Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 25
XXV. A casa


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar com um intervalo de tempo menor. Quero acabar logo! Hahaha.

Boa leitura.



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Os dois adormeceram juntos.

Harry viu-se sozinho numa grande caverna escura. Não havia mais ninguém lá. Ele gritou, mas ouvia apenas os ecos de sua própria voz. Caminhava, corria, mas não chegava a lugar algum. Começou a se desesperar, até que viu as sombras da caverna começarem a parecer se mexer. Ele se assustou. Procurando se afastar daquele fenômeno perturbador, deu um passo para trás e tropeçou no próprio cadarço. Caiu ao chão, perdendo seus óculos e ficando com sua visão turva. As sombras pareciam cada vez mais vivas e, desesperado, ele começou a tatear o chão arenoso da caverna em busca de seus óculos. Com alguma dificuldade, engatinhou pelo espaço próximo de si, até encontrar seus óculos e rapidamente coloca-los em seu rosto.

Foi quando ele viu.

Harry se surpreendeu quando limpou as lentes empoeiras dos óculos e visualizou Voldemort com Belatriz Lestrange e Lúcio Malfoy atrás dele. Ele se assustou e tentou empunhar sua varinha, mas ela não estava com ele. Ainda caído no chão, tentou se afastar para trás e cortou-se com um pedregulho que estava por ali.

– Mas, como...? – tentou falar.

– Ah, Potter. Você achou mesmo que poderia me atacar e tentar me matar sem que eu descobrisse? – se vangloriou o lorde.

– Onde estou? Cadê todo mundo? – ele se levantou – cadê minha varinha?

– Todos já morreram, Potter – respondeu Tom, olhando-o nos olhos e apontando a varinha para o garoto – e você será o próximo.

Harry tentou correr, mas foi impedido pela varinha da comensal que estava presente ali. Lúcio deu um passo à frente, segurando a varinha do garoto na mão.

– Isso é pelo que fez ao meu filho, mestiço imundo!

E partiu a varinha do garoto ao meio.

Harry iria se exaltar mas pôde ouvir as palavras saírem com a velocidade de uma bala da boca do lorde das trevas.

AVADA KEDAVRA!

Foi então que ele deu um grito e acordou ao lado de Malfoy. O outro garoto se assustou com o grito do namorado e também acordou, sentindo o coração acelerar de zero a cem.

– O que houve? – perguntou Draco, passando a mão pelo rosto vermelho e suado do outro garoto.

– Acho que tive um pesadelo – ele respirou fundo – que horas são?

Draco retirou um relógio de bolso da sua capa e olhou. A hora marcava aproximadamente sete horas. Os dois dormiram por quase três horas ali.

– Quase sete horas – respondeu o loiro – quer me contar o que sonhou? – perguntou, já imaginando do que se tratava o pesadelo.

– Não há tempo, eu preciso falar sobre algo mais importante com você – falou ríspido, ajeitando os óculos.

– E então...? – instigou, Draco.

– Dumbledore quer que eu vá com Hermione e Ron com ele amanhã de manhã até o esconderijo de Voldemort. Parece que todas as Horcruxes estarão lá amanhã...

– E eu? – questionou, já imaginando a resposta.

– Ele foi claro quando me pediu que avisasse apenas Ron e Hermione.

– Mas ele pensa o quê? – Draco se levantou e começou a vestir-se – ele acha que vou deixar meu namorado entrar na boca do leão e vou ficar aqui no castelo fingindo que nada está acontecendo?

Harry puxou o cobertor mais para si e afundou o rosto nele, parecia querer ganhar algum tempo e pensar no que seria a melhor resposta para toda aquela situação.

– O que ele pensa eu não sei – iniciou – mas eu só estou obedecendo.

– Sabe o que isso tudo ficou parecendo? – Draco parecia bem aborrecido – uma despedida!

Potter congelou. Ele sabia que, por mais que não quisesse, era o que ele havia acabado de fazer. Tinha medo de que não conseguisse sobreviver e aquele fosse seu último momento terno com o seu amado. Como questionar?

– Tudo bem – o moreno também se levantou e começou a se vestir – vou falar com os dois. Esteja amanhã cedo no Grande Salão para tomarmos café e em seguida iremos para o gabinete de Dumbledore.

Não muito convencido sobre aquilo, Draco ajeitou o nó da sua gravata, fechou a capa e assentiu.

– Até amanhã.

E deixou o cômodo sem olhar para trás.

Depois da cena que Malfoy armara na Sala Precisa, Potter seguiu até o Grande Salão e encontrou Ron e Hermione, que faziam um último lanche antes de subirem para o salão comunal da Grifinória. Ele os contou sobre tudo o que Dumbledore pretendia fazer e, em seguida, todos subiram para seus aposentos para dormir.

O moreno não conseguia dormir. Fritou no colchão a noite inteira. Quando finalmente pareceu dormir, foi acordado pelo barulho de um despertador. Já era hora de se levantar e dar início a mais um plano de ataque.

Assim que despertou, acordou Ron e ambos se arrumaram e desceram para tomar café. Hermione já os esperava sentada na mesa da Grifinória. Draco também não demorou muito para aparecer e se sentar na mesa da Sonserina. Ninguém comeu direito, pois assim que o primeiro terminou e se levantou, todos os outros três o seguiram. Pouco tempo depois, já estavam todos na sala de Dumbledore.

– Pois bem – ele iniciou – acho que estamos todos prontos. Só não me recordo de ter convocado o senhor Malfoy – o comentário soou mais gentil do que pareceu.

– Com sua licença, senhor diretor, mas não vou deixar que Harry – ele pausou – e meus amigos se arrisquem nessa sozinhos.

Harry levantou as mãos em sinal de trégua. Seu gesto traduzia perfeitamente o que ele estava pensando: o que é que eu poderia fazer?!

– Creio que não será um problema que venha conosco – ele abriu um pequeno sorriso – vou explicar para vocês como tudo vai acontecer – ele abriu a porta da sala – por favor, Tonks e Moody, entrem na sala.

Tonks estava com os seus cabelos na cor roxa e com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo, leve. Moody estava com o rosto carrancudo de sempre.

– Segundo soubemos – o sábio bruxo iniciou mais uma vez – as Horcruxes não estarão recebendo uma proteção tão grande como imaginamos. Acredito que eles têm plena convicção de que nós não sabemos onde eles estão.

Todos assentiram. Moody parecia impaciente com todo aquele falatório, por isso, tomou a frente.

– Com licença, senhor diretor, mas temos um tempo muito contado. Aqui está o que vai acontecer: eu e Tonks vamos segurar todos os comensais que estiverem por lá. Ron, Hermione e – ele pausou e encarou o loiro de cima a baixo – Draco – continuou – vocês irão destruir as Horcruxes. Harry e Dumbledore darão conta de Voldemort e o executarão assim que as peças malditas estiverem em pedacinhos. Todos seguem o plano à risca, ninguém erra, ninguém morre ou se machuca. Alguma pergunta?

– Eu tenho uma – disse Hermione, levantando sua mão.

– Diga, Granger – respondeu o auror.

– O plano parece muito bom – iniciou, procurando evitar alguma ofensa indesejada – mas ninguém aqui nos explicou como destruir uma Horcrux.

Moody bufou como se tivesse escutado uma pergunta óbvia. Alvo tomou a frente mais uma vez.

– Com isso, Granger – explicou, retirando de dentro de sua capa a espada de Godric Gryffindor – ela está mergulhada no veneno de Basilisco.

Hermione parecia maravilhada com aquilo, assim como os demais da sala. Ela pegou a espada e a colocou dentro de uma pequena bolsa, fazendo-a sumir.

– Mais alguma pergunta? – indagou Alastor.

Todos se entreolharam e ninguém se atreveu a perguntar ou fazer qualquer comentário.

– Ótimo – finalizou.

Ele estava carregando uma bolsa de pano que parecia bem velha, pois estava gasta e suja. De dentro dela e com o auxilio de sua varinha, retirou uma bota que também estava bem gasta e a depositou em cima da mesa do diretor da escola.

– Acho que todos aqui estão familiarizados com uma chave de portal. Coloquem suas mãos aqui e isso nos guiará até um local próximo de onde Voldemort está.

Mais uma vez, ninguém disse nada. Todos apenas assentiram e puseram suas mãos no pequeno objeto, que criou uma espécie de vórtex que os sugou e os fez parar num lugar que parecia ser alguma clareira no meio da Floresta Proibida. Todos se ajeitaram e Dumbledore já estava parado, de costas para todos, olhando para o que parecia ser o único caminho disponível para seguirem.

– Lembrem-se, fiquem todos juntos e não hesitem em usar qualquer feitiço ­– enfatizou – para se defender ou defender algum companheiro. Procurem usar todas as habilidades que os ensinei durante os treinamentos e saibam que a partir daqui, farão de tudo para ter cada um de nós, mortos.

Hermione segurou na mão de Ron, que engoliu à seco e olhou para as duas mãos juntas. Ele a puxou para si e ficou de frente para a menina, que se assustou com o movimento.

– Não sei se vou sobreviver para dizer isso, mas – ele encostou seus lábios no da garota e ficou assim por uns cinco segundos – eu te amo

Ele se soltou da garota e começou a seguir Dumbledore, que já andava com Tonks e Alastor. Granger olhou com uma cara pasma para Harry e Draco, que riram. Ela abriu um pequeno sorriso e se virou, seguindo os outros e deixando os outros à sós. Draco começava a caminhar, quando sentiu Harry puxar sua mão.

– Espera um minuto – pediu Potter, olhando para o namorado, que parou em sua frente.

Draco não respondeu, apenas olhou-o nos olhos.

– Quando tudo isso acabar, nós vamos ser muito felizes – disse Harry, abrindo um pequeno sorriso e deslizando a outra mão pela face do garoto.

– Eu sei disso – respondeu Draco, encostando as testas dos dois.

– O que vocês dois estão fazendo aí? – gritou Moody de algum lugar mais a frente – Querem pôr tudo a perder?

Os dois deram uma pequena gargalhada e foram correndo se juntar aos outros.

Depois do que pareceu ser meia-hora de caminhada, o grupo chegou na entrada de uma gruta. Não chamava muita atenção. Na verdade, parecia uma enorme toca de coelho situada no meio da Floresta Proibida. Nenhum comensal estava por perto, o que era suspeito, mas ao mesmo tempo, bom para que o plano fluísse como idealizavam.

Demoraram por aquela área à procura de algum comensal ou criatura que estivesse protegendo o local. Nada. Entraram pela passagem estreita e usaram suas varinhas para iluminar o caminho. Caminharam uma distância de quase seis quilômetros na escuridão total até chegaram à uma saída, do outro lado da caverna. A claridade ardeu os olhos de todos, pois seus olhos estavam acostumados à escuridão do subterrâneo. Logo que saíram, avistaram uma casa. Não tão grande quanto a mansão Malfoy, mas também não se parecia em nada com a cabana de Hagrid.

Dumbledore sinalizou para que todos fossem silenciosos e continuou na dianteira, guiando o grupo pelo gramado verde na frente da residência. O local não parecia estar protegido por qualquer magia negra ou criatura. Pelo contrários, o gramado parecia bem verdejante e a casa era pintada em cores vivas. Era feita de tijolos vermelhos com um telhado piramidal marrom. Uma chaminé expulsava preguiçosamente uma fumaça branca e alguns pássaros cantarolavam em coro.

– Dumbledore – cochichou Harry, fazendo o senhor se curvar em sua direção – você tem certeza de que é aqui?

– Agora mais do que nunca – sussurrou em resposta – ele está seguro demais de que não o acharíamos aqui. Está tudo belo demais. Demais. É um disfarce.

Potter assentiu e continuou a seguir-lhe.

Todos se posicionaram diante da porta principal da casa e procuraram por qualquer armadilha ou comensal de sentinela. Mais uma vez, nada. Harry arriscou espiar por uma das janelas e viu Belatriz sentada à frente da lareira com Voldemort, que acariciava Nagini. Lúcio e Narcisa pareciam conversar de uma maneira distante numa mesa de jantar atrás deles. Voldemort não expressava absolutamente nada, pois parecia pensar em alguma coisa distante dali. Mas a julgar pela sua postura, com certeza não estava se sentindo à vontade naquele espaço limitado. As Horcruxes não estavam em qualquer lugar visível, mas de acordo com a informação que lhes fora dada, elas já estariam lá. Dumbledore estendeu sua mão e conjurou um feitiço explosivo, fazendo com que um enorme estrondo equalizasse por todo o terreno e a porta se abrisse. Belatriz saiu em disparada como uma fumaça preta e agarrou Tonks, que por sua vez a acompanhou e começaram a disputar. O grupo invadiu a residência e logo o lorde estava à postos, pronto para duelar. Assim como Lúcio e Narcisa, até verem seu filho ao lado de Potter mais uma vez.


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