_ Onde nós vamos? – perguntou Quinn, no banco do passageiro. Puck apenas sorriu, pedindo que ela esperasse – Acho que eu não gosto de surpresas. Verdadeiro ou falso?

_ Verdadeiro. – ele riu. Estavam usando uma técnica do livro Jogos Vorazes, de quando Peeta ficara com a mente confusa. Quinn havia começado a ficar confusa com seus sentimentos e ações, e como isso surpreendia as pessoas próximas. Então, quando algo a deixava confusa, ela perguntava verdadeiro ou falso, e eles respondiam – E se acalme, você vai gostar.

Ele parou em frente ao estúdio de dança de amigo de ambos, e a loira olhou o lugar, curiosa. Ele saiu do carro, abrindo a porta para ela. Ela desceu, dando o braço para ele. A relação deles estava em um ponto delicado, porque Quinn as vezes se assustava com a intimidade. Então, ele se continha e agia como se eles tivessem acabado de começar a sair juntos, apesar de ele conhecê-la bem melhor do que isso.

_ Quinn. – Mike se aproximou sorrindo. A loira apertou mais o braço de Puck, e o oriental percebeu, recuando um pouco – É muito bom vê-la melhor.

_ Quinn, esse é o Mike. Ele se formou conosco e a namorada dele, Tina, era muito amiga da Rachel. – explicou o moreno – O Mike tem esse estúdio de dança, e ele aceitou te dar aulas de dança.

_ Aulas de dança? – os olhos dela brilharam maravilhados, enquanto os dois confirmavam.

O lance era que, desde a primeira vez que vira uma foto sua dançando, Quinn se maravilhara. Ela havia escutado uma ou outra música algumas vezes, e tentara dançar, e seu corpo se lembrava dos passos, apesar da cabeça não.

Então, a psicóloga dera a ideia à Noah que colocasse Quinn em uma escola de dança. Talvez, reativando a parte da memória que estava ligada a dança, poderia reativar a memória das outras coisas.

_ Sua antiga professora está em turnê pela Europa, porém nós conseguimos falar com ela. – explicou Mike – Ela me deu algumas informações de suas músicas e danças favoritas, e Frannie conseguiu alguns vídeos. Então, nós vamos ensaiar esses, e outros que você queira. Que tal?

_ Gostei. – o sorriso da loira era o maior de meses, e isso trouxe muita paz ao marido. Ele sentou-se, enquanto Quinn ia ao vestiário, colocar a malha de dança.

Ela logo voltou, e começou a se aquecer com Mike, e Puck não poderia imaginar uma maneira melhor de passar às duas horas seguintes, até seu telefone tocar.

~*~

Finn estava em casa, arrumando os últimos detalhes. Charlie receberia alta naquela tarde, e ele iria encontrar Carole em duas horas para trazê-lo embora. A mãe ficaria com ele na primeira semana, para ajudá-lo.

Ele ticava a longa lista de coisas que precisava conferir antes do bebê chegar em casa, inclusive o estoque de leite. Ele pegaria leite do banco do hospital por um mês, já que o leite de Rachel secara em dois dias, devido à falta de alimentação.

O rapaz arrumava alguns detalhes no quarto, principalmente as fotos. Ele colocara muitas fotos dele e Rachel por todo o quarto, por todo o apartamento na verdade, para que a presença dela fosse sempre constante para Charlie.

Resolveu tomar um banho e foi para o próprioa quarto, porém o celular o atrapalhou. Reconheceu o número do hospital e arfou, atendendo apressadamente.

_ Sr. Hudson? – perguntou uma enfermeira conhecida, Samantha – O Dr. Jones pediu que eu ligasse para perguntar se há algo errado.

_ Não, por quê? – perguntou nervoso.

_ A mãe da Srta. Berry está aqui. – explicou a mulher, e Finn arqueou a sobrancelha. Shelby havia lhe dito que teria compromisso o dia todo, mas visitaria Charlie a noite – Ela disse que veio buscar o Charlie, porque o senhor não poderia vir. Ela está teimando que tem autorização para levá-lo embora, não queria nem que ligássemos para o senhor.

_ Eu não poderia buscar... – ele arfou, em surpresa – Samantha, mantenha o Charlie longe dela. E Rachel também. Logo a polícia estará ai, e eu também, em dez minutos.

_ Algo errado Finn? – perguntou ela, parecendo assustada.

_ Eu ainda não sei. – ele se despediu, desligando o celular. Discou rapidamente, tremendo enquanto apanhava a chave do carro – Puck... Eu acho descobri quem estava atrás da Rachel.

~*~

Santana descia do andar da fisioterapia, e resolveu passar para visitar a irmã adotiva. Sam como sempre estava junto, e eles conversavam sobre alguma banda qualquer. Chegando ao andar, viram a movimentação policial. Sam colocou Santana atrás de si, enquanto caminhavam devagar.

_ Lopez. – chamou o médico de Rachel, e Santana se virou – Por favor, vá para o quarto de sua irmã, logo. A polícia está lá, vigiando Rachel e Charlie. Logo Finn e Noah estarão aqui.

_ Polícia? – se assustou Santana, enquanto Sam a puxava – Você sabe algo sobre isso? – perguntou para o loiro, que apenas negou.

Eles entraram no quarto, encontrando Rachel ainda adormecida, e uma enfermeira ninando Charlie, que gritava assustado. Santana logo puxou o menino para seus braços e se sentou, e em pouco tempo, Charlie estava em silêncio.

_ Samantha, você tem alguma informação? – perguntou Sam.

_ Não sei ao certo. – explicou a mulher – A mãe da Rachel apareceu, dizendo que havia vindo buscar Charlie para levar embora, que Finn não podia vir.

_ Mas Finn só ia vir buscar Charlie mais tarde. – lembrou Santana, e a enfermeira deu de ombros, tremendo.

_ Ela disse que tinha autorização, e que não precisávamos incomodar o Finn. Mas o Dr. Jones resolveu ligar, para ver se havia algo errado com Finn, já que ele sabia da animação do seu cunhado para pegar o Charlie. – Santana e Sam trocaram olhares preocupados – Ele então disse que era para manter Charlie e Rachel seguros, que logo a polícia estaria aqui. Mas não sei mais nada.

_ Com licença. – pediu o Dr. Shepherd, entrando com Quinn.

_ O que está acontecendo Derek? – perguntou Sam, e o médico suspirou.

_ Aparentemente, Shelby foi a causadora do acidente das três. – disse o homem, fazendo a boca de Santana se escancarar.

~*~

_ Que história é essa? – perguntou Puck, parando ao lado de Finn, do investigador Motta e de uma policial – Como assim Shelby era quem perseguia a Rachel?

Finn explicou sobre a tentativa de Shelby levar o bebê, sem motivo aparente.

_ Puck, você não acha estranho que a Shelby morava a dois quarteirões de mim e Rachel? Que ela nunca tenha procurado a filha, sendo que ela disse que sabia da morte de Hiram e LeRoy? – perguntou Finn, lembrando de algo que a mulher havia soltado, sem querer, pouco antes de Charlie nascer – E hoje ela vem e tenta levar Charlie.

_ Cara, você pode estar se equivocando. – por mais estranho que fosse, Puck não achava certo julgar Shelby tão rapidamente. Ela havia salvo Rachel, apesar de tudo.

_ Shelby fugiu assim que o segurança se aproximou do quarto de Rachel. A Samantha disse que ela ainda tentou pegar Charlie quando ela estava o levando para o quarto da Rachel, dizendo que ela era a avó dele. – explicou Motta – E há algo mais...

_ O que? – perguntou o homem de moicano, recebendo uma foto da mão de Finn – Um carro preto?

_ É o mesmo carro que estava rondando minha casa antes do acidente. – explicou o rapaz – Foi nele que a Shelby chegou, mas o deixou no estacionamento.

_ Algo lá pode ligar Shelby ao acidente? – perguntou Puck, e o delegado concordou – Então, se ela estava lá, ela pode saber sobre minha filha.

_ Se sabe, dificilmente descobriremos. – outro policial avisou, se aproximando – A apartamento dela está vazio. Shelby deu no pé.

Lost and insecure

You found me, you found me

Lying on the floor

Surrounded, surrounded

Why'd you have to wait?

Where were you? Where were you?

Just a little late

You found me, you found me

(You Found Me – The Fray)