Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 21
XXI. Revertido


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal? Segue mais um capítulo pra vocês!



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Harry sentia a necessidade de abrir os seus olhos e desvencilhar-se do peso que sentia sobre seu corpo, mas não conseguia de forma alguma. Seus olhos simplesmente não o obedeciam, nem o seu corpo. Lutou contra aquela sensação sufocante e acordou num rompante, fazendo um murmúrio alto com sua respiração. Ele olhou para a cama da frente, onde alguém – possivelmente Simas – repousava num sono tranquilo. Ele olhou para o lado e Ron também estava lá, desmaiado num sono profundo como costumava fazer todas as noites. Por um segundo, sentiu uma onde de alívio tomar conta de si e se sentiu relaxado por ver que tudo estava normal. Ele não sabia bem o motivo, mas tivera a sensação de ter tido um pesadelo terrível, o qual não conseguia se lembrar.

Um som estridente começou a ecoar pelo dormitório, um despertador indicava a hora de acordar. Foi quando ele ouviu a madeira da porta do quarto emitir o som de três batidas discretas. Ele colocou seus óculos circulares, caminhou até a porta e abriu uma pequena fresta, podendo ver apenas quem estava do lado de fora. Era Hermione.

– Bom dia, Harry – disse, parecendo um pouco nervosa.

Harry deu um pequeno bocejo e tampou a sua boca.

– Bom dia, Hermione – respondeu, educadamente. Ele tentava disfarçar a cara inchada de quem acabara de acordar.

– Está tudo bem por aí? – ela tentou dar uma olhada nada discreta para dentro do quarto. Harry estranhou.

– Comigo sim – ele pausou e analisou a expressão corporal da menina – mas parece que você não está tão bem assim.

– Não é nada – ela comentou, tentando demonstrar alguma descaso – são só... provas. E Ron? Já acordou? – ela ainda parecia apreensiva.

– Ainda está dormindo – respondeu, olhando para o ruivo desacordado na sua cama.

– Você poderia chama-lo para mim?

Mesmo achando aquilo tudo um pouco estranho, ele assentiu e seguiu em direção à cama do amigo. Cutucou-o sussurrando seu nome por alguns segundos, até que ele finalmente abriu seus olhos e bocejou.

– Harry? – disse com uma voz excessivamente sonolenta.

– Bom dia – ele sorriu – Hermione está na porta e quer te ver.

Ron franziu o cenho e bocejou mais uma vez. Ele se espreguiçou, levantou da cama e seguiu para a porta. Hermione abriu um sorriso de orelha a orelha e agarrou-o ali mesmo, envolvendo seus braços no pescoço do menino e aconchegando sua cabeça no peito do garoto.

– Bom dia, Ron! – exclamou a menina, sorridente.

– Bom... dia? – ele parecia confuso com tudo aquilo.

Ela se soltou dele e virou-se para Harry, que estava parado atrás de Weasley e apenas observava aquela situação.

– A propósito, Harry, Draco disse que quer conversar com você. Ele está te esperando no Grande Salão.

Ele apenas assentiu e a menina saiu. Ele ficou sem entender do que se tratava. Os dois garotos se entreolharam e fizeram uma careta engraçada.

– O que foi isso? – questionou Ron, com cara de paisagem.

– Coisa de menina – Harry encarava a porta.

Os dois riram e foram se arrumar para tomar o café da manhã.

xXx

Harry só conseguia pensar em uma única coisa: Narcisa e sua pseudo-tentativa de assassinato. Lembrara-se da noite anterior com Draco na sala precisa em que o loiro lhe notificou sobre a loucura que sua mão estava tentando fazer. Com certeza o garoto já pensara em algo ou sabia de algo que ela faria, portanto, estariam um passo à frente de qualquer coisa que ela tentasse fazer com ele.

Ele terminou de se arrumar e seguiu até o Grande Salão, acompanhado por Ron e Hermione, que encontraram na sala comunal, em frente à lareira. Hermione parecia anormalmente contente aquela manhã, levando em consideração todos os últimos acontecimentos. Mesmo assim, Harry não se sentiu no direito de restringir a alegria da menina, visto que esse tipo de coisa era difícil de acontecer nos últimos tempos.

Chegando no Grande Salão, Harry avistou Draco sentado na ponta da mesa da sonserina, bem próximo da porta. Ele parecia bem ansioso por alguma coisa. Quando seus olhares se encontraram, ele pôde perceber que os olhos do sonserino se encheram de brilho e, por um momento, tudo parecia bem. O menino se levantou e seguiu em direção aos três, contendo o impulso de agarrar seu namorado ali mesmo.

– Bom dia, Harry – comentou, com um sorriso branco no rosto.

– Bom dia, Draco – ele correspondeu o sorriso.

– Bom dia, meninos – cumprimentou novamente, olhando para Ron e Hermione. Os dois responderam em uníssono.

– Harry, podemos conversar lá fora? – perguntou – Prometo que será breve e, em seguida, você poderá voltar e comer.

Harry olhou para os dois atrás de si, que apenas assentiram com um sorriso. Ele olhou para Draco e indicou a porta.

xXx

Lá fora, o clima estava ameno. Não tão frio quanto nos dias anteriores, mas mesmo assim, o sol aparecia timidamente entre algumas nuvens, deixando que somente alguns raios transpassassem por entre elas. Uma brisa de arrepiar os pelos da nuca soprava preguiçosamente pelos gramados de todo o terreno do castelo de Hogwarts.

Os dois seguiram pelo pátio de entrada e desceram em direção a uma das margens do lago negro. Escolheram a sombra de uma salgueiro – não o lutador – imponente por ali e logo que chegaram, Draco iniciou.

– Meu amor – ele abraçou Harry de uma vez só, quase fazendo com que os dois caíssem no chão.

– Há quanto tempo você não me abraça assim – Harry riu, correspondendo ao abraço.

– Estou feliz por estarmos todos bem – respondeu, sem parecer querer sair daquele abraço.

– Eu também, mas – ele pausou e se soltou do abraço, fitando os olhos do sonserino.

– Mas...? – o outro também o olhava, com a expressão confusa.

– Ontem de noite você me pareceu muito preocupado com o que sua mãe estava tentando fazer. Daí do nada você acorda, me traz aqui e de repente tá tudo bem? – Potter demonstrou alguma desconfiança.

– Era justamente isso que vim lhe falar – ele se ajeitou e abriu o sorriso de novo – já está tudo resolvido.

– Assim? Da noite para o dia? – o moreno parecia um pouco desconfortável com a súbita solução para aquele problema.

– É – ele suspirou – fugi da escola ontem à noite. Falei com a minha mãe... Nós conversamos... – ele pausou – Ela esqueceu tudo.

Harry franziu o cenho e o olhou com certo desdém.

– Você está me dizendo que foi para casa ontem, no meio da madrugada, conversou com sua mãe e, como se fosse um feitiço qualquer, ela esqueceu tudo e – Harry pausou e olhou sério para o outro – Você enfeitiçou sua mãe?

De certa forma, foi o que aconteceu. Draco achou melhor omitir uma parte ou outra, mas aquilo não chegaria a ser uma mentira... ou chegaria? Provavelmente não. Saber tudo o que aconteceu com riqueza de detalhes, poderia apenas deixar o pobre Harry confuso sobre tudo o que estava acontecendo. Por isso, Draco preferiu apenas assentir e limitar os detalhes da melhor maneira que pudesse fazer.

– Acho que na aula de Estudos Sobre os Trouxas, a professora Caridade disse uma frase que eles costumam usar “não importam os meios, somente os fins” ou algo desse tipo – seu sorriso amarelo era comicamente desesperado.

– Hum – murmurou Harry – e você acha que vai ficar tudo bem?

– Acredito que sim – ele deu de ombros – vamos comer? – propôs.

– Não – respondeu Harry, agarrando-o pela cintura e aproximando seus rostos – quero ficar aqui com você até a hora da aula.

Os dois se beijaram e permaneceram ali por mais alguns minutos, até que a hora da primeira aula daquela manhã chegasse.

xXx

Chegando ao fim das aulas, Malfoy e Granger deram um jeito de despistar Harry e Ron para poderem se encontrar e conversar sobre tudo o que acontecera recentemente. Desde que voltaram da viagem no tempo, há uma noite atrás, não tiveram tempo nenhum para conversar sobre o que fizeram. Draco prometera à Hermione que arranjaria um jeito de convencer Harry de que o risco não era mais iminente e que, em hipótese alguma, contaria a verdade sobre o que fizeram para salvar a vida do Weasley.

Os dois se encontraram na sala em que haviam estado durante sua viagem no tempo. Ela permanecia do mesmo jeito que a viram da última vez e, inclusive, causando a mesma reação alérgica no nariz de Malfoy. Quando ele chegou lá, Hermione já o esperava, sentada em uma das carteiras cobertas por um pano branco, lendo algum livro sobre Encantamentos Divertidos. Assim que escutou o barulho da porta se fechando, a garota desviou seus olhos do livro e olhou para o loiro que se aproximava. Ela sorriu e olhou para ele.

– E então? – ela perguntou, imaginando que ele já soubesse do que se tratava sua pergunta.

– Disse para ele que encantei minha mãe usando Obliviate– ele respondeu tentando demonstrar algum descaso.

– Mas você não contou todos os detalhes... certo? – ela pareceu insegura ao finalizar a frase.

– Em linhas gerais, não – ele coçou a nuca.

– Em que aventura nós nos metemos, hein? – brincou Hermione, dando uma leve gargalhada.

– Eu nunca irei esquecer disso – respondeu o outro, acompanhando sua risada.

“No meio da sala empoeirada, os dois se juntaram novamente dentro do circulo do cordão do vira-tempo. Draco tomou a liberdade de pega-lo da mão de Hermione e ele mesmo deu algumas voltas no objeto. A menina apenas olhava para ele, curiosa. Definitivamente ela estava incomodada de esta vez, ela ter de se subordinar ao plano de outra pessoa. Após alguns segundos, ambos já haviam completado a volta no tempo e a grifinória já guardava o objeto mágico dentro de suas vestes.

– Onde estamos? – perguntou Hermione, curiosa.

– No dia em que Ron foi envenenado, de manhã – respondeu Draco, tentando segurar um espirro.

– E qual é o plano? – questionou a menina novamente.

– Teoricamente, descobrir quem colocou a caixa no dormitório dos garotos e impedir que isso aconteça – ele deu um sorriso amarelado.

– Acho que de uma forma ou de outra, isso com certeza será bem mais fácil do que a ideia que eu tinha em mente – ela sorriu sem-graça.”


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Notas finais do capítulo

Espero os reviews. :)



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