês. Como dito anteriormente, gosto de saber o nível de satisfação de vocês. Se estão gostando, o que mais gostam, o que não gostam e o que gostariam de ver nessa - ou talvez numa futura - fanfiction. E só para saciar algumas mentes curiosas: Não haverá lemon nessa fanfiction porque o enredo dela é mais focado no romance e nas relações entre todas as personagens. Espero o review de todos. Um abraço.