What I Did For Love escrita por WaalPomps


Capítulo 44
Capítulo 43




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A ansiedade na sala de observação era grande. Quinn e Puck quase colavam os rostos no vidro, observando a mulher lá dentro, parecendo desentendida. O psicólogo forense acompanhava tudo, assim como Rachel e Santana. Sam e Finn estavam com as três crianças na casa dos Puckerman.

_ Acho melhor Rachel entrar e falar com ela. – sugeriu o psicólogo, ao ver que Shelby não ia colaborar. A morena bufou, mas concordou. Se recompôs, como a boa atriz que sempre fora, e caminhou até a sala de interrogatório.

_ Rachel, querida, explique a eles que tudo não passa de um engano, por favor. – pediu Shelby, assim que ela atravessou a porta. O interrogador observou a judia, que lhe deu um leve aceno com a cabeça.

_ Que tal explicar tudo para eles, assim eles vão saber. – Rachel sentou-se em frente à mãe, lhe dando um sorriso de canto. Mas por dentro, o que queria era lhe dar um tapa.

_ Tudo bem, o que querem saber? – perguntou Shelby, cruzando as mãos sobre a mesa e sorrindo. Rachel suspirou, tentando controlar o nervosismo. O interrogador pegou seus papéis, começando as perguntas.

_ Seu nome é Shelby Corcoran? – ela concordou – Você foi escolhida por Hiram e LeRoy Sarfati para ser barriga de aluguel, correto? – começou o policial.

_ Sim, eles me encontraram em um anúncio no jornal. – o homem concordou, anotando.

_ Porém, após o nascimento de Rachel Sophie Sarfati, você se recusava a deixar a casa dos dois, e eles entraram com uma ordem judicial por medida cautelar, correto?

_ Sim mas...

_ A senhorita conhece Nicholas Puckerman? – a mais velha demorou, mas confirmou, hesitante – Teve ou não teve um caso com ele, antes e após o nascimento da criança?

_S-sim. – Shelby concordou, trêmula e nervosa. Rachel sentia o sangue gelando em suas veias, enquanto se esforçava para permanecer calma.

_ A senhorita pediu ou não pediu para que ele desse fim a vida dos Sarfati, e levasse Rachel para você? – o policial perguntou, e Shelby começou a tremer e negar.

_ She... Mãe. – Rachel chamou, e viu os olhos da mulher brilharem – Por favor, não minta. Se você falar a verdade vai ser melhor para você.

A mais velha concordou, virando-se para o policial e suspirando.

_ E-eu pedi que ele matasse Hiram e LeRoy, após eles me proibirem de ver a Rachel. E-ele conseguiu novos documentos para mim e para ela, peguei o dinheiro que havia recebido por ser barriga de aluguel, e me preparei para fugir para Nova York. Mas, mas ele me enganou, ele pediu que o esperasse na estação de trem com um pacote, e a polícia chegou. Me pegaram com os novos documentos, e assim ele se livrou dos rastros. E eu sequer podia dizer minha verdadeira identidade ou denunciá-lo, senão a pena seria maior. Eu passei sete anos presa, sobre o nome de Jessica Willow, e quando sai, não fazia ideia de onde estava Nicholas ou Rachel. Trabalhei por anos como garçonete e prostituta, até juntar dinheiro o bastante para conseguir pagar um investigador para localizar Nicholas. Ele encontrou Ruth, Noah e Rachel, que na época tinha 10 anos. – ela contou – Eu tentei me aproximar, mas não havia maneira. Eu estava em condicional como Jessica Willow, e se a pegasse como Shelby Corcoran... Bom, eram inúmeros riscos.

_ E o que você fez? – perguntou Rachel.

_ Dei um fim à Jessica Willow, e comecei a reconstruir minha vida como Shelby Corcoran. Consegui documentos provando que estive morando em Iowa por anos, arranjei um emprego em uma escola de canto e após a prisão de Nicholas, comecei a espreitar a casa de vocês. Eu planejava me aproximar e conseguir a guarda de Rachel, quando descobri que Nicholas havia sido incriminado pela morte de Hiram e LeRoy, e percebi que era arriscado.

_ E então você começou a me perseguir? – Shelby concordou, encarando Rachel.

_ Desde seus 15 anos, porém você só percebeu aos 18. – a mulher sorria orgulhosa de si mesma, e Rachel se perguntava que tipos de distúrbios se passavam na cabeça da mãe biológica.

_ E o que aconteceu na noite do acidente? – perguntou o investigador.

_ E-eu estava desesperada, não aguentava mais te ter longe de mim, você já tinha 19 anos, ia fazer 19 anos, e eu não havia conseguido me aproximar de você. Então quando eu vi você fugindo aquele dia, meu instinto foi correr atrás de você. Mas eu não queria causar o acidente, eu juro.

_ E porque você não contou ao Finn ou Noah que era você quem estava perseguindo Rachel? – perguntou o interrogador e ela riu, balançando a cabeça.

_ Eles estavam tão desesperados com tudo que estava acontecendo que teriam mandado me prender sem ouvir minhas explicações. E eu precisava estar perto da Rachel, cuidar dela e do bebê. Charlie precisava de mim, precisava da família dele. – ela novamente soava como louca, e Rachel sentia o corpo tremer de raiva.

_ A família dele é o Finn e os meus irmãos. – garantiu a mais nova – E você não tinha o direito de tentar tirar meu filho de perto deles.

_ Onde está Caroline Puckerman? – perguntou o policial, tirando a foto de Carol da pasta e colocando diante de Shelby.

_ Caroline Puckerman? – Shelby os olhos desentendida – Mas essa é Elizabeth, minha filha.

_ Não, o nome dela é Carol, minha afilhada e sobrinha, que estava no carro durante o acidente e sumiu, junto com você, após Quinn voltar para o rio resgatar a Santana. – Rachel ainda se esforçava para controlar a raiva crescente, olhando sorrateiramente para o vidro fume. Sabia que o irmão e a cunhada podiam vê-las, e quase podia sentir a raiva deles.

_ Onde está Caroline? – perguntou o policial novamente – Vamos lá Shelby, você já está encrencada. Colabore conosco e quem sabe terá uma pena menor que uma vida.

_ Vamos lá mãe. – sentia nojo dessa palavra quando direcionada àquela mulher – Por mim e pelo Charlie, colabore.

A mais velha pegou a caneta e o papel, rabiscando um endereço e entregando a Rachel. A judia dobrou o papel e se levantou, encarando o policial.

_ A confissão está gravada? – ele concordou, enquanto a porta se abria e uma mulher entrava. Ela levava um documento, que o policial explicou ser a confissão. Pediu que Shelby lesse e assinasse, mas a mulher logo assinou, olhando a filha com expectativa. A mulher saiu, e Rachel virou-se para segui-la.

_ Quando você volta? – perguntou Shelby, os olhos brilhando em expectativa. Rachel virou-se, deixando seu nojo afinal transparecer.

_ Você nunca mais vai por os olhos, em mim ou no meu filho. – sua voz era um sussurro nervoso – Eu tenho nojo de você Shelby, e de tudo que você fez a minha família. E eu espero realmente que você apodreça na cadeia.

A mãe começou a gritar, mas o policial a conteve enquanto Rachel fechava a porta atrás de si. Quinn, Puck e Santana apareceram no corredor, seus semblantes enojados como o dela, mas também ansiosos.

_ Carol está nesse endereço.

~*~

O lugar era sujo, um verdadeiro gueto. Quando a polícia chegou no carro atrás do dele, viu as pessoas se escondendo. Estacionaram diante de um prédio velho e descascado, e ele desceu correndo, com um policial em sua cola. Havia pedido que Quinn esperasse em casa com Caleb, não a queria naquele lugar.

Subiu as escadas de dois em dois degraus, até chegar ao 4º andar. Observou a porta de número 13, suspirando e se aproximando. Bateu duas vezes e ouviu passos, vendo uma fresta sendo aberta.

_ Pois não? – viu um rostinho aparecer, enquanto uma voz suave perguntava. Os olhos avelãs idênticos aos da esposa o encaravam.

_ V-você é Elizabeth? – ela concordou, abrindo mais a porta – Você se lembra de mim?

A menininha estendeu a mão para a parede, ligando um interruptor e acendendo a luz do corredor. Assim que o rosto de Puck foi iluminado, seus olhos se arregalaram e ela sussurrou:

_ Papai?

Antes que percebesse, o corpinho pequeno e magro da filha estava sobre ele, e ele a apertava contra si. As lágrimas eram grossas nos olhos de ambos, enquanto ele beijava os cabelos dela.

_ Carol, Carol, Carol. – ele cantarolou, acariciando o rosto dela.

_ É esse meu nome não é? – ele concordou – E porque a mamãe falou que era Elizabeth?

_ Mamãe? – perguntou ele – Meu anjo, a mamãe está em casa, te esperando. O que a Shelby te disse?

_ Ela não me disse nada. Eu to confusa. – a garota choramingou, se agarrando mais ao pai – Eu não to entendendo nada, mas eu sei que você é meu pai, eu sei disso.

Puck sentiu o sangue borbulhando novamente. Aquela maldita mulher havia estragado a vida da sua família inteira, e havia confundido sua filha, feito-a não saber quem era. Caroline havia estado por perto aquele tempo todo, eles podiam ter até mesmo se cruzado na rua, mas ele não saberia. Ela estava tão crescida...

_ Você é Caroline Puckerman, minha filha e filha de Quinn. – ele puxou o celular, caçando uma foto da esposa – Você lembra dela? Lembra da mamãe?

A garotinha concordou, os olhos brilhando. Ele suspirou aliviado, beijando os cabelos dela. Observou o policial aparecendo na porta do apartamento.

_ Teremos que fazer mais alguns exames periciais no local, mas o senhor já pode ir com sua filha. – avisou o homem, sorrindo – Amanhã o investigador Motta estará na sua casa, para informar como irão proceder as coisas.

Ele concordou, pegando Carol nos braços e descendo. Um perímetro já havia sido montado na rua, e dezenas de pessoas observavam tudo. Algumas chamaram por Carol, com o nome de Elizabeth, mas a garota afundou o rosto no pescoço do pai, que a colocou no banco de trás, saindo com o carro depressa.

Estava na hora de ir para casa.


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Notas finais do capítulo

Querendo enfiar um abacaxi somaliano na bunda da Shelby e tal hihi'
Beeeeijos