Os ouvidos doíam pela pressão que a água fazia. Seus olhos ardiam tentando enxergar na escuridão do fundo do rio. Seus pulmões já clamavam por ar, desesperadamente. A luz do farol do carro ajudava vagamente a ver o que estava a sua volta.

Viu que Rachel estava consciente e fez sinal para que ela soltasse a outra morena, que estava desacordada. A judia concordou, enquanto Quinn voltava-se para a cadeirinha de segurança e soltava a filha adormecida.

Com muito esforço nadou até a superfície, emergindo com uma lufada de ar desesperada. Viu que havia uma mulher na beira do rio, enfiada até os joelhos. Nadou até ela, evitando que a cabeçinha de Caroline afundasse, e a mulher a ajudou a sair da água.

_ Ela está viva? – perguntou a mulher desconhecida e Quinn confirmou, trêmula.

_ Acho que sim. – escutou o peito da filha e viu que ela respirava com dificuldade – Ela engoliu água.

_ Eu sou enfermeira. – Quinn deixou a mulher cuidar da pequena criança, enquanto observava o rio, desesperada com a demora das amigas – Pronto, ela está bem.

Quinn viu a filha tossir e cuspir água, antes de começar a chorar. A loira apanhou a filha do chão, a aninhando contra si. Pediu que a mulher ligasse para o resgate e a mulher o fez, enquanto Quinn quicava no chão. Logo, alguém emergiu do lago e ela suspirou aliviada, até ver que Rachel estava só.

_ Eu soltei a Santana, mas não consigo tirar ela de lá. – explicou a morena, indo até a borda do rio com dificuldade – Minha perna... Minha perna está...

_ Calma Rach. – pediu Quinn, vendo que a amiga beirava a inconsciência – Aquela mulher está chamando o resgate, fica com a Carol enquanto eu vou lá buscar a Sant.

Ela nem esperou a amiga confirmar. Beijou os cabelos da filha, já novamente adormecida, e a deitou ao lado da madrinha, que havia desmaiado. Correu para a água, mergulhando. Sentia o corpo todo doer, especialmente a cabeça. Sentia que o sangue escorria pela testa e pela parte de trás, onde havia batido durante o acidente, porém não podia deixar Santana ali.

Chegou ao carro com esforço e viu que Santana estava apenas com o braço enganchado no cinto, o que a impediria de flutuar para longe, mas ajudaria Quinn a tirá-la dali. A loira agarrou a amiga pela cintura e, com um último esforço, se impulsionou no carro para ir para a superfície.

Quando sentiu o ar frio da madrugada no rosto, viu que luzes de resgate piscavam na beirada, enquanto alguém gritava e apontava uma lanterna. Seu peito doía, via tudo embaçado, porém abraçou Santana mais forte e gritou.

_ AQUI.

Luzes vieram em sua direção e ela ouviu pedidos de calma, enquanto pessoas pulavam na água. Sorriu, enquanto sentia tudo ficar preto. E depois disso, não viu mais nada.