Cristian estava sentado em meu velho sofá, de pernas cruzadas e uma mão no joelho, olhos nos meus.O que ele está fazendo aqui?

— Você disse para eu te procurar quando me sentisse seguro a seu respeito e tivesse coragem de te contar. Pois bem, aqui estou eu. — sorriu.

— Como você entrou aqui? A porta estava trancada! — perguntei chocada.

— Essa é uma das coisas que você precisa saber sobre mim.

Dessa vez ele parecia bem sério. Seus olhos estavam escuros e sua feição era de medo.

— Diga. — murmurei encostando no canto da parede.

— Sente-se. — ordenou.

Me sentei na poltrona, cruzei as pernas e aguardei sua fala. Eu queria realmente saber o que de tão grave ele escondia.

— Anastacia, eu não sou como os outros homens. Não passo nem perto disso.

— O que você quer dizer com isso? — franzi o cenho.

— Eu sempre gostei de ter parceiras sexuais, mas apenas isso. Nunca tive uma namorada, e meu plano era continuar não tendo.

Cristian apoiou seus cotovelos em seus joelhos e juntou suas mãos. O que ele quer dizer com "parceiras sexuais"?

— Espera. Você fez essa confusão toda só para me dizer que nunca teve uma namorada, mas sim transou com várias mulheres sem compromisso?! — que besteira! Fiquei estupefata!

Seus olhos estavam arregalados e sua expressão era de surpresa. O que ele pensou que eu diria?

— Anast...

— ANA! — eu disse em tom de alerta.

— Ana, quando elas estão comigo eu assumo o controle. — murmurou — Eu comando tudo o que elas fazem. Suas palavras, seus gestos, o modo de agir.

— Ok. Você está me dizendo que é um maníaco na cama? — franzi o cenho novamente — Que eu me lembre você não me tratou assim naquele dia.

— Exatamente. Foi o que eu disse. O meu plano era continuar sendo assim, mas de repente você apareceu e aideologia que eu tinha para o meufuturo desapareceu completamente. — seus olhos estavam calmos e sua expressão estava calma.

Eu estava tentando processar o que ele havia me contado. Quer dizer que depois de me conhecer, ele simplesmente deixou de gostar de ter as supostas "parceiras"? Que loucura.

— E por que mudou?

— Sabe, Ana, acho que escolheu a profissão certa para você, pois você senta, fala e age como uma psicóloga que está tentando descobrir os mistérios de um paciente que é totalmente retardado. — disse ele e logo após riu feito criança.

Não resisti e ri também, mas logo depois fiquei séria novamente.

— Não mude de assunto.

— Desde quando te vi no aeroporto, senti que era diferente. Não sei o que há em você, mas algo me deixa fascinado. — balançou a cabeça.

Eu não fazia ideia do que responder. Não sabia se ria, se perguntava outra coisa, se ficava quieta esperando ele falar outras coisas.

— Então você não sente vontade de me tratar do mesmo jeito que já tratou as outras? — deixei escapar.

— Não tenho a mínima vontade. — disse com a voz grave.

Eu precisava pensar no que ele tinha acabado de me contar. Primeiro ele disse que só tem parceiras sexuais, depois disse que eu mexi com ele de alguma forma. Queria saber se eu entendi direito ou ele está relativamente “gostando” de mim.

— Não entendi o fundamento disso tudo.

— Estou dizendo que quero que com você seja diferente. Se você quiser, é claro. Depois de tudo o que eu disse...

E parte do meu inconsciente se perguntou: como não querer você, Cristian Grey? E outra parte do meu inconsciente responde: não tem jeito.

— Eu acho que gosto de você, e gosto muito. Quando você foi embora eu senti...

— Eu senti sua falta, Ana. — me interrompeu.

— Eu senti sua falta, Cristian. — repeti — E fiquei me perguntando por que eu sentia tanta falta sua sendo que nem nos conhecíamos direito. Na verdade ainda não nos conhecemos.

— Também me perguntei a mesma coisa, Ana. Só sei que desde quando te vi, não parei de pensar em você nem por um instante. — disse passando a mão no cabelo.

Cristian Grey, um dos caras mais ricos e famosos da Europa, estava bem ali na minha frente dizendo que estava completamente fascinado por mim. Era muita coisa para assimilar. Eu definitivamente precisava de um tempo para organizar minhas ideias e descobrir se aquilo tudo era de verdade.

— Cristian, depois de me falar tudo isso, o que você espera? — perguntei em tom baixo e claro.

— Eu espero que nós possamos nos conhecer melhor como qualquer outro casal faria. Eu quero muito, Ana, muito. — respondeu.

— Mas o que você espera de mim? Eu acabei de perder a minha virgindade com o milionário mais cobiçado da Europa toda! — balancei a cabeça em negação — Eu não sei se posso dar a você o que você quer.

Seus olhos se arregalaram novamente e sua expressão era de pânico.

— Anastacia, não! Eu já disse! Quero ser diferente com você. — disse enquanto levantava do meu humilde sofá.

Cristian estava de pé em minha frente, e, quando chegou extremamente perto da poltrona onde eu estava sentada, se ajoelhou e apoiou levemente suas mãos em minhas pernas cruzadas. Seu olhar era intenso e dava para ver perfeitamente seus olhos buscando os meus. Fiquei imóvel.

— Ana, eu quero tentar com você. Sinto necessidade disso. Por favor, tente também. — disse em tom baixo e foi diminuindo mais ainda quando ia chegando no final.

Segurei suas mãos e as apertei. O aperto foi recíproco. Nossos olhos estavam se encarando e nós dois estávamos sem nenhuma expressão. Cristian piscava com uma certa rapidez e, devido a minha aptidão para psicologia, dava para ver que ele estava nervoso.

— Só quero que saiba uma coisa. Uma coisa que andei pensando muito nesses últimos dias que estive aqui. — falei.

— Diga, Ana.

— Eu não estou aqui por dinheiro, e não quero que pense isso a meu respeito, por favor. Se for para pensar, então nem tente se aproximar mais de mim. — abaixei a cabeça.

— Ana, em momento algum eu pensei em você dessa forma! Que absurdo! Até porque não estou te oferecendo meu dinheiro, mas sim meu carinho. — me deu um beijo na testa.

O cheiro de Cristian era tão bom que dava vontade de ficar pendurada nele o tempo todo. Era um cheiro de banho misturado com um perfume leve e doce. Esse cheiro me faz lembrar a nossa diversão de dias atrás.

— Então tudo bem. Podemos nos conhecer melhor. — abri um sorriso.

Cristian deu um sorriso de orelha a orelha e seus olhos brilhavam.

— Vou ter que me encontrar com você vestindo perucas e óculos escuros? — perguntei.

Cristian me olhou assustado.

— Brincadeira! — ri.

Nós dois rimos da minha piada — quase — engraçada e nos abraçamos calorosamente.

— Ah, Ana... eu estou tão feliz! — sussurrou em meu ouvido.

— Também estou. — respondi — Ainda mais porque você está aqui.

Dei um beijo suave em sua bochecha e ele retribuiu da mesma forma. Ficamos cara a cara, com os narizes colados e os olhos se buscando. Cristian me beijou. Na medida que o beijo ia ficando mais forte, nossos toques ficavam mais fortes e desesperados. Cristian puxava meu cabelo e eu apertava seus músculos das costas.

— Acho que precisamos de um quarto. — disse.

Suas palavras soavam como música em meus ouvidos. Sim, Cristian, sem sombra de duvidas precisamos de um quarto. E com urgência.

Peguei sua mão sem dizer nada e o dirigi até o quarto. Paramos na porta.

— Assim está bem melhor. — disse.

Cristian me empurrou contra a parede do quarto e me beijou fortemente de novo. Eu já estava pirando com o seu toque em meu corpo.

— Por favor! — exclamei.

— Por favor o que, Ana?

— Eu quero você agora. — sussurrei.

Cristian me jogou na cama com delicadeza, e fizemos amor. Sonhei com aquilo desde que ele saiu da minha casa aquele dia. Era como realizar um desejo muito grande.

Ficamos deitados entrelaçados, minha cabeça em seu peito, seu braço embaixo do meu pescoço, e sua mão descansando em meu ombro. Seu cheiro ainda me deixava delirando e seu coração estava disparado. Apertei seu corpo e suspirei. Ah... nem acredito que estou completamente apaixonada por um cantor lindo e milionário, e nem acredito que esse cantor lindo e milionário também gosta de mim.